Aprendizagem não associativa: suas características e tipos - Psicologia - 2023


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Aprendizagem não associativa: suas características e tipos - Psicologia
Aprendizagem não associativa: suas características e tipos - Psicologia

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Uma porcentagem significativa de nosso comportamento se deve ao aprendizado. Essas aprendizagens podem ser conscientes, mas, na maioria dos casos, ocorrem completamente por acaso, sem que percebamos qual resposta relacionamos a qual estímulo.

A aprendizagem não associativa é uma das maneiras pelas quais os seres vivos podem mudar nosso comportamento, fazendo com que nossa resposta a um determinado estímulo seja reduzida ou, caso contrário, significativamente aumentada. A seguir, vamos nos aprofundar nessa modalidade de aprendizagem.

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O que é aprendizagem não associativa?

A aprendizagem não associativa é uma mudança permanente em resposta a um estímulo devido à exposição repetida e prolongada a ele por um tempo relativamente longo. Normalmente, a mudança produzida no comportamento do indivíduo tem a ver com o grau de resposta ao estímulo, ou seja, ou dá uma resposta mais fraca ou, ao contrário, dá uma resposta mais forte.


Um exemplo de aprendizagem não associativa que teríamos quando estivéssemos em um bar. É normal que, ao entrarmos no estabelecimento, ouçamos as vozes dos outros clientes, que conversam sobre as suas coisas.

Com o passar dos minutos e com um drinque com os amigos, deixamos de prestar atenção nas outras conversas: já nos acostumamos. Já não faz com que, como resposta, percamos o fio da conversa ou não consigamos ouvir bem o que nossos amigos têm a nos dizer.

A principal característica da aprendizagem não associativa é que ela é capaz de causar mudanças no comportamento ou na resposta do indivíduo sem a necessidade de vários estímulos se relacionarem, daí o aspecto não associativo.

Difere de sua contraparte, a aprendizagem associativa, pelo fato de esta segunda ocorrer por meio da conexão de ideias e experiências. Um exemplo clássico de aprendizagem associativa seria a experiência de Pavlov que, apresentando comida a um cachorro e tocando uma campainha ao mesmo tempo, fazia com que o cachorro associasse o ruído daquele instrumento com a comida.


Aprendizagem não associativa é um dos aprendizados mais simples e é comum em muitas espécies. Tal como acontece com a aprendizagem associativa, a aprendizagem não associativa foi originalmente descrita pela psicologia comportamental, um ramo que originalmente se concentrava exclusivamente no comportamento visível e nos processos mentais negligenciados. Com o passar do tempo, os processos mentais foram sendo levados em consideração e a aprendizagem não associativa foi utilizada no campo terapêutico e educacional.

Aprendizagem não associativa Pode ocorrer por meio de um dos seguintes processos: habituação ou sensibilização. Geralmente, esses processos são complementares e opostos e são a base de muitas de nossas experiências e comportamentos diários.

Os tipos de aprendizagem não associativa

Como comentamos, a aprendizagem não associativa pode ocorrer em dois processos complementares e opostos: habituação e consciência. Ambos os fenômenos envolvem uma mudança na atitude ou comportamento do indivíduo como consequência da exposição repetida a um estímulo específico. No entanto, a maneira como eles fazem isso é diferente.


1. Habituação

Podemos definir a habituação como o processo de aprendizagem no qual um ou mais componentes da resposta inata do indivíduo a um estímulo diminuem por ser continuamente exposto ao mesmo estímulo ou em várias ocasiões.

Entre os componentes que podem diminuir sua intensidade encontramos alguns como a probabilidade da resposta ou sua duração. Ou seja, quanto mais a pessoa recebe o estímulo, menos tendência ela tem para emitir uma resposta, uma vez que já está acostumada.

A habituação pode ocorrer antes de qualquer tipo de estímulo físico ou mental. O efeito da habituação é mais pronunciado quando os estímulos são apresentados com frequência, pois o organismo acaba se acostumando com eles. eu

O mesmo ocorre com estímulos que provocam respostas de baixa intensidade, pois acabam diminuindo mais rapidamente do que os mais intensos.

Um exemplo bastante fácil de entender que temos com roupas. Quando o colocamos, sentimos. Podemos perceber como a calça está apertada, que a calcinha incomoda um pouco, o sutiã é apertado demais ... Porém, depois de um tempo, nosso cérebro gera uma resposta de habituação, bloqueando as informações redundantes para poder concentrar todo o cognitivo recursos em outras tarefas.

Outro caso seria quando estamos assistindo a um filme e eles mudam de cena. Talvez a nova cena se passe no campo, onde se ouve o canto dos passarinhos e a brisa do verão soprando. A princípio notaremos esses ruídos, mas, depois de um tempo, não os levaremos muito em consideração e nos concentraremos apenas no que os protagonistas dizem.

2. Conscientização

A sensibilização pode ser entendida como o processo oposto de habituação. Quando esse fenômeno ocorre, a resposta ao estímulo aumenta de intensidade devido à exposição repetida a ele. Esse processo estaria por trás dos fenômenos de aprendizagem adaptativa e não adaptativa.

Um exemplo de sensibilização seria o que acontece com uma pessoa quando ela esfrega constantemente o braço. No início, a sensação pode ser agradável, mas, depois de alguns minutos e depois de ter excitado os nervos periféricos por muito tempo, torna-se um desconforto até doloroso.


Outro exemplo que teríamos no despertador. Os despertadores foram feitos para que não nos habituemos ao seu ruído porque, se assim fosse, continuaríamos a dormir. É por isso que quando os ouvimos todas as manhãs, longe de nos habituarmos à sua melodia, é ainda mais chato, tornando-nos mais sensíveis à sua melodia.

Está presente em outras espécies?

Embora muitos comportamentos observados na espécie humana não pareçam ocorrer em outras espécies, não é o caso da aprendizagem não associativa. Este mecanismo de modificação de comportamento foi encontrado em muitos seres vivos. Praticamente todos os animais apresentam alguma versão disso, além de serem encontrados em espécies vegetais como é o caso da Mimosa pudica e alguns protozoários.

Por causa disso, muitos cientistas acreditam que o aprendizado não associativo deve ter sido o primeiro tipo de mudança de comportamento a aparecer em um nível evolutivo.

Possivelmente, este processo teve um papel muito importante na adaptação ao meio ambiente, permitindo que os seres vivos economizem recursos evitando reações exageradas a estímulos que ocorrem com frequência, como a habituação, ou evitando danos devido à superexposição, como a sensibilização.


Vantagem

Existem muitas vantagens que podem ser observadas na aprendizagem não associativa.

1. Maior adaptabilidade

A aprendizagem não associativa, especialmente a habituação, é um mecanismo que nos permite funcionar em nosso ambiente de maneira muito adaptativa. Se não tivéssemos essa capacidade, encontraríamos todos os tipos de problemas no que diz respeito ao bom funcionamento do nosso dia a dia.

Quando nos deparamos com um novo estímulo, é normal que nossa resposta seja muito intensa. Isso acontece com a maioria das mudanças. Por exemplo, se alteramos a marca d'água, podemos notar que ela não tem o mesmo gosto para nós e, até mesmo, tem um gosto residual que não nos convence muito.

No entanto, à medida que o bebemos, deixamos de notar o seu sabor. Se não fosse assim e sempre percebêssemos esse sabor, poderíamos beber menos água do que precisamos e correríamos o risco de desidratação.

2. Aplicabilidade

Tanto a habituação quanto a sensibilização são dois processos que pode ser aproveitado de muitas maneiras, especialmente na educação, parentalidade e aconselhamento.


Por exemplo, quando uma criança acaba de começar a frequentar a escola, é normal que ela se sinta desconfortável, com medo e até tenha vontade de chorar, pois é uma situação completamente desconhecida para ela e que não lhe dá segurança.Porém, conforme vai para a aula vai se acostumando, relaxando e se divertindo com seus novos amigos da escola.

Em relação ao campo da terapia, habituação é um dos processos mais úteis para a eliminação de fobias. Por exemplo, uma pessoa que tem fobia de baratas tem um medo irracional desses insetos, o que faz com que vê-los em sua casa seja muito ruim e causando uma grande irrupção em sua vida.

Na terapia, esse medo é reduzido por meio da exposição controlada, mostrando os estímulos individuais de menor para maior intensidade até que eles mostrem uma resposta menos intensa e se acostumou com isso.

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3. Encontre novas situações

Embora a habituação seja enfatizada na maioria dos experimentos comportamentais de aprendizagem não associativa, a consciência também é de grande importância.

A conscientização estaria por trás de muitos processos de aprendizagem avançados, especialmente nos quais é necessário adquirir novas habilidades. Quando isso acontece, a pessoa é capaz de detectar estímulos de baixa intensidade, de forma que possa dar uma resposta mais precisa com mais facilidade.

Por exemplo, ao aprender a dirigir, é normal que nas primeiras tentativas após a obtenção da licença a pessoa fique excessivamente concentrada na estrada e demore a processar todos os estímulos. Contudo, Conforme você repete essas tentativas, será mais fácil processar todas as informações sem ter que colocar muito esforço nisso..

Desvantagens

Mas, da mesma forma que apresenta uma série de vantagens, a aprendizagem não associativa também tem suas desvantagens.

1. Reduza emoções positivas

É normal que, quando nos deparamos com um estímulo agradável, ele produza toda alegria, euforia, satisfação e outras emoções positivas. Porém, se o estímulo for repetido várias vezes, a resposta emocional será reduzida, como seria o caso em um processo de habituação. Isso é chamado de adaptação hedônica.

Se a adaptação hedônica não for tratada de forma adequada, existe o risco de assumir comportamentos perigosos. É comum ver isso em pessoas que se dizem "viciadas em adrenalina", expondo-se a situações de risco como paraquedismo, corrida em corridas de automóveis, caminhadas radicais ...

2. Vícios

E, intimamente relacionado à desvantagem anterior, temos que o aprendizado não associativo pode desempenhar um papel importante por trás do vício em drogas. Quem consome uma substância, ao tomá-la em novas ocasiões, percebe que se acostuma com a droga, não causando as mesmas sensações do início e precisando aumentar a dose. Assim, você corre o risco de aumentar os danos da droga em seu corpo.

Por exemplo, o alcoolismo tem como principal fator a habituação ao álcool. A primeira vez que tomamos uma cerveja pode nos afetar muito, já que não estamos acostumados.

À medida que aumentamos o consumo, chegará um momento em que não notaremos nada quando tivermos 3 ou 4 cervejas e diremos que estamos "aquecendo". Para ficar "felizes", precisaremos beber mais, e é aí que começa a estrada tenebrosa do transtorno por uso de álcool.