Alfonso Quiroz Cuarón: biografia e contribuições - Ciência - 2023


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Alfonso Quiroz Cuarón: biografia e contribuições - Ciência
Alfonso Quiroz Cuarón: biografia e contribuições - Ciência

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Alfonso Quiroz Cuarón (1910-1978) foi um criminologista mexicano considerado o pai da disciplina no país. Nascido em Ciudad Jiménez em 1910, o assassinato de seu pai em 1925 foi o estopim de seu interesse em analisar e compreender as motivações que levam os criminosos a agirem.

Depois de ficar órfão, já que sua mãe já havia falecido, Quiroz mudou-se para a capital do país. Lá ele se formou em várias disciplinas, desde psicologia até medicina legal. Em 1939, ele se tornou o primeiro mexicano a se formar em criminologia na Universidade Autônoma.

Antes mesmo de obter o título, entre 1932 e 1933, Quiroz participou de um amplo estudo criminológico no presídio de Lecumberri. Uma de suas contribuições foi a recomendação de que se levasse em consideração o objetivo de reabilitar os condenados, além de realizar políticas preventivas que levem em conta os aspectos sociais, psicológicos e econômicos.


Ao longo de sua carreira profissional, Quiroz participou de algumas das investigações criminais mais conhecidas do país. Entre eles, o assassinato de Trotsky, o assassino de mulheres Goyo Cárdenas ou o falsificador francês Enrico Sampietro. Embora Quiroz não tenha gostado da comparação, a revista Time o chamou de mexicano Sherlock Holmes em um artigo.

Curta biografia

Alfonso Quiroz Cuarón nasceu na cidade de Jiménez (Chihuahua), em 19 de fevereiro de 1910. O futuro criminologista passou parte de sua infância naquela cidade, até que seu pai, que trabalhava na ferrovia, se mudou para Tampico por motivos de trabalho. .

Morte de seu pai

Alfonso cursou o ensino fundamental em Tampico. Aos 14 anos ficou órfão de mãe e um ano depois também perdeu o pai.

A princípio, o jovem recebeu a notícia de que seu pai havia morrido em decorrência de um acidente. Este evento foi fundamental para a carreira profissional de Quiroz. A partir daquele momento, sentiu a necessidade de responder a uma pergunta: o que leva uma pessoa a se tornar um assassino?


Cidade do México

A perda de seus pais fez com que Quiroz tivesse que se mudar para a Cidade do México em 1929 para ficar aos cuidados de seu tio José. Procurou seu primeiro emprego, o de auxiliar de tribunal do presídio de Belén.

Além de trabalhar, Quiroz estudou medicina na Escola Médica Militar e era um leitor apaixonado das obras de Sigmund Freud.

Posteriormente, como membro do Serviço Médico Legal, completou sua formação estudando medicina legal e psiquiatria. Além disso, ele realizou autópsias suficientes para se especializar.

Um dos momentos-chave da carreira de Quiroz ocorreu em 1932. Nesse ano participou com vários especialistas em um dos primeiros estudos sobre a personalidade dos presos.

Como resultado desse trabalho, Quiroz estava convencido de que a prisão não poderia ser a única função da política criminal, mas que também deveria se concentrar na reabilitação e na prevenção.


Alfonso Quiroz se tornou em 1939 o primeiro criminologista a se formar na Universidade Autônoma do México. Foi imediatamente nomeado chefe da Seção Médico-Psicológica do Centro de Observação do Juizado de Menores.

Vida pessoal

Alfonso Quiroz caracterizou-se por sua discrição sobre sua vida pessoal. Segundo seus biógrafos, três mulheres tiveram uma influência decisiva em sua vida.

A primeira foi sua tia Elia, que cuidou dele depois de ficar órfã; a segunda, Maria Aparicio, criminologista brasileira desaparecida durante a ditadura de Castelo Branco e que Quiroz tentou encontrar sem sucesso; e a terceira, Yolanda de la Rocha, que muitos pensavam ser sua esposa, embora nunca tenham se casado.

Organização das Nações Unidas

O prestígio dos perfis criminosos realizados por Quiroz não se limitou ao seu país. Um dos testes foi sua nomeação como enviado das Nações Unidas à República Dominicana. Sua missão era fazer um relatório sobre os atos criminosos cometidos pelos soldados americanos que participaram da invasão do país.

Morte

Alfonso Quiroz Cuarón morreu em 16 de novembro de 1978. Um infarto do miocárdio causou sua morte enquanto ele cursava sua cadeira na Universidade Autônoma do México.

Contribuições

Alfonso Quiroz aplicou métodos científicos e técnicos à criminologia para aumentar sua eficácia. Graças a isso, ele conseguiu encontrar uma explicação para muitos dos comportamentos criminosos e usar os resultados para evitá-los.

Pai da criminologia mexicana

Conforme observado, Quiroz se tornou o primeiro mexicano a se formar em criminologia. Antes de obter o título, ele havia participado de um ambicioso estudo na prisão de Lecumberri,

Naquela prisão, ele usou métodos científicos para analisar as diferentes personalidades atípicas dos prisioneiros. Quiroz afirmou que o Estado deve tentar estabelecer políticas que possibilitem a reabilitação dos internos, além de prevenir o crime, levando em consideração os aspectos econômicos, psicológicos e sociais.

O seu trabalho, a médio prazo, também levou à construção de novas unidades penais e ao encerramento da prisão de Lecumberri.

Dinheiro falso

Um dos casos mais famosos em que Quiroz participou foi a perseguição a Alfredo Héctor Donadieu, mais conhecido como Enrico Sampietro. Esse falsificador chegou ao México em 1934 após cometer crimes em todo o mundo, de Marselha à Venezuela.

O criminoso se estabeleceu em Tampico em sua fuga da polícia e continuou com sua atividade principal: falsificar notas. No entanto, um cúmplice o traiu e ele foi preso.

Sampietro foi preso em Lecumberri em 1936, mas um ano depois conseguiu escapar com a ajuda de uma organização Cristero.

Em 1941, o dinheiro falsificado tornou-se um grande problema para o país. O Banco de México escolheu Quiroz para chefiar o Departamento de Investigações Especiais e encarregar-se do assunto.

Quiroz conseguiu capturar vários falsificadores durante os sete anos seguintes. No entanto, Enrico Sampietro permaneceu foragido.

Um informante deu a última pista a Quiroz para que ele pegasse o falsificador em Iztapalapa. Curiosamente, o criminologista e o criminoso acabaram fazendo uma boa amizade. Depois de cumprir a pena, Sampietro regressou a Marselha e sabe-se que Quiroz o visitou pelo menos uma vez.

Ramon Mercader

O caso que tornou Quiroz famoso começou com a visita a sua casa de Raúl Carrancá y Trujillo, juiz criminal de Coyoacán e professor universitário de direito. O motivo da visita era solicitar a Quiroz que fizesse um estudo sobre a personalidade de Jacques Mornard, que havia sido preso pelo assassinato de León Trotsky naquela mesma manhã.

Quiroz acatou a ordem e, junto com o Dr. José Gómez Robleda, realizou um estudo o mais completo possível sobre o assassino. O resultado afirmava que Mornard era um mitômano e tinha saúde mental. No entanto, Quiroz não ficou satisfeito com a conclusão.

Por 10 anos, Quiroz estava investigando por conta própria. Finalmente, em 1950, ele encontrou todas as evidências para provar a verdade: Mornard na verdade se chamava José Ramón Mercader e ele não era belga, mas espanhol. A investigação de Quiroz provou que Mercader assassinou Trotsky por motivos políticos depois que Stalin ordenou sua morte.

Outros casos famosos

Alfonso Quiroz participou de muitos outros processos criminais nas décadas de 1940 e 1950. Um dos mais importantes foi a investigação dos crimes de Gregorio Goyo Cárdenas, um assassino em série de mulheres. Quiroz analisou o assassino e mostrou que ele não tinha problemas mentais. No entanto, ele nunca foi condenado.

Quiroz caracterizou-se por ser totalmente objetivo em suas análises. No caso de Higinio Sobera de la Flor, autor de duas mortes, sua opinião foi favorável ao acusado. A doença mental detectada pelo criminologista levou à transferência do preso da prisão para um asilo.

Além da atividade criminologista, Quiroz também recebeu outras encomendas. Uma delas, realizada em 1952, consistia em dirigir a investigação que deveria apurar se os restos encontrados pela arqueóloga Eulalia Guzmán pertenciam ao imperador asteca Cuauhtémoc.

Referências

  1. Hernández, Bertha. Alfonso Quiroz Cuarón, pioneiro da criminologia no México. Obtido em relatosehistorias.mx
  2. Beauregard, Luis Pablo. Do machado de gelo que matou Trotsky aos ossos falsos de Cuauhtémoc. Obtido em elpais.com
  3. Durango Más. Alfonso Quiroz Cuarón: Oficialmente o Primeiro Criminologista do México. Obtido em durangomas.mx
  4. Ilan Stavans, Lewis-Sebrin. Anti-heróis: México e seu romance policial. Recuperado de books.google.es
  5. Redação do Processo. Quiroz Cuarón levou a ciência criminológica ao ponto nodal pelo assassinato de seu pai. Obtido em proces.com.mx