Vícios de linguagem: tipos, exemplos e exercícios - Ciência - 2023


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ovícios de linguagem são os erros que certas pessoas cometem nos códigos linguísticos, orais ou escritos, estabelecidos pela comunidade de falantes de qualquer língua. Essas falhas dificultam a transmissão de ideias e, portanto, não permitem que o ato comunicativo ocorra. Um exemplo de linguagem imprópria é "Eu sabia que algo assim aconteceria".

Os vícios de linguagem não são novidade, sempre estiveram presentes. No mundo antigo, com as contínuas invasões que iam surgindo, era comum que aumentassem quando surgiam palavras estrangeiras introduzidas por estrangeiros em sua passagem. Hoje vemos sua ascensão novamente devido à influência das redes sociais.

Desde o início da concepção das línguas humanas, em suas diferentes variantes, há quem se desvie das normas e não se conforma com o uso adequado da linguagem. As falhas podem ser cometidas ao falar ou escrever. Esses erros no uso correto da fala são conhecidos como vícios de linguagem.


Todas as línguas humanas foram produto do acordo das massas que compõem as diferentes populações. Estas germinaram pela necessidade prevalecente dos indivíduos de transmitir as ideias que tinham. Os vícios da linguagem pareciam quebrar os esquemas e trazer confusão comunicativa.

Tipos de vícios

Entre os vícios que encontramos no dia a dia, os 10 mais comuns serão mostrados abaixo:

Barbáries

As barbáries passam a ser o mau uso na escrita ou na pronúncia das palavras que constituem uma língua.

A origem deste vício linguístico é interessante, uma vez que o termo "bárbaro", do qual deriva o conceito principal, vem do latim. bar-bar, que significa: "aquele que balbucia".

A palavra bar-bar Foi usado durante as invasões visigodos para designar inimigos, que foram rapidamente identificados por não falarem bem o latim. Com a castilianização da voz bar-bar isso passa a ser "bárbaro".


Neologismos

São palavras utilizadas por um grande número de falantes de uma língua, mas não são registradas formalmente nos dicionários.

É comum que essas palavras apareçam em subgrupos (pequenas comunidades ou "subculturas"), sendo inventadas pelas pessoas que as compõem.

O surgimento de neologismos responde à necessidade de os indivíduos designarem um nome a um comportamento ou objeto, o que não se encontra de forma convencional na língua nativa. Também aparecem como paralelos, ou seja, são palavras que passam a cumprir o mesmo papel linguístico de outra já existente.

Muitos dos neologismos permanecem nas subculturas que os engendram, mas outros transcendem a comunidade geral, chegando a se infiltrar na linguagem tradicional de tal forma que são mais tarde aceitos pela RAE.

Arcaísmo

Isso ocorre quando as palavras são usadas à sua maneira antiga para completar frases, sendo palavras úteis mais adequadas para se expressarem no momento.


Um caso muito comum nas línguas românicas (derivadas do latim) é a inclusão de latinismos ao se expressar, possuindo palavras perfeitas em espanhol que podem ser utilizadas.

Outro caso típico é o uso de formas linguísticas que, embora válidas, já caíram em desuso.

Estrangeiros

Este é o caso típico em que o falante de uma língua se refere a termos pertencentes a outras línguas para se comunicar.

Normalmente, isso acontece quando uma pessoa, um falante nativo de uma língua, deseja soar "interessante" para um grupo ao se expressar.

Geralmente ocorre, nesses casos, que o que começa como uma estratégia "intelectual", acaba sendo um obstáculo linguístico por dificultar a compreensão na comunicação.

Pleonasmo

Pleonasmo se refere ao uso desnecessário de palavras em uma frase, palavras que se presumem existir no texto por mera lógica de que são, causando redundância.

Solecismo

Esse vício da linguagem se manifesta na imprecisão ao se expressar. Quem sofre de solecismo não tem sintaxe e lógica ao falar ou escrever.

É comum vê-lo presente nas camadas sociais mais baixas, onde não há igualdade de acesso à educação. O solecismo é um dos vícios que mais tropeça no ato da comunicação.

Vulgarismo

É considerado o uso incorreto de frases ou palavras por pessoas sem cultura. Geralmente ocorre na deformação dos termos usados, ao subtrair ou adicionar letras a eles.

Decheism

É considerado o uso impróprio da preposição "de" antes da conjunção "isso". É uma das falhas de linguagem mais difundidas na América Latina.

Filetes

Esse vício em particular se refere às palavras que certas pessoas usam repetidamente ao tentar se comunicar. Geralmente se manifestam quando você não tem domínio da fala ou em momentos de nervosismo.

Cacofonia

Esse vício ocorre quando uma pessoa ao se expressar repete uma sílaba ou vogal continuamente, resultando em desconforto para quem a escuta.

Além do incômodo causado pela repetição contínua de sons, esse vício tende a dificultar a compreensão do que se quer dizer.

Exemplos de vícios de linguagem

Barbáries

- "Você não ouviu o que eu te disse?" para “Você não ouviu o que eu te disse?

(A segunda pessoa do passado do singular não tem um "s" no final, nunca)

- "O que qui?" para “o que foi?

- “Todos excelentes” para “todos excelentes”.

Neologismos

- Chanfles (o que causa espanto).

- Bitcoin (moeda virtual).

- Blogger (sujeito que tem um blog).

Arcaísmos

- Você (ao invés de você) sabia que tudo ficaria bem.

- O currículo (em vez do currículo) vitae é perfeito.

- Iluminei (por iluminado) muito bem.

Estrangeiros

– “¿E aí? " Por "o que aconteceu?"

- "Tudo está bem", para "está tudo bem."

- "Pegue aquilo" por "pegue aquilo".

Pleonasmos

- “O vento invisível” para “o vento”.

- "Saia" para "saia daí".

- “Sobe aqui para cima” para “sobe aqui”.

Solecismos

- "Que horas são amanhã?" por "que horas são?"

- "Isso não deveria ser assim, ele disse a si mesmo" por "isso não deveria ser assim, ele disse a si mesmo."

- "Ele disse saber sobre seus filhos" por "ele disse saber sobre seus filhos."

Vulgarismos

- "Que gonito" para "que lindo".

- "Insteresante" para "interessante".

- "Claro" por "claro".

Decheism

- "Ele disse que iria" para "ele disse que iria."

- "Especulou-se que seria assim" por causa "especulou-se que seria assim."

Filetes

- "A casa era linda, que eu tinha" porque "a casa era linda, eu tinha."

- “Seu nome era Juan, cujo significado” por “seu nome era Juan, significava”.

- "E ele andou e correu e saltou" para "Ele andou, correu e saltou."

Cacofonias

- Essa lente é verde.

- Amanhã ele vai amar Ana até se fartar.

- Ele ouviu outro urso sozinho.

Exercícios de vícios de linguagem

A seguir vamos expor uma série de vícios de linguagem. Você pode responder a que tipo ele pertence?

- Como está meu vocabulário? Louvável.

Resposta

Essa pergunta tem uma resposta usada com um arcaísmo, pois poderia ter usado palavras mais adequadas ao presente, como 'extenso' ou 'meritório'.

- Acho que não tem ninguém no cabeleireiro nessa hora.

Resposta

É uma barbárie, já que ele usou ‘haiga’ em vez de ‘haya’ (do verbo encontrar).

Resposta

É um uso excessivo de palavras estrangeiras.

- Ela não quer amor, ela é amorfa.

Resposta

É um neologismo. O cantor Bad Bunny intitulou uma de suas canções como "amorfa", o que, nas palavras do compositor porto-riquenho, passa a significar "amor fodido".

- Eu já fritei o peixe esta manhã.

Resposta

É uma barbárie, pois realmente está escrito ‘Fritei o peixe’ ..

- Eu acho que você está errado

Resposta

É um dequeísmo.

- Myarma, dê um abraço na sua mãe por mim.

Resposta

Na Andaluzia, Espanha, é comum usar "myarma" como um reflexo gráfico da pronúncia de "minha alma". Portanto, é um neologismo.

- Grupo de rock precisa de cantor para cantar

Resposta

Anúncios classificados como este são redundantes, portanto é um pleonasmo.

- Normalmente pergunto ao Juan quando tenho dúvidas sobre seguros, já que ele me aconselha de graça.

Resposta

O uso incorreto de preposições é um exemplo claro de solecismo. Não é correto dizer 'normal' ou 'grátis', quando deveria ser usado 'normalmente' ou simplesmente 'grátis'.

Conclusões e recomendações finais

É preciso entender que os vícios da língua representam uma pobreza no conhecimento das línguas. Está provado que a inteligência está associada ao número de palavras que são manuseadas na língua falada. Quanto mais palavras você tiver em seu léxico, mais inteligente você será.

Por isso, é importante investir tempo diariamente no aprendizado de novos termos, enriquecendo nosso banco de sinônimos e antônimos.

Habituando-nos a estes comportamentos poderemos diminuir o aparecimento de vícios e aumentaremos muito a nossa inteligência e a tão importante capacidade de comunicação.

Referências

  1. Os vícios da linguagem. (13/10/2006). (n / a): Abc.color. Recuperado de www.abc.com.py
  2. Vícios de linguagem. (S. f.). (n / a): Carvalho. Recuperado de Roble.pntic.mec.es
  3. Vícios da linguagem. (2018). (n / a): Retoricas.com. Recuperado de
    rhetoric.com
  4. Vícios de linguagem. (S. f.). (n / a): portal acadêmico CCH. Recuperado de: portalacademico.cch.unam.mx