Quem vive perto da natureza tem melhor saúde mental - Psicologia - 2023


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Como a consciência da importância da preservação da natureza se espalhou pelo mundo, também se espalhou a ideia de que estar em contato com os ambientes naturais é saudável. A vida contemplativa associada a caminhadas na floresta e descanso sob as árvores. No entanto, uma coisa é acreditar que os passeios na natureza são agradáveis ​​de um ponto de vista subjetivo, e outra é acreditar que eles podem ter efeitos objetivos sobre nossa saúde e bem-estar.

Uma publicação recente na revista Nature lança alguma luz sobre o assunto. De acordo com suas conclusões, caminhadas por áreas naturais longe da influência humana estão associadas a uma melhor saúde mental e físicacontanto que sejam longos o suficiente.

Humanos na natureza: mais do que apenas um bom tempo

O estudo, com base em questionários, incluiu questões relacionadas à frequência de visitas a ambientes naturais e sua qualidade (mais ou menos distantes da intervenção humana), bem como quatro dimensões da saúde: saúde mental, coesão social, atividade física e pressão arterial. Essas quatro dimensões foram associadas a achados de estudos anteriores semelhantes a este, e o objetivo era verificar se resultados semelhantes poderiam ser obtidos.


Em relação à amostra utilizada, o grupo de pessoas estudadas consistia em 1.538 indivíduos residentes na cidade australiana de Brisbane.

Uma clara melhora em nossa felicidade

Os resultados revelam que as pessoas que mais andam sozinhas em ambientes agrestes apresentam menor tendência a desenvolver depressão e hipertensão (fator de risco para doenças cardíacas), além de sofrer menos estresse. As pessoas que entraram em contato com a natureza com mais frequência, além disso, apresentaram um nível de coesão social significativamente maior.

Porém, os benefícios associados à saúde mental e pressão arterial são revelados, desde que a duração das caminhadas na natureza seja longa o suficiente. Assim, os possíveis benefícios da vadiagem em áreas virgens seriam obtidos com doses de pelo menos meia hora de caminhada na natureza, e não menos. A frequência dessas caminhadas pode ser, no mínimo, semanal, e podem ocorrer em grandes parques para fugir temporariamente do ambiente urbano que os circunda.


Como isso é explicado?

Este não é o primeiro estudo a relacionar o contato com a natureza e benefícios psicológicos. Por exemplo, uma investigação relaciona a integração de escolas em espaços verdes com um melhor desempenho acadêmico de seus alunos. Porém, É importante ressaltar que este estudo não se baseia em um experimento, limitando-se apenas a apresentar correlações entre variáveis.

Entre as ideias propostas pelos membros da equipe de pesquisa está que se todos visitassem um parque por meia hora uma vez por semana, casos de depressão poderiam ser reduzidos em 7%, mas a verdade é que isso não é seguro. Quem caminha por áreas naturais tem menos depressão, mas isso não quer dizer que essas caminhadas são as que produzem essas melhorias: talvez haja algum fator ainda desconhecido que costuma estar presente nas pessoas que fazem essa atividade e é isso que produz o bom estado mental e físico que foi encontrado neste estudo. Correlação não implica causalidade.


No entanto, também existem explicações sobre os possíveis mecanismos pelos quais essas caminhadas podem melhorar diretamente o padrão de vida das pessoas. Entre eles, o fato de em áreas naturais o ar é de melhor qualidade e menos poluído, que as áreas selvagens têm mais desníveis e cruzá-las implica fazer mais atividade física, protegendo do sol as áreas sombreadas. Tudo isso se traduziria em melhor saúde, relacionada ao aparecimento de transtornos mentais.

Essas possibilidades tornam as conclusões deste estudo relevantes para programas de prevenção de doenças e redução de sua prevalência. Considerando o quão barato é andar pelos parques, vale a pena que tanto nós individualmente quanto as instituições de saúde demos uma chance a essa opção.