Cabeças cravadas: o que representam, características, tipos - Ciência - 2023
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Contente
- O que as cabeças pregadas representam?
- Animais sagrados
- Função
- Características das cabeças dos pregos
- Descrição
- Localização
- Tipos de cabeças de prego
- Antropomórfico
- Zoomórfico
- Mitológico
- Referências
As cabeças de prego Eram um tipo de escultura muito característica da cultura Chavín, uma das civilizações que se desenvolveu no Peru antes dos Incas. Foram descobertos em 1919 pelo arqueólogo peruano Julio César Tello no principal centro urbano dessa cultura, Chavín de Huantar.
As esculturas representam cabeças de seres míticos antropomórficos e zoomórficos. O material usado para fazê-los era pedra, especificamente tufo vulcânico, calcário e arenito. Na parte de trás incluem uma estrutura alongada em forma de pregos que servia para fixar a peça às concavidades das paredes.
Metade das cabeças de prego encontradas apresentam características zoomórficas, principalmente felinos, cobras e pássaros. A maioria tem narinas abertas e bocas felinas. Em alguns casos, o topo das cabeças mostra cobras em forma de crista
Estima-se que as esculturas tenham sido feitas entre 1200 aC. C. e 800 a. C. e foram colocados principalmente nas paredes do Templo de Chavín. Até agora, mais de 142 cabeças foram identificadas. A maioria foi transferida para o Museu Nacional Chavín, embora muitos tenham se perdido na enchente de 1945.
O que as cabeças pregadas representam?
As cabeças pregadas são monólitos escultóricos que representam seres míticos da cultura Chavín. Eles foram embutidos em uma fileira horizontal e equidistantes entre si nas paredes do Templo de Chavín de Huántar.
Sua descoberta foi feita por Julio César Tello, em 1919. Esse arqueólogo foi o primeiro a analisar e desenvolver uma teoria sobre o que as cabeças representavam e qual a função que desempenhavam, tanto as que tinham características antropomórficas quanto as que tinham formato zoomórfico.
Animais sagrados
A hipótese mais aceita afirma que as esculturas representavam os animais sagrados do Peru pré-colombiano: cobras, gatos e pássaros. O último simbolizava o mundo do céu; os felinos, o poder terreno; e os répteis, o mundo inferior, o mundo inferior.
Outras cabeças eram representações de seres humanos, cuja natureza é explicada por várias teorias.
Função
Várias hipóteses foram levantadas sobre a função que essas esculturas cumpriam. O primeiro indica que seu papel era guardar os templos ou afastar os espíritos negativos.
Julio César Tello tinha a teoria de que as esculturas eram uma representação das cabeças-troféu dos inimigos da cultura Chavín. O costume de decapitar e preservar as cabeças de guerreiros rivais era bastante difundido e, além disso, concorda com a tese apresentada pelo mesmo antropólogo sobre a possível origem selvagem da cultura.
Por sua vez, Eduardo de Habich achava que as cabeças podiam ser representações dos padres da cultura. As cabeças refletiam sua imagem quando realizavam rituais religiosos, nos quais era comum o uso de substâncias alucinógenas como o cacto São Pedro.
Esse estudioso afirmava que o uso desse alucinógeno se refletia alegoricamente nas características faciais de cada cabeça, como se fosse uma sequência. Assim, os olhos largos e circulares representariam as pupilas dilatadas causadas pelas drogas, enquanto as cobras no topo representariam alucinações.
Finalmente, Federico Kauffmann Doig acreditava que eles eram os rostos de personagens sobrenaturais pertencentes à mitologia Chavín. A maioria teria forma humana, mas com características mistas de felinos e raptores. Nesse caso, os olhos circulares seriam uma tentativa de representar os olhos dos pássaros.
Características das cabeças dos pregos
As cabeças pregadas são monólitos, ou seja, esculpidas em uma única pedra. Embora o tamanho de cada um seja diferente, em geral são bastante grandes. A média é de 103 cm de comprimento por 30 cm de largura e 43 cm de altura. Seu peso chega a 250 quilos.
81% das cabeças foram feitas com tufo vulcânico, enquanto o calcário foi o material utilizado por outros 15%. Os últimos 4% correspondem a cabeças de arenito.
O uso majoritário do primeiro tipo de rocha indica, segundo González-Ramírez, sua abundância na área, a alta porosidade e a facilidade que apresentou para ser trabalhada. Foi também um material que facilitou o entalhe e a transferência da peça.
Descrição
51% das cabeças estudadas apresentam feições antropomórficas, 45% apresentam feições zoomórficas (de cobras e felinos) e 4% são ornitomórficas, com aparecimento de pássaros.
Em geral, os olhos das esculturas são circulares e parecem largos. A boca, por sua vez, lembra a de um felino, como se pode ver pela presença de presas. Também é muito comum o aparecimento de um bico de pássaro, facilmente reconhecível se a peça for vista de lado.
Algumas das peças foram trabalhadas com a intenção de que os lábios ficassem salientes e as narinas parecessem abertas.
Como observado acima, parte das cabeças possui cobras na parte superior, como se fossem cabelos. Além disso, também aparecem saliências que simulam cristas.
Um elemento que aparece em todas as peças e por isso foram batizadas como cabeças pregadas é uma estrutura alongada no verso. Essa estrutura foi inserida nas paredes como se fosse um prego.
Localização
Originalmente, as cabeças foram encontradas nas paredes leste, oeste e leste do Templo de Chavín, no centro cerimonial de Chavín de Huántar.
Este complexo estava localizado a pouco mais de 100 quilômetros da cidade de Huaraz, na atual província de Huari. Segundo os arqueólogos, a cidade era o principal centro político e religioso da cultura Chavin e tinha vários templos onde peregrinos de outras áreas adoravam seus deuses.
As figuras foram colocadas sob cornijas de pedra entalhada em baixo-relevo, formando uma fileira horizontal. Hoje há apenas uma cabeça em seu lugar original.
Embora não tenham sido encontrados vestígios, alguns especialistas, como Luis Guillermo Lumbreras, afirmam que pode ter havido outras cabeças pregadas em outros templos da cidade, como o Antigo Templo.
O conhecimento atual dessas esculturas parece indicar que não foram colocadas em locais de encontro, mas em áreas externas de áreas de circulação e nas laterais dos prédios principais.
Tipos de cabeças de prego
O estudo das cabeças originais, embora algumas estejam bastante danificadas, assim como das cópias, permitiu-nos dividir as esculturas em três tipos: antropomórficas, zoomórficas e mitológicas.
Antropomórfico
As cabeças deste tipo são grossas, mas muito elaboradas. Os olhos estão abertos, a boca fechada, os narizes são achatados e apresentam aspereza facial. Em alguns casos, os dentes podem ser vistos.
Zoomórfico
Essas esculturas têm a forma de animais, especificamente aves de rapina, felinos e cobras. Uma característica proeminente são as presas afiadas que se projetam dos bicos e mandíbulas.
Mitológico
O terceiro tipo, cabeças mitológicas, mistura características humanas e animais. Os lábios são grossos e existem cristas ou couro cabeludo formados por cobras.
Referências
- Cultura Chavín. Heads Clavas. Obtido em culturachavin.org
- González-Ramírez, Andrea. Estudo das cabeças dos pregos do sítio Chavín de Huántar. Obtido de uab.cat
- O popular. Unhas na cabeça. Obtido em elpopular.pe
- Do Peru. A enigmática cultura Chavín do Peru. Obtido em peru.info
- Museu Larco. Tenon Heads. Obtido em museolarco.org
- Centro do Patrimônio Mundial da UNESCO. Chavin (sítio arqueológico). Obtido de
whc.unesco.org - Rede de notícias de história. Cabeças de espiga antigas descobertas em Ancash, Peru. Obtido em historynewsnetwork.org