Terapia cognitivo-comportamental: características e técnicas - Ciência - 2023


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Terapia cognitivo-comportamental: características e técnicas - Ciência
Terapia cognitivo-comportamental: características e técnicas - Ciência

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o terapia cognitiva comportamental É um tratamento que se concentra em modificar os comportamentos e pensamentos que gerenciam o problema psicológico que você deseja intervir.

Pode ser usado em crianças e adultos e em transtornos como depressão, transtornos de ansiedade, transtorno bipolar, transtornos de personalidade, melhoria de habilidades sociais, ataques de pânico, fobia social, transtorno de estresse pós-traumático, entre outros.

É uma terapia que enfoca o funcionamento presente e atual da pessoa, de forma que atue diretamente sobre o estado cognitivo e comportamental.

Neste artigo você aprenderá sobre as características dessas terapias, as técnicas utilizadas, seus benefícios e que tipo de problemas esse tipo de intervenção pode tratar.


Características da terapia cognitivo-comportamental

Se você já foi a um psicólogo, ou conhece alguém que o fez, provavelmente já ouviu falar em terapia cognitivo-comportamental (TCC), mas pode ainda não saber exatamente o que é.

Bem, é um tipo de intervenção psicológica, que tem muitas evidências científicas, e que se tornou nos últimos anos uma das mais utilizadas no campo da psicologia.

Foca na pessoa

Seu objetivo é nutrir o indivíduo com as habilidades necessárias para superar suas dificuldades psicológicas. Assim, a Terapia Cognitivo-Comportamental enfoca o sujeito, suas características e habilidades, distanciando-se das terapias psicodinâmicas que enfocam os pensamentos inconscientes.


Derivado da psicologia cognitiva e comportamental

Como o próprio nome sugere, surge como um derivado natural das descobertas da psicologia cognitiva e da psicologia comportamental.

A psicologia comportamental foi anterior à TCC. No entanto, a superficialidade de que essa escola foi riscada, por se centrar apenas no comportamento, omitindo totalmente a cognição e o pensamento, destacou a necessidade de incorporar outros aspectos para aplicação na psicoterapia.

É nessa época que surge a psicologia cognitiva, com foco no estudo do pensamento e da cognição humana. Após o surgimento dessa escola psicológica, pesquisadores clínicos logo perceberam a aplicabilidade desses princípios à psicoterapia.

Assim, por meio da conjunção dessas duas escolas psicológicas, nasceu a terapia cognitivo-comportamental, que adotou a cognição e o comportamento humano como pontos de intervenção:


  • O método científico e as evidências verificáveis ​​por meio do comportamento são adotados a partir da terapia comportamental, conferindo um valor terapêutico impecável à modificação do comportamento nos problemas psicológicos.
  • O valor do pensamento e da cognição é reconhecido como a principal fonte de distúrbios psicológicos e se torna a área básica de intervenção.
  • Destaca-se a importância da relação entre pensamento e comportamento para explicar o funcionamento humano e a saúde mental.

Como funciona?

Já dissemos que a TCC se concentra na cognição e no comportamento humanos. Agora, como exatamente isso funciona? De acordo com a terapia racional de Ellis, o funcionamento pode ser dividido em três partes: A, B e C.

  • PARA: Refere-se à situação previdente ou estímulo do mundo externo com o qual o indivíduo está envolvido.
  • B: Trata-se do pensamento / pensamentos que o indivíduo apresenta sobre a situação ambiental (sobre A).
  • C: Explique as consequências causadas pelo pensamento. Essas consequências incluem respostas emocionais (e sentimentos) e comportamentais.

De acordo com este modelo CBT, as 3 partes (A, B e C) estão em feedback constante. A situação (A) produz o pensamento (B) e o pensamento (B) produz certos comportamentos e emoções (C). Ao mesmo tempo, emoções e comportamentos (C) realimentam o pensamento (B), tornando-o mais forte.

Não está claro o suficiente? Bem, vamos ver um exemplo!

  • PARA: Na empresa fazem redução de pessoal e me entregam a carta de demissão
  • B: Eu acho que é um grande revés, minha vida se complicou, estou preocupado, etc.
  • C: Sinto nojo, decepção e nervosismo. Eu fico em casa abatido.

Nesse caso, a demissão (A), produziu meus pensamentos de preocupação (B), que geraram emoções e comportamentos de nojo e desânimo (C). Ao mesmo tempo, ficar abatido e chateado em casa (C) aumenta os pensamentos preocupantes (B). Por ter um maior número de pensamentos (B), mudar a situação C torna-se mais complicado.

De acordo com os princípios da terapia cognitivo-comportamental, o objetivo do tratamento seria:

Por um lado o pensamento: se realizo intervenções capazes de substituir pensamentos atuais por outros mais otimistas, tais como: “Posso procurar um emprego melhor ou agora terei mais tempo para minha família”, Emoções e comportamentos também vão mudar: vou ficar mais motivado e otimista, vou procurar trabalho e ser ativo.

Por outro lado o comportamento: se apesar de estar preocupado e abatido consigo mudar meu comportamento, ser mais ativo, procurar trabalho, realizar atividades que me dêem satisfação, etc. Meus pensamentos negativos diminuirão e terei uma maior capacidade de mudar meu humor e continuar a ter aqueles comportamentos que me beneficiam.

O que acontece durante a terapia?

Ao iniciar a terapia, você será questionado sobre seus antecedentes e condição atual. O terapeuta trabalhará com você para identificar suas áreas problemáticas e vocês dois concordarão em quais delas trabalhar.

O terapeuta tentará identificar a maneira como você pensa, se comporta e como gera suas emoções e sentimentos.

Posteriormente, ele aplicará uma série de técnicas psicológicas para que você possa identificar por si mesmo sua maneira de pensar e se comportar, e lhe fornecerá conhecimentos e ferramentas para melhorar as áreas em que você tem maiores dificuldades.

Seu terapeuta provavelmente pedirá que você mantenha diários ou autorregistros para examinar seu funcionamento fora do escritório, bem como o dever de casa.

Qual procedimento é seguido?

A terapia cognitivo-comportamental consiste em 3 etapas principais.

Avaliação psicológica

O objetivo principal desta primeira etapa é conhecer o paciente como um todo. Informe-se sobre a personalidade do indivíduo, suas habilidades e aptidões e os problemas ou dificuldades psicológicas que ele pode apresentar.

Mas cuidado! Esta primeira fase não é uma simples avaliação psicológica onde o terapeuta te fornece alguns testes para que os possa preencher ... O objetivo desta primeira avaliação é muito mais do que isso. O objetivo é iniciar a relação profissional que o acompanhará durante o resto da intervenção.

Assim, esta fase da intervenção é provavelmente a mais importante de todas, pois é nela que se forja a aliança terapêutica entre o profissional e o paciente, se recolhem informações sobre este e o problema psicológico subjacente e se chegam a acordo objetivos terapêuticos.

Intervenção terapêutica

A segunda fase da terapia é a mais longa e consiste na própria intervenção psicológica.

É nesta fase, quando o terapeuta e o paciente já estabeleceram uma relação terapêutica adequada baseada na confiança e no compromisso, que começam a ser aplicadas as técnicas psicológicas voltadas para o alcance dos objetivos e mudanças previamente acordados.

Rastreamento

Esta fase começa quando o sujeito atinge um estado de melhora significativa, e não necessita mais terapia para fazer as mudanças que foram feitas até o momento na consulta. A frequência das sessões está sendo espaçada, e o objetivo é manter as melhorias e evitar recaídas.


Técnicas de terapia cognitivo-comportamental

A terapia cognitivo-comportamental contém um grande número de técnicas, as quais são utilizadas dependendo do problema a ser resolvido. Vamos ver os mais usados:

Técnicas operantes

São técnicas que visam modificar o comportamento. Consistem em fornecer estímulos de forma ordenada ao paciente, com o objetivo de que esses estímulos facilitem a modificação do comportamento problemático.

  • Técnicas operativas para aumento e manutenção de comportamentos.
  • Técnicas operativas para aquisição de novos comportamentos.
  • Técnicas operatórias para redução ou eliminação de comportamentos.

Técnicas de exposição

Consistem em abordar (expor) o sujeito de forma sistemática e adaptada àqueles estímulos que ele teme e que geram ansiedade, para que assim possa enfrentar e superar seus medos.


  • Exposição ao vivo.
  • Exposição na imaginação.
  • Exposição simbólica.

Relaxamento sistemático e dessensibilização

São procedimentos que auxiliam o indivíduo a reduzir sua tensão física e / ou mental, diminuir o estresse e a ansiedade e encontrar um estado de calma.

  • Relaxamento progressivo.
  • Relaxamento autógeno.
  • Técnicas de respiração

Aqui você pode ver mais técnicas de relaxamento.

Técnicas de enfrentamento e habilidades sociais

Habilidades sociais são comportamentos aprendidos que podem ser modificados e melhorados por meio de técnicas de aprendizagem, como as seguintes:

  • Treinamento de autoinstrução.
  • Inoculação de estresse.
  • Resolução de problemas.

Técnicas cognitivas

Essas técnicas têm como objetivo modificar o pensamento e as interpretações de eventos que podem causar desconforto e / ou comportamentos prejudiciais.


  • Reestruturação cognitiva.
  • Parando o pensamento.
  • Distração

Vantagem

Tem base científica

Talvez haja pessoas que não dêem muita importância às evidências científicas quando vão ao psicólogo, pois se pensa que os benefícios da psicoterapia estão no terapeuta do que na própria terapia.

Mas o que você pensaria se para tratar um câncer propusessem um tipo de intervenção sem evidências científicas?

Bem, a mesma coisa acontece na psicologia. Não importa o quão bom ele seja um terapeuta, se ele não usar métodos que provaram sua eficácia, provavelmente não poderá oferecer a melhor intervenção para o seu problema.

Assim, com a TCC você terá esse ponto a favor, pois em todos os estudos realizados foi demonstrado seu potencial terapêutico para os mais diversos problemas.

É eficaz para problemas graves

Como já dissemos, a terapia cognitivo-comportamental tem amplas evidências científicas e também para transtornos mentais graves, não apenas para problemas psicológicos simples.

Assim, transtornos como depressão maior, transtorno de estresse pós-traumático, ataques de pânico, fobia social ou abuso de substâncias, entre muitos outros, podem ser tratados de forma eficaz com terapia cognitivo-comportamental.

Examine as origens dos problemas

Ao contrário da psicanálise ou de outras intervenções psicológicas, a TCC não baseia suas sessões em falar sobre o passado, infância ou possível trauma com os pais.

No entanto, essa terapia enfatiza o modelo de formação de esquemas mentais durante a infância e a adolescência. A intenção é deduzir como seus esquemas mentais atuais, suas crenças e seus pensamentos foram criados, e quais técnicas serão mais eficazes hoje para você modificá-los.

Assim, embora a TCC foque no presente e não no passado, ela não negligencia as origens dos problemas e tenta examiná-los que são úteis para tirar conclusões sobre o tratamento atual.

E o que você acha da terapia cognitivo-comportamental? Você já experimentou? Isso corrobora sua eficácia?

Referências

  1. The Cognitive Behavioral Therapy Model By DR. Roberto Mainieri Caropresso.
  2. Introdução à terapia cognitivo-comportamental (TCC). Dra. Cristina Ruiz Coloma. Centro Médico Teknon. Barcelona
  3. M.A. e Angela Fang, M.A. Universidade de Boston, Boston, MA.