Como prevenir a violência de gênero: exemplos e valores - Psicologia - 2023
psychology
Contente
- Violência de gênero em nossa sociedade
- Valores para promover
- 1. Promova a autoestima das mulheres
- 2. Homens e mulheres devem estar igualmente envolvidos na criação dos filhos
- 3. As funções não estão vinculadas ao gênero
- 4. A violência de gênero não é (apenas) uma questão de casamento
- 5. Amor e violência são incompatíveis
- 6. No casal deve haver respeito e cuidado mútuo
- 7. Ele não está doente nem perdeu as mãos
- 8. A vítima sempre será inocente
- Exemplos de campanhas eficazes
- 1. Amor, mas o bom
- 2. Mulher jovem da cidade
A violência de gênero é um flagelo social sobre o qual se adquiriu maior consciência nos últimos anos.
Por meio de campanhas, visibilidade e manifestações, a população tem se posicionado cada vez mais contra qualquer tipo de agressão, tanto física quanto psicológica, contra as mulheres.
No entanto, ainda há muito a ser feito. Por isso, neste artigo explicamos em profundidade como prevenir esse tipo de violência, programas educacionais voltados para crianças e adolescentes para sensibilizá-los e preveni-los de exercer a violência ou serem vítimas de adultos.
- Para levar em conta: "Os 30 sinais de abuso psicológico em um relacionamento"
Violência de gênero em nossa sociedade
A violência contra as mulheres não começa no casamento ou no namoro. É algo muito mais profundo, herdado de pai para filho. São muitos os casos de agressores que viram e vivenciaram situações de agressão a mulheres na primeira infância. É por isso que trabalhar para quebrar essa cadeia hereditária torna-se muito importante.
Embora nos últimos anos tenha havido uma maior conscientização sobre o tema, envolvendo homens e mulheres, a verdade é que ainda há um longo caminho a percorrer. A prova disso vem no final do ano, quando se contabiliza o número de mulheres assassinadas por seus companheiros, estupradores e assaltantes que abusaram delas física, psicológica e sexualmente.
Felizmente, Graças à sensibilidade e ao movimento social, os governos vêm tendo programas e políticas para acabar com esse flagelo, promovendo a educação para a igualdade no ensino fundamental e médio, além de combater os mitos sexistas e estereótipos associados.
Os depoimentos de mulheres sobreviventes permitiram aprofundar este fenômeno, apreendendo quais estratégias devem ser promovidas para garantir maior sobrevivência frente a esse tipo de violência, além de oferecer métodos de denúncia quando um caso desse tipo é vivenciado. ou visto.
Valores para promover
Abaixo estão os valores que devem ser promovidos para lutar contra a violência de gênero, seja atacando diretamente o que está na base, a desigualdade de gênero entendida em um sentido amplo, além de promover um maior grau de compreensão do fenômeno e envolvimento na luta pela igualdade.
1. Promova a autoestima das mulheres
Principalmente meninas e adolescentes. Deve ser promovida a ideia de que são capazes de tudo o que propõem e eles, pelo simples fato de existirem, já são valiosos. Eles não precisam de um parceiro para sentir algo.
Essa ideia visa evitar relações tóxicas que, se evoluírem, podem degenerar em episódios de violência física e psicológica.
Saber que você é valioso o suficiente para interromper seu relacionamento aos primeiros sinais de subestimação e humilhação por parte de seu parceiro é uma das melhores técnicas de prevenção.
- Pode interessar a você: "Ensinar liderança e habilidades de resolução de problemas para meninas do ensino fundamental evita a agressão"
2. Homens e mulheres devem estar igualmente envolvidos na criação dos filhos
Embora a ideia de que o homem vai trabalhar e a mulher fique em casa para cuidar dos filhos e das tarefas domésticas já esteja bastante desatualizada, a verdade é que ainda não existe uma distribuição equitativa do trabalho em casa.
Tanto o pai quanto a mãe, em casais heterossexuais, são responsáveis pela criação dos filhos. Ambos servem como modelos de desenvolvimento para crianças.
O pai não pode ignorar os filhos e deve ficar claro que ele é tão responsável pelo que os filhos fazem quanto a mãe. Educar é um exercício de igualdade.
3. As funções não estão vinculadas ao gênero
Intimamente relacionado ao valor anterior, deve ser promovido identificando os papéis que eram tradicionalmente associados a um ou outro gênero e fique ciente de como esse fato está mudando.
Tanto homens como mulheres podem realizar qualquer trabalho e também ser de qualquer maneira, sem cair em insultos típicos como "bicha" ou "moleca".
4. A violência de gênero não é (apenas) uma questão de casamento
Muitas adolescentes que têm namorado são, sem saber, vítimas de violência de gênero, por mais sutil que seja. Esse tipo de violência pode ocorrer tanto física quanto explicitamente e de forma mais psicológica e menos clara.
Comentários pejorativos e humilhações verbais são ataques. É por isso que os programas de prevenção da violência sexista devem ajudar a entender quando alguém está sendo vítima de abuso psicológico.
5. Amor e violência são incompatíveis
Por mais doloroso que possa ser para aqueles que são vítimas disso, Você deve estar ciente de que se você sofre agressão de sua parceira, é porque você não a ama.
O amor é um fato, não uma suposição. Quando duas pessoas se amam, elas se abraçam, acariciam e dizem belas palavras. Em outras palavras, eles se tratam bem.
A violência não é uma coisa agradável e, portanto, não é um sinal de amor de forma alguma.
6. No casal deve haver respeito e cuidado mútuo
Duas pessoas que se amam podem discutir e às vezes ter desentendimentos, mas isso será resolvido.
O amor implica que ambos os membros do casal se respeitem e mostre que você se preocupa com o outro.
As discussões são normais e saudáveis, típicas de qualquer relacionamento saudável. O que não é normal é agressão de qualquer tipo.
7. Ele não está doente nem perdeu as mãos
Quem abusa não o faz porque tem um transtorno mental ou porque não consegue se controlar.
Se o fez, é porque sentiu que tinha a capacidade e o direito de o fazer., e submeter seu parceiro através da violência. Além disso, é comum o agressor humilhar sua vítima após a ocorrência do episódio de violência.
8. A vítima sempre será inocente
Pode ter ocorrido uma situação desagradável em que tanto quem atacou quanto quem foi atacado compartilharam palavrões, mas quem receber o ataque permanecerá sempre a vítima.
É comum a vítima se sentir culpada, por isso o mito de que foi procurada deve ser combatido.
Até hoje é comum a crença de que se a mulher apanhou foi porque fez algo errado. Pode ser que algo tenha acontecido, mas a surra nunca será justificável e quem a causou é claramente o culpado.
Exemplos de campanhas eficazes
A seguir, explicamos dois casos de campanhas de sucesso realizadas em dois países da América Latina: México e El Salvador.
1. Amor, mas o bom
Realizado no México com foco em adolescentes e professores, esta campanha envolveu a aplicação de oficinas nas quais eles refletiram sobre papéis tradicionais e estereótipos de gênero. Os direitos reprodutivos e sexuais também foram abordados.
Esta campanha teve um efeito positivo sobre os participantes, fazendo com que o grupo de jovens reduzisse significativamente os seus comportamentos agressivos e crenças pejorativas em relação às mulheres.
Graças à campanha, foi possível lutar contra o sexismo no México, um dos países mais afetados pela violência sexista na América Latina, além de demonstrar a necessidade e eficácia da intervenção precoce em um período tão crítico como a adolescência.
2. Mulher jovem da cidade
El Salvador é outro dos países atingidos por este flagelo social. Além dos episódios de violência contra a mulher, há os inúmeros casos de gravidez na adolescência por violência sexual.
Este programa tem como foco a assertividade, incentivando as mulheres a falarem sem tabus sobre esse tipo de violência e se já sofreram algum episódio, servir como um testemunho de que pode seguir em frente.