Tenda do cerebelo: localização, anatomia, anexos, função - Ciência - 2023
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o tenda de cerebelo É um septo espesso e semicircular em forma de tenda, que cobre o cerebelo e o separa do cérebro. A lâmina que forma o tentório vem de um prolongamento do dura, a mais externa das meninges, que são as camadas que cobrem o sistema nervoso central (SNC).
Possui uma borda fixa (que é posterior) e uma borda livre (que é anterior). A parte fixa é convexa e se insere no osso temporal, seguindo uma projeção do osso esfenoidal até atingir o occipital. Por sua vez, a borda livre adquire uma forma côncava e limita o orifício por onde se abre o tronco cerebral.
Esta lâmina está localizada na fossa craniana posterior e divide o espaço do cérebro em supratentorial, situado sobre o tentório do cerebelo, e infratentorial, localizado abaixo dele.
A tenda serve de guia para o médico na hora de operar um tumor cerebral, já que são utilizadas diferentes técnicas cirúrgicas quer a lesão seja por cima ou por baixo da tenda.
Anatomia
As meninges são três membranas que cobrem o sistema nervoso central e fornecem proteção adicional àquela fornecida pelo esqueleto. De dentro para fora, eles reconhecem o pia-máter, a aracnóide e a dura.
Os dois primeiros estão em contato próximo e se comunicam por meio de uma rica rede vascular. Quanto a esta última, constitui a camada mais externa e fibrosa das três. É espesso e resistente e forma três divisórias especializadas a partir de extensões de sua própria estrutura.
Essas formações estão localizadas no cérebro e são chamadas de: falx cerebellum, cérebro de foice Y tenda de cerebelo.
A foice do cérebro separa a parte superior dos dois hemisférios desse órgão; por sua vez, a foice do cerebelo protege a estrutura neurológica chamada vermis que está localizado entre os lobos cerebelares.
O tentório do cerebelo é o segundo maior reflexo da dura-máter. Ele está localizado na fossa cerebral posterior e separa o cerebelo dos lobos temporal e occipital do cérebro.
Foi descrita pela primeira vez em 1732 pelo anatomista francês Jacques Winslow, que incluiu o termo "tenda de cerebelo" em suas publicações sobre essa estrutura.
Esta reflexão dura divide o espaço cerebral em duas partes, supratentorial e infratentorial. O infratentorial é ocupado pelo cerebelo e pelo trocisco cerebral. Assim, ambas as partes são comunicadas na borda anterior livre do tentório, através do incisura tentorial, área pela qual passa o tronco cerebral.
Embriologia
A partir do 16º dia de gestação, a formação do sistema nervoso central primitivo começa com a migração das células que darão origem ao cérebro e à medula espinhal. Em torno dessas estruturas, uma célula cobrindo as formas que darão origem à camada mais interna das meninges.
Por volta de 4ta semana, o cerebelo primitivo completa sua formação e uma longa camada de células pode ser vista nos espaços cerebelares que formam uma porção média do cerebelo fetal.
Os núcleos de alguns nervos cranianos começam sua formação na 5ªta semana, e a dura-máter primitiva bem desenvolvida já pode ser vista. Cobrindo esses elementos, observa-se um número considerável de células que irão se diferenciar para formar o crânio.
Uma vez que o crânio cartilaginoso fetal é formado, por 7mãe semana de gestação, a dura-máter primitiva é completamente diferenciada e condensada.
A porção média formada no 4ta semana desaparece e a tenda cerebelar pode ser vista em sua localização pós-natal.
Inserções
O tentório do cerebelo segue para cima, de trás para a frente, e está localizado na parte de trás da fossa que abriga o cérebro.
Sua borda anterior é côncava, livre de inserções e em forma de U. Forma o limite posterior do incisura tentorial, que é o espaço através do qual passa o tronco cerebral ou tronco cerebral.
Em contraste, a borda posterior é convexa e fixa. Essa margem, por sua vez, pode ser dividida em duas partes, uma interna e outra posterior.
A porção interna está presa à borda superior da parte petrosa do osso temporal, enquanto a porção posterior está presa à face ântero-superior do osso occipital e do osso parietal.
Características
Desde sua primeira descrição em 1732, sabe-se que o termo "tenda" não é o mais apropriado para descrever esse feixe fibroso da dura-máter.
Embora esteja localizado na parte superior do cerebelo, fornecendo uma camada protetora adicional, esse septo desempenha uma função primária como suporte para o cérebro.
A tenda do cerebelo carrega cerca de 1.200 gramas do peso do cérebro e mantém o cérebro posicionado no tronco cerebral.
Também evita o movimento excessivo do cérebro em caso de trauma e deformidades dos lobos cerebrais.
Além disso, separa o espaço cerebral nas regiões supra e infratentorial, dependendo da localização acima ou abaixo da tenda, o que se torna importante na cirurgia cerebral.
Considerações clínicas
A técnica utilizada na abordagem cirúrgica do cérebro depende da localização da estrutura a ser operada.
Para escolher a melhor opção, a tenda de cerebelo é utilizada como guia anatômico que, além de separar o espaço encefálico, serve como via de entrada para os elementos cerebrais.
Assim, aquelas lesões localizadas na borda externa do cerebelo podem ser abordadas lateralmente, enquanto para aquelas localizadas na borda medial, a via occipital é preferida.
Em relação às patologias, o aumento das pressões intracranianas causadas por lesões que ocupam espaço, como tumores, hemorragias ou edema cerebral podem causar um quadro grave conhecido como herniação cerebral.
Hérnia é a protusão do cérebro de um espaço craniano para outro. Eles são divididos em supra ou infratentorial.
Nos supratentorials, um dos locais mais comuns por onde se observa a saída do cérebro é pela incisura tentorial, que é o espaço limitado pela borda anterior do cerebelo, por onde passa o tronco cerebral.
Por sua vez, nos infratentorials o cérebro exerce grande pressão sobre a tenda, fazendo com que o cerebelo se projete através do forame magno.
A hérnia cerebral é uma emergência clínica e cirúrgica que deve ser tratada imediatamente, pois pode ser fatal.
Referências
- Rai, R; Iwanaga, J; Shokouhi, G; Oskouian, R. J; Tubbs, R. S. (2018). The Tentorium Cerebelli: Uma revisão abrangente, incluindo sua anatomia, embriologia e técnicas cirúrgicas. Retirado de: ncbi.nlm.nih.gov
- Bordoni, B; Simonelli, M; Lagana, M. M. (2019). Tentorium Cerebelli: Músculos, Ligamentos e Dura Mater, Parte 1. Cureus. Retirado de: ncbi.nlm.nih.gov
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- Bull, J. W. (1969). Tentorium cerebelli. Proceedings of the Royal Society of Medicine. Retirado de: ncbi.nlm.nih.gov
- Lee, S. H; Shin, K. J; Koh, K. S; Song, W. C. (2017). Visualização da inervação tentorial da dura-máter humana. Jornal de anatomia. Retirado de: ncbi.nlm.nih.gov