Dieta olmeca: agricultura, pesca, caça - Ciência - 2023


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o Dieta olmeca Era uma combinação de produtos oriundos principalmente de atividades como cultivo, pesca e caça; o último em menor grau. Durante seu período de existência, a civilização olmeca desenvolveu técnicas para aproveitar melhor seu difícil ambiente natural e manter uma dieta balanceada com o que pudesse obter; compensavam assim a falta de certos nutrientes e tiravam o máximo proveito da abundância de outros.

Estabelecidos no sul do Golfo do México, os olmecas encontraram as dificuldades naturais de habitar grandes porções de selva densa e corpos de rios imprevisíveis, tendo que adaptar suas atividades de subsistência e, portanto, sua própria dieta, a essas condições.

Para garantir a sua subsistência, os olmecas caracterizavam-se por combinar o produto da agricultura e da pesca, criando espécies de “pratos” que então proporcionavam uma maior contribuição nutricional.


Da mesma forma, exploravam o consumo de plantas silvestres e frutas da região, como a goiaba, que eram parte fundamental dos hábitos alimentares.

Alimentação olmeca através da agricultura e cultivo

A agricultura olmeca pode ser considerada um dos pilares fundamentais desta civilização. O principal produto cultivado e integrado à dieta olmeca por muito tempo foi o milho, que passou a ter uma importância quase divina.

Outros produtos que surgiram dessa atividade e complementaram a dieta foram feijão, abóbora, tomate, abacate, batata, etc.

Os olmecas tiveram que passar por um processo de domesticação de alguns produtos da terra para incluí-los não só em sua alimentação, mas também em alguns de seus rituais e festividades; onde cumpriam uma função de culto.


Alguns estudos tratam da possibilidade dos olmecas terem contato com o cacau, porém isso não estava incluído em sua carga nutricional básica.

Como parte da atividade agrícola, a civilização olmeca realizava duas grandes colheitas, principalmente milho, por ano.

Isso, para os especialistas, refletia uma grande abundância de alimentos na época, o que permitia uma ótima distribuição e um nível nutricional equitativo entre todos os cidadãos. Isso sem contar o que se obtém com a pesca e a caça.

Uma das primeiras e mais conhecidas combinações entre itens foi o nixtamal, um derivado da farinha de milho combinada com cinzas e conchas do mar, fortalecendo seu valor nutricional.

Abundância de pesca

Por estarem localizados entre abundantes corpos fluviais, os olmecas souberam aproveitar os rios para uma dupla função: a pesca e o cultivo por irrigação. Dessa forma, eles conseguiram dobrar a taxa de produção e obtenção de alimentos.


A relação dos olmecas com os rios resultou na adesão à sua dieta de produtos como amêijoas, patos, tartarugas, caranguejos, cobras e lagartos marinhos.

Com relação aos peixes, uma importância separada foi dada ao robalo e à raia manta, considerados bastante populares para a comida olmeca, principalmente na maior cidade olmeca, San Lorenzo de Teotihuacán.

O tipo de peixe consumido variou nas diferentes populações olmecas de acordo com a estação e o rio, ou rios que os circundavam. Uma das espécies mais prolíficas na maioria das áreas foi o bagre.

Os olmecas tinham a vantagem de explorar a pesca fluvial para se alimentar, quando nas regiões vizinhas tal prática era impossível.

Isso também facilitou o eventual desenvolvimento de rotas de comércio e troca com as quais eles poderiam obter produtos ausentes em sua região em troca de sua pesca.

Produtos de caça

Apesar dos benefícios nutricionais da atividade pesqueira, a proteína é considerada o nutriente mais escasso na dieta olmeca.

Isso se deveu a vários fatores: as dificuldades impostas pela densidade da selva para os caçadores olmecas e a ausência de uma população sustentável de vida selvagem.

Sabe-se que javalis, onças-pintadas, antas, entre outros de médio porte, viviam na região. Pouco se sabe até que ponto caçar e comer esses animais faziam parte da dieta básica dos olmecas.

Com o tempo, o consumo de animais silvestres menores, como coelhos, veados pequenos, gambás e guaxinins, foi incluído na dieta olmeca, embora não se saiba se em um nível que atenda às necessidades da população em geral.

Apesar disso, a principal fonte de proteína atribuída à nutrição olmeca veio de animais domésticos, como o cachorro.

Os olmecas domesticaram várias espécies animais para um melhor controle, como o peru. No entanto, nem todos foram destinados ao consumo. Com o passar do tempo, os olmecas reduziram cada vez mais o consumo de seus animais domésticos.

Estudos têm lidado com a teoria de que com o tempo as práticas de pesca e caça foram negligenciadas e diminuídas, em face de um contínuo boom na agricultura.

As razões para tal podem girar em torno da dificuldade de caça, do crescimento populacional e da baixa densidade da fauna silvestre e doméstica, o que resultou na alternativa de uma alimentação cada vez mais forte com produtos locais.

Alternativas alimentares

Com o avanço da civilização olmeca e o desenvolvimento de novas estruturas econômicas e sociais, a população começou a buscar alternativas para suas deficiências nutricionais no comércio e na troca.

Dessa forma, eles puderam obter novas plantas, frutas e vegetais que não só adicionaram à sua dieta, mas também começaram a produzir por si próprios.

Da mesma forma com os produtos da caça, que estavam perdendo sua viabilidade e eram usados ​​como recurso comercial.

Os olmecas também lidavam com uma forma de comida cerimonial, que incluía itens que não eram produzidos em massa ou cujas características não eram consideradas essenciais para fazer parte do consumo diário.

As mudanças na organização econômica e social que a civilização olmeca enfrentou nos anos avançados, junto com o crescimento de um sistema de trocas à distância, permitiram aos olmecas importar produtos de outras regiões para seus povos que foram adicionados como parte do dieta constante.

Referências

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