Romantismo no México: contexto histórico, características, representantes - Ciência - 2023


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Romantismo no México: contexto histórico, características, representantes - Ciência
Romantismo no México: contexto histórico, características, representantes - Ciência

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o Romantismo no México Foi uma tendência artística que surgiu após a independência do país e perdurou até a eclosão da Revolução Mexicana. Suas principais características eram a solidão, os temas sepulcrais e a melancolia.

O contexto histórico em que essa tendência se desenvolveu foi o da construção de um novo país. Para isso, foi necessário deixar de lado os costumes e tradições coloniais, de modo que o nacionalismo se tornou uma das facetas mais presentes nas obras românticas. Além disso, os costumes e as vozes populares também foram refletidos e os personagens mexicanos foram introduzidos.

O precursor dessa tendência no México foi José Joaquín Fernández de Lizardi, que escreveu no El Pensador Mexicano, jornal fundado por ele mesmo, artigos críticos ao governo colonial. Além disso, ele também foi o autor do primeiro romance mexicano, el Periquito Sarniento, que incorporou alguns dos traços característicos do romantismo.


Posteriormente, no período histórico denominado Porfiriato, o Romantismo impôs-se definitivamente como a tendência artística mais seguida no país. Naquela época surgiram duas tendências distintas: os costumes e os culto.

Contexto histórico e origem

O Romantismo nasceu na Alemanha e no Reino Unido no final do século XVIII. No início, foi uma reação ao racionalismo e ao classicismo. Os românticos colocaram o sentimento no centro de suas obras e quebraram as regras estilísticas clássicas.

Da independência ao Porfiriato

O romantismo chegou ao México da Espanha e da França. Como na Europa, foi uma reação contra o neoclassicismo, mas com um grande componente de rejeição à tradição e aos privilégios, então representados pelas elites coloniais.

Alguns autores marcam o surgimento do Romantismo no México no próprio Grito de Dolores, apelo com que começou a Guerra da Independência. Outros, entretanto, afirmam que não apareceu até que o conflito terminou.


Desde a declaração de independência, o México passou por um longo período caracterizado pela instabilidade política. Além disso, havia urgência em alcançar a afirmação nacional. Esse nacionalismo e a celebração do triunfo da liberdade foram dois dos aspectos que mais se refletiram nas obras românticas.

Precursores

O precursor do movimento romântico no México foi José Fernández de Lizardi. Durante os primeiros anos da Guerra da Independência, ele editou um jornal chamado El Pensador Mexicano, no qual publicou artigos críticos ao governo do vice-reino.

Mais tarde, em 1816, Lizardi publicou o romance O periquillo sarniento. Esta obra tem muitas características românticas e tradicionais.


Por outro lado, a literatura do Romantismo mexicano foi promovida a partir da criação da Academia Letrán em 1836. Essa associação, cuja atividade durou dois anos, buscou mexicanizar a literatura e se emancipar do espanhol. Seus componentes passaram a ser fixados na produção de outros países, principalmente da França.

O porfiriato

O longo governo de Porfirio Díaz, conhecido como Porfiriato, promoveu a criação artística em todos os seus gêneros. Durante essa época, a arte mexicana recebeu muitas influências da Europa, especialmente da França.

O Romantismo foi a corrente mais seguida neste período, embora dividido em duas tendências distintas: o culto e os costumes.

Características do Romantismo mexicano

O Romantismo mexicano compartilha a maioria das características desse movimento nascido na Europa. No entanto, também possui peculiaridades próprias geradas pelo contexto histórico que o país viveu.

Dessa forma, o Romantismo no México não apareceu como uma reação contra o neoclássico. Em vez disso, os artistas mexicanos procuraram expressar suas tradições e costumes.

Essa corrente também se caracterizou por combinar jornalismo, positivismo, política ou liberalismo, todos com uma grande dose de nacionalismo.

Temático

Artistas românticos refletiam solidão, temas sepulcrais e melancolia em suas obras. No México, como já foi apontado, seu caráter nacionalista, o uso da linguagem popular e de caracteres mexicanos também se destacaram.

Por outro lado, as representações artísticas do Romantismo dominaram o subjetivismo e o individualismo, além dos sentimentos e emoções sobre a razão e a objetividade. Por isso, imaginação e fantasia eram aspectos muito presentes.

Da mesma forma, possivelmente devido ao contexto histórico, esses artistas estavam muito atentos aos problemas sociais. Liberdade, morte e loucura foram temas amplamente utilizados em todos os gêneros.

Literatura do Romantismo

Em resposta ao racionalismo e ao neoclássico, a literatura do Romantismo teve que dar importância ao indivíduo e proclamou a liberdade em todas as áreas. Para essa corrente, o sentimento era mais importante do que a razão e, em muitas ocasiões, os românticos exaltavam a solidão e a insatisfação.

Na literatura produzida no México, sobressaíram o ensaio político e as arengas revolucionárias.

Pintura do romantismo

A pintura romântica no México teve um tema que se destacou dos demais: a paisagem. Este tipo de pintura foi desenvolvido até ao século XIX, primeiro por pintores estrangeiros que se instalaram no país após a independência e, posteriormente, na Academia de San Carlos.

Música

A música mexicana do Romantismo recebeu grande influência da Europa. Como havia acontecido naquele continente e como no resto da América Latina, o piano foi o instrumento que mais ganhou destaque.

Representantes e obras

Manuel Acuña

Manuel Acuña é considerado o maior expoente da literatura do Romantismo no México. Nascido em Saltillo, mudou-se para a Cidade do México para estudar matemática e filosofia, além de algumas línguas. Mais tarde iniciou os estudos de medicina, mas a sua morte, aos 24 anos, impediu-o de os concluir.

Apesar de sua morte precoce, sua carreira literária foi bastante frutífera. Sua primeira obra, uma elegia à morte de Eduardo Alzúa, foi publicada em 1869. Nesse mesmo ano, fundou a Sociedade Literária Nezahualcóyotl junto com vários intelectuais.

Entre suas obras mais destacadas estão O passado, um drama que foi encenado com grande sucesso de público e crítica, e Noite para Rosário, um poema dedicado a Rosario de la Peña.

Manuel maria flores

O escritor e poeta Manuel Marías Flores nasceu em San Andrés Chalchicomula, em 1840. Aos 19 anos teve que abandonar os estudos de filosofia para participar da Guerra da Reforma do lado liberal.

Posteriormente, durante a Segunda Intervenção Francesa, Flores foi capturado e confinado na Fortaleza de San Carlos de Perote. Após a sua libertação, em 1867 tornou-se deputado e, na esfera cultural, integrou um grupo de escritores agrupados em torno de Ignacio Altamirano.

Seu trabalho mais importante foi Flor da Paixão, um livro que compilou poemas e outros tipos de escritos. Além disso, um diário de sua vida intitulado Rosas caídas foi lançado postumamente.

Jose maria velasco

O maior expoente do paisagismo na pintura mexicana foi José María Velasco. Ao contrário do resto de seus contemporâneos, que preferiam temas religiosos, folclóricos ou mitológicos, o pintor nascido em Temascalcingo em 1840, optou por refletir os países mexicanos.

Os especialistas destacam sua ótima técnica e o uso de cores. Essas qualidades estiveram muito presentes em suas pinturas que representaram o Vale do México.

Ernest Elorduy

Nascido na cidade de Zacatecas em 1854, Ernesto Elorduy Medina foi um dos mais importantes pianistas e compositores dos últimos anos do período romântico no México.

Dentro de sua obra, os ritmos da dança se destacaram. Estas foram reproduzidas nas salas onde se realizavam as típicas reuniões sociais durante o século XIX.

Referências

  1. Illades Aguiar, Carlos. O nacional-popular no Romantismo mexicano. Obtido de uam.mx
  2. Música no México. O romantismo. Obtido em musicaenmexico.com.mx
  3. Perales Ojeda, Alicia. Associações da corrente literária do romantismo (1836-1867). Obtido em elem.mx
  4. Ruth Hill, Roberto González Echevarría. Literatura latino-americana. Obtido em britannica.com
  5. A biografia. Biografia de Manuel Acuña (1849-1873). Obtido em thebiography.us
  6. Bargellini, Clara. Velasco, José María (1840–1912). Obtido em encyclopedia.com