Teoria da colheita: como a tela nos influencia? - Psicologia - 2023
psychology
Contente
- Qual é a teoria do cultivo?
- Aprendizagem vicária e mídia digital
- A possível má influência da televisão
- Violência e a Teoria do Cultivo
- Concluindo
Se você já parou para pensar sobre as horas diárias que a maioria das pessoas pode passar assistindo televisão ou navegando na Internet, você deve ter se perguntado: Como o que vemos na tela influencia nosso pensamento?
Esta é uma das questões que das ciências sociais Foi tentado responder a partir do que é conhecido como Teoria do Cultivo..
Qual é a teoria do cultivo?
Embora seu nome possa ser confuso no início, em suas origens a Teoria do Cultivo era basicamente uma teoria da comunicação que serviu de ponto de partida para estudar os efeitos que a exposição prolongada à televisão teve na forma como a sociedade é interpretada e imaginada.
Especificamente, a premissa a partir da qual a Teoria da Colheita operava inicialmente era que quanto mais tempo você passa assistindo televisão, mais você passa a acreditar que a sociedade é o que se reflete na tela. Em outras palavras, que o fato de nos acostumarmos com determinado tipo de conteúdo televisivo leva a supor que o que está sendo mostrado é representativo do mundo em que vivemos.
Embora tenha sido formulada nos anos 70, atualmente a Teoria do Cultivo ainda é válida, embora com uma pequena variação. Já não se concentra apenas nos efeitos de televisão, mas sim Também tenta abordar mídias digitais, como videogames e o conteúdo que pode ser encontrado na Internet.
Aprendizagem vicária e mídia digital
Em psicologia, existe um conceito que é muito útil para compreender em que se baseia a Teoria das Culturas: aprendizagem vicária, exposta por Albert Bandura no final dos anos 70 por meio de sua Teoria da Aprendizagem Social.
Este tipo de aprendizagem é, fundamentalmente, aprendizagem por observação; Não precisamos realizar uma ação para julgar os resultados disso e decidir se é útil ou não. Podemos simplesmente ver o que os outros estão fazendo e aprender indiretamente com seus sucessos e erros.
O mesmo pode acontecer com a televisão, os videogames e a Internet. Através da tela, observamos como vários personagens tomam decisões e como essas decisões se traduzem em consequências boas e ruins.Esses processos não apenas nos dizem se certas ações são desejáveis ou não, mas também comunicam aspectos sobre como funciona o universo no qual essas decisões são tomadas, e é aí que entra a Teoria do Cultivo.
Por exemplo, da série Game of Thrones pode-se concluir que a piedade não é uma atitude que os outros assumem como normal, mas também se pode concluir que as pessoas mais ingênuas ou inocentes são freqüentemente manipuladas e abusadas por outras. Também se pode concluir que o altruísmo quase não existe e que mesmo os sinais de amizade são guiados por interesses políticos ou econômicos.
Por um lado, o aprendizado vicário nos coloca no lugar de certos personagens e nos faz julgar seus fracassos e realizações assim como faríamos se fossem nossos. Por outro lado, o fato de termos analisado os resultados de uma ação do ponto de vista daquela pessoa nos faz tirar uma conclusão sobre o funcionamento da sociedade e o poder que ela exerce sobre o indivíduo.
A possível má influência da televisão
Um dos focos de atenção que se aprofunda a partir da Teoria do Cultivo está no estudo do que acontece quando vemos muito conteúdo violento nas telas. Este é um assunto que muitas vezes chega até nós por meio de manchetes alarmistas, por exemplo, quando se começa a explorar a biografia de assassinos de adolescentes e se chega à (apressada) conclusão de que eles cometeram seus crimes sob a influência de um videogame ou série de TV.
Mas a verdade é que a quantidade de violência a que os jovens são expostos por meio de uma tela é uma questão relevante para as ciências do comportamento; não em vão a infância e a adolescência são fases da vida em que um é muito sensível aos ensinamentos sutis que são revelados pelo ambiente.
E, se se assumir que a televisão e as mídias digitais em geral têm o poder de fazer o telespectador agir de forma "desejável", sendo influenciado por campanhas de conscientização ou assumindo a normalidade da homossexualidade ao assistir a série Modern Family não é irracional pensar que o oposto poderia acontecer: que esses mesmos meios nos tornam mais propensos a reproduzir comportamentos indesejáveis, como ações violentas.
E são esses elementos de risco, e não o potencial benéfico da mídia, que geram mais interesse. No final das contas, sempre há tempo para descobrir o que há de bom nas mídias digitais, mas os perigos devem ser detectados o mais rápido possível.
Assim, seria perfeitamente possível que a televisão e a Internet fossem uma marca forte na mentalidade dos jovens, e as chances de que essa influência seja boa são as mesmas de que seja ruim, pois não se baseia apenas nas conclusões que se expressam diretamente nos diálogos, mas é um aprendizado implícito. Não é necessário que um personagem pronuncie que acredita claramente na superioridade dos brancos para que seja assumido por meio de suas ações que ele é racista.
Violência e a Teoria do Cultivo
Porém, seria um erro supor que, de acordo com a Teoria do Cultivo, a violência televisionada nos torna mais violentos. O efeito que isso teria seria, em todo caso, assumir mais ou menos inconscientemente a ideia de que a violência é um componente essencial e muito comum na sociedade (ou em um determinado tipo de sociedade).
Isso pode nos fazer começar a ser mais violentos porque "todo mundo está fazendo", mas também pode ter o efeito contrário: por acreditarmos que a maioria das pessoas é agressiva, nos sentimos bem por não termos necessidade de machucar os outros e de nos destacar. nesse aspecto, o que nos torna mais resistentes a cair nesse tipo de comportamento.
Concluindo
A Teoria do Cultivo não se baseia em uma afirmação absoluta e espetacular do estilo de "ver um monte de gente racista na televisão faz você começar a discriminar os negros", mas se baseia em uma ideia muito mais sutil e humilde: que A exposição a determinados meios de comunicação nos faz confundir a realidade social com a sociedade veiculada nesses meios..
Este fenômeno pode trazer muitos riscos, mas também oportunidades; isso depende de muitas outras variáveis relacionadas às características dos telespectadores e ao conteúdo transmitido em questão.