Observação não participante: características, vantagens e desvantagens - Ciência - 2023


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Observação não participante: características, vantagens e desvantagens - Ciência
Observação não participante: características, vantagens e desvantagens - Ciência

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Observação não participante É uma técnica de pesquisa que consiste na coleta de informações de uma posição totalmente remota e sem qualquer envolvimento do pesquisador com o fato ou grupo social que se pretende abordar.

Ao longo da história, esse método de estudo foi usado nas diferenças científicas; no entanto, a antropologia e a sociologia são as ciências sociais em que a observação não participante tem sido mais proeminente.

Esse tipo de observação difere da pesquisa participante por exigir que o pesquisador intervenha diretamente no fenômeno estudado e colete informações por meio de sua participação ativa, enquanto na não participante há um pesquisador que observa a situação a partir de lado de fora.


A observação não participante, também chamada de observação externa, pode se apresentar de duas maneiras:

- Observação direta, na qual o pesquisador se desloca para o campo, mas sem intervir no grupo estudado

- Observação indireta, na qual o observador se apóia em fontes documentais como arquivos, jornais ou vídeos.

Uma das principais vantagens que se destaca na observação não participante é que ela permite ao pesquisador ter uma visão mais objetiva justamente por estar diretamente desvinculada do fenômeno. Seu uso é eficaz para estudos de manifestações ou encontros sociais.

No entanto, sua distância física do objeto de estudo gera a desvantagem de não ser facilmente utilizada para estudar estruturas ou atividades sociais que requerem uma participação mais direta para a coleta de dados úteis neste tipo de estudo.

Caracteristicas

Pode ser direto ou indireto

A observação não participante pode ser direta ou indireta:


- Em direto, a situação é observada em tempo real sem intervir diretamente no evento. Para isso, são utilizados instrumentos como diários de anotações, registro cronológico e lista de controle, onde são arquivados comportamentos ou aspectos relevantes. Este tipo de observação é considerado qualitativo.

- Na indireta, o observador analisa por meio de compilações documentais, filmes ou gravações de qualquer natureza e por meio delas levanta suas respectivas hipóteses. Por se basear em dados estatísticos, é considerada uma observação quantitativa.

Evite qualquer contato direto

O observador externo ou não participante realiza o estudo sem interagir com o grupo social ou fenômeno. Dependendo do tipo (direto ou indireto), pode haver um certo grau de participação no terreno onde a situação se desenvolve, mas nunca está diretamente vinculado.

Essa forma de observação permite que o objeto de estudo aja com naturalidade, sem alterar seu comportamento, por não saber que está sendo estudado externamente.


Limita-se a coletar dados

A observação não participante não busca interagir com o grupo social ou fenômeno, portanto sua atividade se limita a observar e coletar informações que considere valiosas no âmbito de sua pesquisa. Isso é contrário à observação participante, que às vezes não apenas coleta dados, mas também influencia o fenômeno.

Pode ser científico ou não

A observação externa, como o participante, pode ter um objeto definido; isto é, age-se sabendo por que e para que fim específico se realiza o estudo, o que implica uma observação científica.

Por outro lado, se for observado sem finalidade específica ou preparação prévia, é na presença de uma observação não científica.

Vantagem

Maior objetividade

Permite que o observador tenha uma visão mais objetiva, requisito estrito para que um estudo seja considerado científico. Nesse contexto, é importante considerar que existem disciplinas mais propensas a subjetividades, como a sociologia.

O observador não influencia

Sendo um observador externo, existe neutralidade. Ou seja, o fenômeno não é influenciado de forma alguma. Isso garante que os resultados sejam mais precisos.

Espontaneidade

O fato de o observador e o grupo social estudado não possuírem qualquer vínculo permite que este atue de forma espontânea, evitando a adaptação de posturas ou comportamentos não naturais que podem ocorrer quando se sabe que está sendo analisado.

Desvantagens

Estudo segmentado

Como o observador não está envolvido com o fenômeno, diz-se que não pode haver uma compreensão abrangente do fenômeno, mas apenas uma parte dele.

Falta de dados relevantes

No estudo de alguns grupos sociais, apenas a observação participante permite ao pesquisador obter dados e informações determinantes para compreender determinados comportamentos ou motivações dos membros desses grupos.

Isso não pode ser alcançado com a observação externa precisamente por causa de sua condição de completamente alheio ao contexto.

Sem colaboração de grupo social

Outra desvantagem que pode ser citada é que na observação não participante, o pesquisador não pode solicitar qualquer colaboração do grupo social em caso de eventual dúvida.

Isso pode limitar o estudo ou deixar certos elementos da investigação para o observador interpretar.

Não pode ser estendido no tempo

Por ser uma observação da qual o grupo social não tem pleno conhecimento, dificilmente pode ser um estudo que se mantenha por muito tempo, pois correria o risco de o objeto de estudo perceber a pesquisa e agir em conformidade.

Isso pode predispor o grupo social e, em última instância, a oportunidade de realização do estudo pode ser perdida.

Para alguns, viola os valores éticos

A observação não participante baseia-se fundamentalmente no desconhecimento do participante sobre o estudo a que está sendo submetido; portanto, você não controla todas as informações que pode estar fornecendo ao pesquisador. Para muitas pessoas, isso é considerado uma violação dos valores éticos.

Exemplos

A observação não participante pode ser utilizada em casos relacionados à sociologia, como o comportamento de um determinado grupo social diante da implementação de uma política pública governamental.

Uma observação não participante neste contexto centra-se no comportamento que os indivíduos têm em relação a essa política e se sentem que ela satisfaz a sua procura e necessidades, ou se, pelo contrário, é irrelevante para o grupo.

Da mesma forma, a observação de um acontecimento histórico pode ser feita por meio de documentários, escritos ou gravações para conhecer o comportamento de uma sociedade em determinado momento histórico e considerar referências para enfrentar uma situação atual.

Referências

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  5. “A observação / A observação participante” na Universidade de Jaén. Obtido em 16 de julho de 2019 da Universidade de Jaén: ujaen.es