As 3 diferenças entre pandemia e epidemia (e exemplos) - Médico - 2023
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Contente
- O que a epidemiologia estuda?
- Epidemias e pandemias: o que são e como são diferentes?
- 1. Área afetada
- 2. Patógeno causador
- 3. Gravidade
- O caso especial de endemias, o que são?
- Referências bibliográficas
As doenças infecciosas são nomeadas por sua capacidade de se espalhar entre as pessoas e se espalhar por uma população. Essa propriedade dos patógenos é essencial para sua sobrevivência e é a causa de muitas catástrofes na história da humanidade e ainda é responsável por situações de alarme público.
Geralmente nos referimos aos termos "pandemia" e "epidemia" como sinônimos para definir a situação em que muitos casos de uma doença específica começam a aparecer em uma determinada região.
A crise do ebola, a temporada anual de gripe, a gripe espanhola de 1918, o HIV ... Costumamos classificar todos esses desastres de saúde no mesmo grupo. No entanto, existem diferenças notáveis entre uma epidemia e uma pandemia. Neste artigo iremos estudá-los e ver quais doenças estão dentro de cada um.
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O que a epidemiologia estuda?
A epidemiologia é definida como a ciência que estuda o desenvolvimento e a incidência de doenças infecciosas em populações humanas. A epidemiologia, portanto, analisa as causas que levam à disseminação de patógenos.
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Ao longo da história, ocorreram catástrofes epidemiológicas que resultaram na perda de milhões de vidas, como a Peste Negra que atingiu a Europa no século XIV. Em menor escala e sem envolver a morte da população, a cada ano ocorre uma temporada de gripe em que os casos dessa doença viral disparam.
Esta súbita expansão de patógenos está geralmente ligada a fatores de risco que tendem a ser pobreza, falta de higiene, conflitos armados, desastres naturais ... Essas situações aumentam a sensibilidade da população aos patógenos, o que explica que grande parte das doenças até hoje em países subdesenvolvidos.
Epidemias e pandemias: o que são e como são diferentes?
Condições precárias promovem epidemias e pandemias, dois termos que, embora geralmente os confundam, referem-se a eventos diversos.
A seguir vamos apresentar as principais diferenças entre esses dois fenômenos.
1. Área afetada
A principal diferença entre os dois eventos está no tamanho da área que afeta:
- Epidemia:
Uma epidemia pode ser considerada um surto localizado. É um evento específico de um lugar específico, pois sua propagação normalmente se limita a uma cidade ou região e geralmente não se estende além das fronteiras do país.
Uma epidemia não afeta várias nações, por isso seu controle e erradicação são relativamente simples. Surtos desse tipo ocorrem frequentemente em países subdesenvolvidos. Um exemplo seria a epidemia de ebola que foi declarada neste verão na República Democrática do Congo, uma vez que os casos se localizavam exclusivamente neste país e a própria OMS pediu calma já que não havia risco de a doença assumir um caráter internacional.
- Pandemia:
Uma pandemia, por outro lado, pode ser considerada um surto global. Muito menos frequente que as epidemias, uma pandemia é o evento pelo qual uma doença atravessa fronteiras e, embora não deva ter um impacto mundial, vários países são afetados por ela.
A pandemia que melhor atende a essa definição é aquela que surgiu na década de 1980 e continua a se espalhar pelo mundo até hoje. Estamos falando sobre HIV / AIDS. A partir da África, o vírus causador da doença conseguiu se espalhar pelo mundo, afetando pessoas de diferentes nacionalidades.
Esta pandemia causou o contágio de 78 milhões de pessoas e a morte de 39 milhões delas. Sem dúvida, um dos eventos epidemiológicos que tem implicado em maior expansão.
2. Patógeno causador
Embora, como todas as doenças infecciosas, o agente causador sejam os microrganismos, existem diferenças importantes nos patógenos que causam cada um desses eventos:
- Epidemia:
Em termos gerais, uma epidemia é causada por patógenos aos quais estamos "acostumados". Geralmente são causados por microrganismos patogênicos que circulam nos ecossistemas há muito tempo.
Tendo entrado em contato com humanos repetidamente, nosso sistema imunológico já os reconhece. Eles são causados por bactérias ou vírus que não são novos em nosso corpo.
Um exemplo de epidemia bacteriana é o surto de cólera ocorrido em Londres em 1854. Essa epidemia foi muito famosa, pois levou um médico inglês a determinar como a cólera se propagava, descobrindo que era causada por uma bactéria ("Vibrio cholerae") que ele havia infectado pessoas por meio de uma fonte com água contaminada com fezes. Esse evento influenciou a organização da saúde pública em todo o mundo, garantindo que a água potável fosse devidamente higienizada.
Um exemplo de epidemia viral são todas aquelas que ocorrem nas comunidades devido a surtos de gastroenterite viral. São causados por diversos vírus com altíssima capacidade de propagação, o que permite que muitos casos ocorram em um determinado local.
No entanto, o exemplo mais claro de epidemia viral é a gripe. O vírus causador da doença, conhecido como Influenza, circula pelo mundo por meio de padrões sazonais: nas zonas temperadas, causa epidemias nos meses de outono e inverno. Apesar de nosso sistema imunológico estar acostumado a esse vírus, suas mutações contínuas fazem com que a cada ano surjam regiões em que ocorrem epidemias, aumentando os casos dessa doença pela facilidade de transmissão do patógeno.
- Pandemia:
As pandemias, por outro lado, geralmente são causadas por patógenos aos quais não estamos "acostumados". Os patógenos que os causam nunca entraram em contato com os humanos, então nosso sistema imunológico não está preparado para combatê-los e a propagação deles é muito mais pronunciada.
Geralmente são causados por novas cepas de vírus que apresentam uma facilidade de transmissão muito alta e, como não conhecem sua natureza ou possuem vacinas para erradicá-los, é muito difícil controlar sua disseminação. Um exemplo claro disso é mais uma vez o vírus HIV. Este, a partir de uma mutação de um vírus que afetou macacos, atingiu os humanos e, sendo um novo patógeno para a humanidade, se espalhou facilmente pelo mundo.
Não precisam ser doenças novas, pois também podem ser causadas por patógenos que encontraram uma nova via de disseminação.Por exemplo, a Peste Negra foi causada pela bactéria “Yersinia pestis”, um patógeno que já existia, mas que modificou seu modo de transmissão. Ao se espalhar por pulgas de ratos, conseguiu causar uma das maiores pandemias da história da humanidade.
Os epidemiologistas acreditam que, com o problema da resistência aos antibióticos, no futuro também poderemos sofrer pandemias causadas por bactérias que se tornaram resistentes aos tratamentos médicos. Sendo resistentes, não teremos como combatê-los e eles podem se espalhar livremente.
Na verdade, a resistência aos antibióticos está aumentando em todo o mundo a uma velocidade vertiginosa. As bactérias, por meio da seleção natural, desenvolvem mecanismos de resistência que podem dificultar o tratamento de doenças como pneumonia, gonorréia e doenças transmitidas por alimentos.
3. Gravidade
Outra das principais diferenças entre os dois eventos epidemiológicos são as consequências que têm para a saúde individual e populacional:
- Epidemia:
É improvável que uma epidemia seja fatal por um motivo simples: o patógeno não está interessado em causar a morte de seu hospedeiro. As relações que se estabelecem entre o patógeno e o ser humano são relações que evoluíram ao longo dos séculos até chegar a um equilíbrio em que o microrganismo, apesar de causar danos para obter benefícios, permite que a pessoa continue vivendo.
Isso porque aumenta as chances de sobrevivência dentro dela e de que os humanos continuem interagindo com os demais integrantes da população, permitindo sua expansão dentro dela. Existem exceções, pois existem patógenos que causam alta mortalidade, mas que não se propagam com muita facilidade, portanto, não podem causar uma pandemia.
As epidemias, que como mencionamos são causadas por patógenos aos quais estamos "acostumados", geralmente não são fatais por esse motivo. No entanto, eles podem causar sintomas graves, dependendo da própria natureza do patógeno e, em grande medida, da resposta do nosso corpo à infecção.
- Pandemia:
Uma pandemia, por outro lado, geralmente está associada a uma alta mortalidade. Embora disséssemos que quando a relação patógeno-humano está bem estabelecida, raramente causa a morte, com pandemias, causadas por microrganismos que nunca entraram em contato com as pessoas, pode-se observar uma alta letalidade.
Os patógenos que causam as pandemias não são usados para o corpo humano e vice-versa. Essa situação faz com que os sintomas sejam, em geral, muito mais graves e podem levar à morte da pessoa afetada.
Essa falta de equilíbrio entre o patógeno e o humano explica que pandemias como a gripe espanhola, a peste negra, a varíola, o sarampo, o HIV, etc., foram a causa de milhões de mortes durante o tempo em que estiveram presentes.
O caso especial de endemias, o que são?
Menção especial merece as endemias, eventos epidemiológicos que consistem no aparecimento constante de uma doença em uma área específica. Nesse caso, ao contrário das epidemias e pandemias, as endemias ocorrem quando um patógeno tem prevalência crônica, ou seja, permanece na área ao longo do tempo.
Afetando uma região muito específica, as endemias ocorrem quando uma doença não pode ser completamente erradicada, o que faz com que novos casos apareçam de vez em quando.
Um exemplo de doença endêmica é a situação que ocorre em muitas regiões da África com a malária, pois devido à sua transmissão por meio de mosquitos, o controle e a prevenção dessa doença são muito difíceis.
Referências bibliográficas
- Qiu, W., Rutherford, S., Mao, A., Chu, C. (2017) "The Pandemic and its Impact". Saúde, Cultura e Sociedade.
- Organização Mundial da Saúde (2018) “Gerenciando epidemias: principais fatos sobre as principais doenças mortais”. Organização Mundial da Saúde.
- Independent Commission on Multilateralism (2017) "Global Pandemics and Global Public Health". EUA: International Peace Institute.
- Chakraborty, R. (2015) "Epidemics". Enciclopédia de Bioética Global.