Diferenças entre conto e romance (com exemplos) - Ciência - 2023


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Entre as diferenças entre a história e o romance Destacam-se variações na duração, na estrutura da narrativa e na unidade de ação, entre outros fatores. Embora ambos os gêneros se caracterizem por serem constituídos pela história de uma ação fictícia, as formas de narrar são diferentes em cada caso.

Não se deve ser leviano demais para dizer que o conto é um gênero menor que o romance e que serve apenas como um exercício prático para ele. Cada gênero tem seus próprios valores que devem ser apreciados de forma diferente.

O romance caracteriza-se por ser uma narrativa geralmente longa, escrita em prosa e com amplo desenvolvimento da trama central da trama. Pelo contrário, a história é um conto que pode ser escrito ou oral e que apresenta o desenvolvimento de um enredo muito menos complexo, baseando-se em alguns personagens.

História


Romance

Origem

Isso remonta à tradição oral, na Idade Antiga.

Século XI.


Extensão

História curta.

Mais longo e sem limite.

Personagens


Breves descrições.

O personagem é mais conhecido.

Descrição

Ação é o preferido.

Descrições longas.

Estrutura

Geralmente é baseado no resultado do problema-nó-clímax.

Grande variedade.

Unidade de ação

Um único fato.

Várias ações.

Unidade de tempo

Período curto.

Período longo.

Lugar, colocar

Um único espaço ou lugar.

Vários espaços ou lugares.

Atmosfera

Não muda.

Está mudando.

Lendo

Pode ser lido em pouco tempo.

Geralmente, leva vários dias ou semanas para terminá-los.

Exemplos

Branca de Neve e os Sete Anões, O Patinho Feio, Chapeuzinho Vermelho.

Cem Anos de Solidão, As Aventuras de Huckleberry Finn, Viagem ao Centro da Terra.

Principais diferenças entre conto e romance

-Origem

Origem da história

Pode-se dizer que a história é muito mais antiga que o romance, pois suas primeiras manifestações vêm da cultura oral.

Podemos supor que a história, entendida no sentido amplo de "conto", começou a existir praticamente a partir do momento em que o homem desenvolveu a capacidade de se comunicar por meio da linguagem.

Muitos contos antigos da tradição oral foram compilados por escrito, conseguindo ser preservados como parte da história da literatura. Alguns exemplos são: fábulas de Esopo (Grécia, século 4 aC), As Mil e Uma Noites (Oriente Médio, século 9 DC) e Os contos de Canterbury por Geoffrey Chaucer (Inglaterra, século XIV).

Diferentes formas de conto popular e literário se desenvolveram na Idade Média. Alguns tinham um senso mundano e humorístico, enquanto outros - como o apólogo, o exemplum e a fábula - tinham uma marcante função ideológico-didática.

Origem do romance

O fim novela Vem do Renascimento italiano e inicialmente designava escritos narrativos um pouco mais longos do que a história, feitos à maneira de Giovanni Boccaccio e com um tema realista e satírico.

As novelas ou nouvelles no início não eram tão longos quanto romances, grandes composições que contavam acontecimentos de natureza histórica ou mítica.

No entanto, o termo romance foi logo usado para designar qualquer texto narrativo que ultrapassasse as dimensões da história.

Embora os primeiros antecedentes do romance remontem aos tempos da Grécia Antiga, o romance não atingiu a forma que realmente o caracteriza até o século XII no Japão. Por esta razão, é considerado um gênero de aparecimento tardio.

-Extensão

A principal característica que diferencia a história do romance é sua extensão. A história é um conto; pelo contrário, o romance é uma longa história.

No entanto, categorias como "curto" e "longo" podem criar ambigüidade. Portanto, existem categorias como romance curto ou história longa.

Exemplos

Por exemplo, um conto clássico como Anaconda (1921), de Horacio Quiroga, tem cerca de quarenta páginas. Outro tão clássico, Casa tomada (1946) de Julio Cortázar, não chega a dez páginas. Da mesma forma, existem histórias que não possuem mais de uma página.

Ao contrário da história, a extensão do romance não tem limite. Um romance pode atingir proporções que alguns considerariam excessivas. Um exemplo é Guerra e Paz (1864) de León Tolstoy, livro que possui aproximadamente 1200 páginas.

-As personagens

Um romancista geralmente se concentra em trabalhar todas as características físicas, éticas, sociais e psicológicas de seus personagens principais.

Esses aspectos devem ser bem desenvolvidos por meio de um processo evolutivo no qual o personagem muda de acordo com os eventos que lhe acontecem durante a história.

Em vez disso, um escritor de contos deve usar apenas alguns gestos, detalhes ou explicações breves para dar uma ideia do personagem de um personagem. O narrador de uma história deve focar na exposição concreta do conflito do personagem, não nas infinitas causas ou conotações que ele possa ter.

Na história, mais atenção é dada ao correto funcionamento estrutural do enredo para não divagar e perder o efeito de choque que é necessário. Geralmente, o personagem, ao invés de um ser que ganha vida na ficção, é reduzido a uma engrenagem na estrutura narrativa.

Exemplos

No romance Robinson Crusoe (1719), Daniel Defoe centra sua narração na construção de um personagem exemplar que mostra os valores do bom cristão na modernidade. Este personagem cresce em todos os aspectos de sua vida devido às dificuldades que enfrenta ao longo da história.

Em vez disso, se lermos a história A casa tomada de Cortázar, ao invés de nos identificarmos emocionalmente com os protagonistas, deixamo-nos surpreender pela fantástica natureza do que lhes acontece (são expulsos por entidades desconhecidas) e pelo suspense gerado pelo autor com as suas técnicas narrativas.

-A descrição

A concisão da história exige que a narração seja rápida. Por isso, o contador de histórias prefere usar ações ao invés de descrições, pois estas retardam, atrasam, interrompem o desenvolvimento da trama.

Se for necessário descrever uma situação, o contador de histórias geralmente usa o recurso de descrição dinâmica. Consiste em descrever por meio de ações, predominantemente usando verbos em vez de adjetivos.

Em vez disso, os romances costumam ter longas digressões descritivas que servem para definir o cenário e enfatizar o significado simbólico de certos elementos.

Exemplos

Em uma história ao invés de descrever um cenário com uma frase como: “Carlos vivia em uma cidade barulhenta, poluída e violenta”, o contador de histórias poderia expressar a mesma coisa desta forma: “O barulho da corneta e o insulto do colecionador salvo Carlos de ser atropelado por um ônibus que estava pulando o sinal vermelho e deixando tudo impregnado com seu rastro de fumaça ”.

No caso do romance, alguns romancistas tendem a dar grande ênfase à natureza sensível de suas descrições, como é o caso de Marcel Proust e a famosa cena de Em busca do tempo perdido, em que tudo o que o personagem sente ao comer um cupcake é descrito.

-A estrutura

A estrutura narrativa da história é muito rígida, geralmente o esquema de apresentação do problema-nó-clímax-desenlace é usado.

O romance dá ao escritor mais possibilidades de brincar com a estrutura narrativa. Você pode fazer prolepse, flashbacks e entrelaçamento de diferentes segmentos narrativos.

Exemplo

Um caso paradigmático de experimentação novelística é Amarelinha (1963) de Julio Cortázar, pois seus capítulos podem ser lidos em diferentes ordens sem que a obra perca sentido.

-Unidade de ação

A história geralmente apresenta o desenvolvimento de um único evento que costuma ter um caráter relevante, particular ou extraordinário.

Os romances apresentam uma grande diversidade de ações geralmente relacionadas por um motivo. Às vezes, episódios justapostos podem ser vistos que pouco têm a ver com a trama principal da peça.

Exemplos

Na história A carta roubada de Poe, o escritor se limita à investigação do roubo. Por outro lado, em Dom Quixote se observa a narração de acontecimentos que não têm muita relação com o tema central; é o caso dos romances intercalados.

-A unidade de tempo

Cronologicamente, a história do conto é geralmente limitada a um curto período. O acontecimento narrado é apresentado como um choque, um parêntese no cotidiano dos personagens.

No romance, as histórias representadas abrangem longos períodos de tempo. Por isso, muitas vezes descrevem grandes mudanças no contexto e na subjetividade dos personagens.

Exemplos

No Os assassinosO tempo da história de Ernest Hemingway dura apenas uma tarde, o que leva os gangsters ao restaurante.

Em vez disso, o romance Cem anos de Solidão (1967) de García Márquez, é a história das vicissitudes de uma família ao longo de sete gerações.

-O lugar

A ação da história geralmente ocorre em um único espaço onde se concentra o acontecimento extraordinário que está relacionado. Por outro lado, no romance, geralmente são construídos universos muito amplos nos quais os personagens se movem.

Exemplos

Um exemplo desse recurso é a história Casa tomada de Cortázar, já que toda a narrativa se passa em uma antiga casa de Buenos Aires.

No caso do romance, em As Viagens de Gulliver (1726) de Jonathan Swift, a trama se concentra na jornada do protagonista por diferentes países fantásticos.

-A atmosfera

Geralmente, o conto tem apenas um tipo de atmosfera que é consistente com o tema e o efeito que a história tenta transmitir.

Por outro lado, nos romances costumam apresentar nuances que vão de acordo com o desenvolvimento da trama e dos personagens.

Exemplos

Nas histórias de H. P. Lovecraft, uma atmosfera caracterizada por ser sombria e aterrorizante sempre predomina.

Por outro lado, no romance As dores do jovem Werther (1774) de Goethe, a atmosfera da narrativa muda de acordo com o humor do protagonista, que às vezes fica entusiasmado, mas depois se afunda na melancolia com seus conflitos amorosos.

-A leitura

A maneira de ler uma história e um romance são completamente diferentes. Edgar Allan Poe disse que a história deve ser lida em uma sessão com duração entre 30 minutos e 2 horas. Em outras palavras, o leitor deve ter acesso imediato à obra inteira.

Em vez disso, o tempo de recepção de um romance é longo e interrompido; Dá lugar ao descanso e à reflexão durante a leitura. O leitor pode fazer uma pausa na leitura de um romance e retomá-lo algum tempo depois, sem diminuir seu efeito estético.

Referências

  1. Bosch, J. "Theory of the story" (1967). Mérida: Universidad de los Andes / Faculdade de Letras e Educação.
  2. D’Angelo, G. (coord.) “Obras-primas do conto”. Barcelona: Editorial Oceano.
  3. Myers, W. "Efeito e método no conto" (1913). State University of Iowa. Obtido em 15 de abril de 2019 da State University of Iowa: ir.uiowa.edu.
  4. Zhukov, E. "A diferença entre um romance e um conto" em Writers 'Corner. Recuperado em 15 de abril de 2019 de Rincón de los Escritores: larmancialtda.com.
  5. "A história e o romance" no Departamento de Educação, Universidade e Formação Profissional. Recuperado em 15 de abril de 2019 do Ministério da Educação, Universidade e Formação Profissional: edu.xunta.gal