Psicodrama: história, para que serve, fases e técnicas - Ciência - 2023


science
Psicodrama: história, para que serve, fases e técnicas - Ciência
Psicodrama: história, para que serve, fases e técnicas - Ciência

Contente

opsicodrama É uma modalidade de terapia que utiliza técnicas como dramatização, dramatização e diálogo entre vários participantes para investigar seus problemas psicológicos, resolver conflitos internos e melhorar seu estado de saúde mental. Foi desenvolvido por Jacob Moreno no início do século XX.

O nome dessa terapia vem do fato de que, nas sessões de psicodrama, são utilizados elementos do teatro. A terapia geralmente ocorre em um palco, com vários participantes. Cada sessão procura representar visivelmente situações passadas ou futuras, ou processos mentais internos.

Ao ver seus estados mentais representados, os participantes de uma sessão de psicodrama podem avaliar seu próprio comportamento e emoções, bem como compreender mais facilmente como uma determinada situação está afetando suas vidas. Esta terapia, portanto, fornece ferramentas muito úteis para resolver problemas pessoais.


Apesar de ser feito em grupo, o psicodrama geralmente não é considerado uma forma de terapia de grupo. Isso ocorre porque cada sessão enfoca os problemas de um dos participantes. No entanto, o restante dos envolvidos em uma sessão pode obter algum benefício observando os problemas de seus colegas e analisando-os.

História

O psicodrama foi desenvolvido no início do século 20 por um psiquiatra chamado Jacob Moreno, que conduziu a primeira sessão oficial em 1921. Uma de suas principais intenções ao criar esse novo tipo de terapia era combinar os benefícios das sessões em grupo de outras abordagens. com trabalho individual com cada cliente.

Moreno teve a ideia de desenvolver um tipo de terapia baseada no teatro observando uma atriz com um temperamento tipicamente violento, que parecia ficar muito tranquila quando tinha que agir como uma personagem agressiva. Isso o levou a pensar que os comportamentos realizados podem influenciar a vida real de um indivíduo.


Para desenvolver essa forma de terapia alternativa, ele combinou seus conhecimentos de filosofia, psiquiatria, teatro e misticismo. Durante a década de 1930, ele fundou o Beacon Hospital em Nova York, que incluía um pequeno teatro no qual o psicodrama podia ser praticado como parte de uma terapia mais ampla.

Em 1942, Moreno criou uma associação conhecida como Sociedade Americana de Psicoterapia de Grupo e Psicodrama. Durante o resto de sua vida, dedicou-se a viajar e ensinar, utilizando as técnicas que havia desenvolvido em diversos países; e depois de sua morte em 1974, sua esposa Zerka continuou com este trabalho.

Embora Jacob Moreno tenha sido o principal promotor do psicodrama, ele não foi o único a contribuir para seu desenvolvimento. Entre as figuras mais notáveis ​​desta disciplina, encontramos psicólogos como Martin Haskell, Anne Ancelin Schtzenberger, Eya Fechnin Branham, Marcia Karp e Gretel Leutz.

Para que serve o psicodrama?


Ao criar esse tipo de terapia, Jacob Moreno descreveu o psicodrama como uma exploração científica da verdade por meio de um método dramático. Sua abordagem combina elementos extraídos da sociometria, dinâmica de grupo e teoria dos papéis, além de tentar estimular a criatividade e a espontaneidade.

O objetivo das sessões de psicodrama é gerar respostas emocionais, comportamentais e cognitivas nos pacientes, para que possam compreender melhor os papéis que desempenham nas diferentes facetas de suas vidas, os desafios que enfrentam e os maneiras pelas quais eles interagem com os outros.

Em geral, considera-se que o principal benefício do psicodrama é permitir que os pacientes gerem novas perspectivas sobre sua vida passada, presente e futura.

Ao permitir que as pessoas explorem sua vida "de fora", elas são capazes de pensar em novas soluções e observar racionalmente o que está acontecendo com elas.

Áreas em que é usado

Embora o psicodrama tenha surgido originalmente como terapia psicológica, hoje é aplicado a um grande número de campos diferentes. Essa técnica, e outras derivadas dela, são utilizadas há várias décadas em áreas como negócios, educação e formação profissional, bem como em profissões como coaching.

No mundo clínico, o psicodrama se encaixa em diferentes abordagens e pode ser usado como um complemento a outros tipos de terapia mais tradicionais. Geralmente é usado em conjunto com técnicas derivadas da psicologia Gestalt, intervenção social, psicologias profundas e terapia cognitivo-comportamental.

O campo clínico em que o psicodrama é mais utilizado é o tratamento de todos os tipos de traumas. Por exemplo, esta terapia demonstrou ser especialmente eficaz no alívio de muitos dos sintomas do transtorno de estresse pós-traumático.

Uma área especial em que o psicodrama pode ser usado é no tratamento de pessoas com estilos relacionais prejudiciais. Os diferentes tipos de apego inseguro costumam se formar devido a problemas no relacionamento com os pais; portanto, reviver esse relacionamento na terapia pode ajudar a aliviar os problemas que surgem a partir dele.

Fases das sessões

Todas as sessões de psicodrama têm três fases: aquecimento, dramatização e compartilhamento.

Aquecimento

A fase de aquecimento serve para colocar os participantes na tarefa que vão realizar, criar confiança entre eles e o diretor e familiarizá-los com o método a ser seguido. A ideia é colocar os indivíduos no estado emocional certo para que o psicodrama surta efeito.

Existem muitas maneiras de aquecer. Moreno fez com que todos os participantes falassem e compartilhassem seus pensamentos e experiências.

Outras alternativas podem ser dinâmicas de grupo, atividades de apresentação ou escolher vários voluntários para mostrar brevemente como a sessão funcionará.

Representação

Na fase de representação, um voluntário compartilha com o grupo um problema que deseja trabalhar e, junto com o diretor, instrui os demais participantes a se comportarem de acordo com a situação que desejam reviver ou representar.

Geralmente, as sessões de psicodrama acontecem em um determinado ambiente, que é dividido em três círculos concêntricos. Em cada um deles, os participantes desempenham um papel. Do lado de fora estão os observadores, no meio aqueles que representam o ambiente do que aconteceu, e no centro a situação se realiza como tal.

O protagonista pode escolher tanto participar da representação no papel de qualquer um dos envolvidos, quanto ficar de fora e se tornar um observador.

Troca

Na última fase de uma sessão de psicodrama, todos os envolvidos compartilham as impressões que a performance lhes transmitiu. Normalmente, o protagonista primeiro compartilha o que aprendeu com a situação; mas, posteriormente, os outros participantes também falam sobre sua experiência.

A ideia é que tanto os atores quanto os observadores transmitam ao protagonista como se sentem identificados com sua história. Dessa forma, normaliza-se uma situação inicialmente traumática e complicada, e novos conhecimentos são adquiridos sobre como lidar com ela.

Essa parte das sessões de psicodrama é a mais valiosa. Na verdade, costuma-se dizer que, se a fase de troca não foi bem, todo o processo foi em vão. Por isso, o diretor deve tentar fazer com que todos os envolvidos participem e se sintam capazes de compartilhar o que vivenciaram.

Finalmente, após a fase de troca, costuma-se realizar algum tipo de exercício que ajude os participantes a se distanciarem das sensações que foram tiradas da sessão e a voltar sua atenção para o mundo real.

Técnicas

As sessões de psicodrama são geralmente realizadas como parte da terapia semanal, em grupos de 8 a 12 participantes. Cada sessão dura aproximadamente 2 horas, cada uma delas focada em um problema específico de um dos participantes, com o restante do grupo representando diferentes personagens da situação escolhida.

Embora existam técnicas para cada uma das fases, as mais importantes são aquelas que se realizam na fase de representação. Aqui, veremos alguns dos mais comuns.

Mudança de papéis

Com a mudança de papéis, o protagonista abandona seu papel e passa a ser o personagem de uma pessoa importante em sua vida. Dessa forma, o protagonista pode compreender melhor o papel que o outro indivíduo desempenha na situação, de forma que possa aumentar sua empatia.

Ao mesmo tempo, a inversão de papéis também pode ajudar o terapeuta a compreender melhor que tipos de dinâmica estão ocorrendo na situação específica. Isso ajuda a descobrir qual abordagem você pode adotar para solucionar os problemas existentes.

Espelhamento

Com o espelhamento, o protagonista passa a ser um observador da cena, enquanto outro participante representa seu papel na cena. Dessa forma, o protagonista pode olhar para si mesmo de fora, o que ajuda a reduzir o impacto emocional da terapia e a refletir racionalmente sobre o que está acontecendo.

Ao mesmo tempo, o espelhamento é muito útil para ajudar o paciente a tomar consciência das formas como está agindo, algo que é muito difícil de ver por dentro.

Duplicação

Na duplicação, um dos participantes adota o comportamento e os movimentos do protagonista e compartilha com o grupo os pensamentos e emoções que pensa estar sentindo. Essa técnica pode ser usada para ajudar os demais membros do grupo a se colocarem no lugar do paciente.

Por outro lado, a duplicação também é muito útil para confrontar o protagonista em sua maneira de se comportar. Dessa forma, ele pode perceber o que está fazendo e não gosta, e buscar uma forma alternativa de agir.

Referências

  1. "O que é psicodrama?" in: Psychology Today. Retirado em: 29 de março de 2019 em Psychology Today: psychologytoday.com.
  2. "O que é psicodrama" em: Fepto. Recuperado em: 29 de março de 2019 em Fepto: fepto.com.
  3. "Psychodrama" em: Good Therapy. Retirado em: 29 de março de 2019 em Good Therapy: goodtherapy.org.
  4. "O que é psicodrama?" em: British Psychodrama Association. Retirado em: 29 de março de 2019 da British Psychodrama Association: psychodrama.org.uk.
  5. "Psicodrama" em: Wikipedia. Recuperado em: 29 de março de 2019 da Wikipedia: en.wikipedia.org.