Praxeologia: o que estudar, fases e exemplo - Ciência - 2023


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o praxeologia é uma abordagem metodológica que estuda a lógica da ação humana. Parte da ideia de que todas as ações realizadas pelo homem têm um propósito e são realizadas para cumpri-lo. Ao contrário das ciências naturais, a praxeologia não se baseia na observação, mas na dedução lógica.

Isso porque o ser humano muda e se desenvolve, então a observação não é suficiente. A praxeologia nasceu e se desenvolveu dentro das ciências econômicas e é característica da Escola Austríaca. Desenvolvido pelo economista Ludwig Van Mises, teve prestígio entre as ciências sociais e a filosofia da ciência em meados do século XX.

Embora a praxeologia tenha sua base sólida na economia - pois ajuda a explicar o porquê das decisões do consumidor e a escassez de meios que levam à ação - ela também pode explicar fenômenos como guerra, votação e a teoria da jogos.


O que a praxeologia estuda?

Depois de estudar os complexos comportamentos humanos que são acompanhados por teorias econômicas, Ludwig Von Mises, da Escola Austríaca de Economia, conseguiu identificar que o estudo desses processos econômicos também explica a natureza da tomada de decisão humana.

Seu estudo centra-se na dedução lógica e nas verdades universais, de modo que os métodos científicos de observação das ciências naturais não são suficientes para descrever o humano e sua racionalidade, sua volatilidade e sua constante mudança de esquemas dia a dia após interagir com o mundo.

Metodologia

A diferença entre o método de estudo quantitativo - abordagem positivista - e a praxeologia - voltada para o ser humano - é que enfoca objetos de estudo que agem e tomam suas próprias decisões, uma vez que não são regidos por um simples sistema de causa e efeito.

Os humanos têm propósitos e objetivos, enquanto o resto dos objetos ou corpos quantificáveis ​​não têm consciência; eles se movem ou são movidos, mas não são eles que escolhem o caminho a seguir, nem têm a capacidade de mudar de idéia.


Essa diferença pode ser explicada com o exemplo de uma estação de trem movimentada; quem estuda as pessoas pela mera observação só pode dizer que elas estão com pressa e vão de um trem a outro. Por outro lado, do ponto de vista praxeológico, segue-se que as pessoas caminham pela estação porque procuram chegar ao seu destino.

Fases da abordagem praxeológica

Vejo: coletar, analisar e sintetizar informações, tentando entender o problema. Who? Por quê? Onde? Quando? Como

Juiz: é uma fase em que você reage e se pergunta o que pode ser feito? Várias teorias são levadas em consideração e a empatia é desenvolvida.

Aja: é a fase de ação; O que fazemos exatamente?

Retorno criativo: é uma fase de reflexão; O que aprendemos com o que foi feito? É uma fase para orientar a prática profissional.

Diferenças com psicologia

O "axioma" ou pressuposto da praxeologia é que toda ação humana tem um propósito. Essas ações são conscientes e têm um propósito objetivo; Por outro lado, ações inconscientes são aquelas que ocorrem involuntariamente, como reflexos corporais, doenças e tudo que está além do nosso alcance.


Isso diferencia a psicologia da praxeologia, uma vez que a primeira se concentra no estudo dos processos mentais anteriores à ação, enquanto a segunda estuda a própria ação, sem se preocupar com os motivos subconscientes que levam à ação.

Preferência vs. escolha

A praxeologia faz a diferença entre preferir e escolher. Preferências são aquelas que ocorrem quando as opções estão fora de nosso alcance, como o clima.

Pode-se preferir o dia de sol e não o nublado, mas a preferência só existe porque não controlamos essas condições climáticas.

Em vez disso, a escolha começa com a identificação do que queremos, determinando nosso caminho para esse fim e tomando medidas para finalizar o processo. Da mesma forma, uma vez que você não pode escolher duas opções ao mesmo tempo, desistir de algo faz parte tanto da ação quanto escolher.

Os pré-requisitos para ação

Segundo a praxeologia, o momento anterior à ação é que o indivíduo está insatisfeito com o meio ou com a situação em que se encontra, por isso busca mudar esse estado por meio da ação e assim conseguir que suas condições sejam favoráveis ​​ou melhores para aqueles antes de agir.

Os três pré-requisitos para agir são:

- Estar em um estado de insatisfação.

- Imagine-se em um plano onde essa insatisfação não existe.

- Acredite que a ação que você tomar será eficaz para alcançar essa mudança.

Eliminar um desses requisitos quebraria o conceito de que toda ação tem um propósito. Portanto, não importa o quão grande ou minúsculo seja uma ação, se ela pode ser descrita como "proposital", os pré-requisitos da ação são necessários.

O humano decide, determina e escolhe, mesmo nas ocasiões em que parece agir impulsivamente.

Fins, meios e a escala de valores

Quando a pessoa age, o resultado que ela busca alcançar é conhecido como "fim" ou "meta". Para agir você deve primeiro estar em um ambiente de insatisfação, então o "fim" é o cenário onde essa insatisfação não existe mais. O meio é o que a pessoa usa para obter o resultado.

Pela forma lógica como atua, a praxeologia identifica a escala de valores de uma pessoa de acordo com sua forma de escolher. Se alguém estiver indeciso entre duas opções, como ir a um jogo de futebol ou assistir a um show, aquela que escolher será entendida como a mais desejada.

Em áreas como a economia é importante entender isso, pois explica os padrões de consumo da população; superficialmente muitas decisões parecem irracionais, quando na realidade é uma escala de valores onde o que é mais importante para o usuário nem sempre é o mais lucrativo ou prático.

Exemplo

Podemos ilustrar isso com um exemplo: uma pessoa com afinidade com a natureza busca economizar e decide usar seu jardim em vez de pagar por ele.

Se essa pessoa tivesse se esforçado para ganhar dinheiro, poderia ter pago a alguém para consertar seu jardim e evitar o trabalho pesado. No entanto, essa pessoa valoriza o seu interesse por plantas mais do que tempo ou preço.

Referências

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