Os pisos térmicos da Colômbia e suas características - Ciência - 2023


science
Os pisos térmicos da Colômbia e suas características - Ciência
Os pisos térmicos da Colômbia e suas características - Ciência

Contente

o pisos térmicos da Colômbia São uma forma de classificar os diferentes tipos climáticos do país com base na altitude como principal fator determinante da temperatura.

A posição intertropical da Colômbia resulta em variações de temperatura anuais mínimas, sendo mais influenciadas pelas variações altitudinais do que pelas variações anuais (sazonalidade). A diminuição da temperatura com a altitude determina os diferentes níveis térmicos.

Ao nível do mar, a Colômbia registra altas temperaturas médias anuais, com média de 28ºC. No entanto, é um país com uma geografia complexa devido à presença de cordilheiras que em alguns pontos ultrapassam os 5.000 metros acima do nível do mar.

À medida que se sobe as encostas montanhosas, verifica-se uma diminuição progressiva das temperaturas médias anuais, a uma taxa média de 1,8ºC por 100 m. Isso gera a presença de cinco pisos térmicos, espaçados a cada 1.000 metros acima do nível do mar.


Descrição dos pisos térmicos da Colômbia

Caloroso

O piso térmico quente estende-se entre 0 e 1.000 metros acima do nível do mar, com uma temperatura que varia entre 24 e 29 ºC. Este piso se estende por aproximadamente 913.000 km2, 80% do território colombiano.

Temperado

O piso térmico temperado cobre as áreas mais baixas das montanhas, entre 1.000 e 2.000 metros acima do nível do mar. Ele relata temperaturas médias anuais que estão entre 17 e 24 ° C. Compreende 10% do território nacional, com 114.000 km2.

Frio

O piso térmico frio corresponde às faixas montanhosas localizadas entre 2.000 e 3.000 metros acima do nível do mar. Apresenta temperaturas médias anuais que oscilam entre 11 e 17 ° C. Corresponde a 7,9% do território colombiano, com 93.000 Km2.


Paramo

O piso térmico do páramo corresponde à faixa entre 3.000 e 4.000 metros acima do nível do mar, com temperaturas que variam entre 6 e 12 ° C. Cobre 29.000 km2 o que equivale a 2,5% do território continental colombiano.

Neste piso de altitude foram identificados 34 ecossistemas, associados em 5 tipos: páramo, sub-páramo, super-páramo, páramo seco e páramo úmido. Distribuído na Cordilheira Ocidental, Oriental e Central, bem como na Sierra Nevada de Santa Marta e no Setor Nariño-Putumayo.

Esses ecossistemas são fundamentais na regulação do clima e suas áreas úmidas constituem a principal fonte de água para a geração de eletricidade e para o consumo humano nas grandes cidades. Eles também constituem um importante refúgio para a biodiversidade.

Para sua proteção, foram estabelecidas 20 áreas protegidas do Sistema de Parques Nacionais da Colômbia e 12 Reservas Florestais Nacionais de Proteção. 35% da área total das charnecas é protegida pelas mais estritas categorias de proteção.


Glacial

O piso térmico glacial também é chamado de piso térmico das neves perenes. Isso varia de 4.000 a 5.775 metros acima do nível do mar no pico Cristóbal Colón, o ponto mais alto da geografia colombiana.

Este piso tem temperaturas médias anuais abaixo de 6 ° C, acompanhadas de chuvas escassas, fortes ventos gelados e nevadas frequentes. Possui uma área de menos de 0,1% do território colombiano.

Na Colômbia existem seis geleiras, que se distribuem na Sierra Nevada de Santa Marta e nas cadeias montanhosas oriental e central. 100% deste território está protegido pelo Sistema Colombiano de Parques Naturais Nacionais.

Flora

Caloroso

Por ser uma região tão extensa, este piso altitudinal inclui uma grande diversidade de ecossistemas terrestres, cada um com suas características vegetais próprias.

As florestas tropicais secas caracterizam-se por registrar um maior número de espécies para as famílias capparidaceae, sapindaceae, bignoniaceae e leguminosa. Já nas planícies do Orinoco as famílias predominantes são cyperaceae, poacea, blondia e leguminosas.

Nas savanas das planícies colombianas predominam ciperáceas, gramíneas e leguminosas herbáceas. Já nas savanas amazônicas, predominam as gramíneas, algas, rapatáceas e xyridáceas. As gramíneas dominam no Caribe, e junças e outras plantas herbáceas são menos comuns.

As formações xerofíticas e subxerofíticas são dominadas por cactos, que constituem a vegetação típica.

A floresta tropical úmida é um ecossistema com grande diversidade de espécies vegetais. Entre as árvores, as leguminosas constituem a família com maior diversidade. Enquanto as plantas da família Araceae são comuns no sub-bosque, como os antúrios (Antúrio), cañagrias (Costus), bihaos (Calathea), platanillos (Heliconia) e similar.

Quente e frio

A biodiversidade associada a esses pisos térmicos é principalmente aquela característica das florestas nubladas. Constituem ecossistemas estratégicos, devido ao seu grande valor para o bem-estar social. Eles são importantes na manutenção da água, sumidouros de carbono, uma fonte de estabilidade climática e um refúgio para um grande número de plantas e animais.

Destaca a presença de espécies endêmicas, como ericaceae Macleania penduliflora, Diogenesia antioquiensis Y Cavendishia albopicata. Por sua vez, os pinheiros nativos da Colômbia se destacam como espécies emblemáticas da região andina (Prumnopitys Y Podocarpus), o carvalho do gênero Quercus e a palma de ceraCeroxylon quinduense).

Várias espécies de plantas foram consideradas dentro de alguma categoria de ameaça global e nacional. O moedor (Magnolia hernandezii) e a tiragua (Blakea granatensis) estão criticamente ameaçados. A palma de cera (Ceroxylon quindiuense), noz (Juglans neotropica), o montanhista marupito (Couepia platycalyx) e a amarração (Meriania peltata) Eles estão em perigo. O pinheiro colombiano (Podocarpus oleifolius) e carvalho (Quercus humboldtii) foram considerados vulneráveis.

Paramo

Mais de 4.700 espécies de plantas habitam as charnecas, de um total de 27.860 espécies de seres vivos relatados para a Colômbia. Isso indica que os páramos representam 17% da diversidade da flora da Colômbia em apenas 2,5% do território continental.

Os mouros têm vegetação aberta, de esparsa a arbustiva com floresta baixa. Entre as espécies de plantas emblemáticas dos mouros, destacam-se as espécies da família Asteraceae. A este pertencem mais de 80 espécies de frailejones (Espeletia spp.).

Os frailejones apresentam alto grau de endemismo. Provavelmente porque suas sementes, ao contrário de outros gêneros da mesma família, não apresentam adaptações que permitam sua dispersão pelo vento. Consequentemente, sua distribuição é mais restrita.

Glacial

Neste piso de altitude, são frequentes as geadas noturnas e os ventos extremos. A vegetação é esparsa e descontínua. Abundam gramíneas e arbustos anões.

Acima de 4.800 metros acima do nível do mar está a zona de neve, com pouca ou nenhuma vegetação e com a presença de geleiras.

Fauna

Caloroso

Nesse piso térmico, o ecossistema com maior diversidade faunística corresponde à floresta tropical úmida. Entre os peixes predominam as ordens Characiformes e Siluriformes.

Os anfíbios são diversos, com a presença de rãs venenosas (Dendrobatidae), sapos e algumas salamandras. Os répteis incluem espécies de cobras, lagartos, iguanas, tartarugas, limo e crocodilos.

Nas florestas tropicais úmidas existe uma grande diversidade de aves, principalmente no Chocó e na Amazônia. Além disso, contêm a maior parte dos mamíferos registrados no país, sendo os morcegos mais da metade das espécies.

Entre os mamíferos emblemáticos estão esquilos e várias espécies de marsupiais. Alguns escaladores, como macacos, martejas (Potos flavus) e preguiçoso. Enquanto entre os grandes mamíferos estão os sainos (Tayassu Pecari Y Pecari tajacu), antas (Tapirus), o puma e o jaguar.

Quente e frio

Nas florestas nubladas associadas a esses pisos térmicos, pássaros, anfíbios e invertebrados apresentam um alto grau de riqueza de espécies. Além disso, esses grupos faunísticos, juntamente com os mamíferos, apresentam alto grau de endemismo.

As áreas de maior endemismo de aves encontram-se na cordilheira dos Andes, com aproximadamente 130 espécies. Além disso, algumas espécies de pássaros foram identificadas com algum nível de ameaça.

O paujil (Crax alberti) foi considerada em perigo crítico, a águia-de-crista (Oroaetus isidori) em perigo, a clorocrisa multicolorida (Chlorochrysa sp) tão vulnerável e a pequena gorjiturquesa zamarrito (Eriocnemis Godini) pode ser extinto.

A maioria das espécies de mamíferos da floresta nublada está em alguma categoria de ameaça. Algumas das espécies mais icônicas são o bugio preto (Alouatta palliata), em um estado vulnerável, o cervo sabanero (Odocoileus virginianus) em perigo crítico, e a anta da montanha (Tapirus pinchaque) Em perigo.

A riqueza de espécies de anfíbios é especialmente elevada na região andina, com 121 espécies na cordilheira Central, 118 na cordilheira ocidental e 87 na cordilheira oriental.

O Arlequim de Albán (Atelopus farci) e o sapo saltador anômalo (Hyloxalus ruizi) estão criticamente ameaçados. Arlequim de Malvasa (Atelopus eusebianus) e sapos da chuva (Eleutherodactylus jorgevelosai, E. lichenoides, E. tribulosus) eles estão em perigo. Enquanto que E. renjiforum Y E. suetus eles são considerados vulneráveis.

Paramo

Nas charnecas colombianas, foram registradas 70 espécies de mamíferos, 15 espécies de répteis, 87 de anfíbios, 154 de pássaros e 130 de borboletas.

Algumas espécies emblemáticas da fauna dos páramos colombianos são o urso-de-óculos ou frontino (Tremactos ornatus) e o puma (Puma concolor) entre os mamíferos. Quanto aos pássaros, destaca-se o condor dos Andes (Vultur grhypus), a águia-charneca (Geranoaetus melanoleucus) e o colibri sugador de seiva (Boissonneaua flavescens).

Glacial

As condições extremas de vento, precipitação, baixas temperaturas, geadas e zonas de neve tornam o piso térmico glacial um ambiente pouco favorável à fauna. No entanto, é possível encontrar alguns exemplares do condor dos Andes (Vultur grhypus), de mouro águia (Geranoaetus melanoleucus).

Referências

  1. Armenteras D., Cadena-V C. e Moreno R.P. 2007. Avaliação do estado das florestas nubladas e a meta para 2010 na Colômbia. Instituto de Pesquisa de Recursos Biológicos Alexander von Humboldt. Bogotá, D.C. - Colômbia. 72 p.
  2. Barrera Carranza, L.A. 1978. Bibliografia Preliminar sobre Recursos Naturais da Colômbia. Biblioteca ICA-CIRA. Bogotá Colômbia.
  3. Ministério do Meio Ambiente, Habitação e Desenvolvimento Territorial. 2010. Quarto Relatório Nacional à Convenção sobre Diversidade Biológica. República da Colômbia. Bogotá Colômbia. 239 pp.
  4. Ministério do Meio Ambiente, Habitação e Desenvolvimento Territorial. 2014. V Relatório Nacional sobre Biodiversidade da Colômbia antes da Convenção sobre Diversidade Biológica. República da Colômbia. Bogotá Colômbia. 156 pp.
  5. Morales M., Otero J., Van der Hammen T., Torres A., Cadena C., Pedraza C., Rodríguez N., Franco C., Betancourth JC, Olaya E., Posada E. e Cárdenas L. 2007. Atlas de páramos da Colômbia. Instituto de Pesquisa de Recursos Biológicos Alexander von Humboldt. Bogotá, D.C. 208 p.
  6. Pisos térmicos. (2018, 22 de dezembro). Wikipédia, a enciclopédia livre. Data de consulta: 09:47, 4 de janeiro de 2019 em es.wikipedia.org.
  7. Rangel-Ch, J.O. (2015). A biodiversidade da Colômbia: significado e distribuição regional. Revista Acadêmica Colombiana de Ciências Exatas, Físicas e Naturais, 39 (151): 176-200.