Águas internacionais: leis e status no mundo - Ciência - 2023


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Aságuas internacionais ou alto mar, no direito internacional, são a parte do oceano que não pertence a nenhum Estado costeiro. Vale dizer que é a porção dos oceanos que liga os continentes, após os limites territoriais exercidos pelos países com litoral por lei e com direito.

Os limites a partir dos quais o oceano passa a ser considerado alto mar estão bem estabelecidos nas leis promulgadas para esse fim. As convenções internacionais estabelecem que, após o mar interno de qualquer Estado, seja tomada uma faixa de 12 milhas náuticas para o mar territorial e outra de 12 milhas mais para a área adjacente ao mar territorial.

A zona de exploração econômica exclusiva do estado costeiro estende-se por até 200 milhas além da borda externa do mar interior. As águas internacionais começam assim que a projeção vertical (na superfície) da plataforma continental do país costeiro é concluída.


Embora seja verdade que existem regulamentos sobre as águas internacionais para seu uso consciente e pacífico, eles estão abertos a todas as nações da Terra, tenham litoral ou não.

Isso significa que nesses imensos trechos de água, a pesca, a pesquisa científica, o assentamento de redes e cabos submarinos, bem como a navegação e sobrevôo podem se dar com total liberdade.

Leis

A Segunda Guerra Mundial deixou claro que os acordos internacionais não estavam sendo cumpridos de forma alguma. Nações em conflito bloquearam a navegação livre até mesmo de navios que permaneceram neutros antes da reclamação global.

A Organização das Nações Unidas queria buscar a ordem nas águas internacionais e convocou a Primeira Conferência das Nações Unidas sobre o direito do mar.

Nesta primeira reunião foram assinados diversos acordos elaborados pela Comissão de Direito Internacional; entretanto, esses acordos não produziram o sucesso histórico esperado devido ao pequeno número de países que os colocaram em prática.


O tempo e a tecnologia avançaram, e a ambição de algumas nações pelos recursos naturais que aos poucos iam sendo descobertos perto de suas costas trouxe como consequência a extensão unilateral dos limites das zonas de exploração econômica exclusiva.

Essas nações então passaram a confiscar e reter navios e cargas de outras nações sem as autorizações necessárias para essas águas.

Em 1960, as Nações Unidas convocaram uma segunda conferência com os mesmos objetivos da anterior, mas ao final das sessões não houve acordo que pudesse ser implementado.

Desordens, abusos e conflitos crescentes entre nações vizinhas levaram a ONU a convocar em 1972 a III conferência relacionada ao direito marítimo. Após 11 períodos de sessões, o tratado intitulado Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar.

Este documento, considerado a Constituição do mar, foi aprovado em dezembro de 1982 após uma década de intensa análise e discussão, entrando em vigor apenas até 1994. Atualmente está em vigor.


México

Neste país a Lei Federal do Mar é a carta que regulamenta tudo o que diz respeito ao seu litoral, extensão e relacionamento com os países vizinhos.

Nesta lei, o México define 5 elementos marítimos sobre os quais tem direito: as águas marinhas internas, o mar territorial, a zona econômica inclusiva, a zona contígua e as plataformas continentais e insulares. A aplicação desta lei é de responsabilidade do Poder Executivo Federal.

Espanha

Em Espanha, a regulação dos assuntos marítimos depende do Direito Costeiro, apresentado pela primeira vez em 1988. Em 2013, foram efetuadas várias modificações com o intuito de aumentar a segurança jurídica do instrumento jurídico.

Esta lei leva em consideração três elementos fundamentais; O primeiro é o domínio público marítimo-terrestre, que inclui o mar territorial, as praias, a plataforma continental e os recursos naturais da área económica.

Em segundo lugar, destaca-se a servidão de proteção, uma área que mede 100 metros, que vai desde o limite da orla marítima ao continente, e onde pode haver propriedade privada embora seja limitada. Em terceiro lugar está a zona de influência, que ocupa 500 metros da orla marítima.

Colômbia

A Colômbia tem o Direito do Mar para regulamentar seus assuntos marítimos internos e externos. Estabelece os pontos de consideração para as medidas de cada um dos espaços marítimos, incluindo baías, golfos e rios.

A lei estabelece que a Colômbia tem jurisdição exclusiva para a administração, exploração e exploração desses espaços, incluindo o espaço aéreo e o subsolo da área delimitada.

Peru

No Peru, foi desenvolvido o Instituto do Mar Peruano (IMARPE), órgão vinculado ao Ministério da Produção encarregado de realizar diversas investigações relacionadas com o mar peruano e seus recursos.

Esta instituição não delibera judicialmente, mas assessora o Estado em caráter permanente para que tome as decisões mais convenientes.

Em 2005, o Congresso Peruano promulgou a Lei de Basileias do Domínio Marítimo do Peru, por meio da qual se buscou definir de forma concreta os limites marítimos entre esta nação e o Chile, país vizinho.

Argentina

O Congresso argentino sancionou a Lei de espaços marítimos em 10 de setembro de 1991. Esta lei considera os golfos de San Jorge, Nuevo e San Matías e o limite externo do Rio de la Plata. A Argentina tem uma área antártica que não foi considerada nesta legislação específica.

Esta nação conta com o Serviço de Hidrografia Naval, instituição por meio da qual se estabelecem os limites correspondentes ao território marítimo e que está subordinada ao Ministério das Relações Exteriores e Culto.

Medidas atuais para proteger as águas internacionais

Em 2018, a ONU convocou a primeira de uma série de reuniões que visam proteger os oceanos de forma abrangente.

Nesse caso, o foco está na proteção da biodiversidade do mar em águas internacionais. Com essa iniciativa, pretende-se proteger dois terços do oceano que abriga nosso planeta.

Uma das ações propostas é criar uma rota através da qual possam ser desenvolvidas áreas marinhas protegidas, bem como várias reservas. Especialistas indicam que este é o primeiro e mais importante passo para começar a proteger a biodiversidade.

Vale dizer que apenas 1% de todo o oceano está protegido, e essa iniciativa da ONU pode ser decisiva para promover o uso adequado e a conservação do recurso mais abundante do planeta Terra.

Referências

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