Taquicinina (neurotransmissor): funções e características - Médico - 2023


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Taquicinina (neurotransmissor): funções e características - Médico
Taquicinina (neurotransmissor): funções e características - Médico

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Os humanos e, na realidade, todos os seres vivos, são química pura. Absolutamente todos os processos que ocorrem no nosso corpo são o resultado de reações químicas que dão origem a respostas, desde os batimentos cardíacos à experimentação de emoções, passando pela capacidade de mover o nosso corpo ou digerir os alimentos.

A variedade de produtos químicos em nosso corpo é imensa, mas existem algumas moléculas especiais devido às implicações que têm no controle de nossa fisiologia. Estamos falando de neurotransmissores.

Essas moléculas, sintetizadas pelos neurônios, desempenham um papel essencial na coordenação, regulação e controle do sistema nervoso, que é responsável pela transmissão de informações (e ordens) por todo o corpo.

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Um dos neurotransmissores mais importantes é a taquicinina, uma substância química muito importante na experimentação de sensações dolorosas e na manutenção de funções vitais involuntárias, como batimento cardíaco, respiração ou evacuações. No artigo de hoje, discutiremos a natureza e as funções dessa molécula.


O que são neurotransmissores?

Já dissemos que a taquicinina é um neurotransmissor, mas o que exatamente é isso? Vamos agora responder a essa pergunta e analisar dois conceitos essenciais para entender o que é taquicinina: sistema nervoso e sinapse.

O sistema nervoso é o conjunto de neurônios, um tipo de células altamente especializadas em fisiologia e anatomia, que desempenham uma função simples e ao mesmo tempo incrivelmente complexa dentro do corpo: transmitir informações.

E por transmitir informações queremos dizer absolutamente tudo. Tudo o que tem a ver com captar estímulos do ambiente, mandar ordens aos músculos, experimentar emoções, etc., requer comunicação entre as diferentes regiões do nosso corpo.

Nesse sentido, o sistema nervoso pode ser considerado uma rede de telecomunicações na qual bilhões de neurônios formam uma espécie de “rodovia” que conecta o cérebro a todos os órgãos e tecidos do corpo.


É nesses neurônios que as informações são transmitidas (e criadas). Mensagens, seja do cérebro para o resto do corpo ou dos órgãos sensoriais para o cérebro para processamento posterior, viajam através desses neurônios.

Mas de que forma está essa informação? De apenas uma maneira: na forma de eletricidade. É nos impulsos elétricos que todas as mensagens que nosso corpo pode gerar e transmitir são codificadas. Os neurônios são células com a capacidade de criar sinais elétricos e transmitir esses impulsos por toda a rede do sistema nervoso até chegar ao destino, onde esse sinal elétrico será decodificado para dar origem à resposta necessária.

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Mas a questão é que os neurônios, apesar de formarem uma rede, são células independentes, então, por menores que sejam, há um espaço que os separa. E considerando que a eletricidade não pode simplesmente pular de um para o outro, deve haver algo que permita que os neurônios se “unam”. E é aqui que a sinapse entra em ação.


A sinapse é um processo bioquímico que consiste na comunicação entre neurônios, e por comunicação entendemos o “salto” do impulso elétrico de um para o outro para que se desloque pelo sistema nervoso até chegar ao órgão-alvo.

E dizemos "pular" porque, na realidade, não há nada que pule. O impulso elétrico não passa de um neurônio para outro, mas essa sinapse permite que cada neurônio, após receber uma indicação do neurônio anterior da rede, volte a gerar um impulso elétrico. Ou seja, a eletricidade não flui de maneira uniforme, mas cada neurônio da rede está sendo carregado eletricamente em sucessão.

Mas como eles obtêm direções? Graças aos neurotransmissores. Quando o primeiro neurônio da rede é eletricamente carregado de uma forma muito específica, carregando uma mensagem específica, ele começa a sintetizar moléculas de uma natureza de acordo com a informação que está carregando: neurotransmissores.

Depois de produzir esses produtos químicos, ele os libera no espaço extracelular. Uma vez lá, o segundo neurônio na rede irá absorvê-los e "lê-los". Ao lê-los, você saberá perfeitamente como deve ser acionado eletricamente, da mesma forma que o primeiro.

Esse segundo neurônio, por sua vez, voltará a produzir esses neurotransmissores, que serão absorvidos pelo terceiro. E assim por diante, até que a rodovia de bilhões de neurônios seja concluída, algo que, graças à sinapse e ao papel dos neurotransmissores, é alcançado em alguns milésimos de segundo.

A taquicinina é um neurotransmissor, o que significa que é uma molécula cuja função é agilizar e tornar a sinapse mais eficiente, ou seja, permitir a comunicação adequada entre os neurônios.

Então, o que é taquiquinina?

A taquicinina é uma molécula (tipo de aminoácido) que funciona como um neurotransmissor. Este produto químico é sintetizado por neurônios no sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal) e no sistema nervoso periférico (a rede de nervos que, originada da medula espinhal, se ramifica por todo o corpo).

É um dos neurotransmissores mais importantes na experimentação das sensações dolorosas e na manutenção do sistema nervoso autônomo, ou seja, todas aquelas funções involuntárias (que geralmente são vitais).

Nesse sentido, a taquicinina é essencial para, por um lado, permitir a comunicação entre neurônios quando é necessário alertar o cérebro de que algo dói e, por outro lado, garantir o batimento cardíaco, a respiração, a digestão e todas as funções cujos movimentos não controlamos mas são vitais para garantir nossa sobrevivência.

As taquicininas, então, são um conjunto de moléculas peptídicas (constituídas por proteínas) que, sendo sintetizadas por neurônios do sistema nervoso, têm implicações não apenas neste sistema nervoso, mas também nos sistemas cardiovascular, respiratório, digestivo e geniturinário.

As 7 funções da taquicinina

A taquicinina é um dos 12 principais tipos de neurotransmissores. Agora que vimos o que é e como funciona, podemos passar a analisar as funções que desempenha no organismo, lembrando que é essencial para o funcionamento do sistema nervoso autônomo e a percepção da dor.

1. Permitir a experimentação da dor

A dor não é uma coisa ruim. De fato, é um dos mecanismos de sobrevivência mais primitivos. Se não pudéssemos sentir, sofreríamos ferimentos constantes, não saberíamos como nosso corpo reage ao meio ambiente e, em última instância, não conseguiríamos sobreviver.

A percepção da dor é vital para responder e fugir o mais rápido possível de algo que está nos machucando. Nesse sentido, a taquicinina é essencial para nossa sobrevivência. E é que esse neurotransmissor começa a ser sintetizado quando os neurônios receptores da dor são ativados e tem que levar essa mensagem rapidamente ao cérebro.

Este neurotransmissor permite que o sinal de alerta chegue rapidamente ao cérebro e o processe com a conseqüente experiência de dor e a resposta para escapar do que nos fere.

As pesquisas mais recentes parecem indicar que muitas doenças que causam dor crônica (como a fibromialgia), quando não há danos reais ao corpo, podem ser devidas, em parte, a problemas na síntese desse neurotransmissor.

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2. Mantenha seu coração batendo

Nem é preciso dizer o que aconteceria se nosso coração parasse de bater. Esse movimento involuntário é controlado pelo sistema nervoso autônomo, que regula as funções vitais do nosso corpo que realizamos sem a necessidade de "pensar sobre elas".

Neste sentido, a taquicinina é essencial para nossa sobrevivência, por ser um dos principais neurotransmissores usados ​​pelos neurônios do sistema nervoso autônomo para transportar informações do cérebro ao coração.

3. Respiração segura

Como no coração, os pulmões também estão em constante movimento involuntário, sendo controlado pelo sistema nervoso autônomo. A taquicinina, portanto, também é essencial para garantir que estamos respirando continuamente, sem ter que pensar em fazê-lo, já que os neurônios transmitem constantemente essas mensagens para que inspiremos e expiremos.

4. Permitir a digestão

Tal como acontece com a frequência cardíaca e respiração, a digestão é outra função involuntária, mas essencial do nosso corpo. E, como tal, a taquicinina também está envolvida na sua manutenção.

O sistema nervoso autônomo usa a taquicinina para permitir uma comunicação entre os neurônios que termina com os movimentos intestinais necessários tanto para a circulação dos nutrientes através deles quanto para sua absorção.

5. Regular a micção

A micção é uma função parcialmente voluntária. E dizemos em parte porque, embora possamos controlar (em condições normais) quando urinamos, a sensação de "está na hora de fazer" responde à experiência de dor que, pelo menos a princípio, é leve.

Quando a bexiga está atingindo seu limite, o sistema nervoso envia o sinal para o cérebro, o que nos dá vontade de urinar. Nesse sentido, a taquicinina é muito importante para regular a micção, pois, quando entra em cena a experimentação da dor, é por meio dessa molécula que os neurônios enviam ao cérebro a indicação de que é hora de urinar.

6. Contraia os músculos lisos

O músculo liso é o conjunto de músculos cujo movimento é involuntário, isto é, não controlamos conscientemente. Isso obviamente inclui as do coração, pulmões e intestinos. Mas no corpo existem muitos outros músculos que se movem involuntariamente e que permitem a manutenção de um correto estado de saúde.

A taquicinina também participa da chegada de ordens a esses músculos, permitindo assim a contração e relaxamento (dependendo das circunstâncias) dos músculos do estômago, esôfago, vasos sanguíneos, diafragma, olhos, bexiga, útero ... Todos os músculos que se movem sem o controle consciente requer taquicinina para que as informações do sistema nervoso autônomo sejam alcançadas corretamente.

7. Permitir a transpiração

A transpiração é uma ação reflexa do corpo (totalmente involuntária) muito importante para manter a temperatura corporal estável, reduzindo-a quando está muito quente lá fora. Por ser um ato involuntário do corpo e controlado pelo sistema nervoso autônomo, a taquicinina é muito importante, pois, na hora, leva a informação às células do suor de que é hora de começar a suar.

Referências bibliográficas

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  • Howard, M.R., Haddley, K., Thippeswamy, T. et al (2007) "Substance P and the Tachykinins". Handbook of Neurochemistry and Molecular Neurobiology.