O que é economia agroexportadora? - Ciência - 2023


science

Contente

o economia agroexportadora É um modelo econômico baseado na exportação de matérias-primas derivadas de produtos agrícolas. O conceito começou a ganhar forma na segunda metade do século XIX, principalmente na Austrália e em alguns países da América Latina central. Sua origem etimológica está nas palavras agro e export.

O primeiro termo define o conjunto de técnicas, atividades e processos para cultivar ou lavrar a terra e obter suas matérias-primas, enquanto o segundo termo se refere à comercialização dessas mercadorias para o exterior.

Esse modelo teve um grande boom na América Latina por volta de 1850, quando as principais potências agrárias passaram a ser os celeiros do mundo, fornecendo matéria-prima para as principais potências do planeta.


Você também pode estar interessado em saber o que é economia de subsistência?

Operação da economia agroexportadora

A economia agroexportadora está baseada na grande variedade de produtos que compõem o setor agrícola ou rural.

Este setor inclui grãos, forragens, frutas de pomar de todos os tipos, árvores frutíferas, madeira e derivados da agroindústria, como carnes, laticínios, óleos, conservas e sucos.

As nações produtoras recebem, em troca de suas mercadorias ou matérias-primas (as matérias-primas mencionadas acima), produtos industriais manufaturados e capital, para completar sua economia local.

As mercadorias podem ser definidas como todos os bens que podem ser produzidos em massa pelo homem, dos quais existem enormes quantidades disponíveis na natureza.

Estes podem ter um valor e utilidade muito elevados, mas a sua especialização ou grau de desenvolvimento, pelo contrário, é muito baixo, o que marca o desenvolvimento industrial interno.


Em suma, os países com uma economia agroexportadora vendem esses bens ou commodities para países estrangeiros, que então produzem produtos mais complexos e os vendem novamente a um preço mais alto.

Um modelo de capital misto

Numa economia agroexportadora, o modelo de capital poderia ser definido como misto, pois requer a participação ativa do Estado e de investidores estrangeiros para atingir seu mais alto grau de desenvolvimento e especialização.

O papel do estado

O Estado nacional deve gerar e garantir condições estáveis ​​de produção, tais como: planejamento dos meios de transporte e comunicação, estabelecimento das normas legais que regulam o setor, promoção do comércio e desenvolvimento de estratégias de atração de trabalhadores e investidores imigrantes.

Outro fator central dos governos locais são os impostos, por meio dos quais a balança comercial pode ser equalizada de forma a não prejudicar produtores ou trabalhadores.


Investimentos estrangeiros

O capital estrangeiro participa do modelo por meio do investimento, da criação de situações financeiras vantajosas para ambas as partes, do desenvolvimento de uma infraestrutura ótima para a produção e importação de matérias-primas.

Os investimentos podem ocorrer de duas maneiras:

  • Forma direta: as empresas desenvolvem a sua atividade nos países produtores, com o estabelecimento de filiais locais.
  • Forma indireta: por meio de empréstimos, que obrigam as nações a endividar-se com risco.

Benefícios e malefícios de uma economia agroexportadora

Este tipo de modelo econômico garante aos países produtores um intercâmbio comercial fluido, o desenvolvimento das atividades locais e regionais e a inserção na economia global de forma ativa.

No entanto, traz algumas desvantagens que podem afetar o desenvolvimento industrial e econômico e, portanto, as circunstâncias sociais dos países exportadores de matéria-prima.

O escasso progresso industrial que essa situação gera nos países produtores muitas vezes se traduz em altos índices de pobreza e desigualdade, devido à falta de empregos qualificados.

Além disso, a dependência das condições econômicas internas é um alarme constante para os países produtores, uma vez que seu modelo é baseado no capital estrangeiro.

Por outro lado, o preço das matérias-primas é sempre inferior ao dos produtos manufaturados, de forma que sua balança comercial pode gerar elevados níveis de déficit.

A economia agroexportadora como modelo aberto

As nações agroexportadoras são por definição abertas, devido à abertura de que suas economias locais precisam para se sustentar no mercado internacional.

Além de desestimular o desenvolvimento da atividade manufatureira e industrial, isso acarreta situações de desigualdade nos níveis de câmbio se não houver uma regulamentação rígida e duradoura dos responsáveis ​​pelo Estado.

Esta situação de vulnerabilidade financeira atinge mais os produtores regionais menos ricos e favorece as grandes capitais.

Culturas: base do modelo agroexportador

A política agrícola pode ser uma grande contribuição para a sustentação do modelo agroexportador. A diversificação, a nutrição de setores de nicho e a rotatividade podem gerar grandes dividendos.

Os países que conseguem possuir uma rica gama de commodities desfrutam de um fluxo constante nas trocas comerciais, sem serem alterados por fatores climáticos ou pela fase de desenvolvimento das lavouras.

Também aqui o papel do Estado é de vital importância, através do estabelecimento de políticas produtivas favoráveis ​​a cada setor e zona, e pela contenção dos efeitos climáticos que podem afetar a produção.

Em contraste, quando você adota uma estratégia de monocultura, pode obter grandes retornos, mas os custos de longo prazo são perigosos.

A destruição de solos, o acúmulo de capital em poucos produtores e a interrupção das exportações podem ser uma arma mortal para esse tipo de modelo agroexportador.

Embora atualmente ainda existam países que baseiam suas economias no modelo agroexportador, não é uma forma exclusiva de troca, mas esses países também têm seu próprio desenvolvimento industrial de bens e serviços.

Referências

  1. História econômica argentina no século 19, Eduardo José Míguez, editora Siglo XXI, Buenos Aires.
  2. História econômica, política e social da Argentina, Mario Rapoport, Emece, 2007, Buenos Aires.
  3. Os Refugiados do Modelo de Agroexportação - Impactos da monocultura da soja nas comunidades camponesas do Paraguai, Tomás Palau, Daniel Cabello, An Maeyens, Javiera Rulli & Diego Segovia, BASE Investigaciones Sociales, Paraguai.
  4. Perspectives on the Agro-Export Economy in Central America, Pelupessy, Wim, University of Pittsburgh Press, Estados Unidos, 1991.