Capivara: características, habitat, alimentação, comportamento - Ciência - 2023


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Capivara: características, habitat, alimentação, comportamento - Ciência
Capivara: características, habitat, alimentação, comportamento - Ciência

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Capivara, capivara ou chigüiro (Hydrochoerus hydrochaeris) é o maior roedor da família Rodentia. Esta espécie é altamente social e raramente encontrada solitária, por isso geralmente vive em grupos onde a hierarquia é muito bem definida. O líder é o macho dominante, que zela e protege o resto dos membros do grupo.

Em relação ao corpo, é robusto e mede de 1,06 a 1,34 metros. Sua pelagem é avermelhada escura a marrom, com a barriga marrom mais clara. O chigüiro não tem cauda, ​​ao contrário de grande parte dos demais roedores.

Os membros posteriores têm três dedos e são mais longos do que os membros anteriores, que têm quatro dedos. Todos os dedos são unidos por uma membrana, então suas pernas são semi-palmadas.

Hydrochoerus hydrochaeris é um mamífero endêmico da América do Sul, onde se distribui em várias áreas dos países daquele continente, com exceção do Chile.


Seu habitat está fortemente associado a corpos d'água, onde se reproduz e mergulha para se proteger de predadores. Entre os ecossistemas preferidos estão os pântanos, pastagens inundadas e as bordas dos pântanos.

Características gerais

Tamanho

A capivara é o maior roedor do mundo. O adulto cresce entre 106 e 134 centímetros, com uma altura na cernelha que mede 50 a 62 centímetros. Em termos de peso, varia entre 35 e 66 quilos.

Segundo especialistas, o tamanho e o peso são maiores nas espécies que vivem ao sul. Assim, nas planícies colombiana e venezuelana, o Hydrochoerus hydrochaeris tem massa corporal de 45 a 50 quilos, enquanto no sul do Brasil e na Argentina, o animal ultrapassa os 80 quilos.

Essa diferença notável pode estar relacionada à abundância e qualidade das pastagens, que aumentam nas regiões localizadas ao sul do continente.


Pele

A epiderme apresenta numerosas dobras e cavidades, conferindo-lhe um aspecto ondulado. Em relação à derme, ela é formada por folículos pilosos, organizados em grupos de três. Cada um deles tem uma glândula sudorípara associada. Essa particularidade diferencia a capivara do restante dos roedores.

Cada um dos fios emerge de forma inclinada. Além disso, o folículo piloso possui uma glândula sebácea.

Corpo

O corpo do Hydrochoerus hydrochaeris é robusto e coberto de pêlos, que medem de 30 a 120 milímetros. A cor da pelagem varia do avermelhado ao marrom escuro, passando para o marrom amarelado no ventre. Em algumas espécies, o tom do rosto é mais escuro.

Em relação aos membros, eles são curtos, considerando o volume corporal do animal. As últimas são mais longas que as anteriores, permitindo que a capivara faça um rápido movimento inicial.

Assim, pode escapar de um predador ou capturar sua presa de forma surpreendente. Além disso, quando o animal está em repouso, ele pode ficar de pé nas patas traseiras.


As extremidades dianteiras têm quatro dedos e as traseiras três. Os dedos têm unhas grossas e fortes. Além disso, eles são unidos por membranas, fazendo com que as pernas fiquem parcialmente aladas.

Essa espécie carece de cauda, ​​estrutura que está presente em quase todos os roedores. Em substituição a esta, possui uma prega cutânea, que esconde a genitália externa e o ânus.

Cabeça

O chigüire, como é conhecido na Venezuela, tem uma cabeça larga. O focinho é largo e achatado, com o lábio superior fendido. Quanto às orelhas, são pequenas, sem pelos e móveis.

As narinas, orelhas e olhos estão localizados no topo da cabeça. Trata-se de uma adaptação que permite ao animal submergir e manter esses órgãos fora da água.

Glândula de óleo

Este roedor possui uma glândula sebácea, localizada na região superior da cabeça. Essa estrutura é formada por células secretoras de uma substância branca pegajosa, que serve para demarcar o território.

Parece uma grande protuberância ou verruga de cor escura. No homem, torna-se visível desde o primeiro ano de vida e continua a se desenvolver até atingir 8 a 10 centímetros.

Comunicação e percepção

A vocalização é uma forma muito importante de comunicação para as capivaras. Durante o desempenho de suas atividades diárias, os jovens frequentemente emitem vários sons. Esse comportamento também é bastante comum entre os adultos.

Este roedor emite um chamado alto, semelhante a um latido, para alertar o grupo de uma ameaça séria. Dessa forma, o rebanho corre para ir até o corpo d'água e mergulhar nele, em busca de abrigo.

Além disso, se o chigüiro detecta a presença de um predador, ele começa a vocalizar um latido assustador. Isso é feito continuamente até que o animal se retire ou até que o resto do grupo esteja protegido na água.

Já as fêmeas, quando estão no cio, emitem uma espécie de chiado. Eles fazem isso para atrair machos. Esse chamado é vocalizado de forma recorrente, até que o macho comece a se aproximar da fêmea. Jovens e jovens também têm uma chamada, para que a mãe saiba que precisam.

No vídeo a seguir você pode ver uma família de capivaras em seu habitat natural:

Estado de conservação

As populações de capivara estão diminuindo, principalmente devido à caça indiscriminada. Esta situação fez com que a IUCN categorizasse o Hydrochoerus hydrochaeris dentro do grupo de animais com baixo risco de extinção.

A principal ameaça que afeta esta espécie é a caça, para comercialização de sua carne e pele, tanto no mercado nacional como internacional. Além disso, ela é morta pelos criadores, considerando que ela tem uma competição de pastagem com o gado.

O habitat da capivara está sobreposto em muitas das regiões que estão sob a proteção de conservação de entidades públicas ou privadas.

Habitat e distribuição

Distribuição

Hydrochoerus hydrochaeris tem distribuição estritamente sul-americana. Assim, seu alcance se estende ao leste da Colômbia, Suriname, Venezuela, Guiana Francesa e Guiana. Além disso, está na região amazônica do Peru, Bolívia, Equador e Brasil. Em direção ao sul do continente, está localizada no Uruguai, Paraguai e no norte da Argentina.

Habitat

Em relação ao habitat, a capivara vive em áreas onde existem corpos d'água, de fácil acesso. Assim, entre os ecossistemas preferidos estão pastagens inundadas, florestas de várzea e bordas de pântanos.

Além disso, ele é encontrado ao longo das margens de rios, pântanos, pântanos, arbustos e pastagens perto de lagos, lagoas ou rios.

No inverno, o chigüiro aproveita toda a área para descansar e pastar. Quando chega o verão, o animal se reúne em torno de pântanos e riachos em busca de alimento e para resfriar o corpo do calor.

Outra razão pela qual essa espécie vive perto da água é que ela pode entrar no rio e submergir por vários minutos. Desta forma, ele se esconde do ataque de predadores. Além disso, a capivara cobre o corpo com lama, para evitar a infestação de algumas espécies de ácaros.

Taxonomia

-Reino animal.

-Subreino: Bilateria.

-Filum: Cordado.

-Subfilo: Vertebrado.

-Infrafilum: Gnathostomata

-Superclasse: Tetrapoda

-Classe: Mamífero.

-Subclasse: Theria.

-Infraclass: Eutheria.

-Order: Rodentia.

-Suborder: Hystricomorpha.

-Infraorden: Hystricognathi.

-Família: Caviidae.

-Subfamília: Hydrochoerinae.

-Gênero: Hydrochoerus.

-Espécies: Hydrochoerus hydrochaeris.

Alimentando

A capivara é um herbívoro que precisa consumir cerca de 3 quilos de forragem fresca diariamente. Este animal tem uma dieta seletiva, pois geralmente escolhe plantas com alto teor nutricional.

Nesse sentido, apesar da grande variedade de espécies vegetais que estão presentes em seu habitat, normalmente apenas 14,8% representam a dieta das capivaras. No entanto, quando o animal é forçado a comer arbustos de menor valor nutricional, o número de espécies de plantas aumenta.

Este roedor consome principalmente gramíneas e várias plantas aquáticas. No entanto, ocasionalmente pode comer frutas e cascas de árvore. A dieta varia de acordo com as estações.

Assim, na época das chuvas prefere as ervas, enquanto na seca se alimenta do junco, planta abundante nessa época do ano. Além disso, durante o verão, devido à escassez de vegetação, a capivara tende a invadir áreas de gado, competindo com o gado por fontes de alimento.

Sistema digestivo

Dentição

Da mesma forma que o resto dos roedores, esta espécie possui quatro dentes incisivos altamente desenvolvidos. São longos, duros e afiados. Além disso, eles crescem continuamente. Entre esses dentes e o primeiro molar existe um espaço conhecido como diastema.

Em cada lado da mandíbula possui 4 molares, com superfícies mastigatórias achatadas. Essa característica, aliada aos fortes músculos da mandíbula, permite que a mastigação dos alimentos seja eficaz.

Isso se traduz em maior eficiência no processo de obtenção de substâncias nutritivas e na ação digestiva dos agentes microbianos.

Trato digestivo

O esôfago possui um epitélio cornificado. Essa adaptação alimentar evita que a forragem, durante sua passagem por esse tubo, cause danos ao órgão. A capivara possui estômago único, caracterizado por possuir grande número de células parietais, responsáveis ​​pela produção de ácido clorídrico.

Essa substância evita a proliferação de bactérias, além de contribuir para a degradação de compostos orgânicos.

Em relação ao intestino delgado, possui vilosidades altamente desenvolvidas, que proporcionam um alto nível de absorção de nutrientes. O intestino grosso tem características semelhantes às do resto dos mamíferos.

No entanto, o ceco possui muitas dobras, de modo que a absorção de água e componentes hidrolisados ​​é muito mais eficaz.

Otimização de alimentos

o Hydrochoerus hydrochaeris É caracterizada por possuir alguns comportamentos alimentares que contribuem para a eficiência do processo de absorção e degradação dos compostos orgânicos que compõem o material vegetal.

Assim, esse roedor é coprófago, pois consome suas próprias fezes. Dessa forma, auxilia no processo digestivo da celulose. Além disso, permite a extração de vitaminas e proteínas que não foram processadas durante a digestão dos alimentos.

A capivara excreta dois tipos diferentes de fezes, algumas ovais e verde-oliva e outras pastosas e claras. Este último contém cerca de 37% mais proteína do que as outras fezes. Quando o animal os ingere, essas substâncias nutritivas são degradadas e podem ser assimiladas pelo organismo.

Além disso, este mamífero pode regurgitar alimentos. Assim, mastiga novamente o alimento pré-digerido, contribuindo para um melhor aproveitamento das vitaminas e minerais que contém.

Reprodução

A maturidade sexual da capivara ocorre por volta dos 18 meses de vida, quando o animal pesa aproximadamente 30 quilos. Este roedor se reproduz ao longo do ano, porém a atividade máxima de acasalamento ocorre no início da estação chuvosa.

Quando a fêmea está no cio, seu cheiro muda. Isso faz com que o macho comece a persegui-la ao redor do lago ou rio. O macho dominante tentará manter os outros machos afastados, para evitar que a fêmea se junte. Porém, devido ao grande tamanho do rebanho, nem sempre essa ação é bem-sucedida.

Assim, a fêmea pode escolher acasalar com o líder ou com um subordinado. Quanto à cópula, ela ocorre na água. Depois que a fêmea é fecundada pelo macho, o desenvolvimento fetal dura cerca de 130 a 150 dias.

O nascimento dos filhotes, em ninhadas de 1 a 8, ocorre em terra. Algumas horas depois, os recém-nascidos começam a se levantar e andar. Depois de uma semana, comem sozinhos, embora sejam desmamados aos 4 meses. Os jovens ficam com os pais até um ano de idade.

Neste vídeo você pode ver uma capivara dando à luz:

Comportamento

O chigüiro se move com agilidade no solo, porém é um excelente nadador. Ele pode permanecer submerso por até cinco minutos, uma habilidade que usa para escapar de ameaças. Da mesma forma, é capaz de dormir na água, pois a morfologia de sua cabeça permite manter o nariz, os olhos e as orelhas fora do lago.

Estrutura social

Esta espécie é gregária, podendo formar grupos de até 30 animais, embora no verão até 100 capivaras possam se reunir ao redor de um corpo d'água. O agrupamento é composto por um macho dominante, fêmeas adultas, machos e fêmeas subadultos, jovens e os jovens.

Existe uma hierarquia rígida entre os machos, imposta por comportamentos perseguidores e não por encontros agressivos, embora estes possam eventualmente ocorrer. Cada agrupamento mantém e defende seu território, que inclui o lamaçal e o local de alimentação.

O hierarca masculino do grupo é o principal encarregado de demarcar o terreno. Para isso, utiliza as glândulas sebáceas, que esfrega contra os caules e arbustos. Outros membros do grupo podem contribuir para essa ação, mas o fazem esporadicamente.

Por outro lado, esta espécie também usa sua urina para definir sua área de vida. Assim, além de alertar outros grupos, as marcas ajudam o rebanho a se manter dentro do seu próprio grupo.

Referências

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