Replicação viral: o que é e quais são suas fases - Psicologia - 2023


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Os vírus são agentes infecciosos que têm a particularidade de não serem considerados formas de vida.

A principal razão pela qual não são considerados seres vivos é que, além de não possuírem a unidade básica de todo organismo, a célula, requerem a existência de um organismo para se reproduzir. Eles não são capazes de se replicar por conta própria.

A seguir, veremos o ciclo de replicação viral, o que nos permitirá entender por que os vírus são tão únicos e o que os torna tão estranhos.

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Como um vírus se reproduz?

O ciclo de replicação de vírus é o termo que se refere a a capacidade reprodutiva desses agentes infecciosos. Os vírus são formas acelulares, ou seja, carecem de células, algo que todos os organismos possuem, sejam procariontes ou eucariotos, e possuindo apenas uma delas ou, como é o caso dos animais, milhões. Patógenos como bactérias, não importa o quão pequenos sejam, contêm pelo menos uma célula e, portanto, são seres vivos.


A célula é a unidade morfológica e funcional de todo ser vivo e é considerada o menor elemento que pode ser considerado um ser vivo propriamente dito. Desempenha várias funções: nutrição, desenvolvimento e reprodução.

Os vírus, por não conterem esse tipo de estrutura e nem serem células, não são considerados seres vivos, além de são incapazes de realizar as três funções básicas de qualquer célula por conta própria. Eles exigem uma célula para realizar essas funções. É por isso que seu ciclo reprodutivo é tão surpreendente, pois, como não podem realizá-lo por conta própria, precisam de um modo de vida para se multiplicar. Eles são agentes que não podem continuar a existir sem a ação de um organismo.

Replicação viral e seus estágios

O ciclo de replicação viral consiste nas seguintes fases: fixação ou absorção, penetração, separação, multiplicação e liberação de novos vírus.

1. Fixação ou absorção

O primeiro passo para a infecção viral, que culminará em sua multiplicação, é a fixação do patógeno na membrana celular onde ocorrerá todo o processo. A fixação é realizada por meio de ligantes virais, que são proteínas presentes na cápsula geométrica do vírus, chamada de capsídeo.


Essas proteínas interagem com receptores específicos na superfície da célula que atuarão como uma "casa ocupada" para o vírus.. Dependendo do grau de especificidade do vírus-receptor, o vírus terá mais ou menos sucesso em levar a cabo a infecção.

2. Penetração

Uma vez ligado ao receptor da superfície celular, vírus induzem mudanças em suas proteínas do capsídeo, levando à fusão das membranas viral e celular. Alguns vírus contêm DNA (DNA viral), que pode entrar no interior da célula por meio de endocitose.

Para entrar no interior da célula, esse DNA viral exige que a membrana seja rompida e, aí, seja estabelecido um ponto de ancoragem para o vírus. Isso é possível por meio de enzimas hidrolíticas encontradas no capsídeo.

Através da ruptura, o vírus introduz um tubo central com o qual vai injetar seu DNA viral, esvaziando seu capsídeo e introduzindo seu conteúdo no citoplasma, isto é, o meio aquoso dentro da célula. Se uma célula contém capsídeos em sua superfície, isso indica que a célula foi infectada.


Deve-se dizer que também existem vírus que não realizam esse processo de forma idêntica. Alguns vão direto para dentro da célula com seu capsídeo e tudo. É aqui que podemos falar sobre dois tipos de penetração.

  • Direto: depois de consertado, o vírus rompe uma lacuna e entra na célula.
  • Endocitose: a célula cria uma vesícula para o vírus entrar.

Existem vírus que possuem um envelope lipídico, que é da mesma natureza da membrana celular. Isso torna a célula propensa a fundir sua membrana com a do vírus e ocorrer endocitose.

Uma vez dentro da célula, o capsídeo, caso tenha permanecido intacto, é eliminado e degradado, seja por enzimas virais ou do organismo hospedeiro, e o DNA viral é liberado.

3. Despir-se

É chamado de remoção porque o vírus, se entrar no corpo, perde seu capsídeo e expõe seu material interno, como se estivesse descascando. Dependendo da duração da fase de síntese, dois modos do ciclo de infecção viral podem ser distinguidos.

Por um lado, temos o ciclo normal. O DNA viral procede imediatamente à transcrição de sua mensagem genética no RNA viral, necessário para sua multiplicação, e é aqui que a própria reprodução se inicia. Esta é a modalidade mais comum.

Por outro lado está o ciclo lisogênico. O DNA viral se fecha em suas extremidades, formando um DNA circular, semelhante ao dos organismos procarióticos. Esse DNA é inserido no DNA bacteriano, em uma região na qual eles possuem uma cadeia de nucleotídeos semelhante.

As bactérias continuam desempenhando suas funções vitais, como se nada estivesse acontecendo. Quando o DNA bacteriano se duplica, o DNA viral acoplado a ele também se duplica, tornando-se parte do DNA das duas bactérias filhas.

Por sua vez, as bactérias filhas podem ter seus descendentes e, assim, sucessivamente, fazendo com que o DNA viral se multiplique a cada replicação bacteriana.

Este DNA viral será separado do DNA da bactéria quando as condições certas forem satisfeitas., continuando com suas fases infecciosas restantes e produzindo novos vírus enquanto contribuem para a morte da bactéria.

O ciclo lisogênico também pode ocorrer em vírus que afetam células animais, como o papilomavírus de verrugas e alguns retrovírus que estão implicados em doenças oncológicas.

4. Multiplicação

Embora já o tenhamos introduzido na fase de separação, a fase de multiplicação do vírus é aquela em que ocorre a própria replicação.

Em essência, trata-se de replicar o material genético do vírus, ter sua mensagem genética transcrita em uma molécula de RNA e traduzida em proteínas virais, tanto aquelas que formam o capsídeo quanto as proteínas enzimáticas em seu interior. Nessa fase, diferentes tipos de vírus devem ser levados em consideração, uma vez que nem sempre o DNA é encontrado em seu capsídeo.

Os vírus com DNA, que obedecem ao processo explicado na fase anterior, replicam seu material genético de maneira semelhante à das células, usando o DNA da célula como arcabouço para multiplicar esse material.

Outros vírus, que contêm RNA, replicam seu material genético sem ter que ir para o DNA celular. Cada cadeia de RNA funciona por si mesma como um molde para a síntese de seus complementos, sendo a célula um ambiente simples onde ocorre o processo.

No entanto, novas fitas de DNA e RNA se formam, então as peças são montadas para construir os novos vírions. Essa montagem pode ocorrer por ação de enzimas ou mecanicamente.

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5. Lançamento de novos vírus

Após a multiplicação dos vírus ocorre a saída de novos indivíduos, que, como seu 'progenitor', terão a capacidade de infectar outras células hospedeiras.

De um lado está o lançamento inicial. Isso ocorre quando os novos vírus não esperam que a célula morra antes de deixá-la, mas sim ao mesmo tempo em que se reproduzem, para que a célula continue a viver enquanto “dá à luz” novos vírus.

Um exemplo de vírus liberado por brotamento é o vírus influenza A. Assim que o vírus é liberado, ele adquire a capa lipídica da célula hospedeira.

Por outro lado temos a liberação por lise, em que ocorre a morte da célula infectada.Os vírus que se reproduzem dessa forma são chamados de citolíticos, pois matam a célula ao infectá-la. Um exemplo disso é o vírus da varíola.

Assim que o vírus recém-gerado deixa a célula, algumas de suas proteínas permanecem na membrana da célula hospedeira. Estes servirão como alvos potenciais para anticorpos próximos.

As proteínas virais residuais que permanecem no citoplasma podem ser processadas pela própria célula, se ainda estiver viva, e apresentadas em sua superfície juntamente com moléculas de MHC (complexo principal de histocompatibilidade), reconhecidas pelas células T.