Tipos de convulsões: por que ocorrem e o que as causa? - Psicologia - 2023
psychology
Contente
- A apreensão: breve definição do termo
- Tipos de convulsões
- 1. Classificação de acordo com as áreas cerebrais afetadas
- 1.1. Crises de início focal ou crises parciais
- 1.2. Convulsões generalizadas
- 2. De acordo com o nível de contração muscular
- 2.1. Convulsões tônicas
- 2.2. Ataques clônicos
- 2.3. Convulsões mioclônicas
- 2.4. Convulsões tônico-clônicas
- 2,5. Crise atônica
- 3. Dependendo da causa das convulsões
- 3.1. Ataques epilépticos
- 3.2. Convulsões febris e de infecção
- 3.3. Convulsões de falência de órgãos
- 3.4. Apreensões por uso de substâncias
- 3,5. Convulsões histéricas
- 3,6. Convulsões devido à ansiedade
Quando pensamos em distúrbios neurológicos como a epilepsia, a primeira imagem que vem à mente para a maioria das pessoas é a de uma pessoa tendo convulsões, contrações repentinas e violentas por todo o corpo que fazem com que ela trema em uma cama, no hospital ou no chão.
Em efeito, convulsões são um dos sintomas mais visíveis e importantes da epilepsia (Na verdade, seu diagnóstico é feito, entre outros aspectos, se o sujeito já teve várias crises convulsivas). Mas nem todas as crises são iguais, nem ocorrem apenas na epilepsia. Neste artigo, vamos visualizar os diferentes tipos de convulsões.
A apreensão: breve definição do termo
Entende-se por convulsão os movimentos bruscos dos músculos esqueléticos voluntários que ocorrem de forma repentina, rítmica, repetitiva e totalmente involuntária, com contrações violentas de um ou mais grupos musculares.
As convulsões são um sintoma de um problema cerebral que pode ter várias origens. Eles costumam ter vida curta (geralmente até dois minutos), embora episódios mais longos possam ser perigosos e sejam tratados como uma emergência. Sua principal causa é encontrada na existência de desequilíbrios eletroquímicos no cérebro, ou uma hiperexcitabilidade de grupos neuronais específicos.
Tipos de convulsões
Conforme indicado acima, nem todas as convulsões são iguais, mas diferentes tipos podem ser estabelecidos dependendo da área ou áreas do cérebro afetadas, do nível de contração muscular ou das causas da convulsão.
1. Classificação de acordo com as áreas cerebrais afetadas
Dependendo se as convulsões são devido à alteração em uma área específica do cérebro ou em um nível geral, podemos considerar a existência de dois grupos principais de crises.
1.1. Crises de início focal ou crises parciais
Essas são convulsões devido à alteração de uma ou mais regiões bem definidas do cérebro. A área afetada marcará o tipo de sintomas que ocorrerão. A convulsão em nível motor ocorre em uma parte específica do corpo, ou mesmo em uma metade do corpo (ou seja, em um lado do corpo).
Podem ser simples e complexos, dependendo se há alterações de consciência (sendo esta última complexa). Pode haver distúrbios sensoriais e perseverança de ações e gestos, podendo até servir de alerta para a chegada de futuras crises generalizadas. Também é comum que uma crise focal se torne generalizada, ativando algumas áreas do cérebro primeiro e se expandindo para o resto do cérebro depois, sendo essas crises chamadas de generalizadas secundárias.
1.2. Convulsões generalizadas
As crises generalizadas são aquelas em que é a totalidade ou grande parte do cérebro, com alterações elétricas aparecendo em ambos os hemisférios. Geralmente causam perda de consciência e surgem convulsões do tipo tônico-clônico. Eles ocorrem de forma abrupta, embora possam ser precedidos por uma aura e fazer com que o paciente caia. Perda de controle do esfíncter, mordedura da língua e até mesmo torção são comuns e lesões do grupo muscular.
Nesse subgrupo podem ser encontradas crises de ausência (nas quais podem ocorrer leves contrações), mioclônicas, tônico-clônicas (estas sendo as mais representativas) ou mesmo atônicas em que não há crise, mas sim perda do tônus muscular após uma contração.
2. De acordo com o nível de contração muscular
Outra classificação poderia ser feita dependendo do nível de intensidade ou as características da própria convulsão. Dentre eles, destacam-se os seguintes.
2.1. Convulsões tônicas
É um tipo de crise em que ocorre uma forte contração muscular de um dos músculos ou de um ou mais grupos musculares. Existe um alto nível de rigidez no músculo ou músculos afetados.
2.2. Ataques clônicos
As crises clônicas são aquelas que ocorrem repetidamente a cada dois ou três segundos, de intensidade e força curtas.
2.3. Convulsões mioclônicas
Como os clones, esses são pequenos espasmos musculares de duração mínima, mas que resultam no movimento involuntário de uma parte do corpo.
2.4. Convulsões tônico-clônicas
As convulsões tônico-clônicas são os tipos mais típicos de convulsões, aparecendo tanto convulsões tônicas quanto clônicas ao mesmo tempo. É o tipo de convulsão que faz parte de uma convulsão de grande mal.
2,5. Crise atônica
Nesse tipo de crise, não ocorrem verdadeiras convulsões, mas sim o súbito desaparecimento do tônus muscular. Às vezes, esse desaparecimento é precedido por um poderoso espasmo muscular.
3. Dependendo da causa das convulsões
As convulsões podem ser produzidas por muitas causas diferentes. É importante não identificar convulsões com epilepsia porque, embora sejam muito comuns nesse distúrbio, também podem aparecer convulsões de outras condições. Alguns tipos são os seguintes.
3.1. Ataques epilépticos
A epilepsia é uma das principais doenças que aparecem associadas à presença de convulsões.
3.2. Convulsões febris e de infecção
A presença de febres acima de 39 graus pode causar convulsões sem alterações neurológicas prévias que as expliquem. Podem ser simples, se não se repetem e durarem menos de 15 minutos, ou complexos, se o episódio recidiva nas primeiras 24 horas (nesse caso, também podem ser chamadas de crises em cluster ou atípicas).
3.3. Convulsões de falência de órgãos
A presença de alterações no fígado ou rins também pode gerar o aparecimento de convulsões.
3.4. Apreensões por uso de substâncias
Tanto alguns medicamentos quanto certas drogas podem causar convulsões, tanto como efeito colateral quanto durante overdoses ou durante as síndromes de abstinência.
3,5. Convulsões histéricas
As convulsões não surgem apenas de causas médicas. Certos distúrbios psicológicos, como a somatoforma, fazem com que o sujeito os sofra. Esses tipos de crises têm a peculiaridade de geralmente ocorrerem apenas na presença de outras pessoas e não gerarem alterações no eletroencefalograma (embora não sejam sintomas fictícios, mas gerados psicologicamente).
3,6. Convulsões devido à ansiedade
Em algumas situações de ansiedade muito elevada é possível que surjam alterações motoras e somáticas, sendo possível que apareçam convulsões.