Roupas da era colonial: variabilidade, alfaiataria - Ciência - 2023


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o vestido da era colonial Caracteriza-se por receber influência direta da moda européia dos séculos XV, XVI e XVII, por meio dos conquistadores e colonizadores que se mudaram para a América.

Esse grupo de colonizadores se implantou em diferentes épocas e regiões do território americano, oriundos principalmente do Império Espanhol, do Império Português, do Império Britânico, da França ou da Holanda.

A época colonial começou no final do século XV e tem como ponto de partida a chegada de Cristóvão Colombo ao território americano em 1492, graças ao apoio da Coroa de Castela. Este período vai até o início do século XVII com a conhecida colonização holandesa.

Em geral, considera-se que do ponto de vista estilístico os trajes da época colonial assumem elementos da esfera renascentista e culminam com a tendência barroca do século XVII, especificamente com o estilo rococó.


Algumas peças que foram adotadas da Europa evoluíram para variações autóctones, como os agasalhos de origem espanhola, as capas castelhanas, as mantas granadinas e as mantas canárias, que ao chegarem ao território americano foram se transformando na ruana colombiana, a Poncho mexicano ou poncho argentino.

Variabilidade de vestido

Um dos elementos que caracterizam a moda na colônia é a variedade de trajes como forma de diferenciação social, uma vez que nos permitiu distinguir culturas, locais de origem, raça ou condição social.

Por exemplo, essas pessoas de alto status foram aquelas que trouxeram tecidos e acessórios da Europa, bem como as últimas tendências e modelos do Velho Mundo.

Era uma espécie de direito com o qual você nasceu e, embora não houvesse regras escritas, era consenso social que algumas vestimentas, principalmente femininas, eram exclusivas das mulheres e não podiam ser usadas pelas camponesas.


Roupas da alta sociedade

As senhoras costumavam usar saias longas e largas, blusas de renda ou linho e anáguas bordadas. Era frequente no estilo espanhol, os leques, mantilhas, guarda-chuvas e sapatos com fivelas prateadas.

O estilo “esfaqueado” estava na moda, que consistia em deixar o forro da peça visível ou colocar um tecido diferente por baixo.

Por sua vez, o traje dos cavalheiros da alta sociedade consistia em calças estreitas ou leggings, capas, panos, sobrecasacas, camisas com babados, gravatas que terminavam em franjas e, em casos específicos, babados. Entre os acessórios, destacaram-se o lenço, a cartola e a bengala com cabo de metal, típicos da época.Botas adornadas com engastes de prata eram as mais comuns.

As formas que predominaram nos desenhos eram como a silhueta de uma ampulheta nos trajes femininos, e nos masculinos caracterizava-se por ser mais retangular.


Trajes de outras classes sociais

Já as pessoas das classes mais baixas vestiam ternos muito mais simples, que costumavam ser feitos de tecidos de algodão. Dependendo da zona climática, as vestimentas também podiam ser confeccionadas com lã de ovelha ou de lhama, como era o caso dos ponchos.

As camponesas costumavam usar roupas que lembram a simplicidade do quíton grego. Já os fazendeiros crioulos usavam gibão com mangas, perneiras e botas altas feitas de couro de veado. Usavam gola clássica e faixa para ajustar o gibão.

No caso dos escravos, os homens vestiam uma camisola de algodão com três aberturas para a cabeça e para os braços, muito típica das fazendas e das plantações. No caso das criadas negras, elas deveriam usar vestidos com mangas compridas, sem enfeites e que cobrissem do pescoço aos pés.

Roupa militar

Um dos trajes mais usados ​​na época colonial é sem dúvida o militar. Na primeira fase da conquista, era comum o uso de armadura completa, vestimenta usada por volta de 1580. Consistia em um morion com espanador, gola de renda, calça curta bufante e cinto de espada na cintura.

Mais tarde, as tropas e sargentos costumavam usar trajes semelhantes, como chacós altos com pluma e viseira, uma blusa com faixas cruzadas distintas no peito e calças largas. Esses eram os trajes dos hussardos, lanceiros e policiais da época.

Oficiais superiores costumavam vestir um colete que cobria uma camisa de gola alta e um colete com 5 ou 6 botões. O casaco tinha dragonas com bordas e lapelas de galão largas, em forma de escudo heráldico. Eles também costumavam usar uma gravata borboleta preta.

Costura 

A técnica têxtil na América era bastante refinada com a chegada dos espanhóis, tanto na cor quanto no design. O sistema que usaram foi o tear backstrap, que consistia em duas pontas amarradas, uma a uma árvore e a outra às costas do tecelão. Os corantes vegetais foram então combinados com aquela técnica que eles já dominavam na perfeição e que resultou na uniformidade do diâmetro do fio.

Enquanto isso, os espanhóis se encarregaram de trazer uma nova técnica, o tear a pé ou de pedal, também conhecido como garrucha ou tear de lançadeira. Esta técnica nunca substituiu o tradicional tear indígena, mas foi implementada simultaneamente.

Para a confecção dos looks utilizavam-se materiais de luxo para as classes mais altas, importados de países europeus, como veludo, brocado, damasco, renda e seda.

Para o cotidiano, foram usados ​​outros tipos de tecidos mais acessíveis, como lã de alpaca ou vicunha, algodão e linho. Esta última, junto com a seda, foi trazida pelos conquistadores e em curto prazo começou a ocorrer em assentamentos coloniais.

Às vezes, penas de pássaros exóticos podem ser tecidos ou anexados a esses materiais para adicionar um toque colorido às roupas.

Em países como a Guatemala e o Chile, os ponchos ou também conhecidos tecidos da terra feitos em centros de lã nos permitiram obter peças do tipo poncho, à prova de chuva.

Referências

  1. Tempos coloniais: a cidade, as casas, a educação e os costumes. (s.f.). Recuperado de sanjuanalmundo.org
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