Agave angustifolia: características, habitat, reprodução, cultivo - Ciência - 2023
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o Agave angustifolia é uma planta que pertence ao gênero Agave. É popularmente conhecido como Maguey e pertence à família Agavaceae. Dentro do reino vegetal, faz parte do grupo das monocotiledôneas. É considerado nativo do México, onde foi domesticado devido à sua importância econômica como fonte de fibras, esteróides, bebidas espirituais e outros produtos.
Esta espécie de maguey é monocárpico perianal, pois produz flores apenas uma vez. Isso ocorre no final do seu ciclo de vida, cerca de 20 anos, após o qual ele morre. Ao longo de todo o seu ciclo de vida, as plantas se propagam basicamente por meio de seus rizomas, cujo meristema apical emerge à distância da planta-mãe, dando origem a novos indivíduos.
As flores de A. angustifolia Eles se desenvolvem nas pontas de inflorescências longas que podem atingir de 3 a 8 metros de altura. Após a floração, os bulbos originam-se de botões sob bracteoles na inflorescência.
Caracteristicas
Plantas A. angustifolia São pequenos, com até 90 cm de altura, sem considerar a inflorescência. As folhas, por outro lado, são longas e estreitas, derivando assim o epíteto de seu nome científico (angustifolia, que significa estreitas).
Do mesmo modo, as folhas são sésseis, lanceoladas, suculentas, verde-acinzentadas com margem branca e crescem em forma de roseta com diâmetro de 90-120 cm. As folhas possuem espinhos nas margens e também nas pontas, por isso o manuseio requer alguns cuidados.
Como outras espécies de Agave, A. angustifolia Caracteriza-se por ter um ciclo biológico longo, pois costuma demorar cerca de 6 a 8 anos para produzir frutos com sementes.
As flores, por outro lado, são verde-amareladas, com 5 cm de diâmetro, localizadas no final da inflorescência. As inflorescências são pontiagudas e são formadas no centro da roseta das folhas. O fruto, por outro lado, é uma cápsula deiscente com três asas.
Habitat e distribuição
Agave angustifolia É uma planta terrestre que cresce selvagem do norte do México à América Central, em ecossistemas do tipo savana, florestas espinhosas e florestas decíduas baixas, florestas de quercus-pinus, quercus, floresta tropical decidual e vegetação secundária derrubada.
É uma planta nativa da América do Norte e cultivada principalmente no México, especificamente no estado de Sonora, para a produção da típica bebida do tipo tequila, conhecida como bacanora.
Na sonora, o maguey cresce selvagem na maior parte da porção oeste da Sierra Madre, distribuindo-se aleatoriamente ou isoladamente.
Esta espécie está principalmente distribuída em ambientes áridos, e a sua importância ecológica reside na gama de espécies animais e vegetais com que estabelece associações e na sua capacidade de retenção do solo.
Esta última característica, aliada à capacidade de crescer em ambientes extremos (altas temperaturas), fazem desta planta uma candidata ideal para ser utilizada em práticas agroecológicas para restauração de solos.
Reprodução
O ciclo de vida de A. angustifolia culmina em seu florescimento. As flores abrem de baixo para cima. Cada flor, ao abrir, funciona primeiro como macho e depois de alguns dias, como fêmea.
Esse mecanismo auxilia na polinização cruzada com outras plantas, uma vez que essa espécie não pode se autopolinizar, pois as flores rejeitam o pólen da mesma planta por ser auto-incompatível.
De acordo com isso, essas plantas requerem polinizadores como morcegos ou insetos, a fim de promover a variabilidade das espécies.
Após o processo de polinização, a formação das sementes segue o processo de fertilização dos óvulos. Assim, todas as sementes de uma planta são filhas da mesma mãe, mas podem ser de pais diferentes.
Assexuadamente, o maguey pode se reproduzir por meio dos bulbilhos, clones produzidos assexuadamente e geneticamente idênticos à planta-mãe.
Da mesma forma, essas plantas podem se reproduzir vegetativamente por meio de rebentos, que emergem do solo, devido à atividade dos rizomas. Os rebentos são clones idênticos à planta-mãe.
Cultura
Por séculos tem sido usado Agave angustifolia em Sonora, México, para a produção da bebida alcoólica conhecida como bacanora. De 1915 a 1991, a produção dessa bebida foi restrita, portanto sua produção era basicamente clandestina, até a revogação da lei seca em 1992.
Em 2000, bacanora adquiriu a denominação de origem para 35 municípios do estado de Sonora, com o objetivo principal de proteger os produtores locais e garantir a qualidade da região.
O problema de crescer A. angustifolia Está na inviabilidade de estabelecimento de uma lavoura, portanto, a matéria-prima na produção da bacanora é obtida a partir de plantações silvestres. Outros achados são preocupantes, pois tem sido muito difícil conseguir essa planta, devido à deterioração ecológica dos territórios.
Ferramentas biotecnológicas como colheitas em vitro têm sido aplicados a esta espécie de agave para sua micropropagação. No entanto, o estabelecimento dessa planta no campo tem sido uma tarefa árdua. Por isso, os produtores devem levar em consideração as características físicas, químicas e biológicas do solo antes de plantá-lo.
Propriedades nutricionais
Nutricional, A. angustifolia fornece nutrientes por meio do mezcal, que é uma bebida alcoólica regional obtida por destilação e retificação de mostos preparados diretamente com os açúcares extraídos das cabeças maduras dos agaves, previamente cozidos e submetidos à fermentação alcoólica.
O bagaço, resíduo de fibra residual, é obtido após o processo de produção do mescal. O bagaço também é utilizado na alimentação, pois contém açúcares que são utilizados na culinária mexicana.
O bagaço, por sua vez, pode conter quantidades consideráveis de proteína bruta, além de fibras de celulose e lignina. Da mesma forma, contém quantidades significativas de macrominerais como cálcio, fósforo e potássio e macronutrientes como ferro, zinco e cobre. Estes são usados para alimentação animal, principalmente gado.
Referências
- Morales, A., Sánchez, F.L., Robert, M., Esqueda, M., Gardea, A., 2006. Genetic Variability in Agave angustifolia Haw. da Sierra Sonorense, México, Determinado com Marcadores AFLP. Revista Fitotecnia Mexicana, 29 (1): 1-8
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