Thespis: biografia do primeiro ator da história - Ciência - 2023


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Thespis: biografia do primeiro ator da história - Ciência
Thespis: biografia do primeiro ator da história - Ciência

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Thespis ou Thespian foi um ator, diretor e empresário teatral nascido no século 6 na Grécia Antiga. Por suas inovações, é considerado um dos pais do teatro e o primeiro ator da história.

Não se sabe muita informação sobre a vida de Thespis. Os dados sobre sua trajetória chegam aos nossos dias pelas referências deixadas sobre ele por outros autores, especialmente Aristóteles. Sabe-se, por exemplo, que ele era sacerdote no templo de Dioniso e que recitava ditirambos, tipo de poesia comum na época.

Sua popularidade fez que participasse no concurso celebrado durante os primeiros Grandes Dionisíacos. Segundo os autores que falam de sua vida, Thespis foi o vencedor, apresentando a novidade que o próprio protagonista estabeleceu um diálogo com o coro.


Além desta novidade, Thespis também é creditado por ter renovado o tipo de máscaras que eram usadas nas apresentações teatrais e por ter sido o primeiro a fundar uma empresa que percorreu as diferentes cidades helênicas oferecendo suas obras.

Biografia

Thespis, também conhecido como Thespidus, nasceu em Icaria, agora Dionysios. Não se sabe ao certo o ano do seu nascimento, embora se saiba que viveu na segunda metade do século VI aC, entre 550 e 500 aC. aproximadamente.

Sua fama vem por ter sido o criador de um novo elemento nas representações dramáticas que o fizeram ser considerado um dos pais do teatro.

Entre os acontecimentos que mais se refletiram em sua vida, relatados por autores posteriores, destaca-se a premiação em concurso realizado no ano 534 aC. C., durante as férias chamadas Grandes Dionisíacas.

Ditirambos

Thespis era conhecido pelos recitais de ditirambos, uma espécie de poesia que contava histórias mitológicas. Durante esses recitais, foi incluído um coro que apoiou o solista. Dentro desse gênero, Thespis introduziu a novidade de usar máscaras para distinguir os diferentes personagens que apareciam na obra.


Segundo os cronistas, esse novo estilo recebeu o nome de tragédia e Thespis se tornou o expoente mais popular do gênero.

Os grandes dionisíacos

Dionísio era a divindade da colheita da uva, da fertilidade e o deus do vinho. Por isso, na Grécia Antiga eram celebrados festivais em sua homenagem, durante os quais um carro percorria a polis com sua imagem. A população seguia a carruagem cantando, dançando e bebendo.

Quando Pisístrato, um militar ateniense, chegou ao poder em 560 aC, uma de suas prioridades era impulsionar a inovação na arte e na cultura. Entre essas inovações estava a inclusão de apresentações teatrais na cidade de Dionísio.

Desta forma, foi criado um concurso dentro do festival anual em homenagem ao deus do vinho. Quatro autores foram escolhidos para participar e cada um deles teve que escolher três tragédias e uma obra satírica para concorrer.

Cada autor teve um dia inteiro para realizar suas obras, sempre diante de uma multidão de cidadãos. No final do festival, foi decidido quem tinha sido o melhor.


De acordo com os relatos disponíveis, Pisístrato pediu a Thespis e seu grupo para participarem do primeiro desses Grandes Dionisíacos, realizado em 534 aC. O autor aceitou e foi o vencedor do primeiro prêmio de melhor tragédia.

Nascimento do teatro

O reconhecimento de Thespis, que havia sido sacerdote do culto a Dionísio, viu-se pela inovação que introduziu nas representações. Assim, ele foi o primeiro que não se limitou a recitar os ditirambos, mas estabeleceu um diálogo com o coro acompanhante.

Isso lhe valeu a consideração de ser o primeiro ator da história e um dos pais do teatro. Em reconhecimento, atores do mundo ocidental se autodenominam "Thespians".

Com base em seu sucesso nos Grandes Dionisíacos, Thespis também inventou as turnês teatrais. Assim, ele passou a viajar por várias cidades para oferecer suas apresentações. Sua companhia carregava todo o necessário, fantasias, máscaras, etc., em uma carroça puxada por cavalos.

As máscaras

Outra das inovações atribuídas ao Tespis foi a evolução das máscaras que os atores usaram. Até então, tratava-se de pinturas simples e bastante rudes, mas o autor passou a utilizá-las como elemento de distinção e caracterização das diferentes personagens.

Desta forma, a partir de Thespis, os atores cobriram seus rostos de maneiras diferentes, desde a aplicação de uma simples maquiagem à base de chumbo branco até a confecção de máscaras de linho.

Por outro lado, Themistio, afirma que Thespis também foi o inventor do prólogo.

Crítica e Exílio

Plutarco contou outra parte da vida de Thespis, desta vez muito mais negativa. Assim, conta que Sólon, um dos Sete Sábios da Grécia, foi ver uma das representações de Thespis. Segundo Plutarco, foi a primeira vez que Thespis apresentou suas novidades na forma de representar tragédias.

Sólon era supostamente muito velho naquela época e mostrava sua aversão ao teatro. O sábio perguntou a Thespis se ele não tinha vergonha de sua maneira de agir e de mentir tanto na frente de um grande número de pessoas. A resposta do dramaturgo foi que não fez mal a ninguém, já que se tratava apenas de uma representação teatral.

Essa conversa é considerada a primeira crítica de um ator, embora as consequências tenham sido piores do que apenas uma opinião negativa. Sólon aparentemente providenciou para que Thespis fosse enviado para o exílio, junto com sua companhia e sua carruagem, embora ele continuasse a oferecer sua arte.

Esta lenda, uma vez que sua veracidade não pode ser verificada cem por cento, é bem conhecida no mundo do teatro. Na verdade, o carro se tornou o emblema do desempenho teatral.

Aristóteles

O filósofo Aristóteles é quem mais referências deixou a Thespis em suas obras. Assim, ele afirma que o dramaturgo foi o responsável por transformar a representação das histórias na Grécia Antiga. Sua principal contribuição foi a introdução dos personagens individuais diante do protagonismo absoluto tradicional do coro.

Com Thespis, o coro continuou a cumprir o seu papel, mas acrescentou um ator principal que representou vários personagens que se distinguem pelo uso de diferentes máscaras. Essa estrutura continuou até o século 5 aC, quando um segundo ator foi introduzido nas obras.

Obras atribuídas

Quatro peças de teatro são atribuídas a Thespis, todas sobre temas mitológicos: Padres, Rapazes, Jogos em Honra a Pelias e Penteo. Exceto por um verso desta última obra, nada dos criados pelo autor é preservado e, mesmo, há sérias dúvidas de que este fragmento seja autêntico.

Referências

  1. Ecured. Tespis, obtido de ecured.cu
  2. Biografias e vidas. Thespis. Obtido em biografiasyvidas.com
  3. Fernández, Juanjo. Thespis e seu carro. Obtido em nuevoateneodigital.blogspot.com
  4. The Columbia Encyclopedia. Thespis. Obtido em encyclopedia.com
  5. Os editores da Encyclopaedia Britannica. Thespis. Obtido em britannica.com
  6. Caryl-Sue, National Geographic Society. 23 de novembro de 534 AEC: O primeiro ator do mundo sobe ao palco. Obtido em nationalgeographic.org
  7. Wikipedia. Ditirambo. Obtido em en.wikipedia.org