30 animais autóctones da Argentina - Ciência - 2023
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Contente
- Espécies das regiões Norte e Noroeste
- Vicuña (Vicugna vicugna)
- Gato Andino (Leopardus jacobita)
- Flamenco do sul (Phoenicopterus chilensis)
- Cougar (Puma concolor cabrerae)
- Jaguar ou jaguar (Panthera onca)
- Ema comum (Ema americana)
- Macaco Caí Yungueño (Sapajus caiu)
- Caburé tucumano (Glaucidium tucumanum)
- Palomina de Moreno (Metriopelia morenoi)
- Grande sapo boiRhinella Schneideri)
- Yaguarundí (Herpailurus yaguarondi)
- Tamanduá-bandeira ou yurumi (Myrmecophaga tridactyla)
- Urso de melTamandua tetradactyla)
- Raposa da montanha (Pigcyon mil)
- Aguará chaí (Pseudalopex gymnocercus)
- Veado Guazú ou guazuncho (Mazama gouazoubira)
- Furão médio (Galictis cuja)
- Capivara (Hydrochoerus hydrochaeris)
- Jaguatirica (Leopardus pardalis)
- Espécies dos Pampas Argentinos
- Espécies dos Andes da Patagônia (ao sul)
- O gato güiñaOncifelis guigna)
- O gato selvagem andino ou colo colo (Leopardus colocolo)
- Monito de monte (Dromiciops gliroides)
- Veado Huemul (Hippocamelus bisulcus)
- Doninha de trombeta (Rhyncholestes raphanurus)
- Espécies da região oceânica argentina
- Baleia Azul (Balaenoptera musculus)
- Baleia Franca Meridional (Eubalaena australis)
- Orca (Orcinus orca)
- Cachalote pigmeu (Kogia breviceps)
- Golfinho do sul (Lagenorhynchus australis)
- Pinguim de pluma (Pygoscelis papua)
- Referências
A Argentina é o segundo maior país da América do Sul, o quarto maior do continente americano e o oitavo maior do mundo. Tem quase 3 milhões de quilômetros quadrados de superfície, por isso tem paisagens e ecossistemas naturais muito diferentes, onde vivem muitos animais diferentes.
Alguns dos animais nativos deste belo país são a vicunha, o puma, o flamingo do sul, o urso mel, o furão médio, a jaguatirica, o cervo huemul, a orca, o cachalote pigmeu, entre outros.
Devido à sua grande extensão, este país possui uma grande variedade de climas e solos que permitem a subsistência de diferentes espécies de organismos vivos, tanto animais (fauna) quanto vegetais (flora).
A fauna e a flora típicas do país estão distribuídas por todo o território, que pode ser dividido em quatro regiões geográficas principais, conhecidas como:
- o Andes: que representam o limite ocidental entre o Chile e a Argentina e que consistem em uma grande cordilheira com picos de até 7.000 metros (a mais para o sudoeste).
- o Norte: com clima subtropical, predominantemente quente, dividido em duas regiões denominadas “El Chacho” (compartilhada entre Argentina, Paraguai, Brasil e Bolívia) e a área “Mesopotâmia” (compartilhada entre Argentina, Brasil e Paraguai).
- o Pampas: que corresponde mais ou menos ao centro do país e é a região que concentra mais de 70% da população argentina; tem bons solos para sementeira e gado.
- o Patagônia: a região mais meridional do continente, caracterizada por suas baixas temperaturas e estepes áridas, sujeita a ventos fortes a maior parte do ano.
Embora essas regiões possam ser bem definidas geograficamente, muitas vezes é difícil definir os limites zoogeográficos de algumas espécies, ou seja, as áreas específicas ocupadas por determinado animal.
Espécies das regiões Norte e Noroeste
Vicuña (Vicugna vicugna)
Também conhecida como huiccuña ou “huik una”, na língua quíchua, “sayrakha saalla”, “huari” ou “wari sairaka”, na língua aimará, a vicunha é um mamífero do mesmo tipo dos camelos (um camelídeo) que distribui-se do norte do Peru ao norte do Chile e do extremo noroeste da Argentina, ao oeste da Bolívia.
Na Argentina, observa-se especialmente ao norte e oeste das províncias de Jujuy e Catamarca, a oeste das províncias de Salta e La Rioja e ao norte da província de San Juan.
Da cabeça à base da cauda, as vicunhas adultas podem medir entre 1,6 e 1,75 metros e podem ter entre 0,75 e 1,1 metros de altura. O pêlo é castanho claro, especialmente na cabeça, pescoço e costas, já que a parte interna das pernas, ventre e peito são bastante brancos.
Eles têm uma cabeça pequena, olhos grandes com cílios enormes e um pescoço longo. Suas orelhas são pontudas e estreitas e suas pernas são adaptadas para andar em terrenos íngremes.
Sua lã, que os protege do frio do inverno, é muito valorizada para a confecção de roupas e artesanato.
O seu habitat natural corresponde a estepes altas (locais muito altos) de 3.500 a 5.750 metros acima do nível do mar (masl), principalmente em áreas cobertas por prados e pastagens com pequenos arbustos.
Gato Andino (Leopardus jacobita)
O gato andino é um felino ligeiramente maior do que um gato (doméstico) comum e foi listado como um dos felinos mais ameaçados da América.
Este pequeno animal vive na parte norte dos Andes argentinos, sempre em altitudes superiores a 1.000 metros acima do nível do mar e até 5.000 metros acima do nível do mar (também já foi visto ao norte da região patagônica).
Foi observado nas províncias de Catamarca, Tucumán, Salta, Jujuy (ao oeste), La Rioja, San Juan, Mendoza (ao sul) e Neuquén (ao norte).
Seu corpo mede entre 57 e 65 cm e sua cauda pode ter até 50 cm de comprimento. É um gato que pode pesar não muito mais que 8 kg e que possui uma pelagem longa e espessa, caracterizada por manchas marrom-escuras e amareladas (como listras, estrias ou pontas em fundo cinza).
Possui pernas largas que permitem mover-se sobre as rochas e na neve; seu nariz é preto e suas orelhas são longas. É um animal solitário e muito difícil de ver, com hábitos diurnos e noturnos.
O gato andino é um animal carnívoro (alimenta-se da carne de outros animais), que se alimenta principalmente de outros roedores mamíferos, especialmente um conhecido como “chinchila” ou “chinchillón” (Lagidium viscacia) muito parecido com um coelho.
Flamenco do sul (Phoenicopterus chilensis)
Esta espécie de flamingo, também conhecido como flamingo chileno, está amplamente distribuída por todo o território argentino, onde se encontra principalmente em lagoas e estuários, bem como nas zonas montanhosas da cordilheira, com até 3.500 metros de altura.
Os flamingos do sul têm aproximadamente 1 metro de comprimento. São pássaros com um grande bico preto curvo, de base amarelada. Suas patas são cinza e a coloração geral de sua plumagem é rosa, embora as penas primária e secundária sejam pretas e as que cobrem as asas e axilas sejam vermelhas.
Eles são freqüentemente encontrados em grandes grupos e fazem ninhos de lama com cerca de 40 cm de altura, onde geralmente botam um ovo, raramente dois.
Vivem em matas altas (acima de 12 metros) e baixas (até 15 metros de altura), em locais onde existem ambientes aquáticos e terrestres.
Cougar (Puma concolor cabrerae)
Este puma, conhecido simplesmente como "puma" ou como "leão americano" (em inglês como "leão da montanha"), é um grande felino encontrado do Canadá (na América do Norte) ao sul da Argentina (na América do Sul )
Na Argentina está na Cordilheira dos Andes, nas selvas do norte (noroeste e nordeste) e em grande parte do restante do território continental, com exceção da Terra do Fogo (ao sul).
Esse tipo de felino tem entre 0,85 e 1,5 metros de comprimento, da cabeça à base da cauda, que pode ter até 85 cm de comprimento. Ele pesa entre 34 e 105 kg, já que as fêmeas são menos robustas que os machos.
Suas pernas grandes (especialmente as traseiras) ajudam-nos a pular e correr curtas distâncias rapidamente, pois são caçadores.
Possuem cabeça larga, orelhas arredondadas e pelagem lisa de cor uniforme no adulto. Os filhotes ficam com manchas escuras nos primeiros meses, mas perdem suas manchas à medida que crescem.
A cor destes gatos pode variar muito consoante a região, podendo ir do avermelhado ao acinzentado ou castanho, com uma cor mais intensa no dorso e mais pálida no ventre, no interior das orelhas e no focinho.
Eles são animais carnívoros noturnos que se alimentam de insetos, répteis, pássaros e outros mamíferos. Eles podem viajar grandes distâncias em busca de comida.
Jaguar ou jaguar (Panthera onca)
O jaguar, mais conhecido em outras latitudes como jaguar ou yaguar, é o maior felino do continente americano e o terceiro maior do mundo. Habita selvas tropicais e subtropicais, selvas montanhosas e pântanos, savanas, prados e florestas de grande altitude (até 2.700 metros acima do nível do mar).
No território argentino, este felino está distribuído entre as províncias de Misiones, Salta, Jujuy, Santiago del Estero, Chaco e Formosa, ocupando menos de 5% do território que ocupou historicamente, pois perdeu seu habitat devido ao desmatamento e suas populações diminuída pela caça ilegal e perseguição.
Na Argentina é uma espécie protegida, considerada em perigo crítico de extinção, já que se estima que restem apenas cerca de 250 indivíduos entre as províncias onde está distribuída.
O jaguar é um animal grande e forte que se caracteriza por sua pelagem malhada e sua habilidade de movimentação e afinidade com a água.
Tem entre 1,5 e 1,7 m de comprimento (da cabeça à base da cauda) com uma cauda de quase 1 metro de comprimento. Sua altura pode ser entre 65 e 80 cm e seu peso entre 70 e 90 kg (exemplares com mais de 100 kg foram obtidos).
Parece muito com o leopardo, mas é maior e mais resistente e sua cauda é mais curta. Seu pelo pode variar de amarelo intenso ou mostarda no dorso, mais claro ou esbranquiçado na última porção das pernas, no pescoço e na boca. Apresenta manchas escuras, em forma de rosetas, de padrão diferente do leopardo.
Ema comum (Ema americana)
A ema é uma espécie de ave que não voa semelhante a um avestruz, endêmica da América do Sul. Na Argentina encontra-se nas províncias de Río Negro, Corrientes, Formosa e Salta, onde vive principalmente em pastagens, estepes e regiões com pouca vegetação.
São aves de grande porte, com até 1,8 metros de altura e quase 40 kg de peso (as fêmeas são maiores que os machos). Possuem pernas com 3 dedos que permitem uma corrida rápida, podendo atingir velocidades de até 60 km / h.
Seu corpo é coberto por penas muito longas, mas o pescoço e a cabeça têm uma plumagem mais curta ou menor.
São animais onívoros, ou seja, se alimentam de quase tudo, pois podem comer sementes, insetos, répteis e até pequenos mamíferos.
São comumente encontrados em grupos de machos, fêmeas e pintos (até 30 indivíduos) e tendem a permanecer no mesmo local por muito tempo.
Macaco Caí Yungueño (Sapajus caiu)
Também conhecido como Caí de las Yungas, Kaai, Sapajou ou Capuchino de Azara, o macaco Caí é um primata que se distribui do sul da Colômbia ao norte da Argentina, onde fica a noroeste, principalmente nas províncias de Jujuy, Salta e Formosa (ao leste fica na província de Misiones).
Habita uma faixa de alturas entre 600 e 1.700 metros acima do nível do mar, mas não está bem distribuído por todo o território e geralmente é encontrado onde há árvores com mais de 15 metros de altura e florestas densas.
Os macacos Caí pesam entre 1,4 e 5 quilos, sendo as fêmeas mais leves que os machos. Eles são de cor marrom-escura ou amarelada, com cabeça, cauda e membros mais escuros. Na cabeça possuem cabelos curtos, castanhos escuros e muito eretos, que contrastam com a cor do corpo.
Os machos têm tufos de cabelo que parecem chifres em ambos os lados da testa, tornando-os fáceis de distinguir. São pequenos macacos, com cerca de 50 cm de comprimento; eles têm uma longa cauda com a ponta enrolada para baixo.
Caburé tucumano (Glaucidium tucumanum)
O caburé ou coruja tucumano é uma espécie de ave de rapina noturna sul-americana (estrigiforme) encontrada na Bolívia, Paraguai e Argentina. No território argentino é comumente observada nas províncias de Tucumán e Córdoba (norte), onde vive em matagais e ambientes secos.
É uma ave de rapina castanha com algumas manchas brancas na plumagem. Sua aparência é semelhante à de uma coruja, mas seu tamanho é menor. Mede entre 15 e 18 centímetros de comprimento e seu peso não ultrapassa 60 gramas.
Palomina de Moreno (Metriopelia morenoi)
Também conhecido como pombo-olho, o pombo-moreno é uma espécie de ave endêmica das províncias argentinas de Jujuy, Salta, Catamarca, Tucumán e La Rioja.
São aves com menos de 20 cm de comprimento, patas amareladas e bico preto, caracterizadas por não possuírem penas ao redor dos olhos, razão pela qual são conhecidas pelo nome de "Pomba do Olho Nu". Suas asas são cinza escuro, mas as penas da cauda podem ser mais escuras e com pontas brancas.
Habitam estepes pedregosas onde existem muitos arbustos e são normalmente encontrados em regiões de 2.000 a 3.200 metros de altura, onde nidificam no solo e põem até 2 ovos por posição.
Grande sapo boiRhinella Schneideri)
Também conhecido como sapo “rococó” ou sapo “cururú”, o sapo boi é uma espécie de anfíbio amplamente distribuída na América do Sul, principalmente no norte da Argentina, no Brasil, Bolívia, Paraguai e Uruguai.
Na Argentina são conhecidos nas províncias de Jujuy, Córdoba, Santa Fé, Corrientes, Entre Ríos e Misiones.
São animais de couro fortes, cujas fêmeas podem atingir 21 cm de comprimento. Possuem cabeça larga e tronco arredondado, mas de aspecto triangular. Eles são geralmente de cor marrom-amarelada e têm algumas manchas marrom-escuras muito brilhantes nas laterais.
Sua pele é áspera e ele tem muitas verrugas. O ventre é esbranquiçado e têm olhos grandes e proeminentes. Esses sapos se alimentam de insetos e pequenos invertebrados e geralmente se reproduzem entre a primavera e o verão.
Yaguarundí (Herpailurus yaguarondi)
Este animal é um lindo felino americano, muito diferente dos demais felinos do continente. Pode ser encontrada em vários tipos de ambientes, desde florestas tropicais ou subtropicais até savanas, montanhas, pastagens, campos e arbustos; em alturas desde o nível do mar até mais de 3.000 metros acima do nível do mar.
Pode ser encontrada desde a América Central até a Patagônia Argentina, onde pode ser vista em todas as províncias ao norte de Río Negro.
Também conhecido como “gato furão”, é um felino alongado com uma cabeça pequena e pernas relativamente curtas. Tem entre 40 e 90 cm de comprimento e a cauda pode ter mais de meio metro de comprimento. Sua altura média é de cerca de 30 cm e não ultrapassa 10 kg de peso.
Sua cabeça é achatada e suas orelhas arredondadas. Possui pêlo curto, avermelhado ou cinza escuro, sem manchas. São animais solitários, de hábito diurno. Eles se alimentam de outros pequenos mamíferos, pássaros, répteis, peixes, insetos e até mesmo algumas frutas.
Tamanduá-bandeira ou yurumi (Myrmecophaga tridactyla)
O yurumi é um tamanduá que vai da Venezuela ao norte da Argentina, principalmente nas províncias de Formosa, Salta, El Chaco, Santiago del Estero e Corrientes.
Vive principalmente em savanas cobertas ou pastagens com cupinzeiros, dos quais se alimenta com sua língua pegajosa.
São animais que podem medir até 2 metros de comprimento, com a cauda medindo até 80 cm desse comprimento. Os machos adultos podem pesar até 40 kg e sua principal característica é o focinho longo e fino, desprovido de dentes, mas dotado de uma língua comprida.
Possui muito pêlo, que pode variar muito em coloração do preto ao branco, com vários tons de cinza. Sua longa cauda é cheia de pelos de até 40 cm de comprimento que lhe conferem uma aparência de bandeira (também são conhecidos como tamanduá bandeira).
Urso de melTamandua tetradactyla)
O urso mel, urso mel e urso mel amazônico, é uma espécie encontrada em praticamente todo o continente sul-americano, onde vive nos mais diversos ambientes: selvas, florestas, montanhas e savanas. Na Argentina pode ser avistado desde a região norte até o centro da província de Córdoba.
É um animal pequeno, com aproximadamente 1 metro de comprimento entre o corpo e a cauda. Sua pelagem é amarelada e possui uma porção de pelos que envolve o corpo atrás dos ombros (como se fosse um colete) de cor preta.
Possui focinho alongado, boca pequena sem dentes e mãos com quatro dedos e garras. Alimenta-se de mel e de insetos como formigas, cupins e abelhas.
Raposa da montanha (Pigcyon mil)
Também chamado de Zorro Cangrejero ou “Aguará”, é uma espécie de canídeo encontrada em grande parte da América do Sul, sendo comum nas províncias argentinas de Chaco, Corrientes, Entre Ríos, Formosa, Jujuy, Misiones, Salta, Santa Fé, Santiago del Estero e Tucumán.
São animais de médio porte, com menos de 1 metro de comprimento e 50 cm de altura. Eles podem pesar até 10 kg e viver em montanhas, perto de rios, em planícies e florestas até 3.000 metros acima do nível do mar.
Aguará chaí (Pseudalopex gymnocercus)
A pequena raposa cinza, raposa-do-pampo ou "Aguará chaí" é uma espécie de canídeo distribuída por todo o território da República Argentina, principalmente em climas frios e desérticos.
É um animal de pêlo amarelado, com pelos mais escuros no dorso e de textura pouco robusta. Alimenta-se do que chega onde vive: sementes, frutas, lebres, pássaros terrestres, outros mamíferos, répteis, insetos ou carne podre.
Veado Guazú ou guazuncho (Mazama gouazoubira)
O guazuncho é um mamífero da família Cervidae que está presente em grande parte da América do Sul. Pode ser encontrada em muitos habitats diferentes, onde se alimenta de frutas, brotos, caules e fungos.
São animais de até 1,2 metros de comprimento da cabeça à cauda e pesam aproximadamente 25 kg (os maiores animais). Eles têm uma pelagem que varia do amarelado (baía) ao acinzentado. São muito caçados em todo o país, pois sua carne e pele são muito utilizadas no meio rural.
Furão médio (Galictis cuja)
Também chamado de "furão-pequeno", essa espécie de mamífero vive preferencialmente em arbustos e pastagens, alimentando-se de outros animais menores. Na Argentina pode ser encontrado em todo o território, exceto na Terra do Fogo e nas Ilhas do Atlântico Sul (do nível do mar até 4.600 metros acima do nível do mar).
É um pequeno animal de hábito terrestre. As mulheres podem pesar até 1,8 kg e os homens até 2,5 kg. Possui corpo longo e delgado, com patas curtas, como a cauda. A cabeça é achatada, o focinho fino e as orelhas arredondadas.
A cor do pêlo é preta na barriga e nas pernas e no dorso é amarelada com matizes pretos. Possui uma faixa branca na testa que também passa pelo pescoço e ombros, mas podem ocorrer variações.
Capivara (Hydrochoerus hydrochaeris)
A capivara, também conhecida como capivara, é um dos maiores roedores existentes e é encontrada em quase toda a América do Sul, tendo o limite sul de sua distribuição na província de Buenos Aires, Argentina.
Vive em savanas, florestas e selvas, sempre próximo a mananciais. É um animal gregário, por isso sempre se consegue em grupos.
Tem entre 50 e 65 cm de altura, corpo robusto, cabeça grande e focinho quadrado com olhos e orelhas pequenos. Eles têm pernas curtas, mas muito fortes e seu pelo é geralmente marrom.
Jaguatirica (Leopardus pardalis)
É uma espécie de felino médio que se encontra principalmente em florestas densas do sudoeste dos Estados Unidos (América do Norte) ao norte da província de Santa Fé, na Argentina (exceto Chile).
No território argentino, portanto, está nas províncias de Misiones, Corrientes, Chaco, Formosa, Jujuy, Salta, Tucumán, Santa Fé e Santiago del Estero.
São animais que podem medir até 1,5 metro de comprimento (só a cauda chega a 45 cm) e pesar entre 8 e 20 kg. Sua pelagem é amarelada no dorso e mais branca na parte inferior. É coberto por manchas alongadas ou ocelos com uma borda preta que envolve círculos ocre.
Espécies dos Pampas Argentinos
O Pampa argentino é uma das regiões do continente sul-americano que mais sofreu intervenção do homem, tanto da fauna nativa do local foi deslocada antes do início do século XX (XX).
Podemos dizer que entre os animais que habitavam esse território havia muitos mamíferos relativamente pequenos, muitos dos quais também habitam a região norte: o puma, o gato selvagem, alguns tatus, raposas e doninhas.
O veado dos pampas (Ozotoceros bezoarticus) e o cervo do pântano (Blastocerus dichotomus) eram dois dos cervídeos mais comuns nesta região, mas foram deslocados e suas populações dizimadas devido à caça furtiva e à ocupação de seu habitat pelo gado.
Espécies dos Andes da Patagônia (ao sul)
Esta região do país é caracterizada por altas montanhas, muitos lagos e glaciares e pinhais, bem como pelas suas baixas temperaturas. Condores, águias e papagaios são comuns nos Andes da Patagônia e são endêmicos (exclusivos para aquele lugar):
O gato güiñaOncifelis guigna)
O gato güiña ou huiña é um felino em extinção, presente em todo o continente americano. É considerado o menor felino do continente e um dos menores do mundo, com comprimento máximo de 50 cm da cabeça à base da cauda e cauda de até 25 cm e peso inferior a 4 kg.
Pode ser encontrada a altitudes de 2.500 metros acima do nível do mar e na Argentina foi registrada nas províncias de Neuquén, Río Negro e Chubut.
Esses gatos são muito semelhantes aos gatos domésticos, mas seu pelo é de cor amarelada-avermelhada com pequenas manchas escuras por todo o corpo. Eles têm um rosto pequeno com três listras pretas na pele de suas bochechas.
O gato selvagem andino ou colo colo (Leopardus colocolo)
Este outro felino também é conhecido como o gato pajonal e é uma espécie de gato ameaçado. Na Argentina se encontra nas províncias de Buenos Aires, Catamarca, Chubut, Córdoba, Formosa, La Pampa, Jujuy, La Rioja, Neuquén, Mendoza, Salta, San Juan, Río Negro, San Luis, Santa Cruz e Tucumán.
São animais relativamente pequenos, com até 65 cm de comprimento (com cauda de mais ou menos 30 cm) e peso aproximado não superior a 4 kg. A sua pelagem é cinzenta amarelada e nas patas dianteiras apresenta faixas transversais castanhas-escuras ou pretas.
Monito de monte (Dromiciops gliroides)
O macaquinho é na verdade uma espécie de marsupial encontrada tanto no sul da Argentina (províncias de Neuquén, Río Negro e Chubut) quanto no Chile.
São animais de pequeno porte (até 25 cm de comprimento e 40 g de peso), com pelagem marrom, densa e macia. Eles têm um focinho curto e fino, orelhas pequenas e uma cauda longa e preênsil. Eles são noturnos e geralmente vivem em florestas úmidas, onde constroem ninhos sob pedras, troncos ou entre folhas.
Veado Huemul (Hippocamelus bisulcus)
É uma espécie de cervo nativo das florestas patagônicas entre o Chile e a Argentina. Está adaptado à vida nas montanhas e tem um corpo robusto com pernas curtas. Pode atingir até 1 m de altura e pesar no máximo 90 kg.
Os machos são maiores do que as fêmeas e desenvolvem chifres de duas cabeças que podem ter até 30 cm de comprimento. Sua pelagem é espessa, densa e longa, o que os protege do frio. É uma espécie em extinção.
Doninha de trombeta (Rhyncholestes raphanurus)
A doninha trompuda ou rato runcho do sul é um marsupial endêmico do Chile, mas também está presente no norte da Patagônia Argentina, na província de Río Negro.
É um animal pequeno, com focinho comprido e pontudo. Tem uma pelagem castanha escura suave, cauda curta e orelhas pequenas. Vive em florestas desde o nível do mar até mais ou menos 1.000 metros acima do nível do mar.
Espécies da região oceânica argentina
A Argentina possui uma extensa região oceânica que abrange regiões do Oceano Atlântico Sul e do Oceano Glacial Antártico, portanto, uma grande lista de fauna marinha também pode ser nomeada para este país. Algumas das espécies mais conhecidas incluem:
Baleia Azul (Balaenoptera musculus)
Este cetáceo (mamífero), assim chamado pela cor de sua pele, é um dos maiores animais que habitam a terra, medindo até 33 metros de comprimento e pesando mais de 150 toneladas. Está em perigo de extinção e pode ser visto no setor antártico argentino.
Alimentam-se de krill (minúsculos crustáceos) e geralmente o fazem na superfície da água à noite, pois tendem a se alimentar nas profundezas do oceano.
Baleia Franca Meridional (Eubalaena australis)
Esta espécie de baleia pode ser encontrada nos mares da Antártica Argentina, nas Ilhas Malvinas e na zona costeira da Patagônia. São animais de grande porte, com mais de 15 metros de comprimento e mais de 50 toneladas de peso.
São escuros com manchas brancas no ventre. Sua cabeça é enorme, ocupando mais da metade do corpo. Essas baleias se alimentam de zooplâncton e krill por filtração e podem fazê-lo na superfície da água ou até 50 metros de profundidade.
Orca (Orcinus orca)
Também chamadas de "orcas", as orcas são outras espécies de cetáceos que podem ser encontradas na Patagônia Argentina, muitas vezes no litoral ou na praia, caçando leões marinhos ou elefantes marinhos. No entanto, esta espécie pode ser encontrada em todos os oceanos do planeta.
São animais relativamente grandes (até 9 metros de comprimento) e pesados (até 5 toneladas), caracterizados pelo seu formato hidrodinâmico e barbatana dorsal de até 2 metros. Sua cor é preta com um padrão bastante comum de manchas brancas.
São baleias altamente inteligentes, formando sociedades complexas que lhes permitem caçar diferentes tipos de animais.
Cachalote pigmeu (Kogia breviceps)
Esta outra espécie de cetáceo é muito semelhante ao tubarão, pois se trata de animais cinzentos com cabeça curta e perfil quadrado. Sua boca está em posição ventral, eles têm uma mandíbula inferior pequena com dentes muito finos curvados para trás e a mandíbula superior não tem dentes.
Na Argentina eles foram observados na província de Buenos Aires, mas não se sabe exatamente onde mais podem ser encontrados, pois esses animais vivem em águas profundas e quentes, onde são avistados em áreas distantes da borda da plataforma continental.
Golfinho do sul (Lagenorhynchus australis)
Esta espécie de golfinho é endêmica na Argentina e no Chile (só é encontrada nesses países) e é um grupo de mamíferos aquáticos com no máximo 2,2 metros de comprimento e aproximadamente 110 kg de peso.
Têm um bico curto e uma barbatana dorsal bem desenvolvida. Sua cauda é preta com uma listra branca e seu rosto é cinza. Eles têm 20-30 pares de dentes em cada mandíbula e se alimentam de outros peixes.
Pinguim de pluma (Pygoscelis papua)
O pinguim em pluma ou bandana é uma ave de tamanho médio (até 48 cm) que se caracteriza por possuir uma espécie de “fone de ouvido” branco nas penas brancas da cabeça e bico e patas laranja.
Esta espécie é comumente encontrada na Antártica e em algumas ilhas do Atlântico Sul, onde faz seus ninhos e põe seus ovos.
Referências
- Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Nação e Sociedade Argentina para o Estudo dos Mamíferos (eds.) (2019). 2019 categorização dos mamíferos da Argentina de acordo com seu risco de extinção. Lista Vermelha dos mamíferos da Argentina. Versão digital: www.cma.sarem.org.ar.
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