César Dávila Andrade: biografia, estilo literário e obras - Ciência - 2023
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Contente
- Biografia
- Primeiros anos
- Juventude
- Começos literários
- Literatura
- Venezuela
- Morte
- Ocultismo
- Estilo literário
- Tocam
- Poemas
- Histórias
- ensaios
- Influência
- Referências
Cesar Davila Andrade (1918 - 1967) foi um escritor e poeta equatoriano do século XX, considerado o maior expoente do conto naquele país. Ele seguiu as correntes literárias do neo-realismo e do neo-romantismo.
Embora a família de Dávila Andrade não possuísse riquezas materiais em abundância, eles compensavam com glórias do passado. Eles eram descendentes do General José María Córdova, um herói da independência do Equador.
Nos anos 1950, o autor emigrou para Caracas, Venezuela, onde se estabeleceu com sua família e se dedicou à prática do jornalismo na mídia nacional, além da atividade literária da qual nunca se separou.
Era conhecido como El Fakir, apelido obtido por Dávila Andrade por seu rosto magro. Além disso, ele era parente e mostrava grande interesse por assuntos esotéricos. Ele também era membro da sociedade Rosacruz.
Ele cultivou disciplinas de ciências ocultas, hipnotismo e escreveu muitas vezes sobre assuntos místicos que chamaram sua atenção. Também se acredita que o fato de praticar ioga contribuiu para sua aparência.
Na Universidad de los Andes, ULA, foi professor por um período. Posteriormente, serviu à República do Equador como Adido Cultural daquele país em Caracas na década de 1960. Foi na capital venezuelana que Dávila Andrade, naqueles anos, decidiu dar cabo de sua vida.
César Dávila Andrade, por seus vícios e problemas emocionais, teve um destino fatal que culminou em tragédia. Ele teve, como muitas vezes, influências do romantismo em seu trabalho e em sua própria vida.
Ele publicou ensaios, artigos de jornais, poemas e contos e até romances curtos. No Equador, ele colaborou com revistas como Cartas do equador, publicado pela Casa da Cultura. Enquanto ele estava na Venezuela, ele escreveu em ocasiões para O Nacional Y Universal, os dois jornais mais reconhecidos do momento.
Entre as obras de maior prestígio de César Dávila Andrade estão Espaço você me venceu (1947), Boletim e elegia das mitas (1959), Em um local não identificado (1960) e Conexões de Terra (1964).
Biografia
Primeiros anos
César Dávila Andrade nasceu em 2 de novembro de 1918 em Cuenca, Equador. Era o mais velho dos cinco filhos que tiveram o funcionário público Rafael Dávila Córdova e a Sra. Elisa Andrade Andrade.
Seu pai ocupou cargos como o Comissário Municipal de Saúde de Cuenca, ou a liderança política do Cantão Gulaceo. Além disso, para ajudar na renda do humilde lar, a mãe de Dávila Andrade bordava e costurava.
O jovem foi educado em sua cidade natal, onde cursou o ensino fundamental na escola Christian Brothers. Dali, César Dávila Andrade foi para a escola normal Manuel J. Calle e depois ingressou na Academia de Belas Artes.
Por parte de pai, ele descendia do herói equatoriano José María Córdova. Ele também era sobrinho de César Dávila Córdova, um renomado poeta e crítico literário. Por parte de mãe, era primo-irmão do jornalista Alberto Andrade Arizaga, que usava o nome de Brummel para assinar seus textos.
Tantas foram as dificuldades econômicas de sua família, que aos 18 anos assumiu um cargo no Superior Tribunal de Justiça e afirmou que só era feliz depois de dar à mãe todo o pouco que ganhava.
Juventude
Por volta de 1938, César Dávila Andrade viajou para Guayaquil e lá conseguiu um emprego como jardineiro na residência de Carlos Alberto Arroyo del Río. Com o tempo, conseguiu um cargo de professor no Colégio Salesiano Cristóbal Colón, onde lecionou Literatura.
Um ano depois voltou a Cuenca e se inscreveu no Partido Socialista, situação que desagradou muito a seu pai, conservador cuja convicção já havia rompido o relacionamento com outros familiares e seu filho não era exceção.
Foi por volta desses anos que a personalidade de Dávila Andrade se transformou e ele passou a tomar o álcool como vício. Então o jovem tímido e agradável foi deixado para trás e tornou-se fechado, deprimido e, às vezes, rude.
Em 1942, César Dávila Andrade viajou a Quito para tentar a sorte, mas logo voltou para casa, pois não encontrou trabalho na capital equatoriana que atendesse ao seu gosto pela literatura e à expectativa de se tornar escritor.
Começos literários
César Dávila Andrade iniciou suas aventuras literárias na poesia desde os primeiros anos, quando em 1934 dedicou a seu primo Alberto o poema “La vida es vapor”, o primeiro do qual se mantém qualquer registro.
Enquanto o autor viveu em Guayaquil, ele também uniu sua vocação literária com o trabalho como professor. Em seguida, ele escreveu poesias como "Dark City" e "El canto a Guayaquil". Nesse período também deu os primeiros passos na história, que empreendeu com "Vinatería del Pacífico".
A primeira publicação de Dávila Andrade foi feita na revista Tomebamba, de seu amigo G. Humberto Mata, em 1943 e se intitulava “Autópsia”. No ano seguinte, ganhou um concurso em que foi solicitada a redação da biografia de Frei Vicente Solano.
Posteriormente, César Dávila Andrade conseguiu um emprego na Casa da Cultura do Equador como revisor.
Literatura
César Dávila Andrade trabalhou arduamente como autor e também como revisor na Casa de la Cultura nos anos 1940. Naquela época, estava cercado pela intelectualidade equatoriana. Naquela época ele lia muito, mas também bebia muito, tanto que começou a prejudicar sua saúde.
Diz-se que ele ajudou os pobres tanto quanto pôde, embora isso e seu vício em bebidas alcoólicas o levassem regularmente à beira da miséria.
Em 1945, Dávila Andrade começou a publicar vários artigos na revista da Casa da Cultura do Equador. Lá a assinatura do escritor esteve presente até que a publicação deixou de aparecer anos depois.
A fama de autor de César Dávila Andrade veio quando ganhou o Violetas de Oro, prêmio concedido pelo Festival Cuenca Lira em 1945 e 1946. Recebeu essas homenagens graças aos seus poemas "Canción a Teresita" e " Ode ao Arquiteto ”.
Posteriormente, Dávila Andrade publicou um de seus textos mais famosos, que intitulou Espaço você me venceu. Esta obra foi considerada uma das melhores obras da literatura do autor e do Equador em geral.
Em 1950 casou-se com a viúva Isabel Córdova Vacas, 15 anos mais velha que o escritor. Com essa união, a condição boêmia que caracterizava Dávila Andrade ficou para trás por algum tempo. Diz-se que houve muito carinho e admiração no casal, que decidiu se mudar para a Venezuela junto com o filho de Isabel.
Venezuela
Em 1951, o poeta e escritor equatoriano se instalou na Venezuela com sua família, embora no ano seguinte, devido a conflitos conjugais, tenha retornado a Guayaquil, depois a Cuenca e finalmente a Quito.
No final de 1953, decidiu voltar a Caracas para ficar com sua esposa Isabel Córdova. Na capital venezuelana criou laços com a elite intelectual do país, especialmente com Juan Liscano, escritor renomado.
Atuou nos mais renomados veículos de comunicação, principalmente na área cultural, como O Nacional, A Republica Y Universal. Na Venezuela, César Dávila Andrade e sua esposa conseguiram levar uma vida confortável, embora sem ostentação.
Por volta do ano de 1961, Dávila Andrade, que passava por outra crise com sua esposa, começou a ministrar palestras relacionadas à literatura no núcleo de Mérida da Universidad de los Andes. Além disso, ele continuou sua atividade como escritor.
A partir de 1963 passou a trabalhar na publicação do Instituto Nacional de Cultura e Belas Artes, Inciba, e na revista Zona Francapor Juan Liscano.
A última publicação de César Dávila Andrade foi editada pela Arte de Caracas e recebeu o nome Cabeça de galo. Nessa seleção de contos, foram incluídos 10 textos, dos quais cinco eram novos, três pertenciam a Abandonado na Luz e dois para Treze histórias.
Morte
César Dávila Andrade morreu em 2 de maio de 1967 em Caracas, Venezuela. O escritor tirou a própria vida após uma explosão de ansiedade causada por sua frequente crise conjugal. Ele estava hospedado no Hotel Real, de propriedade de Juan Liscano.
Seu caráter ansioso e instável, que sempre trabalhou contra ele, o levou à morte. Ele ligou várias vezes para sua esposa Isabel, de quem se separou em 23 de abril do mesmo ano. Não recebendo resposta, decidiu cortar a jugular com uma lâmina na frente do espelho.
Sua mãe recebeu pensão vitalícia do governo do Equador. O autor foi enterrado em solo venezuelano e os intelectuais de seu círculo se encarregaram de construir, para Dávila Andrade, um mausoléu apropriado.
Sua viúva, Isabel Córdova, publicou alguns poemas inéditos que o autor dedicou a ele antes de morrer em um volume intitulado Poemas de amor.
Ocultismo
Desde cedo, César Dávila Andrade se interessou por Ciências Ocultas e fez parte de lojas e sociedades herméticas como os Rosacruzes. Na juventude sempre carregou consigo textos que ele mesmo chamou de "livros raros" relacionados a todos os tipos de magia e parapsicologia.
Seu guia no Rosacrucianismo foi o Coronel equatoriano José Gómez. Outro passatempo de Dávila Andrade era o hipnotismo. Com a ioga manteve um corpo musculoso, embora muito magro, por isso surgiu o apelido de “El Fakir”, também pelo hábito de comer pouco e beber muito.
O gosto pelos temas místicos e herméticos foi manifestado na obra literária de César Dávila Andrade, tanto no seu estilo como nas suas temáticas.
Estilo literário
César Dávila Andrade é considerado um dos maiores expoentes das letras equatorianas. Com sua caneta conseguiu se destacar tanto na poesia quanto na prosa. Na poesia ele se relaciona com os gêneros neo-romântico e neo-realista, mesmo para alguns era hiper-realista.
Porém, em sua obra literária também havia toques do realismo mágico de sua época, apesar do fato de a obra de Dávila Andrade ser marcada por um toque de nostalgia e desencanto.
Rodrigo Pesantez Rodas disse dele:
“Dávila Andrade não pertenceu a nenhuma Escola Literária. Ele não encolheu os ombros diante das caixas de críticas. No entanto, deve-se notar que ele era um romântico puro e tardio em seus primeiros versos (Canção para a Beleza Distante).
Magnífico expressionista que se preocupava mais com o sentimento do que com a intuição. Mais tarde, ele caminhou pelo superrealismo. Ficou geminado com Neruda na música dos primeiros versos, naquela nostalgia das primeiras namoradas que riem de sílabas azuis ”.
Tocam
Poemas
- “A vida é vapor”, 1934. Dedicado ao primo Alberto Andrade Arizaga.
- "Cidade Negra".
- "Eu canto para Guayaquil".
- "Autópsia", 1943. Revista Tomabamba.
- "Canção a Teresita", 1945.
- "Ode ao Arquiteto", 1946.
– Espaço você me venceu, 1946.
- "Invocação Humana", 1947.
– Boletim Informativo e Elegia dos Mitas, 1959.
– Arco de Instantes, 1959.
– Conexões de terra, 1961.
- "O furacão e sua fêmea", 1962.
– Em um lugar não identificado, 1963.
– A casca assombradaa, 1966.
– Poemas de amorr, 1967.
Histórias
- "Vinatería del Pacífico", 1948.
– Abandonado na terra, 1952.
– Treze histórias, 1953.
– Cabeça de galo, 1966.
ensaios
- "Solano, o combatente sedentário", 1947.
Influência
Embora sua vida tenha terminado abruptamente, a influência que a obra de César Dávila Andrade despertou foi grande, principalmente nas cartas, mas também em outras áreas. Seu nome não era conhecido apenas dentro das fronteiras do Equador, mas também no resto da América Latina.
Entre as obras que tiveram Dávila Andrade como inspiração para seu enredo, está Entre Marx e uma mulher nua (1976), de Jorge Enrique Adoum. Além disso, Jorge Dávila Vasquez, sobrinho do autor, tomou-o como protagonista de seu drama teatral Espelho quebrado, 1991.
Na obra pictórica de Patricio Palomeque há influências de vários escritores; Porém, Dávila Andrade foi uma das que deixou uma marca profunda nas criações desta artista.
Além disso, o diretor Carlos Pérez Agustí trouxe para a tela grande uma representação de Cabeça de galo em 1989.
Referências
- Pérez Pimentel, R. (2018).CESAR DAVILA ANDRADE. [online] Dicionário Biográfico do Equador. Disponível em: biograficoecuador.com [Acesso em 26 dez. 2018].
- En.wikipedia.org. (2018).Cesar Davila Andrade. [online] Disponível em: en.wikipedia.org [Acessado em 26 de dezembro de 2018].
- Avilés Pino, E. (2018).Dávila Andrade César - Figuras Históricas | Enciclopédia do Equador. [online] Enciclopédia do Equador. Disponível em: encyclopediadelecuador.com/ [Acesso em 26 dez. 2018].
- Círculo de Poesia. (2018).Página No. 114: César Dávila Andrade. [online] Disponível em: circulodepoesia.com [Acesso em 26 dez. 2018].
- Salazar, C. (2018).Tese: Contos Fantásticos de César Dávila Andrade |. [online] Fakirediciones.com. Disponível em: fakirediciones.com [Acessado em 26 dez. 2018].