Quando não surge o sentimento de maternidade que idealizamos - Psicologia - 2023


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Antes do nascimento de um bebê, muitas mães se sentem felizes, gratas, com o poder de trazer seus filhos ao mundo.

Porém, Para muitas mulheres, o puerpério pode ser uma experiência difícil, cheia de medo, culpa, sentimentos negativos que afetam suas relações afetivas e sociais, a amamentação e até mesmo o vínculo com seu bebê. Isso é o que chamamos de depressão pós-parto (PPD).

Neste artigo veremos o que acontece quando a ilusão antecipada e idealizada de ser mãe não chega com o nascimento de um bebê, mas sentimentos relacionados ao desconforto.

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Os principais momentos do nascimento

Gravidez, parto e puerpério são momentos de vulnerabilidade especial para mulheres, onde a pessoa é mais sensível e pode haver fatores pessoais ou contextuais que podem estar afetando o vínculo que é gerado entre a mãe e o bebê. O início do vínculo com nosso bebê pode ser alterado em momentos diferentes.


1. Durante a gravidez

O vínculo com o bebê começa no útero, e o feto percebe todas as emoções que sua mãe está sentindo. Se a história de vida da mãe foi complexa, o processo hormonal que se desenvolve na gravidez dá origem a um período de transparência psíquica (Bydlowski, 2007), em que a mulher sente necessidade de rever e reparar sua história, principalmente, o vínculo com a mãe. , para que ela possa começar a criar uma conexão emocional com seu bebê.

Se houver conflitos de apego não resolvidos ou rupturas na história da mãe, é mais provável que o vínculo afetivo seja afetado negativamente. Portanto, a gravidez é um bom momento para trabalhar e reparar nosso histórico de apego.

2. Maternidade e paternidade

Essa fase começa a se desenvolver a partir do momento em que você sonha com a chegada do filho ou filha, e até que ela chegue, muitas coisas podem acontecer.

A mãe não emerge da solidão e do isolamento; é o resultado de um contexto familiar, de vínculo, social, econômico, tecnológico. A biologia também impressiona pelo seu protagonismo, e para realizar a maternidade é necessário um apoio, para criar as condições para uma gravidez saudável. Nesse processo, não só a mãe e sua família contam, mas toda a sociedade.


3. Entrega

O fato de ocorrer um parto natural ou altamente medicalizado e intervencionado, de haver complicações médicas ou de a mulher não se sentir segura nessa situação, pode levar à conexão emocional com nosso bebê não sendo o esperado.

4. Pós-parto

Separações físicas e emocionais entre mãe e recém-nascido, ou intervenções médicas no bebê ou na mãe, entre outras questões, também podem atrasar o estabelecimento de um forte vínculo emocional.

5. O puerpério

Falta de apoio e cuidado do parceiro e do meio ambiente, problemas ou doenças na recuperação da mãe, ou estresse, gerar dificuldades de conexão mãe-bebê.

Quando a ilusão de ser mãe não vem

Se a gravidez correu bem e o parto foi respeitoso com a mãe e a criança, a mulher se sentirá fortalecida; Os hormônios e as mudanças emocionais favorecem, dão-lhe uma força interna e externa junto com uma conexão, não só com o bebê, mas também consigo mesma. O instinto biológico dos mamíferos direciona o comportamento materno e predispõe a mãe a realizar determinadas ações relacionadas ao bom desenvolvimento da maternidade.


Porém, se ela não pôde ser dona do seu parto, do seu corpo, do processo, tende a se instalar um sentimento de perplexidade e impotência, que a leva a perder a autoconfiança. É como se lhe tivesse sido roubado algo que ela desconhece na sua forma de vivenciar o ser mãe.

Existem diferentes variáveis ​​que podem fazer com que as mães não sintam aquela torrente de amor que "deveriam" sentir, e depois disso vem o sentimento de culpa e desconforto consigo mesmo.

Depressão pós-parto

É muito comum viver sentimentos de tristeza, irritabilidade, choro após o parto, devido à fadiga e alteração hormonal. Este período é denominado "Baby Blues" e 80% das mulheres sofrem com isso. Com o cuidado das pessoas ao redor da mãe e do bebê, o descanso necessário e muito apoio emocional, esses sintomas desaparecem em poucos dias.

Porém, se isso não ocorrer e o desconforto persistir, afetando o dia a dia da mãe e do bebê, podemos estar falando sobre depressão pós-parto. Para estes casos, da Vitaliza recomendamos apoio profissional.

PTSD associado à gravidez ou nascimento

Também é importante ir ao profissional se durante o processo de parto ou puerpério a mãe vivenciar que em algum momento sua vida ou a de seu bebê esteve em grave perigo; isso pode gerar medo intenso ou desespero, eventualmente desenvolvendo Transtorno de Estresse Pós-Traumático (PTSD).

Esse fato pode ocorrer entre 2 e 6% das mulheres que dão à luz, e 30% costumam gerar alguns sintomas desse transtorno, que persiste por muito tempo, até anos, se não for tratada adequadamente.

Entre os principais gatilhos dessa alteração está a percepção de negligência ou imperícia durante ou após o parto ou alto intervencionismo obstétrico (uso de instrumentos durante o parto, medicalização, cesárea urgente, etc.) onde a mulher sente perda de controle ou dor excessiva por um período prolongado.

Sintomas

Sintomas que acompanham um parto traumático parecem ser:

  • Reviver constantemente o parto ou as situações mais estressantes do processo.
  • Sentir-se desconectado ou alienado da realidade e de seu bebê.
  • Irritabilidade e hiperexcitabilidade com seu meio ambiente e profissionais de saúde.
  • Afeição do vínculo com seu bebê.
  • Rejeição da sexualidade e desejo de ser mãe novamente.

O que fazer?

Em casos de PTSD, é recomendado incentive as mulheres a expressarem seus sentimentos em grupos de autoajuda ou com profissionais. A terapia EMDR, juntamente com estratégias de regulação e relaxamento, como o Neurofeedback, são tratamentos eficazes para o PTSD após um parto complicado.

Trazer um bebê ao mundo é um dos acontecimentos da vida com maior impacto emocional e físico para a mulher, por isso é muito importante acompanhá-los e cuidar tanto dela quanto do bebê. Essa ajuda deve combinar o fator humano fornecido por entes queridos e a assistência profissional de especialistas em psicoterapia.