Como fazer um genograma em psicoterapia - Psicologia - 2023


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Na prática clínica, obtenha informações sobre o paciente, o problema pelo qual você vem à consulta e as circunstâncias que o rodeiam ou podem influenciá-lo é parte fundamental do processo psicoterapêutico. O psicólogo precisa dessas informações para poder trabalhar e contribuir para abordar as questões levantadas pelo paciente, servindo como um guia através do processo.

Dentro desta informação, compreender a estrutura familiar e o tipo de relacionamento que o sujeito mantém com seu ambiente mais próximo Pode ajudar muito a entender a situação atual do assunto. A obtenção dessas informações é realizada por diversos métodos, podendo ser registrados de forma simples e compreensível mediante a elaboração de um genograma.


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O que é um genograma?

Chamamos de genograma uma representação gráfica na qual se refletem as informações gerais sobre a constituição de uma família. e as inter-relações entre seus membros. É uma forma esquemática de visualizar os padrões familiares e o tipo de relacionamento que se estabelece entre seus membros. O genograma reflete todas as pessoas que compõem a estrutura familiar, tanto as que ainda estão vivas quanto as que morreram ou foram separadas do núcleo familiar. Abortos também estão incluídos. Embora geralmente remonte a um total de três gerações, isso pode variar dependendo do tipo de problema que motiva a consulta do psicólogo.

O genograma não apenas reflete a estrutura familiar, mas também serve para visualizar a presença de eventos muito importantes e vitais para o sujeito, como o nascimento de um irmão, a morte de um parente, um casamento, um divórcio ou um aborto. Esse tipo de evento pode afetar muito a psique humana e alterar o tipo de relacionamento que cada indivíduo do sistema familiar possui, incluindo o cliente ou paciente, e pode levar ou contribuir para a presença de distúrbios ou problemas relacionados ao motivo da consulta .do paciente. Por isso, é uma ferramenta amplamente utilizada na prática clínica para analisar as relações familiares.


Portanto, embora o resultado final pareça simples e direto, este tipo de representação oferece uma grande quantidade de informações o profissional quando se trata de entender de onde vem o paciente e como suas origens podem ajudar a explicar seu presente, permitindo o delineamento de diferentes estratégias e formas de atuação.

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Construindo um genograma

À primeira vista, pode parecer que a preparação do genograma é muito rápida e sem complicações. No entanto, para fazer um genograma significativo não é suficiente fazer uma série de símbolos interligados: a composição e a estrutura familiar devem ser exploradas e levadas em consideração, levando em consideração o efeito que tais relações podem ter no paciente. Além disso, embora seja uma representação gráfica que poderia ser construída de muitas maneiras diferentes, para torná-la compreensível e ter sentido prático, uma série de símbolos e etapas foram estabelecidas.


Para começar a construir um genograma, primeiro o objetivo com o qual a representação é realizada deve ser levado em consideração. Dado que uma família pode ser composta por um grande número de pessoas, é necessário definir o tipo de relações que devem ser refletidas, limitando a representação àqueles mais próximos ou vinculados ao problema. Vejamos a seguir os passos a seguir na elaboração do genograma.

1. Construção da estrutura básica

Em um primeiro momento a estrutura básica da família é delineada. Assim, neste ponto, cada um dos membros da família é representado por meio de uma figura e do elo que os une a partir das linhas que unem os componentes do sistema. Basicamente, uma árvore genealógica é feita com foco no cliente ou paciente e seus parentes mais próximos, geralmente limitando-se a avaliar um total de três gerações incluindo a referida.

Além disso, um genograma não apenas indica quem faz parte de uma família, mas também quais membros da referida família vivem no mesmo local com o cliente ou paciente, para o qual uma linha interrompida é cercada por todos os membros da família que coabitam com ele. Isso ajuda a entender com quem o paciente tem o maior nível de contato e como esse contato afeta sua vida.

2. Coleta de dados básicos dos sujeitos

Uma vez que a estrutura do genograma foi traçada e as principais pessoas e relações representadas, é necessário entender o funcionamento da família. coletar vários dados gerais.

Por exemplo, a idade, o nível educacional e sócio-ocupacional e a profissão de entes próximos podem afetar o desenvolvimento do sujeito, portanto, ter esses dados permite melhorar a compreensão do sistema. Também é útil saber a presença de uma história de transtornos mentais ou médicos.

3. Marcando que tipo de relacionamento eles têm

Além de saber quem é quem e os dados vitais mais básicos, é necessário observe o tipo de relacionamento e o envolvimento emocional que eles têm, dada a sua importância quando o cliente interpreta as relações interpessoais e até mesmo a realidade.

Com isso podemos observar, entre outras coisas, se existem relações conflituosas ou muito próximas que servem de suporte ou fator de risco para promover uma melhora ou piora da situação do paciente.

Simbologia e seu significado

Independentemente do processo que se segue durante a construção do genograma, é importante para seu entendimento saber quais são os símbolos utilizados em cada situação.

Deve-se levar em consideração que o que se simboliza não é apenas cada um dos membros da família, mas também o tipo de vínculo que o une aos demais componentes.

Simbolizando pessoas

Ao analisar ou criar um genograma, devemos levar em consideração o que ou quem está sendo representado por cada um dos símbolos. Cada indivíduo da família é representado por um único símbolo. Especificamente, vamos usar o contorno de um quadrado quando nos referimos a um homem e o de um círculo quando estamos representando uma mulher. Dentro do símbolo a idade atual do sujeito aparecerá se ele estiver vivo, acima dele o ano de nascimento e logo abaixo do símbolo o nome do indivíduo. Ao representar o cliente ou paciente, a figura que o representa é dupla (ou seja, um quadrado ou círculo no centro de outro). Se a pessoa representada for alguém que já faleceu, veremos que o símbolo aparece riscado, com um X acima dele.

Outros símbolos a ter são aqueles que se referem à presença de abortos. Neste aspecto, encontramos dois símbolos dependendo se a interrupção da gravidez foi voluntária ou acidental: no primeiro caso, um pequeno X será usado sem riscar nenhum símbolo, enquanto no caso do aborto espontâneo um pequeno X é círculo totalmente pintado.

Caso seja necessário avaliar a orientação sexual de um dos familiares para entender o motivo da consulta do paciente (por exemplo, se um sujeito com problemas para aceitar a orientação sexual de um parente vier à consulta), você pode indique se o sujeito pertence ao coletivo LGTB com um triângulo invertido dentro do símbolo que indica seu sexo.

O fato de os símbolos serem apenas um contorno ou serem mais ou menos preenchidos também tem certas implicações. Sujeitos que consomem e abusam de substâncias como álcool e drogas terão metade de seu símbolo pintado, horizontalmente. Se o indivíduo sofre de problemas mentais, o símbolo terá meio pintado, mas neste caso verticalmente. Se você adicionar ambos, problemas psiquiátricos e abuso de substâncias, serão três quartos do símbolo que será pintado.

Representando as relações familiares

Independentemente dos sujeitos, o genograma também reflete o tipo de relação que cada componente tem com os demais. Nesse sentido, também encontramos diferentes representações nas conexões entre os sujeitos.

A união conjugal entre duas pessoas é simbolizada por uma linha reta e contínua, estando os dois indivíduos na mesma altura. Se duas pessoas mantêm um relacionamento, mas não são casadas, essa relação será representada com uma linha tracejada, também estando na mesma altura. Se o casal se separar, uma barra cortará a linha que os une, marcando o ano da separação. No caso de um divórcio, encontraremos duas barras diagonais. No caso de um casal divorciado ou separado se reintegrar posteriormente, as barras que marcam a separação serão riscadas.

A presença dos filhos é simbolizada por falas que surgem da união de duas pessoas, sendo a linha contínua no caso de filhos biológicos e descontínua no caso de criança adotada. Se for mais de um sugador, eles serão ordenados da esquerda para a direita com base na idade.

A presença de irmãos possui algumas características a levar em consideração. Se estivermos diante de gêmeos, as linhas que representam a união com os pais surgirão do mesmo ponto. Caso contrário, as linhas nascerão em pontos diferentes daquele indicado pelo vínculo entre os pais.

Indicando o tipo de relacionamento

O tipo de vínculo estrutural que os membros da família mantêm foi indicado até agora, mas também é possível indique como é esse vínculo em um nível emocional.

Relacionamentos positivos e normativos serão marcados com ambos sendo mantidos exatamente na mesma altura. Uma relação distante pode ser marcada por estarem ambos sujeitos a alturas diferentes, não estando os dois símbolos ligados no mesmo ponto. Relações conflitantes serão indicadas por linhas em ziguezague, e em caso de presença de abuso físico ou mental, tal situação será representada por uma linha em zigue-zague que terminará em uma seta que marcará a direção do abuso.

Um relacionamento íntimo pode ser indicado por duas linhas em vez de uma. enquanto os relacionamentos mesclados serão marcados com três linhas. As combinações podem ser feitas a partir dessas construções.

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  • McGoldrick, M. e Gerson, R. (1985) Genograms in family Evaluation. Barcelona: Gedisa (3ª ed. 2000).