Pólis grega: características, organização social e política - Ciência - 2023


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Pólis grega: características, organização social e política - Ciência
Pólis grega: características, organização social e política - Ciência

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As policiais gregos eram os nomes dados às cidades-estados características da Grécia clássica. Esse tipo de unidade política e administrativa surgiu no final da Idade das Trevas, quando vários centros populacionais se agrupavam em um processo denominado sinecismo.

A Grécia Antiga não existia como país no sentido moderno, mas era constituída por um grande número de polis independentes com características sociais próprias. Apenas diante de uma ameaça externa os policiais se uniram e agiram como uma entidade comum. Enquanto isso não acontecia, os confrontos entre eles eram frequentes.

Entre as polis mais importantes estavam Atenas, Esparta ou Olímpia. Embora suas estruturas políticas variassem, um dos pontos em comum foi a criação do conceito de cidadão. Além desses, nas cidades-estado também residiam outros habitantes livres, mas não cidadãos e, na parte inferior da sociedade, escravos.


Enquanto Esparta se distinguia como sociedade militarizada, outras polis, como Atenas, logo se destacaram pela importância atribuída à filosofia. Naquela época, a filosofia também se preocupava em teorizar sobre a política, por isso as obras de autores como Sócrates influenciaram a organização administrativa.

Origem

Pólis era o nome dado às cidades-estado que constituíam a Grécia Antiga. Eram unidades administrativas independentes compostas pela cidade central e pelas terras que a circundavam.

Embora não haja um consenso absoluto sobre a data de seu aparecimento, geralmente se considera que eles se originaram no final da Idade Arcaica.

Idade Média, Era das Trevas

A Idade das Trevas inclui o período histórico que vai desde 1200 a. C a 750 a. C. No final desta era é quando os policiais começam a aparecer.

Já durante a Idade do Bronze surgiram os antecedentes dessas cidades-estado, mas o fim da civilização micênica causou uma crise nos centros urbanos. Por esse motivo, durante a maior parte da Idade das Trevas, as cidades não tiveram grande importância.


Genos ou oikos

Segundo historiadores, a origem da polis está na união dos oikos. Esses eram clãs inicialmente familiares e mais tarde mais amplos, que eram governados pelo Basileu.

A certa altura, vários oikos decidiram aceitar uma única autoridade para pôr fim aos conflitos abertos entre eles. Para o século VIII a. C essa união levou à criação de autênticas cidades-estado: a polis.

Junto com os membros plenos do oikos, a polis também abrigava os escravos pertencentes a cada clã e que eram essenciais para a economia da época.

Discrepâncias na data de origem

Apesar do exposto, existe uma corrente historiográfica que avança a origem da pólis até o século IX aC. Estes são baseados no fato de que a formação no século 8 aC. C de algumas colônias que tinham características de cidades-estados. O ponto principal é que, para replicar essa estrutura nas colônias, a pólis deve ter surgido antes.


Uma das evidências arqueológicas que parece confirmar essa opinião são os restos de Esmirna. Este foi construído por volta de 850 AC. C e era composta por cerca de 500 casas rodeadas por um muro.

Da mesma forma, os defensores de colocá-lo no século 9 aC. C o aparecimento da pólis indica que Homero descreveu cidades desse tipo em seus poemas.

Evolução da polis

Como acontece com todas as organizações administrativas, a pólis grega evoluiu com o tempo. No início, seu sistema era aristocrático, com os nobres controlando o governo da cidade-estado.

Com o passar do tempo, o Basileu foi perdendo para o poder político e econômico. Ele apenas manteve seu poder religioso intacto. Isso aumentou ainda mais a influência da aristocracia.

Esse sistema foi o dominante até o início da era arcaica, época em que a nobreza teve que começar a compartilhar seu poder com outros grupos.

A crise que pôs fim ao domínio da aristocracia aconteceu entre o século 7 aC. C e VI a. Foi então que ocorreu a chamada estase, que fez com que a polis adotasse um sistema de tirania.

Da pólis arcaica à pólis clássica

O próximo passo na evolução da pólis veio quando as classes desfavorecidas se uniram às da posição intermediária para exigir melhorias em sua situação.

As autoridades da polis responderam a essa demanda nomeando magistrados especiais, que eram, na prática, autores de nova legislação. As leis elaboradas visavam amenizar os conflitos surgidos.

Embora o resultado varie dependendo da pólis, um sistema sem precedentes até hoje começou a se desenvolver em Atenas: a democracia.

Caracteristicas

Os diferentes policiais tinham características próprias. No entanto, alguns foram compartilhados pela maioria deles.

Pequena extensão territorial

Entre os elementos comuns a todas as polis gregas estava o pequeno território que cada uma dominava.

Como regra geral, a polis consistia em uma cidade na qual estavam localizados edifícios administrativos, religiosos, comerciais e políticos. Em torno desse núcleo urbano, a pólis dominava uma pequena faixa de terra destinada ao cultivo.

O tamanho da maior parte da polis não ultrapassava 90 quilômetros quadrados. Sua população variou de 3.000 a 5.000 habitantes. As exceções a esse pequeno tamanho eram Atenas e Esparta, as duas potências da região.

Independência política e econômica

Embora o conceito de estado-nação ainda não tivesse nascido, cada pólis grega poderia ser considerada um estado independente. Cada um tinha seu próprio governo e sistema administrativo, e as guerras entre eles eram frequentes.

Outro elemento comum na polis era sua independência econômica. Cada cidade tinha sua própria moeda e sua própria maneira de organizar o comércio.

A estrutura social

A sociedade da Polis era composta por várias classes diferentes. A grande novidade foi o surgimento do conceito de cidadão. Essas eram aquelas pessoas livres com direito a voto.

Por outro lado, as polis eram sociedades escravistas. Os escravos eram prisioneiros de guerra, embora alguns tenham chegado a essa posição por causa das dívidas que contraíram.

Organização arquitetônica da pólis

Essas cidades-estado costumavam ser muito semelhantes em termos de organização urbana.Assim, eles tinham uma cidadela ou fortaleza chamada acrópole que ficava no terreno mais alto da área urbana. Foi nessa cidadela que se localizaram os edifícios dedicados à religião, economia e política.

Esses centros urbanos se organizavam em torno de um grande espaço público, uma espécie de praça central: a ágora. Era onde se construía o mercado e se realizavam as atividades culturais.

Por fim, as muralhas desempenharam um papel fundamental na defesa da cidade. Conforme a pólis ganhou força, as paredes aumentaram de tamanho.

Organização política

No início, as polis eram governadas por monarcas. Mais tarde, estes foram perdendo seu poder nas mãos de uma oligarquia formada pela aristocracia. O próximo passo foi o surgimento de tiranias baseadas no governo de um líder poderoso. Finalmente, em algumas das cidades-estado, a democracia prevaleceu.

Basileus

Conforme observado, a pólis começou como monarquias, embora os monarcas não acumulassem todos os poderes. O Basileus, nome dado ao rei, acumulava poderes religiosos, militares e judiciais.

A seu lado a nobreza governava, com funções de controle para que o monarca não se exagerasse. Esses aristocratas eram donos das melhores terras agrícolas e, com o casamento de seus descendentes, acumularam mais poder econômico e político.

Com o tempo, a aristocracia começou a privar o Basileu de muitos de seus poderes, eventualmente se tornando os governantes das cidades.

Evolução política

Os aristocratas, quando chegaram ao poder na polis, reservaram o acesso aos cargos mais importantes do Conselho. No entanto, várias crises acabaram fazendo com que surgissem diferentes tiranos que acabaram com o domínio aristocrático.

Já no período Arcaico, a polis passou por mudanças em suas estruturas sociais e econômicas. Essas transformações, por sua vez, acabaram promovendo mudanças no sistema político que permitiram ao povo participar das decisões.

Embora, em comparação com o conceito atual, fosse mais uma plutocracia do que uma democracia, representava uma forma totalmente diferente de governar.

Democracia e o conceito de cidadão

No plano político e social, não há dúvida de que uma das grandes novidades introduzidas pela polis grega foi a criação do conceito de cidadão.

A partir desse momento, os homens livres habitantes da polis passaram a ter direitos políticos, como poder votar.

Nem todos os habitantes podem adquirir o status de cidadão. Assim, estrangeiros, mulheres, escravos e libertos não podiam ser.

Deve-se notar que esse novo sistema político, a democracia, não atingiu todas as polis gregas. Um dos mais importantes, Esparta, manteve seu governo baseado na aristocracia.

Instituições políticas

Embora tenha havido exceções, a maioria das polis criou instituições muito semelhantes, embora as denominações possam variar.

Entre os mais comuns estavam a Assembleia, o grupo de cidadãos, o Conselho, que assessorava o governo e os Magistrados, funcionários de cada cidade-estado.

Organização social

Como já foi apontado, uma das bases da sociedade polis foi o surgimento do conceito de cidadão. Para isso, foram levadas em consideração questões como a riqueza ou a condição de pessoa livre ou não.

Cidadãos ou politai

Os cidadãos eram os únicos que tinham todos os direitos políticos e civis. Essa condição foi conquistada pelo nascimento e significou a aquisição de algumas responsabilidades com a cidade-estado.

Essas responsabilidades iam de militares a políticas e judiciais. Em todas essas áreas, os cidadãos podem e devem participar ocupando cargos de responsabilidade.

Finalmente, eles também foram obrigados a pagar algumas taxas especiais para cobrir cerimônias públicas ou festivais.

Não cidadãos, mas livres

Entre os homens livres, como as mulheres eram governadas por outro sistema social, havia alguns grupos que não eram considerados cidadãos. Entre esses grupos estavam, por exemplo, estrangeiros que viviam na polis.

Classes sociais não livres

As polis gregas eram sociedades em que abundavam os escravos. Esses costumavam ter atingido essa condição por motivos de guerra, como muitos descendentes de derrotados. Da mesma forma, crianças indesejadas podem acabar tendo esse destino, assim como aquelas que não puderam pagar suas dívidas.

Havia dois tipos de escravos: públicos, cujo dono era o Estado, e privados, que pertenciam a proprietários privados. Não sendo considerados livres, esses escravos não gozavam de nenhum tipo de direito político. Em vez disso, eles poderiam comprar sua própria liberdade e se tornar pessoas livres, mas nunca cidadãos.

Esparta

Como uma sociedade militarizada e aristocrática, Esparta tinha algumas características únicas. Assim, apenas os nascidos de mães e pais da cidade-estado poderiam ser considerados espartanos. Seu único trabalho era o serviço militar.

Como no resto da polis, esses cidadãos eram os únicos com direitos políticos, algo do qual as mulheres estavam excluídas.

Organização econômica

A base da economia de toda a Grécia antiga era a agricultura, embora em muitas áreas seus campos fossem bastante improdutivos. No início do século IV aC, a pólis passou a desenvolver atividades artesanais, bem como a fomentar o comércio.

Outro aspecto característico da economia da pólis era o uso de escravos para as tarefas mais difíceis.

agricultura

Embora a orografia da península helênica dificultasse o cultivo de muitas áreas, a polis utilizava as planícies para o cultivo de produtos como videiras, cereais, azeitonas ou vegetais.

Essas terras estavam nas mãos de grandes proprietários e os agricultores com menos terras tiveram que se limitar à atividade de subsistência.

Trabalhos manuais

O artesanato no início da polis era praticamente apenas para uso doméstico. Aos poucos, isso foi mudando até o século 4 aC. C, essa atividade desempenhou um papel importante no comércio das cidades-estados.

No início, era uma atividade exercida apenas por mulheres, mas quando mais produção se tornou necessária, a polis passou a usar escravos como mão de obra.

Além dos têxteis, que se tornaram muito famosos, os policiais também trabalhavam em couro, metal ou argila. Esses materiais eram manuseados em oficinas especializadas e, na maioria das vezes, pertenciam a famílias específicas.

É considerado o ano 429 a. C como o ponto de inflexão no artesanato da pólis. A partir daí surgiu uma classe social formada pelos donos dessas oficinas. Este novo grupo logo conseguiu acumular uma riqueza significativa.

Comércio

Se a orografia grega era um entrave ao desenvolvimento da agricultura, sua localização geográfica deu-lhe a oportunidade de ser uma potência comercial, especialmente no setor marítimo.

Seus navios logo estavam indo para o Egito, Itália e Mar Negro em busca do trigo de que precisavam, enquanto carregavam outras mercadorias para vender.

O comércio tornou-se tão importante que uma nova classe social se desenvolveu: os emporoi ou mercadores. Estes tiveram que pagar tributo por cada carga transportada.

Pólis grega principal

As duas grandes potências da Grécia antiga eram Atenas e Esparta. Os dois tinham sistemas políticos, sociais e comerciais diferentes e se enfrentaram em várias ocasiões. Além disso, houve também outras pólis importantes, como Olímpia ou Corinto.

Atenas

O nome da cidade vem da deusa Atena, que, segundo o mito, reivindicou a área após derrotar Poseidon.

Segundo historiadores, os primeiros habitantes se estabeleceram em Atenas por volta de 3000 aC. C. A cidade inteira foi construída tendo a Acrópole como seu centro nervoso. Já por volta de 1400 a. C, tornou-se um importante assentamento dentro da civilização micênica.

Atenas, ao contrário de Esparta, não focou seu desenvolvimento no poder militar. Sua importância baseava-se em suas atividades comerciais, principalmente marítimas. Em parte, esse compromisso com o comércio se devia à pobreza das terras que cercavam a cidade.

Com o tempo, Atenas foi o centro de toda a civilização grega clássica. Nele, a filosofia atingiu níveis nunca vistos e foi também o local onde se desenvolveu a democracia.

Esparta

Junto com Atenas, Esparta se tornou a outra grande pólis de seu tempo. Seu poder era baseado em seu poderio militar.

O exército de Esparta era o único profissional em toda a Grécia. Cada um de seus componentes recebeu uma fazenda e os escravos necessários para seu trabalho.

Sua origem está na união de cinco aldeias. Estes, já reunidos em uma cidade-estado, iam conquistando as cidades vizinhas. Com o tempo, seu poder aumentou e eles começaram a atacar outras cidades-estados até controlar quase todo o Peloponeso.

O governo de Esparta nunca evoluiu para a democracia. À frente da pólis estava uma casta composta de guerreiros.

Seu poder tornou-se tão grande que, para derrotá-lo, uma grande aliança teve que ser formada entre as polis principais. Finalmente, o 362 a. C, Esparta foi derrotado pelos tebanos e começou seu declínio.

Marrom

Como era costume entre a pólis grega, Corinto foi erguida de uma área rochosa elevada. A cidade era cercada por uma grande muralha que descia daquela rocha até chegar a um porto artificial.

Por um tempo, Corinto conseguiu se posicionar quase no mesmo nível de importância de Atenas e Esparta. Foi também onde começaram as expedições de colonização à Sicília e Corfu.

Corinto foi uma das cidades-estado mais duradouras, mantendo sua importância muito depois do início do domínio romano.

Pergamon

Parte das polis mais importantes estava localizada na Ásia Menor, território localizado na atual Turquia. Entre eles destacou-se Pergamon, centro cultural e intelectual no qual um autêntico tesouro de conhecimento foi preservado em forma de pergaminhos.

Olympia

Localizada na encosta do Monte Cronio, Olympia ficou para a história como a origem dos Jogos Olímpicos. Eles aconteciam a cada quatro anos, por alguns dias, quando todas as guerras tinham que parar.

Da mesma forma, Olímpia era o lar de alguns dos edifícios religiosos mais conhecidos da Grécia clássica. Finalmente, nesta cidade, ficava a oficina de Fídias, um dos escultores mais prestigiosos do mundo antigo.

Importância na filosofia da Grécia Antiga

Filosofia, palavra derivada dos termos gregos "philos" (amor ou seguidor) e "sofia" (sabedoria), era cultivada em quase todas as polis. Por meio dela, pretendia-se chegar à verdade usando a razão.

Os filósofos tentaram compreender o mundo ao seu redor por meio do pensamento e extrair as leis que determinavam a ordem natural.

Por outro lado, deve-se ter em mente que na Grécia antiga os filósofos não se dedicavam apenas ao pensamento abstrato. Suas obras cobriram uma infinidade de assuntos, da física à política. Neste último campo, os filósofos discutiram o melhor sistema de governo possível, algo que teve repercussões práticas na polis.

A filosofia como disciplina de pensamento é considerada nascida em Mileto, uma pólis localizada na Ásia Menor.

Filosofia e organização política

O sistema social e político da pólis grega deu aos seus cidadãos a oportunidade de dedicar parte de seu tempo às atividades intelectuais. Isso, por si só, representou uma grande mudança em comparação com as civilizações anteriores.

Muitos dos primeiros filósofos, como os sofistas, tinham um interesse especial em educar os jovens para participarem da política.

Mais tarde, foram os filósofos que teorizaram sobre o melhor sistema de governo possível. Alguns preferiram o governo dos melhores, entendidos como os mais preparados intelectualmente, enquanto outros apresentaram argumentos a favor da democracia.

Platão e Aristóteles

Embora houvesse inúmeras escolas filosóficas, todos os especialistas destacam os nomes de dois filósofos como os mais influentes: Platão e Aristóteles. Seu trabalho não foi apenas importante em sua época, mas faz parte dos alicerces da civilização no Ocidente.

Ambos os filósofos basearam muito de seu pensamento político e social na própria existência da pólis. Esta, composta por cidadãos e escravos, só era viável se fosse considerada uma entidade política.

Lei e justiça foram os principais elementos da polis. Junto com eles, os dois filósofos também atribuíram grande importância à liberdade, entendida como um conceito político e inatingível fora das cidades-estados.

Referências

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