10 drogas de memória (testadas) - Ciência - 2023


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10 drogas de memória (testadas) - Ciência
10 drogas de memória (testadas) - Ciência

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o medicamentos de memória Os mais usados ​​são o donepezil, a rivastigmina, a galantamina, a memantina, a tacrina, a fosfatidilserina e outras que mencionarei a seguir. Devido ao envelhecimento e ao aumento da expectativa de vida na sociedade, cada vez mais pessoas sofrem com prejuízos em suas habilidades cognitivas, principalmente de memória.

Este fato, somado ao maior conhecimento que se possui hoje sobre os processos demenciais, o funcionamento neuronal e as regiões cerebrais envolvidas nos processos de memória, tem permitido a pesquisa e o desenho de fármacos que possibilitem o aprimoramento desse tipo de habilidades.

Os medicamentos que melhoram a memória atuam no cérebro com o objetivo de resolver ou mitigar disfunções existentes nas diferentes áreas que discutiremos a seguir, que podem colocar em causa os processos de memória.


Deve-se notar que atualmente os medicamentos concebidos para tais fins estão sob investigação, portanto, não existe um medicamento infalível que possa melhorar completamente a memória.

Porém, hoje existe uma série de medicamentos que, apesar de não fazerem tratamentos que permitam melhorar completamente a memória, têm demonstrado alguma eficácia para potencializar essas habilidades e proporcionar efeitos positivos em alguns casos.

Os principais medicamentos para melhorar a memória

1- Donepezil

O donepezila é um inibidor reversível da actilcolinesterase, uma enzima responsável pela hidrólise de um neurotransmissor conhecido como acetilcolina. Tomar este medicamento aumenta a quantidade de acetilcolina nas regiões do cérebro.


Este medicamento é usado para tratar distúrbios demenciais do tipo Alzheimer nas suas formas ligeiras ou moderadas. É usado apenas para melhorar a memória, ou melhor, diminuir o comprometimento da memória em pessoas que sofrem de doença de Alzheimer neurodegenerativa.

Sua eficácia reside no efeito que exerce sobre a acetilcolina, uma das substâncias mais afetadas pelas síndromes demenciais.

Embora essa droga não permita a cura ou reversão de distúrbios demenciais, ela tem se mostrado eficaz no aumento das funções mentais, como memória, atenção e linguagem em indivíduos com doenças neurodegenerativas.

2- Rivastigmina

A rivastigmina é outro potenciador cognitivo usado como tratamento para síndromes demenciais.


Pertence ao mesmo grupo de drogas do donepezil, portanto, seu mecanismo de ação também consiste na inibição da acetilcolinesterase e no aumento dos níveis de acetilcolina em diferentes regiões do cérebro.

O aumento desta substância química em áreas-chave como o hipocampo, o cerebelo ou os diferentes lobos do cérebro permite aumentar o funcionamento mental e melhora o desempenho cognitivo.

Ao contrário do donepezil, a rivastigmina também é usada como tratamento para a doença de Parkinson e é considerada uma droga pseudo-reversível, pois seus efeitos no cérebro duram muito mais tempo.

Seu efeito nas funções cognitivas e na memória é moderado e é usado apenas como tratamento paliativo.

3- galantamina

É o último dos medicamentos inibidores seletivos da acetilcolinesterase atualmente comercializados, portanto, seu mecanismo de ação coincide com os dois medicamentos discutidos acima.

É usado especialmente em pacientes com doença de Alzheimer e é provavelmente o mais eficaz dos três.

A galantamina permite aumentar as quantidades de acetilcolina nas áreas cerebrais que apresentam maior deficiência desta substância na doença de Alzheimer: os núcleos que se projetam do hipocampo e do córtex entorrinal para os lobos frontal e temporal.

Além disso, essa droga também melhora o efeito da acetilcolina sobre os receptores nicotínicos, aumentando assim os níveis de acetilcolina em abundância no cérebro e possibilitando suprir parte das deficiências apresentadas nas doenças neurodegenerativas.

4- memantina

A memantina é a primeira de uma nova classe de medicamentos para tratar a doença de Alzheimer e aumentar as habilidades cognitivas e a memória. Este medicamento atua no sistema glutamatérgico bloqueando os receptores NMDA de glutamato.

Há cada vez mais evidências claras de que o neurotransmissor glutamatérgico contribui para a diminuição da capacidade amnéstica, razão pela qual esse medicamento está sendo usado cada vez com mais frequência em indivíduos com distúrbios demenciais.

Ao consumir memantina, os níveis de glutamato no cérebro aumentam e os sintomas causados ​​pela deficiência desta substância (diminuição das funções cognitivas e de memória) diminuem.

Esses tipos de drogas ainda estão sob investigação, mas são uma solução muito promissora para aumentar a memória e já são usados ​​para tratar vários casos de demência.

5- Tacrine

A tacrina é um inibidor da colinesterase com mecanismo de ação semelhante ao do donepezila, rivastigmina e galantamina.

Na verdade, essa droga foi o primeiro inibidor da colinesterase usado para melhorar os sintomas cognitivos (memória, atenção, raciocínio etc.) em pacientes com Alzheimer.

Além disso, a tacrina também parece atuar como bloqueador do canal iônico de potássio, o que permite aumentar a liberação de novas quantidades de acetilcolina pelos neurônios colinérgicos funcionais e, portanto, melhorar ainda mais a memória.

Apesar dos benefícios cerebrais que proporciona, esse fármaco foi retirado do mercado por apresentar alta hepatotoxicidade, fato que levou ao desenvolvimento de novos fármacos capazes de inibir a colinesterase sem serem tóxicos para o corpo humano.

6- Fosfatidilserina

A fosfatidilserina é um componente dos fosfolipídios que se mantém na camada lipídica interna das membranas celulares graças a uma enzima chamada flipase.

O consumo desta substância permite aumentar a quantidade de gordura gerada pelo cérebro, mantendo as membranas celulares, aumentando o crescimento celular e melhorando o funcionamento das regiões cerebrais.

Argumenta-se que a fosfatidilserina aumenta a memória, a concentração e a capacidade de aprendizagem devido à nutrição que fornece nas regiões neuronais.

Além disso, aumenta o humor, reduz a ansiedade, alivia os sintomas da doença de Parkinson, reduz os ataques de epilepsia e melhora o funcionamento cognitivo de uma maneira geral.

No entanto, apesar dos benefícios que proporciona, atualmente não existem evidências científicas que demonstrem sua eficácia no tratamento dos transtornos demenciais.

7- Citylcholine

Esta droga é um psicoestimulante, neuroprotetor e nootrópico (aumenta o desempenho mental) que é obtido a partir da síntese da fosfatidilcoína a partir da colina.

Esta substância demonstrou estimular a biossíntese de fosfolipídios ao nível da membrana neuronal e é considerada o único agente neuroprotetor eficaz nas fases agudas do acidente vascular cerebral.

Seu mecanismo de ação consiste em prevenir a degradação dos fosfolipídios da colina e produzir uma reversão parcial da liberação de ácidos graxos livres.

Além disso, há evidências de que a citylcholine neutraliza os depósitos de beta-amilodo, uma proteína que desempenha um papel muito importante no desenvolvimento da doença de Alzheimer, portanto, essa substância poderia ter uma boa ação preventiva para síndromes demenciais.

No entanto, atualmente esta droga é usada apenas para atenuar os sintomas cognitivos de traumatismo craniano, acidentes vasculares e insuficiência vascular cerebral.

8- Piracetam

O piracetam é uma droga sintética solúvel em água com ação nootrópica (aumenta o desempenho mental). Da mesma forma, é considerado um agente neuroprotetor.

O mecanismo de ação da droga consiste em melhorar o metabolismo dos neurônios, permitindo melhor captação de oxigênio. Ao ingerir piracetam, a conversão de difosfato de adenosina em trifosfato de adenosina é estimulada, o que aumenta o nível de energia neuronal.

É utilizado para intervir em distúrbios de atenção e memória, dificuldades na atividade diária e adaptação ao meio ambiente e como tratamento paliativo para doenças neurodegenerativas e hemorragias cerebrais.

9- Acetil-L-carnitina

Essa droga permite o transporte de ácidos graxos de cadeia longa para a mitocôndria (uma das partes dos neurônios).

A acetil-L-carnitina aumenta a energia celular ao estimular a captação de acetilcolina na mitocôndria durante a oxidação dos ácidos graxos. Este fato melhora as funções cognitivas, estimula a memória e aumenta a atenção e concentração.

Além do excesso de energia que fornece, essa droga também oferece atividades antioxidantes e previne a morte de neurônios.

Tem múltiplas aplicações como perda de peso, redução de fadiga, tratamento de problemas sexuais e aumento de memória, concentração e humor.

10- Ginkgo biloba

Esta última substância não é um medicamento, mas sim extractos das folhas da árvore da ginkgo biloba, que contêm elementos naturais que ajudam a combater as disfunções circulatórias associadas ao envelhecimento.

Apresenta múltiplos benefícios, como alívio da dor e do peso nas pernas causados ​​por déficits no fluxo circulatório das extremidades inferiores, reduz as sensações de vertigem e tonturas ocasionais e reduz os sintomas da enxaqueca.

Também permite tratar doenças venosas, como varizes ou hemorróidas, e previne tromboembolismo, arteriosclerose e derrames.

Finalmente, melhora a memória e a capacidade de concentração, aumentando o fluxo sanguíneo para as regiões do cérebro.

Cérebro e memória

O estudo e a pesquisa de regiões cerebrais e estruturas químicas envolvidas em processos amnésicos permitiram o desenvolvimento de drogas que são capazes de melhorar a memória em humanos.

Saber quais são as regiões cerebrais que realizam as atividades de aprendizagem, retenção e recuperação de informações tem permitido iniciar pesquisas voltadas ao preparo de medicamentos para a memória.

Na verdade, atualmente, o estudo das intervenções para a memória abrange a maior parte do interesse científico no campo da neurologia e da neuropsicologia. As principais regiões do cérebro que têm sido relacionadas aos processos de memória são:

Hipocampo

Consiste em uma pequena região localizada no lobo temporal do cérebro que pertence ao sistema límbico.

É composto de duas estruturas principais, o chifre de Ammon e o giro dentado, e constitui o sistema cerebral que executa mais processos de memória.

Argumenta-se que o hipocampo permite a codificação de informações, dá origem à memória de curto prazo, memória de médio prazo e faz mapas cognitivos.

Cerebelo

O cerebelo é uma estrutura localizada na parte posterior do cérebro. Está envolvido na codificação de memórias complexas, permite o aprendizado motor e dá origem a memórias procedurais.

Amígdala

Essa região está localizada logo abaixo do hipocampo e desempenha um papel importante no aprendizado emocional.

Gânglios basais

Eles são núcleos cerebrais localizados no lobo temporal medial que executam funções básicas relacionadas ao aprendizado, cognição e controle de atividades motoras.

Lóbulo frontal

É a parte frontal do cérebro que realiza os processos de trabalho da memória e dos processos de atenção.

Da mesma forma, essa região do cérebro é responsável por recuperar as informações armazenadas no hipocampo, integra os conceitos em categorias e realiza o que é conhecido como memória prospectiva (a capacidade de lembrar o que precisamos fazer no futuro).

Lobo temporal

Ele está localizado na parte inferior do cérebro e está intimamente relacionado à memória autobiográfica.

Danos nessa região podem prejudicar a memória de longo prazo e comprometer o conhecimento semântico e as memórias episódicas.

Lobos parietais

Este lobo é encontrado na parte superior do cérebro, logo acima do lobo occipital e atrás do lobo frontal.

Ele executa várias funções, incluindo o controle da atenção, o desempenho da consciência espacial e o desenvolvimento de habilidades de orientação.

Lobo occipital

Esta última região localiza-se na parte mais posterior da cabeça, ou seja, acima da nuca.

A sua principal função reside na percepção visual, razão pela qual é a primeira estrutura a participar na aprendizagem de todas as informações que captamos através deste sentido.

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