Arqueologia: história, o que estuda, ramos, importância, métodos - Ciência - 2023
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Contente
- Origem e história
- As origens
- O estágio de colecionador
- Alguns avanços conceituais
- Século XIX
- O século 20 e a nova arqueologia
- O que a arqueologia estuda? (Objeto de estudo)
- Ramos da arqueologia
- Arqueologia pré-histórica
- Arqueologia histórica
- Arqueologia industrial
- Etnoarqueologia
- Arqueologia clássica
- Arqueologia ambiental
- Arqueologia Experimental
- Arqueologia subaquática
- Arqueologia da gestão de recursos culturais
- Importância para a sociedade
- Métodos e técnicas usadas em arqueologia
- Ferramentas e equipamentos
- Técnicas de levantamento e mapeamento
- Datação por radiocarbono ou carbono-14
- O que faz um arqueólogo?
- Formulação do problema a ser investigado e a hipótese a ser testada
- Levantamento e avaliação da superfície
- Coleta e registro de dados
- Laboratório e conservação
- Interpretação
- Publicação
- Referências
o arqueologia É a disciplina que estuda a conduta, o comportamento e as crenças dos grupos humanos por meio do exame dos restos materiais que o homem deixou ao longo do tempo.
Esses materiais que os arqueólogos investigam são de várias formas e tamanhos; Eles podem ser desde pequenos objetos, como potes de barro ou pontas de flechas, até grandes edifícios, como pirâmides, pontes e templos.
Como a era dos objetos e estruturas feitos pelo homem se perdeu no tempo, a arqueologia aperfeiçoou uma ampla variedade de métodos para recuperá-los, estudá-los e analisá-los. Por isso, adotou técnicas e teorias de outras disciplinas; Também desenvolveu suas próprias bases teóricas e métodos.
Em conclusão, pode-se estabelecer que a arqueologia possui uma ampla linha de tempo, o que constitui sua margem de estudo e análise; Isso abrange desde o início da vida humana até os dias atuais.
Origem e história
Atualmente, a arqueologia é uma disciplina muito desenvolvida, porém, o conhecimento crítico de sua história não é muito longo. Isso se deve ao pouco interesse que os pesquisadores têm desenvolvido pela história dessa disciplina e seus processos.
Consequentemente, vários autores afirmam que, apesar de a arqueologia moderna ter aproximadamente 150 anos, a verdadeira deliberação histórica sobre esse ramo do conhecimento é fruto apenas das últimas três décadas.
As origens
As bases da arqueologia surgem da necessidade do homem de conhecer suas origens. A este respeito, muitas culturas antigas - como a grega, egípcia e mesoamericana - acreditavam que a humanidade tinha dezenas de milhares de anos.
No entanto, essas crenças eram baseadas em mitos, que garantiam aos deuses a criação do mundo e da humanidade. Por outro lado, na Europa medieval, a única referência às origens do homem era encontrada em documentos escritos como a Bíblia.
Posteriormente, no século XVII, as tentativas de conhecer a época da criação humana concluíram com o famoso cálculo feito pelo arcebispo irlandês James Ussher (1581-1656), que determinou -de acordo com as informações fornecidas pelos escritos bíblicos- que o mundo era criado ao meio-dia em 23 de outubro de 4004 AC
O estágio de colecionador
Durante a Idade Média e a Renascença, famílias aristocráticas e reis coletaram obras de arte e artefatos antigos simplesmente por curiosidade ou poder.
Posteriormente, com o objetivo de aumentar o acervo, foram feitas grandes excursões aos locais onde possivelmente esses objetos estavam. Assim foram descobertas as cidades de Herculano (1738) e Pompéia (1748).
Esses achados, apesar de muito importantes, não foram exaustivamente explicados na época pelas disciplinas.
Alguns avanços conceituais
Um dos trabalhos que ajudaram na busca de novas vias de conhecimento para a arqueologia foi realizado pelo naturalista dinamarquês Niels Stensen (1638-1686), que em 1669 traçou o primeiro perfil geológico onde a ideia de temporalidade foi corporificada na superposição dessas camadas.
Da mesma forma, uma das primeiras aplicações do conceito de temporalidade ocorreu em 1797, quando o britânico John Frere (1740-1807) descobriu em uma pedreira em Hoxne (Suffolk, Inglaterra) uma série de ferramentas de pedra pertencentes ao Paleolítico Inferior.
Século XIX
Foi somente no século 19 que a arqueologia como disciplina começou a adotar a metodologia científica em suas pesquisas e análises.
Nessa época, as obras de Christian J.Thomsen (1788-1865) determinavam a existência das três idades na história da humanidade, sendo estas a Idade da Pedra, Idade do Bronze e Idade do Ferro. Com essa teoria, foi estabelecida a existência de períodos de tempo na evolução da humanidade.
No final deste século, a arqueologia conseguiu se conformar como disciplina; a figura do arqueólogo profissionalizou-se e os achados passaram a ser documentados cientificamente.
O século 20 e a nova arqueologia
No século 20, o que é conhecido como a nova arqueologia, com uma posição bastante crítica quanto aos procedimentos e interpretações aplicados até agora. Atualmente, os novos arqueólogos levantam a necessidade de uma revisão profunda e crítica da natureza e prática da arqueologia.
O que a arqueologia estuda? (Objeto de estudo)
A Arqueologia é um campo de ação prática que analisa - desde a materialidade e ao longo do tempo - as comunidades e sociedades humanas, juntamente com sua inter-relação ambiental. Isso implica o estudo e a preservação dessa materialidade, o que determina a dualidade de sua prática.
Consequentemente, a arqueologia é caracterizada por sua dimensão temporal, o que lhe permite trabalhar e investigar todos os períodos humanos sem distinção. Seu estudo abrange desde a arqueologia pré-histórica, clássica e medieval, até a arqueologia histórica e a arqueologia do presente.
Ramos da arqueologia
Existem muitos ramos da arqueologia, alguns dos quais se sobrepõem.
Arqueologia pré-histórica
Estude os registros materiais da humanidade nos períodos anteriores à invenção da escrita.
Arqueologia histórica
Estude as formas de escrita e os registros de culturas passadas. Por isso, analisa o cotidiano das pessoas; é uma união entre história e antropologia, por meio da qual o arqueólogo busca conhecer os processos e costumes humanos que deram origem às sociedades atuais.
Arqueologia industrial
Estude os edifícios e vestígios do período posterior à Revolução Industrial.
Etnoarqueologia
Analise o passado através do presente. Ou seja, esta disciplina estuda os atuais grupos vivos de caçadores-coletores em regiões como Austrália e África Central e registra como eles se organizam, se comportam e usam objetos e utensílios.
Dessa forma, a análise do comportamento moderna pode ajudar a revelar os costumes e comportamentos do passado.
Arqueologia clássica
Estude as antigas civilizações grega e romana. Esta disciplina abrange o Império Grego, o Império Romano e a transição entre os dois (o período Greco-Romano). Da mesma forma, dependendo dos grupos humanos estudados, surgiram a arqueologia egípcia e a arqueologia mesoamericana.
Arqueologia ambiental
É o estudo das condições ambientais que existiam quando as diferentes civilizações se desenvolveram.
Arqueologia Experimental
É o estudo e reconstrução das técnicas e processos usados no passado para criar objetos, arte e arquiteturas.
Arqueologia subaquática
Esta disciplina analisa os restos de materiais encontrados debaixo de água devido a naufrágios ou inundações. A arqueologia subaquática usa técnicas especiais e equipamentos de mergulho sofisticados para realizar esses estudos.
Arqueologia da gestão de recursos culturais
Avaliar vestígios arqueológicos encontrados em canteiros de obras. Desta forma, as informações críticas são registradas e o achado arqueológico é preservado antes que o local seja destruído ou coberto.
Importância para a sociedade
A arqueologia fornece o conhecimento histórico de todas as sociedades e seus membros; portanto, mostra-nos os avanços e conquistas das culturas humanas em todos os tempos e espaços.
Da mesma forma, a arqueologia protege, preserva e apresenta o passado material da história humana, para que o que a humanidade é hoje seja definido nos achados e análises da arqueologia.
Por outro lado, o conhecimento arqueológico é utilizado por pesquisadores da área para apoiar ou conectar análises posteriores. No entanto, muitos autores chamam a atenção para o uso correto desse conhecimento nas narrativas arqueológicas.
Em suma, a arqueologia, estudando os grupos humanos do passado, produz um conhecimento histórico que serve à humanidade do presente para compreender suas práticas atuais e os desafios do futuro.
Métodos e técnicas usadas em arqueologia
Hoje, há uma grande variedade de métodos e abordagens que tiveram um impacto positivo nos procedimentos de coleta e interpretação de evidências usados pela arqueologia.
Ferramentas e equipamentos
Os arqueólogos usam uma grande variedade de equipamentos, ferramentas e técnicas. Alguns são criados especificamente para a arqueologia e outros são emprestados de outras disciplinas. Ferramentas arqueológicas comuns incluem pás e espátulas para remover sujeira, escovas e vassouras, recipientes para transporte de sujeira e peneiras.
Para as escavações mais delicadas, os arqueólogos usam ferramentas pequenas e finas. Já se o trabalho for em escala maior, as escavadeiras são usadas para remover apenas a camada superior do solo.
Técnicas de levantamento e mapeamento
Usando imagens obtidas de satélites, ônibus espaciais e aviões, os arqueólogos identificam a tipologia da superfície; enquanto ferramentas de exploração geofísica - como magnetômetros de penetração e radares - são usadas para avaliar as características do subsolo.
Hoje em dia, aparelhos eletrônicos também são usados para fazer mapas de uma determinada área.
Datação por radiocarbono ou carbono-14
Em 1947, Willard Libby mostrou que a matéria orgânica emite certos níveis de radioatividade. Isso ocorre porque o carbono-14 na atmosfera se combina com o oxigênio para formar dióxido de carbono (CO2), que é incorporado pelas plantas durante a fotossíntese, passando então para a cadeia alimentar.
Dessa forma, quando um ser vivo morre, ele para de assimilar o carbono-14, diminuindo a quantidade do isótopo ao longo do tempo. Usando esse conhecimento, Libby foi capaz de datar com sucesso várias amostras.
A principal aplicação da datação por carbono-14 é na arqueologia. A técnica consiste em medir a radiação proveniente de uma amostra; Isso dá o nível atual de degradação do carbono-14. Em seguida, por meio de uma fórmula, é calculada a idade da amostra.
O que faz um arqueólogo?
Hoje, a arqueologia usa o método científico para conduzir suas pesquisas. Estas são as etapas a serem seguidas durante um estudo arqueológico:
Formulação do problema a ser investigado e a hipótese a ser testada
Antes de realizar estudos e escavações, os arqueólogos consideram o problema a ser resolvido e formulam a hipótese. Em outras palavras, eles consideram o motivo para realizar o estudo. Essa etapa anterior é sustentada por uma busca de informações que servirão para estruturar todo o arcabouço metodológico da pesquisa.
As informações necessárias são fornecidas por mitos e histórias, relatos históricos, mapas antigos, relatos de fazendeiros sobre achados em seus campos, fotografias de satélite mostrando esquemas não visíveis e os resultados de métodos de detecção de subsuperfície.
Levantamento e avaliação da superfície
Os locais identificados por meio da coleta das informações são plotados em um mapa. Esses mapas constituem o primeiro resultado ou registro durante a investigação arqueológica.
Os arqueólogos então avaliam e registram o sítio arqueológico com grande precisão. Este processo é realizado de forma a salvaguardar todo o contexto de objetos e estruturas.
O site é dividido em quadrados para facilitar a localização de cada descoberta e um diagrama detalhado do site é criado. Posteriormente, um ponto de referência facilmente identificável é estabelecido em uma altura conhecida.
Desta forma, em cada quadrado os objetos são posicionados verticalmente - em relação ao ponto de referência - e horizontalmente de acordo com os lados do quadrado e as estruturas.
Coleta e registro de dados
Nesta fase, são analisados e estudados objetos, estruturas e o ambiente físico onde se encontram. Para isso, eles são fotografados, desenhados e anotados detalhadamente; Mudanças na textura, cor, densidade e até odor do solo também são observadas.
A sujeira retirada do objeto é peneirada para recuperar outros elementos importantes como sementes, pequenos ossos ou outros elementos. Essas descobertas como resultado da peneiração também são registradas em grande detalhe.
Laboratório e conservação
Objetos antigos encontrados no subsolo ou debaixo d'água devem ser tratados de forma adequada, uma vez que são expostos ao ar. Este trabalho é realizado por especialistas competentes.
Geralmente, a conservação é feita em laboratório e o processo consiste na limpeza, estabilização e análise completa do achado arqueológico. Porém, às vezes (e dependendo do estado dos objetos), o processo de conservação começa no campo e termina no laboratório.
Interpretação
Nesta fase, o arqueólogo interpreta os achados e tenta explicar o processo histórico do local. Os especialistas indicam que essa interpretação é sempre incompleta porque o registro completo nunca é obtido. Por isso, o arqueólogo avalia o que consegue, reflete sobre o que está faltando e desenvolve uma teoria sobre o ocorrido.
Publicação
O resultado final de qualquer processo científico é a publicação das descobertas, mapas e fotografias junto com uma interpretação. Esta publicação deve ser precisa e detalhada para que outros pesquisadores possam utilizá-la como base para suas pesquisas.
Referências
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