Aeon arcaico: características, vida, geologia e subdivisões - Ciência - 2023


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Aeon arcaico: características, vida, geologia e subdivisões - Ciência
Aeon arcaico: características, vida, geologia e subdivisões - Ciência

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o eon arcaico foi uma das primeiras eras geológicas do planeta, pertencente ao Pré-cambriano, precedido apenas pelo éon Hadic. Teve seu início há cerca de 4 bilhões de anos e abrangeu o tempo em que a Terra ainda estava desenvolvendo suas características de planeta habitável.

Foi uma das eras geológicas mais longas, abrangendo quase um terço da vida total da Terra. A palavra arcaico vem de uma palavra grega que significa origem. Não há nome melhor para esta era geológica, pois representou o ponto de origem da vida no planeta.

Durante o início da era arcaica, as condições terrestres eram muito hostis, a temperatura ambiente era extremamente alta e havia intensa atividade vulcânica.

Da mesma forma, a atmosfera estava carregada de gases, o que dificultava muito o desenvolvimento de alguma forma de vida. Por outro lado, a crosta terrestre não era completamente estável, portanto as placas tectônicas estavam apenas se formando.


No entanto, graças a vários processos que hoje se verificaram e se estabeleceram a nível experimental, começaram a surgir as primeiras formas de vida, muito primitivas e simples nos seus primórdios, mas que constituíram o ponto de partida para o desenvolvimento e evolução futuros. de maneiras mais complexas do que as conhecidas atualmente.

Características gerais

Duração

O éon arcaico durou aproximadamente 1500 milhões de anos, distribuído em quatro subdivisões. Tudo começou há 4 bilhões de anos e terminou há 2,5 bilhões de anos.

Foi turbulento

O éon Arcaico foi caracterizado porque as condições do planeta eram turbulentas, não havia estabilidade (pelo menos em seus primórdios) e as condições climáticas eram hostis.

Havia intensa atividade vulcânica, bem como uma emanação constante de gases atmosféricos. Tudo isso fez com que a temperatura ambiente fosse bastante elevada, dificultando o desenvolvimento da vida.


Aparecimento das primeiras formas de vida

Nessa época, surgiram os primeiros seres vivos que povoaram o planeta, organismos unicelulares procarióticos, condicionados a sobreviver nas condições adversas prevalecentes.

No entanto, conforme as condições atmosféricas e ambientais se estabilizaram, as formas de vida se diversificaram.

geologia

Até agora, as rochas mais antigas que se conhecem são da época arcaica. Existem vários locais onde foram encontradas rochas desta época. Entre eles podemos citar: Groenlândia, Canadá, Índia, Brasil e África do Sul, entre outros.

Durante o éon Arcaico, grandes mudanças ocorreram no nível geológico. Houve dobramento e formação de supercontinentes como Pannotia.

As rochas recuperadas dessa época apresentam estratos ígneas, bem como sedimentares metamórficos. Da mesma forma, certos fósseis foram encontrados nas rochas que vêm de formas de vida marinha, como algas e algumas bactérias.


Da mesma forma, foram encontrados sedimentos vulcânicos, bem como rochas ferríferas bandadas, que serviram de auxílio para elucidar as grandes mudanças geológicas ocorridas durante a era Arcaica.

Durante esta era, o supercontinente Pannotia acabou se dividindo em quatro pedaços de terra: Gondwana, Baltica, Laurentia e Sibéria. Em épocas posteriores, esses pedaços de terra se reuniram para formar outro supercontinente: a Pangéia.

Tempo de vida

De acordo com especialistas da área, a vida começou na era Arcaica. No início deste eon, as condições da Terra não permitiam o desenvolvimento da vida, mas depois essas condições mudaram e foi possível que os primeiros seres vivos surgissem.

Foi uma época em que a vida era praticamente inexistente, tendo em conta as características ambientais. A atmosfera primitiva não era adequada para o desenvolvimento da vida como é conhecida hoje.

Existem várias teorias que tentam explicar como surgiram as primeiras formas de vida. Uma das mais aceitas é a que tem a ver com a hipótese do coacervado de Oparín, apoiada pelo experimento de Miller e Urey.

Hipótese do coacervado de Oparin e experimento de Miller e Urey

Essas hipóteses sugerem que a atmosfera primitiva era composta de amônia, água, metano e hidrogênio. Da mesma forma, acredita-se que na atmosfera primitiva houvesse grande quantidade de descargas elétricas de raios e trovões, além de altas temperaturas.

Levando isso em consideração, foi sugerido que, graças às descargas elétricas e às altas temperaturas, esses gases reagiram e formaram os chamados coacervatos, que eram estruturas envoltas por uma membrana que continha moléculas orgânicas, como alguns aminoácidos.

Sabe-se que os aminoácidos são compostos orgânicos que constituem as proteínas e que, por sua vez, constituem os seres vivos. De tal forma que o primeiro passo para o desenvolvimento da vida foi a formação desses compostos orgânicos, que de uma forma ou de outra evoluíram para formar o primeiro ser vivo: um organismo procariótico unicelular.

Essa hipótese foi recriada em laboratório, em nível experimental, por dois cientistas: Stanley Miller (então aluno de graduação) e Harold Urey, obtendo uma grande quantidade de compostos orgânicos que bem poderiam ser os precursores da vida.

Primeiras formas de vida

Como mencionado, as primeiras formas de vida a aparecer na Terra foram organismos unicelulares procarióticos.

Os fósseis mais antigos encontrados até hoje são algas azul-esverdeadas, por isso se acredita que foram as primeiras coisas vivas no planeta.

Da mesma forma, surgiram os chamados estromatólitos, que são o resultado da fixação do carbonato de cálcio pelas cianobactérias.

Os estromatólitos têm representado uma grande ajuda para os especialistas, pois constituem indicadores ambientais, permitindo prever possíveis condições atmosféricas em um determinado momento. Isso ocorre porque os estromatólitos se desenvolvem sob condições ambientais específicas.

Com o passar do tempo, as formas de vida se especializaram em vários processos, como a fotossíntese. Nesse ponto é importante esclarecer que os primeiros organismos fotossintéticos realizavam a fotossíntese anoxigênica, ou seja, não geravam oxigênio para a atmosfera.

Só milhões de anos depois é que, por meio da evolução dos seres vivos existentes, surgiram os primeiros organismos capazes de fazer a fotossíntese como hoje é conhecida, sendo possível expelir oxigênio para a atmosfera.

Da mesma forma, os seres vivos existentes continuaram sua evolução e os unicelulares começaram a se agrupar até dar origem aos primeiros organismos multicelulares (compostos por mais de uma célula).

Os primeiros animais multicelulares eram de corpo mole e alguns permaneceram até hoje (como as águas-vivas).

Quanto à parte botânica, nesta época não existiam grandes plantas ou árvores. Os membros do reino vegetal dos quais existem registros fósseis eram pequenos musgos e líquenes.

Os maiores expoentes do grupo de plantas surgiram milhões de anos depois, na era Paleozóica. Tanto quanto se sabe, na era arcaica, os continentes eram vastas extensões de terras áridas e desérticas, sem formas vegetais significativas.

Clima

No início, o clima da Terra durante a era arcaica não era amigável. Isso significa que não existiam as condições para que a vida se desenvolvesse.

De acordo com os registros fósseis obtidos, bem como com as conjeturas de especialistas no assunto, as condições climáticas eram bastante hostis.

Acredita-se que na atmosfera primitiva houvesse grande concentração de gases de efeito estufa, produto de diversas atividades como o vulcanismo.

Isso fez com que as temperaturas ficassem muito altas. Na atmosfera havia alguns gases como metano, amônia e hidrogênio. O oxigênio livre não estava disponível.

Com o tempo, a atmosfera esfriou, os elementos no estado gasoso esfriaram a tal ponto que se tornaram líquidos e posteriormente solidificaram, formando as primeiras rochas.

Com o passar do tempo, a atmosfera deixou de ter altas temperaturas, possibilitando o desenvolvimento de vida nela. A temperatura atingiu um ponto muito semelhante ao que a Terra tem hoje.

Subdivisões

A era arcaica foi dividida em quatro eras: Eoárquica, Paleoárquica, Mesoárquica e Neoárquica.

Eoárquico

Durou 400 milhões de anos. Foi a primeira subdivisão da era arcaica. Foi uma época de instabilidade da crosta terrestre, pois apesar de muitas áreas já estarem solidificadas e serem terras, também havia outras em que só havia lava.

Da mesma forma, há registros de que as primeiras formas de vida (procariontes) datam dessa época. Além disso, os especialistas sugerem que durante esse tempo a Terra foi submetida a intensa atividade de asteróides do espaço sideral.

Paleoárquico

Como o Eoárquico, o Paleoárquico durou aproximadamente 400 milhões de anos.

Os primeiros fósseis de formas de vida vêm dessa época, como algumas bactérias e há até registros de que nessa época começaram a se formar estromatólitos.

Da mesma forma, algumas bactérias evoluíram e passaram a realizar o processo de fotossíntese em sua variante anoxigênica.

Um importante evento geológico foi a formação do primeiro supercontinente, conhecido como Vaalbará.

Mesoárquico

Também durou aproximadamente 400 milhões de anos. Nessa época, acredita-se que ocorreu uma desestabilização do clima graças aos gases liberados na atmosfera pelos seres vivos.

Da mesma forma, algum tempo depois, o clima se estabilizou até certo ponto, atingindo temperaturas semelhantes às atuais, possibilitando o florescimento de mais formas de seres vivos.

Da mesma forma, durante esta época, o supercontinente Vaalbará foi fragmentado, dando origem a vários fragmentos de terra que muito mais tarde se uniram na Pangéia. Os estromatólitos continuaram a se expandir e se formar.

Acredita-se que nesse período as águas do planeta apresentavam alto teor de ferro, portanto deveriam ter uma cor esverdeada, e o céu, devido ao alto teor de dióxido de carbono atmosférico, teria uma tonalidade avermelhada.

A primeira glaciação de que há registro também ocorreu nesta época.

Neoárquico

É a última subdivisão da era arcaica. Durou aproximadamente 300 milhões de anos.

O evento mais importante que aconteceu durante essa época foi a melhoria da fotossíntese como um processo metabólico, passando de anoxigênico para oxigenado.

Graças a isso, grandes quantidades de oxigênio passaram para a atmosfera, o que afetou negativamente alguns organismos vivos, uma vez que o oxigênio era prejudicial a eles. Isso resultaria no seguinte foi a chamada "Grande Oxidação".

Referências

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