Filosofia política: história, objeto de estudo, problemas - Ciência - 2023


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Filosofia política: história, objeto de estudo, problemas - Ciência
Filosofia política: história, objeto de estudo, problemas - Ciência

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o filosofia politica É um ramo da filosofia voltado para refletir sobre as realidades políticas das sociedades e como essas sociedades devem se organizar para atingir sua plenitude máxima. Nesse sentido, esta disciplina estuda questões morais como liberdade, justiça, verdade ou a noção de fazer o bem.

Em contraste com a ciência política, que analisa o passado, o presente e o futuro dos fenômenos políticos, a filosofia política teoriza sobre como esses fenômenos deveriam ser. Desta forma, ele estuda os sistemas de governo e as relações que existem entre governantes e governados.

O campo de estudo desta disciplina é muito amplo, por isso está relacionado com outros ramos da filosofia, como os responsáveis ​​pela economia ou pelo direito. Além disso, está fortemente ligada à ética, uma vez que se levanta quais tipos de instituições políticas são as mais adequadas para se alcançar um modo de vida adequado.


Uma das grandes questões que surgem nesta matéria é sobre a qual entidade devem recair os direitos e obrigações. Alguns autores se inclinam para o indivíduo, enquanto outros apontam para o grupo.

História da filosofia política

A filosofia política existe desde que o ser humano começou a pensar em se organizar em sociedade. Seus fundamentos variaram ao longo da história, pois enquanto para os gregos a polis era o centro da atividade política, para os pensadores medievais tudo girava em torno de Deus.

No Renascimento, este ramo da filosofia, como os demais, passou a se concentrar no ser humano. Atualmente, por sua vez, vários modelos foram desenvolvidos, do democrático ao totalitário.

Grécia e Roma Antigas

Já na China antiga havia pensadores que refletiam sobre o assunto, principalmente a partir de Confúcio.

No entanto, foi na Grécia Antiga que os filósofos desenvolveram um pensamento político que sobreviveu até hoje. De Platão a Aristóteles, autor de Política, todos eles refletiram sobre o melhor sistema de governo (timocracia, tirania, oligarquia, democracia ...), a ética e os direitos e deveres dos cidadãos.


Idade Média

Durante a Idade Média, a filosofia política estava quase totalmente subordinada ao pensamento cristão. Assim como os autores muçulmanos da Idade de Ouro do Islã, como Ibn Khaldun, os pensadores cristãos colocam a fé acima da razão.

Entre os autores mais importantes estão Santo Tomás de Aquino, que recuperou muito do pensamento aristotélico, e Santo Agostinho, mais influenciado por Platão.

Renascimento

Como nos demais campos, a filosofia política da Renascença começou a abandonar o pensamento teológico.

O príncipe, de Nicolás Maquiavel, foi uma das obras mais influentes na arte de governar nesse período.


Ilustração

O Iluminismo significou uma verdadeira revolução na filosofia política. Seus autores afirmam que todos os seres humanos nascem livres e iguais, o que tem impacto direto na política, pois tira a legitimidade de sistemas como o absolutismo ou a própria monarquia.


Os filósofos do Iluminismo tentaram responder a duas questões básicas: a primeira, sobre as causas que levam as pessoas a formar estados; e a segunda, sobre a melhor forma de organizar esses estados.

Industrialização e era moderna

A Revolução Industrial e o surgimento de novas classes sociais, como o proletariado, levaram ao desenvolvimento de novas teorias políticas.

O conceito de luta de classes, estabelecido por Marx, tinha uma concepção que ia além da economia e afetava diretamente a política. O mesmo aconteceu com outras ideias como o liberalismo e, mais tarde, o fascismo.


As duas guerras mundiais também trouxeram uma grande mudança no pensamento político, com consequências que continuam até hoje.

Tempos contemporâneos

A partir do final da Segunda Guerra Mundial, surgiu um grande número de autores que podem ser atribuídos à filosofia política.

A Guerra Fria, que enfrentou os partidários do sistema socialista e os adeptos do liberalismo encarnado pelos Estados Unidos, teve sua correspondente justificativa filosófica, com autores posicionados dos dois lados.

Posteriormente, outros movimentos também surgiram como o feminismo, o anticolonialismo ou as organizações de defesa dos direitos LGBT.

Objeto de estudo da filosofia política

O pensamento político tenta responder a muitas das grandes questões que estão na base do nascimento da própria filosofia. Assim, os conceitos de igualdade, justiça ou liberdade são as três grandes questões em que esta disciplina foi fundada.


Aristóteles já afirmava que o ser humano era um animal político, de modo que todas as questões sobre a organização da sociedade o preocupam.

A filosofia política lida com as questões e problemas relacionados aos fenômenos políticos. Entre eles, a origem do poder político e as formas como foi organizado; Instituições sociais; e as normas, valores e princípios que os justificam.

Da mesma forma, este ramo da filosofia também tem como objeto de estudo a construção, esclarecimento e classificação de todos os aspectos que compõem o universo político.

problemas da filosofia política

Do ponto de vista teórico, um dos problemas que a filosofia política mais enfrentou em sua história é a natureza da política, as diferentes formas de governo e sua legitimidade. Assim, surgiram teorias sobre justiça, aquela que trata do contrato social e outras que afetam a justiça, a liberdade, a igualdade ou a democracia.

Estado e nação

Uma das questões mais clássicas desse assunto é a definição de conceitos como nação e Estado. Suas diferenças, suas semelhanças, os direitos de seus habitantes e o sentimento de pertencimento dos indivíduos têm sido aspectos bastante estudados por sua relevância histórica.

Lei e legitimidade

As leis, sua origem, seu efeito sobre as sociedades e sua legitimidade ou outros são outros problemas clássicos que a filosofia política tenta responder.

Relações de poder

Filósofos dedicados à política também analisam e estudam as relações que ocorrem entre governantes e governados, bem como o equilíbrio entre os dois atores.

Direitos e deveres

Outra das grandes questões abordadas pela filosofia política são os direitos e deveres que todos os indivíduos adquirem ao viver em sociedade, bem como dos governos.

Representantes da filosofia política

Poucos filósofos deixaram de incluir em suas obras reflexões sobre poder e como exercê-lo, liberdade, justiça e outros aspectos da filosofia política.

Alguns dos mais influentes da história foram Platão, Thomas Hobbes, Montesquieu, Jean-Jacques Rousseau ou Karl Marx.

Platão

Os filósofos gregos refletiram sobre os melhores tipos de governo antes e depois do nascimento do termo democracia na Grécia antiga no século 5 aC. C. Uma das acusações contra Sócrates, por exemplo, foi que ele argumentou que a liberdade de pensamento não deveria ser subordinada à religião.

Platão, por sua vez, tentou definir como deveria ser um estado ideal, qual deveria ser sua estrutura e quem deveriam ser os governantes. Em seu caso, ele argumentou que o poder deveria ser assumido pelos filósofos.

Maquiavel

Nicolás Machiavelli, nascido em Florença em 1469, é um dos autores mais influentes da teoria política moderna.

Antes de escrever sobre o assunto, o autor havia se envolvido ativamente na vida política. Com essa experiência, ele escreveu seu trabalho mais importante, O príncipe, na qual explica os meios de estabelecer e manter o poder político, mesmo com métodos imorais.

Thomas hobbes

O autor inglês Thomas Hobbes (Westport, 5 de abril de 1588) lançou as bases para a teoria do contrato.

Essa teoria afirma que Estado e sociedade aparecem como um contrato entre humanos em que se aceita uma limitação da liberdade em troca de leis que garantam segurança e algumas vantagens. Seu trabalho mais importante neste assunto foi Leviatã, publicado em 1651.

Jean-Jacques Rousseau

Rousseau Geneva (28 de junho de 1712) foi o autor de uma das obras mais importantes do Iluminismo: O contrato social. Nisso, explicou que era preciso acabar com o despotismo e fundar o Estado de Direito, o único legítimo para este filósofo.

Montesquieu

Charles Louis de Secondat, barão de Montesquieu, nasceu no Château de la Brède, em 18 de janeiro de 1689.

Em sua obra mais política, nega a existência do contrato social defendido por outros autores e afirma que a sociedade e o direito têm sua origem na natureza do ser humano.

Foi também responsável por teorizar sobre a necessária separação dos três poderes que qualquer Estado assume: o legislativo, o executivo e o judicial.

John Stuart Mill

John Stuart Mill (Londres, 20 de maio de 1806) refletiu sobre a liberdade dos indivíduos em sua relação com o poder.

Para este autor, deve prevalecer o que chamou de “princípio do dano”, que em suas palavras pressupõe “que cada indivíduo tem o direito de agir de acordo com sua vontade, desde que tais ações não causem dano ou dano a outrem”.

Karl Marx

Karl Marx nasceu em Trier (Alemanha) em 5 de maio de 1818. Suas obras reúnem pensamentos sobre política, economia, história e sociologia. O marxismo, que inclui suas teses, tornou-se uma das correntes ideológicas mais influentes do século XX.

Referências

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