Manguito rotador: características, função, patologias - Ciência - 2023
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Contente
- Caracteristicas
- O músculo supraespinhal
- Músculo infraespinhal
- Músculo redondo menor ou redondo menor
- Músculo subescapular
- Função
- O músculo supraespinhal
- Músculo infraespinhal
- Músculo redondo menor ou redondo menor
- Músculo subescapular
- Patologia do manguito rotador
- Tendinite do manguito rotador
- Impacto do manguito rotador ou síndrome do impacto
- Diagnóstico
- - Exploração física
- Teste Yocum
- Teste Jobe
- Teste de Patte
- Teste de gerber
- - Varredura de imagem
- Cintilografia óssea
- Ultrassom
- Ressonância magnética
- Tratamento
- Referências
o manguito rotador É um complexo estrutural formado por quatro músculos (supraespinhal, infraespinhal, redondo menor e subescapular) e seus tendões. Estes convergem para a cápsula da articulação glenoumeral, para dar estabilidade à articulação e coordenar seus movimentos.
A articulação glenoumeral tem capacidade de movimento inigualável, sendo capaz de executar movimentos de flexão, extensão, adução e abdução, e como se isso não bastasse, também permite movimentos rotacionais internos e externos.
Essa grande funcionalidade é possível graças às características anatômicas da cavidade glenoidal em relação à cabeça do úmero, por ser extremamente grande para a profundidade rasa da cavidade glenoidal. Isso, é claro, proporciona maior mobilidade, mas ao mesmo tempo torna-o mais instável.
A presença dos músculos que compõem o manguito rotador é fundamental para reforçar a união dessas duas estruturas ósseas, embora o façam de forma secundária, uma vez que existem estruturas como a cápsula articular, os ligamentos glenoumerais e a borda glenóide que atuam como forma primária.
Todas essas estruturas, incluindo o manguito rotador, protegem e dão estabilidade à articulação, evitando que a cabeça do úmero deslize para fora do lugar. Além disso, o manguito rotador em conjunto com o deltóide possibilita os movimentos dos membros superiores.
Ressalta-se que o manguito rotador muito frequentemente sofre alterações que afetam a funcionalidade do ombro, causando dor.
Caracteristicas
O manguito rotador é uma estrutura anatômica composta por vários músculos, sendo eles: supraespinhal, infraespinhal, redondo menor e subescapular.
Eles têm muitas coisas em comum, pois todos se originam da escápula e todos se fixam no úmero. Porém, cada músculo possui suas peculiaridades.
O músculo supraespinhal
Esse músculo leva esse nome em homenagem ao fato de se originar na fossa supraespinhal da escápula, inserindo-se no tubérculo maior do úmero ou troceter.
Músculo infraespinhal
Como o próprio nome indica, ele se origina da fossa infraespinhosa da escápula e se insere na tuberosidade maior.
Músculo redondo menor ou redondo menor
Este músculo, como o anterior, origina-se na fossa infraespinhal da escápula, mas em sua borda lateral e compartilha o mesmo local de inserção dos dois músculos anteriores, ou seja, na tuberosidade maior.
Músculo subescapular
Origina-se da fossa subescapular da escápula como o próprio nome indica, e é o único músculo do manguito rotador que não compartilha o mesmo local de inserção, fixando-se no tubérculo menor do úmero ou troquina.
Função
A função articular do manguito rotador é fornecer proteção e estabilidade à articulação glenoumeral, auxiliando também na movimentação do ombro. Nesse sentido, cada músculo desempenha uma função específica que é explicada a seguir.
O músculo supraespinhal
Este músculo exerce sua ação no início do movimento de abdução do braço.
Músculo infraespinhal
Colabora no movimento de rotação externa, atuando sinergicamente com os músculos redondo menor e redondo maior.
Músculo redondo menor ou redondo menor
Ele colabora no movimento de rotação externa, junto com o infraespinhal e redondo maior.
Músculo subescapular
Este músculo marca diferenças notáveis com respeito aos demais músculos citados, já que de todos é o único que participa do movimento de rotação interna. Deve-se observar que ele atua sinergicamente nessa função com outros músculos próximos, como o peitoral maior e o grande dorsal.
Patologia do manguito rotador
O envolvimento do manguito rotador evolui de menos para mais, ou seja, começa com uma leve fricção ou impacto, depois ocorre uma ruptura parcial, que pode depois se tornar total, até atingir artropatia grave.
A sintomatologia que leva o paciente a consultar o médico é a presença de ombro dolorido, mas essa afetação geralmente se deve a um distúrbio multifatorial. No entanto, as causas mais comuns são doença degenerativa do manguito rotador (65%) e tendinite do manguito rotador (20%).
A maioria das causas leva à ruptura do manguito rotador, que pode ser parcial ou total. As parciais são classificadas em bursas, articulares e intersticiais, de acordo com a área afetada.
Tendinite do manguito rotador
Os tendões são geralmente inflamados pela fricção com outras estruturas, especialmente o acrômio. Se a doença não for consultada a tempo, o problema se agrava.
Se a tendinite ocorrer por degeneração ou envelhecimento dos tendões, eles apresentarão espessamento devido aos depósitos de cálcio, acúmulo de tecido fibrinóide, degeneração gordurosa, rupturas, etc.
Impacto do manguito rotador ou síndrome do impacto
É gerado quando o tendão não é apenas friccionado, mas também pressionado ou preso.
Quando o braço é elevado ao nível máximo de pronação (180 °), o músculo supraespinhal, juntamente com o tubérculo maior do úmero, localizam-se sob o arco acromial, sendo aí onde pode ocorrer pinçamento dos músculos.
No entanto, a rotação escapular reduz esse risco, afastando o acrômio do manguito rotador. Por esse motivo, concluiu-se que a fraqueza dos músculos periscapulares tem muito a ver com o desenvolvimento da síndrome do impacto.
Outros fatores que influenciam são: a deformação do espaço subacromial, a forma do acrômio e a degeneração do músculo supraespinhal devido à diminuição do fluxo sanguíneo, entre outros.
Diagnóstico
Normalmente, os pacientes com envolvimento do manguito rotador se queixam de dor ao realizar movimentos que envolvem elevar o braço acima da cabeça, rotação externa ou abdução. Em casos muito graves, pode haver dor mesmo em repouso.
É comum o paciente apresentar algum dos seguintes antecedentes: esportes que envolvem movimentos repetitivos do ombro, uso de máquinas vibratórias, trauma prévio no ombro, doenças de base como diabetes, artrite ou obesidade, entre outras.
- Exploração física
Diante de um paciente com ombro dolorido, vários testes exploratórios devem ser realizados para avaliar a possível causa ou origem da lesão. Para isso, alguns são mencionados:
Teste Yocum
Para este teste, o paciente deve colocar a mão do ombro afetado em seu outro ombro, então o paciente é solicitado a levantar apenas o cotovelo, tanto quanto possível, sem levantar o ombro. O teste é considerado positivo se a execução deste exercício causar dor.
Teste Jobe
O paciente deve colocar um ou ambos os braços na seguinte posição (abdução de 90 ° com adução horizontal de 30 ° e polegares apontando para baixo). A seguir, o especialista fará pressão no braço ou braços, tentando abaixá-los enquanto o paciente tenta resistir ao movimento forçado. Este teste avalia o músculo supraespinhal.
Teste de Patte
O especialista deve colocar o braço do paciente na seguinte posição: cotovelo em flexão de 90 ° e anteversão em 90 °. O cotovelo do paciente é apoiado e solicitado a tentar girar o braço externamente. Este teste verifica a força dos músculos rotadores externos (infraespinhal e redondo menor) ao executar esta ação.
Teste de gerber
O especialista orienta o paciente a posicionar o dorso da mão na altura da cintura, especificamente na região lombar média, com o cotovelo fletido 90 °. Nesta posição o especialista tentará separar a mão da cintura cerca de 5 a 10 cm, enquanto o paciente deve tentar manter essa posição por vários segundos.
Se o paciente consegue manter essa posição, o teste é negativo, mas na impossibilidade o teste é positivo e indica que há ruptura do músculo subescapular.
- Varredura de imagem
Cintilografia óssea
Os estudos radiológicos não são úteis para ver rupturas nos músculos do manguito rotador, mas podem descartar a presença de esporões ósseos, calcificações, alterações císticas, diminuição da distância acromio-umeral ou processos artríticos que podem ser a origem do problema.
Ultrassom
Este estudo é mais específico para avaliar os tecidos moles, incluindo músculos e tendões. Sua vantagem é que o ombro pode ser estudado enquanto está em movimento, além de poder comparar as estruturas com o ombro normal.
Ressonância magnética
Estudo ideal para partes moles, portanto, é o método mais adequado para avaliação do manguito rotador. A maior desvantagem é seu alto custo.
Tratamento
Existem vários tratamentos. Geralmente, eles começam com os menos agressivos e conservadores, como sessões de fisioterapia, tratamento com esteróides, calor local, diatermia, ultrassom, etc.
Porém, se não puderem ser resolvidos por essa via, outros procedimentos mais invasivos serão necessários, dependendo do que o paciente apresentar. Entre os procedimentos que podem ser realizados está: acromioplastia, que consiste em modelar o acrômio para deixá-lo em ângulo reto.
Às vezes, ligamentos ou tendões degenerados ou rompidos podem ser desbridados ou suturados. Quando o dano for muito grande, pode ser necessário usar tendões vizinhos para reconstruir o manguito rotador.
A colocação de prótese invertida é outra opção em caso de danos extensos.
Referências
- "Manguito rotador". Wikipédia, a enciclopédia livre. 31 de março de 2019, 19:55 UTC. 9 de outubro de 2019, 20:25 en.wikipedia.org
- Ugalde C, Zúñiga D, Barrantes R. Atualização da síndrome do ombro doloroso: lesões do manguito rotador. Med. Leg. Costa Rica, 2013; 30 (1): 63-71. Disponível em: scielo.
- Mora-Vargas K. Lesões dolorosas no ombro e manguito rotador. Registo médico. Costarric. 2008; 50 (4): 251-253. Disponível em: scielo.
- Yánez P, Lúcia E, Glasinovic A, Montenegro S. Ultrassonografia do manguito rotador do ombro: avaliação pós-cirúrgica. Rev. chil. radiol. 2002; 8 (1): 19-21. Disponível em: scielo.
- Diagnóstico e tratamento da síndrome do manguito rotador. Guia de prática clínica. Instituto Mexicano de Seguro Social. Diretoria de benefícios médicos, pp 1-18. Disponível em: imss.gob.mx