Talassofobia (medo do oceano): por que acontece e como tratá-la - Médico - 2023
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Pode haver algo melhor do que relaxar à beira-mar, tomar sol na praia e tomar longos banhos de água salgada? Muitas pessoas vão ao mar quando precisam de um pouco de sossego, outras o procuram para praticar todo o tipo de desportos náuticos ou simplesmente colocar óculos de protecção e nadar.
Pessoas que sofrem de talassofobia não podem dizer o mesmo, um tipo de fobia que gera um medo irracional da presença real ou imaginária dos mares e oceanos e a presença de grandes corpos d'água que se estendem até o horizonte. Para essas pessoas, estar perto do mar pode se tornar um verdadeiro inferno. Para quem sofre de talassofobia, a simples ideia de colocar o pé na água causa pânico.
A psicologia identificou muitos tipos de fobias: vertigem, claustrofobia, agorafobia ... Nelas, o indivíduo que as sofre tem ataques de pânico, ansiedade e até problemas respiratórios. Bem, a mesma coisa acontece com a talassofobia, mas o medo é causado pelo mar. Neste artigo vamos falar sobre esse tipo de fobia, quais podem ser suas causas e como pode ser tratada.
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O que é talassofobia?
A talassofobia refere-se a um tipo específico de fobia em que existe um medo excessivo e recorrente de grandes massas de água, especialmente do mar ou oceano. Pessoas que sofrem dessa fobia sentem terror e grande ansiedade quando expostas a esse elemento específico. Não importa o quão seguro seja o ambiente marítimo ao qual você se aproxima, já que uma pessoa com talassofobia teme o mar até em sua imaginação.
Se formos à sua origem etimológica, o termo vem do grego "Thalassa", que significa oceano; e a palavra "Phobos", que se refere ao medo. É uma fobia clinicamente reconhecida e existem terapias específicas para superá-la. Deve ser esclarecido que todos podem se sentir ameaçados no mar em uma situação perigosa, se estamos em um navio e ele afunda é muito normal sentir medo. No entanto, a talassofobia é um medo irracional do oceano.
Na talassofobia existem dois aspectos: há pessoas que sentem um grande terror que uma criatura aquática possa sair do fundo e atacá-los, enquanto há outros que sentem um grande medo de ficar presos na água sem a possibilidade de retornar à costa ou à superfície.
Essa fobia não é a mais comum e geralmente não é particularmente preocupante. Mesmo assim, se seus sintomas são muito graves ou impedem a pessoa de levar uma vida normal, é recomendado que a pessoa receba algum tipo de tratamento psicológico.
Sintomas
Quando uma pessoa que sofre desta fobia se aproxima de áreas com águas profundas, um de seus As primeiras reações podem ser ansiedade e o desenvolvimento de todos os seus sintomas, como pressão no peito, falta de ar, tonturas e palpitações.
Se a ansiedade se tornar muito intensa, a pessoa pode sofrer um ataque de pânico, tendo a sensação de que vai perder o controle para sempre ou até mesmo acreditar que vai morrer. Nos casos mais extremos, a pessoa com talassofobia pode experimentar essas sensações sem estar na frente da água. Portanto, apenas pensar no mar ou ver uma imagem relacionada pode desencadear as sensações anteriormente expostas.
Continuando com o tema, quando exposta ao mar ou ao oceano ou a qualquer lugar com grande quantidade de água (como um lago), a pessoa pode começar a ter pensamentos de tipo obsessivo, recorrentes e irracionais. Porém, a pessoa sabe que esses pensamentos não são racionais, mas não consegue se livrar deles facilmente, o que gera muita frustração. A intensidade desses pensamentos irracionais aumenta à medida que você entra em contato com a água e ainda tem esses pensamentos.
Devido a essas sensações desagradáveis que a pessoa experimenta ao estar perto do mar, ela tende a evitar o contato com o estímulo que desencadeia a ansiedade. Desta maneira, a pessoa, sempre que possível, evitará se aproximar de locais onde haja grande quantidade de água. Isso não é problema para quem mora no interior. Porém, se o indivíduo deve permanecer próximo ao litoral, a talassofobia pode ser um obstáculo para o desenvolvimento normal de seu dia-a-dia.
Causas
Mas qual pode ser a causa dessa fobia? Da mesma forma que acontece com as outras fobias, não existe uma causa óbvia que cause a talassofobia. Mesmo assim, pode-se dizer que há uma série de fatores que, somados, podem causar seu aparecimento.
Especialistas em psicologia dizem que as principais razões para ter uma fobia do mar é tendo tido uma experiência negativa no passado relacionados a grandes áreas de água. Essas experiências ruins podem ser: tentativas de afogamento, naufrágios, acidentes na água ou a perda de um ente querido no mar.
Essas experiências podem gerar uma pegada emocional muito grande, que pode ser associada a um amplo catálogo de estímulos.Esses estímulos, quando capturados, podem desencadear um estado fisiológico e emocional muito semelhante ao que foi sentido na experiência traumática original.
Por exemplo, um dos motivos mais frequentes para o aparecimento de fobias é ter testemunhado um evento traumático na infância. Pode ser que uma criança tenha tido problemas graves no mar e, se não for tratada corretamente, à medida que cresce pode desenvolver este tipo de fobia.
Além disso, os pensamentos irracionais que mencionamos antes como sintomas podem, às vezes, agir também como causas, ativando um mecanismo que age como um peixe mordendo o rabo. A pessoa, dando tantas voltas aos supostos perigos do mar, pode acabar criando um transtorno de ansiedade.
Por fim, deve-se levar em consideração que existem pessoas que apresentam certa predisposição genética para reagir com grande ansiedade a situações que sentem que podem perder o controle. Nas fobias, sabe-se que um dos fatores que mais causam estresse é não conseguir controlar os ataques de ansiedade.
Tratamento
Na maioria dos casos, a talassofobia não requer nenhum tipo de tratamento. Porém, Quando a ansiedade gerada por esta fobia é muito intensa e interfere no desenvolvimento da vida da pessoa, é necessária a realização de uma intervenção psicológica.
Felizmente, a talassofobia tem um bom prognóstico, pois, na maioria dos casos, as fobias específicas respondem muito bem ao tratamento psicológico. Ao realizar algumas sessões e realizar atividades que devem ser realizadas de forma autônoma, a maioria dos casos melhora de forma relativamente rápida, chegando ao ponto em que o nível de ansiedade que desencadeia o estímulo traumático diminui significativamente.
O trabalho realizado por meio da terapia psicológica baseia-se na mudança de pensamentos obsessivos por outros mais adaptativos e racionais. Isso deve ajudá-lo a compreender que não existe perigo real e que seus pensamentos irracionais exacerbam o medo. Outra das técnicas mais utilizadas para tratar a talassofobia é a "exposição progressiva". Consiste em expor o sujeito ao que o assusta de forma controlada, e ter estabelecido uma série de objetivos.
Em outras palavras, para superar o medo de águas profundas, o terapeuta expõe cada vez mais a pessoa a situações em que está em contato com ela. À medida que avança, aumenta a dificuldade dessas experiências, sempre sob a supervisão direta do profissional. Dessa forma, a pessoa será cada vez mais capaz de controlar seu medo e enfrentar seus medos.
Diferenças de outros transtornos semelhantes
Existem outras fobias semelhantes à talassofobia: como a batofobia e a hidrofobia. Embora a princípio os sintomas e os estímulos que os geram possam ser semelhantes, existem várias diferenças.
Batofobia é o medo extremo e irracional das profundezas. Portanto, as pessoas que sofrem dessa fobia reagem com ansiedade e angústia a situações em que não conseguem ver o pano de fundo do local onde se encontram. Por outro lado, na talassofobia o medo aparece na presença de grandes massas de água, independentemente da sua profundidade.
A hidrofobia, ao contrário, é o medo da água como elemento. Nessa situação, o medo se espalharia não só ao entrar, mas também nas situações em que fosse exposto a qualquer tipo de contato com a água. Por exemplo, uma pessoa com hidrofobia pode ter medo de entrar em cavernas com umidade, aproximar-se de fontes, torneiras, poças ...