Teoria Comportamental da Depressão de Lewinsohn - Psicologia - 2023


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Teoria Comportamental da Depressão de Lewinsohn - Psicologia
Teoria Comportamental da Depressão de Lewinsohn - Psicologia

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Se pensarmos na depressão como um dos transtornos mentais mais graves e frequentes do mundo, perceberemos que é um problema que deve ser combatido.

E para essa parte da solução é analisar o problema e tentar desvendar suas causas. Nesse sentido, muitos foram os autores que ao longo da história tentaram gerar hipóteses e teorias sobre a origem da depressão.

Em um nível psicológico, um dos mais conhecidos é a teoria comportamental da depressão de Lewinsohn, sobre o qual comentaremos nas próximas linhas.

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Depressão: uma breve descrição do problema

Para compreender a teoria comportamental da depressão de Lewinsohn, é necessário primeiro compreender o tipo de problema que a teoria deste autor pretende explicar: a depressão.


É entendido por depressão um dos principais transtornos do humor (e um dos problemas mentais mais frequentes do mundo) que se caracteriza pela existência continuada durante a maior parte do dia e na maioria dos dias de pelo menos duas semanas de humor triste e / ou a presença de anedonia (perda de capacidade sentir prazer e satisfação), além de outros sintomas como desesperança, passividade, problemas de sono, perda de apetite e peso, perda da libido sexual ou ideias de morte e suicídio.

Também é comum haver clinofilia ou tendência a permanecer acamado e inativo. A pessoa geralmente não consegue sair dessa situação, muitas vezes com ruminação constante do tipo aversivo e se vendo, o mundo e o futuro como algo hostil e negativo.

Depressão é um distúrbio que causa grande desconforto e é profundamente incapacitante em todos os campos. No nível sócio-relacional, é comum que as pessoas deprimidas se isolem progressivamente e, embora inicialmente o ambiente tenda a mostrar apoio e compreensão, no longo prazo pode haver um distanciamento em relação à pessoa. No trabalho e na academia, percebe-se uma grande perda de desempenho.


Existem muitas teorias que procuram explicar as causas que podem gerar a depressão, entre as quais está a teoria comportamental da depressão de Lewinsohn. Vamos ver em que consiste.

Teoria Comportamental da Depressão de Lewinsohn

A teoria comportamental da depressão de Lewinsohn é uma das principais teorias dentro do campo da psicologia que visa fornecer uma explicação do porquê da depressão. Esta teoria parte da corrente behaviorista, com foco na explicação da depressão a partir de processos de associação e condicionamento vinculados ao desempenho de comportamentos e às consequências de tais ações.

Especificamente, a teoria comportamental da depressão de Lewinsohn afirma que a principal causa da depressão é a existência de uma falta de reforço dos comportamentos emitidos pelo sujeito na maioria dos aspectos de sua vida.

Isso implica que as ações realizadas pela pessoa eles não fornecem gratificação ou satisfação na maioria das áreas, algo que a longo prazo fará com que ele execute cada vez menos comportamentos. Isso terá como consequência que aos poucos o sujeito se torna cada vez mais passivo e com o tempo a maioria dos sintomas de depressão aparecem.


O fato de não ver contingentemente que as ações realizadas não supõem ou têm como consequência nada de positivo que as estimule a repeti-las, especialmente em contextos em que a pessoa esperaria obtê-las, fará com que o nível de atividade diminua. Além disso, em um nível cognitivo, a pessoa pode começar a sentir emoções como culpa, baixa autoestima e pensamentos negativos derivados da atribuição da referida falta de reforço a elementos internos e estáveis.

A explicação das causas

As razões pelas quais esse reforço pode não ocorrer podem ser múltiplas, e nesta teoria é contemplado que elas podem ser ambientais e disposicionais.

Por um lado, podemos descobrir que o ambiente ou ambiente que circunda o assunto não é suficientemente reforçador per se (por exemplo, um ambiente frio ou mesmo hostil às ações do sujeito), que a pessoa não tem habilidades suficientes para obtê-las ou tem dificuldades para fazê-lo (especialmente no nível social), ou que a percepção do sujeito o que está reforçando pode ser tendencioso.

Além disso, a depressão não iria começar do zero: como Lewinsohn propôs em uma reformulação de sua teoria original, no início das depressões geralmente há um evento desencadeador que faz com que o comportamento normal da pessoa se altere e a partir do qual começa uma diminuição no reforço (e subsequentemente na atividade do sujeito).

Também surgiam expectativas e sentimentos negativos em relação a si mesmo, gerando profundo mal-estar e afetação nas diversas áreas da vida. Uma sequência de causas seria estabelecida que acabaria levando à diminuição da atividade e reforço e ao surgimento de depressão.

Fatores de risco e proteção

A teoria de Lewinsohn também analisa a existência de alguns fatores que podem facilitar ou dificultar o aparecimento da depressão: fatores de risco e fatores de proteção.

No primeiro caso, estar em situações aversivas com grande frequência, situação socioeconômica precária, atuação como cuidador (principalmente no caso de crianças pequenas), ter tido depressão anteriormente, ter baixa autoestima e ser mulher são considerados fatores que podem aumentar a probabilidade de sofrer depressão.

Por outro lado, freqüentemente se expor a situações positivas, perceber-se como competente, ter autoestima elevada e ter uma boa rede de apoio social são fatores de proteção, dificultando o surgimento da depressão.

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Por que o estado depressivo permanece?

Além de oferecer uma estrutura explicativa que pode nos guiar no estabelecimento do porquê a depressão aparece, a teoria de Lewinsohn também visa explicar os mecanismos pelos quais ele é mantido ao longo do tempo.

Ainda do ponto de vista comportamental, o autor estabelece que nos primeiros momentos após o início da depressão é comum que o sofredor receba compreensão e atenção do meio ambiente e do meio ambiente, de modo que seu estado seja reforçado ao assumir atenção e melhora de seu situação.

No entanto, isso implica que o desconforto é aumentado ao transformar os comportamentos do sujeito em algo que gera estimulação positiva (o atendimento recebido), que permanece em vigor.

Por outro lado, quando o ambiente deixa de dar atenção ao sujeito, ele passa a receber menos estímulos positivos, o que por outro lado favorece a manutenção do comportamento depressivo, pois é a falta de reforço do comportamento que motivou o início da a depressão.