Nervos cranianos: origem real e aparente, funções, anatomia - Ciência - 2023
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Contente
- 1- Nervo olfatório (I)
- Origem real e aparente
- Viagem
- 2- Nervo Óptico (II)
- Origem real e aparente
- Viagem
- 3- Nervo Oculomotor ou Motor Ocular Comum (III)
- Origem real e aparente
- Viagem
- 4- Nervo troclear ou patético (IV)
- Origem real e aparente
- Viagem
- 5- Nervo trigêmeo (V)
- Origem real e aparente
- Viagem
- 6- Nervo abdutor ou motor ocular externo (VI)
- Origem real e aparente
- Viagem
- 7- Nervo Facial (VII)
- Origem real e aparente
- Viagem
- 8- Nervo Estatoacústico ou Vestibuloclear
- Origem real e aparente
- Viagem
- 9- Nervo glossofaríngeo (IX)
- Origem real e aparente
- Viagem
- 10- Nervo Vago ou Pneumogástrico (X)
- Origem real e aparente
- Viagem
- 11- Nervo acessório (XI)
- Origem real e aparente
- Viagem
- 12- Nervo Hipoglosso (XII)
- Origem real e aparente
- Viagem
- Referências
onervos cranianos São doze pares de nervos que conectam diretamente o cérebro e o tronco cerebral com diferentes partes do corpo como músculos, órgãos e sentidos, transmitindo informações essenciais para realizar todos os tipos de funções vitais no corpo humano.
Também conhecidos como nervos cranianos, eles são distribuídos por aberturas na base do crânio na cabeça, tórax, abdômen e pescoço. A parte em que saem ou entram no cérebro é conhecida como origem aparente, mas todas possuem uma “origem real”, diferente dependendo da função que desempenham.
O que diferencia os doze nervos cranianos do resto dos nervos que deixam o cérebro é que eles não se unem a eles pela medula espinhal. Ao contrário, eles se conectam diretamente com os órgãos e músculos em cuja operação estão envolvidos, que estão principalmente na cabeça.
Existem muitas classificações para eles, mas as mais utilizadas são aquelas que os dividem de acordo com sua função. Nesse sentido, costumamos falar de três tipos: sensitivo, motor ou misto. Eles também podem ser classificados de acordo com se são aferentes (eles carregam informações para o cérebro) ou eferentes (eles as transmitem do cérebro para os órgãos).
Cada um dos nervos cranianos pode ser nomeado com um número ou com um nome científico.
Abaixo você encontrará uma lista dos nomes técnicos dos doze nervos cranianos, bem como uma breve descrição de suas funções no corpo humano. Você também aprenderá mais sobre sua origem real e aparente e as partes da anatomia nas quais são encontrados.
1- Nervo olfatório (I)
O nervo olfatório, como o próprio nome sugere, tem sua origem real nos órgãos responsáveis pelo olfato. Sua missão é transmitir as informações por eles coletadas ao cérebro, onde são interpretadas para gerar uma resposta adequada.
Origem real e aparente
A origem real do nervo olfatório está localizada em uma parte da mucosa olfatória conhecida como mancha amarela; especificamente, nas células bipolares da mesma, de onde saem os componentes do nervo olfatório. Essa área fica no topo das narinas.
Pelo contrário, sua origem aparente é a parte interna do bulbo olfatório. Esta área do corpo está localizada em uma parte conhecida como etmóide, acima da placa cribriforme.
Viagem
As fibras nervosas que surgem das células bipolares da mancha amarela se dispersam em várias direções e, em seguida, se concentram nos chamados ramos olfatórios. Trata-se de um conjunto de nervos (cujo número varia entre 12 e 20), que atingem a parte inferior do bulbo olfatório após cruzarem a lâmina cribriforme do etmóide.
Perto do nervo olfatório existe também outro par de nervos que, embora não pertença aos doze nervos cranianos, também é importante. Esses são os chamados “nervos terminais”.
2- Nervo Óptico (II)
Este nervo aferente tem sua origem real nos olhos. Seu objetivo é transmitir todas as informações visuais destes para o cérebro, especificamente para as áreas responsáveis pelo processamento visual.
Origem real e aparente
O nervo óptico surge das células ganglionares presentes na retina do olho. Os axônios dessas células (responsáveis por captar a luz) formam a origem desse par craniano quando se encontram e vão em direção ao cérebro.
Por outro lado, sua origem aparente está no quiasma óptico, especificamente no ângulo anterior.
Viagem
O nervo óptico tem cerca de 4 centímetros de comprimento e vai do olho até as áreas visuais do cérebro. Tradicionalmente, é dividido em quatro partes: o segmento intraocular, o intraorbital, o intracanacular e o intracraniano.
Todos esses segmentos do nervo óptico passam por diferentes áreas do crânio (como a área de cribrificação dos olhos ou o forame óptico na base do crânio) em seu caminho para transmitir informações visuais ao cérebro.
3- Nervo Oculomotor ou Motor Ocular Comum (III)
O terceiro nervo craniano é o primeiro dos eferentes, ou seja, o primeiro daqueles que transmitem informações do cérebro para o corpo.
Nesse caso, é responsável por controlar os movimentos dos músculos oculares, como as pálpebras, o esfíncter pupilar ou alguns daqueles que servem para mudar sua posição.
Origem real e aparente
O nervo oculomotor é ligeiramente diferente dos dois anteriores, no sentido de que suas fibras surgem de dois núcleos distintos. Assim, parte deles se origina no núcleo somatomotor (localizado nos pedúnculos cerebrais), e o restante sai do núcleo parassimpático motor (também conhecido como núcleo de Edinger-Westphal).
Por outro lado, sua origem aparente está localizada na depressão do motor ocular comum, que se encontra no interior dos pedúnculos cerebrais.
Viagem
Depois de sair do tronco encefálico, esse nervo é direcionado para fora e para cima. Ele passa perto da artéria cerebral posterior e da artéria cerebelar superior, antes de subir acima do nervo patético. Em sua parte final, é dividido em dois ramos terminais:
- O ramo terminal superior controla o músculo reto superior do olho e a elevação da pálpebra superior.
- O inferior, por outro lado, controla o reto interno, o inferior e o oblíquo menor.
4- Nervo troclear ou patético (IV)
Também relacionado ao controle do movimento dos olhos, este nervo craniano se encarrega de controlar os músculos que os giram para baixo ou em direção ao nariz. Por exemplo, o músculo oblíquo superior do olho.
Origem real e aparente
Sua origem real também está no pedúnculo cerebral, logo abaixo de um do nervo motor ocular comum. As fibras se cruzam com as que vêm do lado oposto antes de emergir à superfície.
A origem aparente do nervo troclear, por outro lado, está localizada na parte posterior dos pedúnculos cerebrais, em uma área conhecida como válvula de Vieussens.
Viagem
O nervo patético circunda os pedúnculos cerebrais lateralmente e segue em direção à área conhecida como seio cavernoso. Quando passa por sua parede externa, é colocado entre o nervo oftálmico e o motor ocular comum. Depois de passar pela parte externa do anel de Zinn, ele termina no músculo oblíquo maior dos olhos, que ele controla.
5- Nervo trigêmeo (V)
O quinto nervo tem uma função dupla. Por outro lado, ele transmite informações dos órgãos sensoriais localizados na face para o cérebro para sua posterior interpretação e elaboração de uma resposta.
Por outro lado, o nervo trigêmeo também é responsável pelo controle dos dois principais músculos relacionados à mastigação: o temporal e o masseter.
Origem real e aparente
Esse nervo, por ter função mista, também tem duas origens reais. Por um lado, existe o sensível, cujas fibras surgem no gânglio de Gasser.
Por outro lado, tem origem motora, que vem do núcleo principal ou mastigador (na protuberância anular), e do núcleo acessório (que se encontra no mesencéfalo, nos pedúnculos cerebrais).
A origem aparente do par cinco, por outro lado, surge da protuberância anular em sua face anterior inferior. Fá-lo por meio de duas raízes: uma externa e grossa, responsável pela função sensível, e uma interna e delgada, que tem a ver com o motor.
Viagem
As duas raízes desse nervo vão juntas em direção à borda superior da rocha, cruzando-a pela fenda de Gruber. Mais tarde, o ramo sensível forma um plexo triangular que deságua no gânglio de Gasser.
A raiz do motor, por outro lado, desliza sob a raiz sensível. Posteriormente, passa por outro gânglio conhecido como Glaeer, para finalmente se juntar ao ramo inferior da maxila.
6- Nervo abdutor ou motor ocular externo (VI)
O nervo abdutor (também conhecido como abducente) é o último nervo relacionado ao controle dos músculos usados para mover os olhos. Nesse caso, ele se conecta ao músculo reto lateral, responsável por girar os globos oculares na direção oposta ao nariz.
Origem real e aparente
O nervo abdutor tem sua origem real no núcleo protuberante, que se localiza abaixo do quarto ventrículo, e que dá origem à chamada eminência redonda. Esse núcleo é circundado pela raiz motora do nervo facial.
A origem aparente, por outro lado, está localizada no sulco bulboprotuberanceiro, circundando o orifício cego.
Viagem
De sua origem aparente, esse nervo entra no seio cavernoso e segue por ele até a carótida interna. Em seguida, ele passa através do anel de Zinn para a órbita através da fenda esfenoidal.
Este par não possui ramos colaterais, mas todas as suas fibras terminam no músculo reto externo do olho.
7- Nervo Facial (VII)
Outro dos nervos com função mista, é responsável por controlar os músculos envolvidos na criação das diferentes expressões faciais, além de fazer funcionar as glândulas salivares e lacrimais.
Por outro lado, também está envolvido com o sentido do paladar, pois coleta informações dos dois terços anteriores da língua.
Origem real e aparente
A verdadeira origem encontra-se em dois núcleos distintos: o sensorial - sensorial (originado no gânglio geniculado) e o vegetativo (localizado em dois núcleos localizados atrás do motor, na chamada protuberância). Por sua vez, este último é dividido em lacrimomuconasal e salivar superior.
A origem aparente está no sulco bulbo bulboso, fora do par seis e na frente do oito.
Viagem
Os dois ramos do nervo facial saem da ponte, cruzando o ângulo cerebelopontino junto com o oitavo par. Ambos são introduzidos no conduto auditivo interno, no fundo do qual o par sete penetra no aqueduto de Falópio.
É um dos pares mais complexos, sendo geralmente dividido em três segmentos: labiríntico, timpânico e mastoide. No seu final, normalmente é feita uma distinção entre os ramos temporofacial e cervicofacial.
8- Nervo Estatoacústico ou Vestibuloclear
Ele está envolvido na coleta de informações dos órgãos sensoriais presentes no sistema auditivo: o ouvido e a cinestesia. Esse segundo sentido faz parte do grupo de internos e nos permite perceber informações sobre fatores como gravidade, movimento ou equilíbrio do nosso corpo.
Origem real e aparente
A verdadeira origem do par oito está no gânglio Scarpa. Seus dendritos se conectam com órgãos como o utrículo e o sáculo, enquanto os axônios vão para o tronco encefálico, encontrando sua extremidade no complexo nuclear vestibular.
A origem aparente está no sulco bulboprotuveranceiro, localizado fora do nervo facial além do intermediário de Wrisberg.
Viagem
A partir do conduto auditivo interno, o nervo segue até o sulco bulboprotuberanceiro lateral, onde se relaciona com o nervo facial após passar pelo ângulo pontocerebelar.
9- Nervo glossofaríngeo (IX)
O nono nervo craniano coleta informações da parte da língua que não está conectada ao nervo facial. Além disso, também controla o funcionamento das glândulas parótidas, responsáveis pela produção de saliva.
Por outro lado, também ativa e contrai dois músculos relacionados com a ingestão alimentar, o músculo estiloglosso e o músculo estilofaríngeo.
Origem real e aparente
A origem real do nono par pode ser dividida em três partes: motora, sensorial - sensorial e vegetativa.
- A origem motora está no núcleo ambíguo, que está localizado na medula oblonga.
- A origem sensório-sensorial pode estar localizada no gânglio de Ehrenritter e no gânglio de Andersch.
- Finalmente, a origem vegetativa está no assoalho do quarto ventrículo.
A origem aparente, por outro lado, está localizada no sulco colateral posterior da medula oblonga.
Viagem
O nervo sai do crânio pelo forame posterior, logo atrás dos nervos pneumogástrico e espinhal. É separado deles pelo ligamento jugular.
Posteriormente, ele desce devido ao comportamento retroestilizado do espaço maxilofaríngeo, até chegar ao seu final na base da língua.
10- Nervo Vago ou Pneumogástrico (X)
É responsável pela contração de todos os músculos relacionados aos movimentos da faringe, que têm a ver com funções como deglutição, fonação, respiração e audição. Ele também controla a maioria dos movimentos da laringe, exceto aqueles que são regulados pelo par VIII.
Origem real e aparente
Novamente, o par dez tem várias origens: o somatomayor, o somatossensível e o vegetativo.
- A origem somatomayor está na parte intermediária do núcleo ambíguo.
- A origem somatossentitiva, por outro lado, encontra-se no gânglio jugular e no plexiforme.
- Finalmente, a origem vegetativa localiza-se no núcleo visceromotor e no viscerossensível.
A origem aparente do par dez, por outro lado, está no sulco colateral posterior da medula, acima do nervo espinhal.
Viagem
O par dez sai do crânio através do forame recuado posterior e, em seguida, desce pelo compartimento retro-estilo do espaço maxilofaríngeo.
Nele, há uma diferença entre o pneumogástrico direito e esquerdo. O pneumogástrico direito passa na frente da artéria subclávia direita, mas atrás do brônquio direito. Por outro lado, o esquerdo desce na frente do arco da aorta, mas atrás do brônquio esquerdo.
Na parte inferior do mediastino, os dois nervos encontram o esôfago, cada um de um lado. Dessa forma, os dois pneumogástricos cruzam o diafragma pelo hiato esofágico.
Finalmente, o ramo esquerdo termina na parte anterior do estômago. A parte direita se divide em dois ramos, cada um terminando em um gânglio semilunar.
11- Nervo acessório (XI)
É responsável por controlar os músculos relacionados aos movimentos da cabeça e dos ombros. Os mais importantes deles são o trapézio e o esternocleidomastóideo.
Origem real e aparente
O par onze tem sua origem real em dois núcleos: o bulbar e o medular. Por outro lado, sua origem aparente é encontrada no sulco colateral da medula oblonga e no sulco colateral posterior da medula oblonga.
Viagem
O par onze sai do crânio pelo orifício rasgado posterior, acompanhando o glossofaríngeo e o vago. Quando fora do crânio, ele se divide em um ramo interno e um externo, cada um terminando em locais diferentes no pescoço.
12- Nervo Hipoglosso (XII)
O último dos nervos cranianos é responsável por ativar os músculos relacionados a quase todos os movimentos da língua, principalmente os que dizem respeito à articulação de sons e palavras e à deglutição.
Origem real e aparente
O último nervo craniano tem sua origem real no núcleo somatomotor localizado na medula oblonga. O aparente, por outro lado, está em dez ou onze andares localizados no sulco preolivar, também do bulbo.
Viagem
O par doze sai do crânio através do forame côndilo anterior e então desce através do compartimento retroestiloso do espaço maxilofaríngeo. No final dessa jornada, ele chega à ponta da língua, onde termina.
Referências
- "Nervos cranianos: os 12 nervos que deixam o cérebro" em: Psicologia e Mente. Retirado em: 29 de maio de 2018 em Psychology and Mind: psicologiaymente.com.
- "Nervos cranianos ou nervos cranianos: o que são e que funções desempenham no cérebro" em: Cognifit. Recuperado em: 29 de maio de 2018 em Cognifit: blog.cognifit.com.
- "Os 12 nervos cranianos (nome e posição)" em: Saber é prático. Retirado em: 29 de maio de 2018 em Knowing is Practical: saberespractico.com.
- "Nervos cranianos" em: Salud 180. Obtido em: 29 de maio de 2018 de Salud 180: salud180.com.
- "Nervos cranianos" em: Wikipedia. Obtido em: 29 de maio de 2018 da Wikipedia: es.wikipedia.org.