As 10 espécies invasoras mais perigosas do mundo - Médico - 2023
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Contente
- Quais são as espécies invasoras mais perigosas?
- 1. Caracol gigante africano (Achatina fulica)
- 2. Sapo-cururu (Rhinella marina)
- 3. Carpa (Cyprinus carpio)
- 4. Gato doméstico (Felis catus)
- 5. Peixe mosquito (Gambusia affinis)
- 6. Truta arco-íris (Oncorhynchus mykiss)
- 7. Esquilo cinza (Sciurus carolinensis)
- 8. Controle deslizante de orelhas vermelhas (Trachemys scripta elegans)
- 9. Veado (Cervus Elaphus)
- 10. Chitridium (Batrachochytrium dendrobatidis)
- Resumo
Um menino entra em uma loja de animais e se apaixona por uma pequena tartaruga com lindas manchas vermelhas na cabeça. Seus pais, em um ato de empatia, decidem pegar o animal, pois segundo o vendedor da instalação, “as tartarugas crescem de acordo com o espaço que você dá a elas”. Após 10 anos, a família não sabe mais o que fazer com um réptil aquático de 20 centímetros de diâmetro, então decide lançá-lo no lago mais próximo para “libertá-lo”.
Esta história parece familiar para você? Infelizmente, para biólogos também. Para este tipo de coisa, segurar a tartaruga de orelhas vermelhas (Trachemys scripta elegans) é proibido e faz parte de uma lista crescente de animais potencialmente invasores em muitos países. O ser humano, por ignorância, apresenta seres vivos não endêmicos a ecossistemas que não lhe correspondem com resultados devastadores.
Em outros casos, o motivo é monetário, já que, por exemplo, a introdução de espécies invasoras para a pesca esportiva tem levado a fauna endêmica em diversas ocasiões. Seja por dinheiro ou por falta de responsabilidade, é claro que o problema das espécies invasoras é crescente e, sem dúvida, recai sobre os ombros do ser humano. Hoje apresentamos os mais perigosos.
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Quais são as espécies invasoras mais perigosas?
Fazer uma lista com um determinado número de espécies invasoras com efeitos devastadores é impossível, uma vez que a "periculosidade" do animal em questão depende de muitos fatores, entre os quais está a medição dos efeitos que causa no ecossistema a longo prazo. Mesmo assim, pode-se generalizar que as espécies invasoras geram 3 tipos de impactos independentemente de sua condição ou particularidade:
- Impactos ecológicos: Uma espécie estrangeira perturba a cadeia alimentar e nichos estabelecidos. Estima-se que 80% das espécies estão ameaçadas, em parte, pela competição com animais invasores.
- Impactos econômicos: Uma espécie invasora pode se tornar uma praga, com tudo o que isso acarreta nas fazendas para benefício humano.
- Impactos na saúde: Espécies invasoras podem trazer doenças que afetam outros animais e até humanos.
Para fazer uma lista o mais objetiva possível, concentraremos nossa atenção no Global Invasive Species Database, um portal sem fins lucrativos vinculado à União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). Das 100 espécies aqui coletadas, mostramos as 10 mais interessantes / relevantes. Vá em frente.
1. Caracol gigante africano (Achatina fulica)
Você já se surpreendeu com a rapidez com que um caracol come uma alface? Bem, imagine o mesmo evento com um gastrópode de até 20 centímetros de diâmetro. Achatina fulica É considerada uma espécie invasora em países como Espanha, Argentina e Estados Unidos, devido ao seu potencial de destruir completamente as plantações agrícolas.
Além de sua capacidade destrutiva, este invertebrado também é portador de parasitas como Ascaris sp., Strongyloides sp., Cryptosporidium sp., Blastocystis sp., Angiostrongylus cantonesis, Schistosoma mansoni e muitos mais que afetam os seres humanos e outros seres vivos. Uma das coisas mais preocupantes desse animal é, sem dúvida, sua taxa reprodutiva, já que uma fêmea pode botar até 1.000 ovos por postura.
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2. Sapo-cururu (Rhinella marina)
Por mais fofos e desajeitados que os anfíbios possam nos parecer, alguns deles também têm um potencial invasor incrível. Uma das características mais preocupantes desse sapo é que as larvas podem sobreviver em concentrações de 15% de sal na água, algo completamente incomum neste táxon. Isso, somado a uma capacidade reprodutiva excessiva e a uma plasticidade ambiental vertiginosa, torna esta espécie uma invasora perfeita.
Curiosamente, este sapo foi introduzido intencionalmente na Austrália para acabar com a infestação do besouro-cana, o remédio sendo muito pior do que a doença. O sapo não é realmente agressivo ou causa um problema por si só, mas sua pele é tão tóxica que mata os predadores que o caçam.
3. Carpa (Cyprinus carpio)
Um animal introduzido intencionalmente nos ecossistemas por humanos com propósitos claramente econômicos. A chave para esta espécie está em sua biologia geral, pois consome detritos, larvas de insetos, alevinos de outros peixes, girinos de rãs e sapos e matéria em decomposição. Além disso, a carpa arranca a vegetação aquática, aumenta a turbidez da água e favorece eventos de eutrofização em lagos e lagoas. Claro, um exemplo claro de dano em todos os sentidos.
4. Gato doméstico (Felis catus)
Surpreendente para muitos, inegável para todos. O gato doméstico é uma verdadeira praga a nível mundial, e a presença de ninhadas abandonadas em todas as cidades é um exemplo disso. Vários estudos correlacionaram a presença desses felinos com uma diminuição drástica da microfauna na área, porque os gatos caçam de forma realmente eficaz qualquer pequeno vertebrado que passar por eles.
5. Peixe mosquito (Gambusia affinis)
Novamente, outra espécie foi introduzida intencionalmente. Como o próprio nome sugere, o peixe mosquito foi lançado em vários ecossistemas para matar pragas de mosquitos, pois se alimenta de forma muito eficaz de suas larvas. A chave para sua excessiva expansão pela Europa e o consequente deslocamento de outras espécies, de acordo com pesquisas, é atribuída à sua variabilidade genética e rápido poder adaptativo.
6. Truta arco-íris (Oncorhynchus mykiss)
Mais uma espécie de peixe introduzido para fins de pesca. É impossível negar que a truta arco-íris é essencial para a pesca esportiva, além de possuir um valor gastronômico que não é desprezível pela qualidade e sabor de sua carne.
Curiosamente, para cada pessoa nascida nos Estados Unidos, 20 trutas arco-íris são criadas e soltas em espaços públicos com água, razão pela qual seu potencial invasivo não parece ser muito preocupante em certas regiões. Mesmo assim, sua capacidade de invasão e danos à fauna nativa foi registrada em inúmeras ocasiões.
7. Esquilo cinza (Sciurus carolinensis)
Por mais fofos que sejam, alguns roedores mamíferos também representam um problema potencial para os ecossistemas. É o caso do esquilo cinzento, espécie introduzida em várias zonas da Europa que deslocou o esquilo vermelho com sucesso incrível, endêmica para áreas invadidas.
Embora essa questão ainda seja controversa no meio científico, acredita-se que o esquilo cinza substituiu o vermelho simplesmente por causa de uma maior aptidão. Isso significa que, infelizmente, tem uma vantagem adaptativa em todos os sentidos possíveis em relação às espécies endêmicas.
8. Controle deslizante de orelhas vermelhas (Trachemys scripta elegans)
Reencontramos a tartaruga-de-orelha-vermelha, um dos exemplos “exemplares” de espécies exóticas introduzidas pela irresponsabilidade dos tutores de animais de estimação e das pessoas que as vendem. Por isso, na Espanha sua posse e venda é totalmente proibida, e quem já possui uma cópia há muitos anos deve passar por um acompanhamento rigoroso para garantir que não seja liberada.
Esta espécie desloca quelônios endêmicos, como a tartaruga de lago européia ou a tartaruga de lago leprosa, graças à sua voracidade incomum e sua extensa dieta onívora.
9. Veado (Cervus Elaphus)
Pode parecer estranho que um ser tão majestoso como o cervo possa ser um problema, mas é. O problema com grandes herbívoros introduzidos não é com eles, mas com a falta de predadores em muitos ecossistemas para regular suas populações.
Uma população de grandes herbívoros em crescimento contínuo pode ter um claro exemplo prejudicial à flora, o que também afeta a microfauna diretamente e os animais herbívoros menores.
10. Chitridium (Batrachochytrium dendrobatidis)
Reservamos o último local para o rei das espécies invasoras, o destruidor de anfíbios. Batrachochytrium dendrobatidis Não é um animal grande e tangível como o resto dos expostos na lista, mas um minúsculo fungo parasita que se liga à pele dos anfíbios e carrega uma taxa de mortalidade impressionante.
Esse fungo é capaz de causar mortes esporádicas em algumas populações de anfíbios, enquanto em outras populações 100% dos afetados acabam morrendo. Estima-se que 30% de todos os táxons deste grupo sejam afetados por este parasita, razão pela qual se considera que tenha promovido o declínio global de anfíbios nos últimos anos.
Resumo
Como você deve ter lido nestas linhas, as espécies invasoras vêm em todos os formatos, tamanhos e características: de um cervo a um fungo, milhares de animais nos lugares errados na hora certa podem se tornar pragas e deslocar espécies nativas.
Uma espécie invasora é caracterizada por sua adaptabilidade, taxa reprodutiva rápida ou simplesmente por habitar um ecossistema onde não há predadores que possam lidar com ele. Todos os casos aqui descritos têm um motivo claro: o ser humano. Assim, está em nosso poder reverter o dano gerado, mesmo que se trate de atos eticamente questionáveis que deixamos à deriva de cada leitor.