Flora e fauna da Argentina: principais espécies - Ciência - 2023
science
Contente
- Flora da Argentina
- Cipreste da Patagônia (Fitzroya cupressoides)
- Gramíneas (Poaceae)
- Faia do sul (Nothofagus spp.)
- Ingá colorado (Inga uraguensis)
- Laurel Tucuman (Ocotea porfiria)
- Noz do sul (Juglans australis)
- Palma butiá ou palmeira yatai (Butia yatay)
- Pinheiro do Paraná (Araucaria angustifolia)
- Urunday (Astronium balansae)
- Fauna da Argentina
- Lobo-guará ou lobo-guará (Chrysocyon brachyurus)
- Veado-campeiro (Ozotoceros bezoarticus)
- Guanaco (Lama guanicoe)
- Güiña ou gato vermelho (Leopardus guigna)
- Jaguar ou jaguar (Panthera onca)
- Jaguarundi (Herpailurus yagouaroundi)
- Macaquinho do Monte (Dromiciops gliroides)
- Ñandú (Rhea spp.)
- Frontin ou urso de óculos (Tremarctos ornatus)
- Raposa-dos-pampas (Lycalopex gymnocercus)
- Referências
o flora e fauna da Argentina Inclui espécies de 18 ecorregiões diferentes, onde se desenvolvem cerca de 115 ecossistemas. O território argentino abrange desde climas tropicais e subtropicais ao norte, temperados ao centro e sul, e frios úmidos ao extremo sul do país.
Sua geografia se estende por 2.780.400 km2 no Cone Sul da América do Sul, com um relevo variado que inclui depressões 115 m abaixo do nível do mar, como a Laguna del Carbón. Existem também regiões com altitudes de 6.960,8 metros acima do nível do mar na cordilheira dos Andes com o pico do Aconcágua e amplas planícies como os pampas e o planalto patagônico.
Nessa variabilidade territorial, a Argentina possui mais de 10.000 espécies de plantas. Enquanto entre os mamíferos, ocupa o quinto lugar na América do Sul, com 386 espécies.
Existem também 710 espécies de peixes, 297 de répteis e 156 de anfíbios. Além disso, existem cerca de 300 espécies de plantas e 50 de animais exóticos introduzidos.
Flora da Argentina
É uma pequena árvore myrtaceae que não ultrapassa os 8 m de altura, com folhas simples e flores com quatro pétalas brancas. Possui numerosos estames com filamentos brancos vistosos e anteras amarelas.
É uma planta cultivada pelos seus frutos e como ornamental, com bagas doces quando bem maduras e rica em vitamina C.
Cipreste da Patagônia (Fitzroya cupressoides)
É uma grande árvore conífera que atinge alturas superiores a 70 m, com troncos superiores a 5 m de diâmetro e folhas muito pequenas. Eles são plantas de vida muito longa e podem viver por mais de 3.000 anos, habitando as florestas tropicais das montanhas andinas.
Sua madeira tem sido historicamente utilizada por comunidades indígenas e posteriormente por colonizadores, devido à sua resistência e leveza.
Gramíneas (Poaceae)
As plantas da família das gramíneas são um componente relevante da flora argentina, dadas as extensas áreas de pastagens. Nas ecorregiões do espinho, dos pampas, da puna e da estepe patagônica, o componente fundamental da flora são as gramíneas.
Essas plantas são ervas, algumas anuais, outras perenes de gêneros, comoAristida, Andropogon, Axonopus, Nassella, Paspalum Y Piptocetium.
Faia do sul (Nothofagus spp.)
O genero Nothofagus é característico do extremo sul do hemisfério sul, incluindo América do Sul e Oceania, e o subgênero Nothofagus é endêmico do cone sul da América do Sul. Inclui espécies Nothofagus antarctica, Nothofagus betuloides, Nothofagus dombeyi, Nothofagus nitida que vivem no sul da Argentina e Nothofagus pumilio.
São árvores de 10 a 45 m de altura, com troncos que chegam a 2 m de diâmetro como ocorre em Nothofagus dombeyi. Apresentam folhas simples, pequenas flores e frutos em cúpulas fechadas com 1 ou mais nozes e crescem em florestas temperadas de montanha.
Ingá colorado (Inga uraguensis)
É uma leguminosa árvore de até 15 m de altura e diâmetro do tronco de 80 cm, com folhas compostas. Apresenta flores brancas com pequenas pétalas, onde os numerosos estames são os mais atraentes, com leguminosas recobertas por suaves pêlos cor de bronze.
Esta planta vive em matas de galeria na Mesopotâmia Argentina, no delta do Pará e nas margens do Rio de la Plata.
Laurel Tucuman (Ocotea porfiria)
É uma árvore de até 25 m de altura com um diâmetro de tronco de 1,30 m, que cresce nas selvas montanhosas. Esta espécie pertence à família lauraceae e é endêmica da Argentina e da Bolívia, vivendo acima de 1.000 metros acima do nível do mar.
Possui folhas simples, pequenas flores esverdeadas e os frutos são pequenas drupas de base curta em forma de taça.
Noz do sul (Juglans australis)
Também chamada de nogueira criolla, pertence à família das juglandáceas e é uma árvore caducifólia com até 30 m de altura. Seus frutos são consumidos maduros ou imaturos conservados em vinagre.
Vive nas florestas nubladas da montanha ou yungas, nos Andes da Argentina e Bolívia, sendo ameaçado pela diminuição de seus habitats.
Palma butiá ou palmeira yatai (Butia yatay)
É uma palmeira que na Argentina vive no norte do território e possui um único caule relativamente delgado (30 a 55 cm). Atinge uma altura de até 18 m, com uma copa de até 30 folhas compostas de cerca de 3 m de comprimento.
Os folíolos se inserem unilateralmente formando um V e produzem grandes cachos de flores que dão origem a frutos com polpa fibrosa, amarela, doce e comestível.
Pinheiro do Paraná (Araucaria angustifolia)
Esta árvore não é um verdadeiro pinheiro, mas sim uma araucária que atinge até 45 m de altura e 1 m de diâmetro do tronco com casca interna e resina vermelha. Possui folhas duras, escamosas e triangulares e apresenta as estruturas reprodutivas ou cones femininos e masculinos em árvores separadas.
A espécie está em perigo de extinção em toda a sua distribuição, do sul do Brasil à Argentina, incluindo áreas no Paraguai e Uruguai. Na Argentina vive nos estados de Misiones e Corrientes, na Mesopotâmia Argentina.
Urunday (Astronium balansae)
É uma árvore da família Anacardiaceae endêmica da Argentina e do Paraguai. Atinge até 30 m de altura, com tronco de diâmetro de 50 a 60 cm e habita matas e matas tropicais e subtropicais.
Fauna da Argentina
Lobo-guará ou lobo-guará (Chrysocyon brachyurus)
Apesar do nome, não tem parentesco com lobos, nem com raposas, embora tenha uma certa semelhança. É uma espécie de canídeo endêmico das pastagens e matagais das planícies sul-americanas.
Atingem 100 cm de comprimento mais 45 cm de cauda, 90 cm de altura, orelhas de 17 cm e até 23 kg de peso. Sua pelagem é marrom-avermelhada, exceto por uma espessa juba negra que vai da base do pescoço ao primeiro terço das costas.
Por outro lado, o queixo, a ponta da cauda e a parte interna das orelhas são brancos, enquanto suas longas patas pretas são características.
Veado-campeiro (Ozotoceros bezoarticus)
Das 3 subespécies deste cervo que existem, 2 vivem nas pastagens altas dos pampas da Argentina. Se trata de Ozotoceros bezoarticus leucogaster que mora no norte da Argentina e Ozotoceros bezoarticus stacker que habita o sul do país.
Estes veados atingem 65 cm de altura e pesam de 35 a 40 kg, com pelagem marrom alaranjada, cauda e garganta brancas.
Guanaco (Lama guanicoe)
É um dos camelídeos americanos, aparentado com os camelos e dromedários da África e da Ásia. São herbívoros, vivem nas montanhas e estepes do sul dos Andes e na Argentina abundam na estepe patagônica com uma população de aproximadamente 520.000 animais.
O guanaco atinge pouco mais de 2 m de comprimento, 1,3 m de altura e peso de 140 kg, de cor marrom claro, exceto pela cauda que é mais escura. O rosto é cinza com uma borda branca na boca e orelhas, enquanto o peito, barriga e parte interna das pernas são brancos.
Güiña ou gato vermelho (Leopardus guigna)
É o menor felino selvagem da América, atingindo apenas 50 cm mais 25 cm de cauda e 2,5 kg de peso. Sua pelagem é marrom-amarelada com manchas pretas, que na cauda grossa assumem a forma de anéis.
O güiña é endêmico do Chile e da Argentina, e neste último país vive em florestas tropicais úmidas e temperadas de montanha.
Jaguar ou jaguar (Panthera onca)
A Argentina representa o ponto mais meridional na área de alcance do jaguar, o maior predador terrestre da América.Este é um dos grandes felinos do mundo, atingindo 1,85 m de comprimento e mais uma cauda de 75 cm.
Pesa até 158 kg, com pelagem marrom amarelada característica com manchas pretas. Habita as selvas tropicais do norte da Argentina, sendo o limite sul de sua distribuição que atinge o norte do México.
Jaguarundi (Herpailurus yagouaroundi)
É um felino de até 77 cm de comprimento mais 52 cm de cauda robusta, de uma cor com duas variações. Assim, encontram-se animais de cor semelhante ao puma, marrom-claro ou dourado, embora existam outras variantes preto-acinzentadas.
O centro da Argentina é o ponto mais meridional da área de distribuição deste felino, que chega até os Estados Unidos.
Macaquinho do Monte (Dromiciops gliroides)
Na verdade, é um gambá (marsupial americano) endêmico da Argentina e do Chile. Também conhecido como gambá colocolo. É um animal arbóreo e noturno que se alimenta de insetos, pequenos vertebrados e frutas.
Cabem na palma de uma mão, tendo apenas 13 cm de comprimento mais 13 cm de cauda, pesando apenas 42 gramas. A pelagem é castanha avermelhada clara com manchas brancas no dorso, ventre branco e olhos pretos rodeados por um anel preto claro.
Ñandú (Rhea spp.)
São pássaros grandes, corredores ágeis e incapazes de voar, dos quais existem duas espécies, ambas endêmicas da América do Sul e presentes na Argentina. A maior espécie é Área americana, 1,4 m de comprimento e 1,5 m de altura.
Por sua vez, o menor (Rea pennata) atinge até 1 m de comprimento e 1 m de altura. Ambas as espécies são onívoras, consumindo gramíneas, sementes e pequenos vertebrados e insetos.
Frontin ou urso de óculos (Tremarctos ornatus)
É a única espécie de urso da América do Sul e habita as florestas e selvas andinas, onde se alimenta de ervas, frutas e ocasionalmente caça. O noroeste da Argentina representa o ponto mais extremo de sua distribuição no sul da América do Sul.
Tem uma pelagem preta com grandes anéis brancos característicos ao redor dos olhos ou mesmo em todo o rosto branco. Da mesma forma, a garganta é branca com mechas pretas e marrons. Esses ursos são adeptos de subir em árvores.
Raposa-dos-pampas (Lycalopex gymnocercus)
Este canídeo é semelhante a uma raposa e habita os pampas e cerrados do centro e norte da Argentina. Possui pelagem marrom acinzentada com manchas pretas difusas no dorso, ventre branco e rosto marrom avermelhado.
Por outro lado, a boca e as bochechas são brancas, os olhos são contornados em preto e atinge cerca de 80 cm de comprimento e pesa 8 kg.
Referências
- Barquez, R. M., Díaz, M.M. e Ojeda, R.A. (Eds.) (2006). Mamíferos da Argentina. Sistemática e distribuição. SAREM.
- Bertonatti, C. (2009). A natureza da pátria. Valorizar e cuidar da biodiversidade argentina. Vistas da Argentina.
- Burkart, A. (1974). Flora ilustrada de Entre Ríos: Argentina. Coleção científica INTA.
- Cabrera, A.L. (1965). Flora da província de Buenos Aires. INTA.
- Calow, P. (Ed.) (1998). A enciclopédia da ecologia e gestão ambiental.
- Chebez, J.C. (2006). Guia para as reservas naturais da Argentina. Zona central. Volume 5.
- Ministério do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (2016). Estratégia Nacional de Biodiversidade. Plano de ação 2016-2020. República Argentina.
- Oyarzabal, M., Clavijo, J., Oakley, L., Biganzoli, F., Tognetti, P., Barberis, I., Maturo, HM, Aragón, R., Campanello, PI, Prado, D., Oesterheld, M. e León, RJC (2018). Unidades de vegetação da Argentina. Austral Ecology.
- World Wild Life (visto em 18 de julho de 2020). worldwildlife.org/biomes