Medo do desconhecido: como evitar a paralisia - Psicologia - 2023


psychology

Contente

O medo é uma das emoções mais básicas relacionadas ao ser humano. Associado ao instinto de sobrevivência, há séculos acompanha o homem para alertá-lo dos perigos do mundo ao seu redor. É uma emoção primária que deriva da aversão natural à ameaça, e todos os animais a possuem.

Mas o que acontece quando perigos instintivos, como ser comido por um leão, desaparecem em uma sociedade desenvolvida? Hoje explicamos o que é o medo do desconhecido, e como evitar nos afetar negativamente.

O medo inventa seus próprios perigos para continuar funcionando

A maioria dos medos que temos em nossa sociedade são medos neuróticos, isto é, medos baseados em construções mentais e não em ameaças reais. Medos sobre o que pode acontecer, e não sobre o que realmente está acontecendo.


Não é em vão que nós, pessoas, passamos a maior parte de nossas vidas sofrendo por coisas que nunca acontecerão conosco.

O medo neurótico continuamente nos coloca em alerta e nos faz viver em excesso, privando-nos dos enriquecimentos que o desconhecido pode nos proporcionar.

E é que a maioria de nós tem um medo injustificado do que não sabemos. Antecipamos eventos e evitamos novas situações que acreditamos não seremos capazes de administrar ou resolver.

Por que o medo do desconhecido aparece?

Esse medo é em grande parte aprendido. A criança, quando começa a andar, tem o instinto de explorar e realizar continuamente diferentes tarefas para descobrir o mundo ao seu redor.

E é aí que os adultos, no esforço de protegê-lo, inoculam uma infinidade de medos que certamente o acompanharão por boa parte de sua vida. "Não fale com estranhos", "não abra a porta para estranhos", "não suba aí você vai cair", "não solte minha mão ou você vai se perder", "não se afaste eles pode sequestrar você "e uma longa lista de proibições que fazem o escoteiro gradualmente se tornar uma criança com medo do mundo, que vai reduzindo gradativamente sua área de interação até chegar à fase adulta onde já terá consolidado sua zona de conforto.


Zona de segurança ou conforto

Muito se tem falado nos últimos anos sobre a "zona de conforto", definida como aquela área vital conhecida pela pessoa, que nem sempre tem que estar confortável, mas que é previsível e permite que o cérebro funcione no piloto automático dentro dele. Eu digo que não é confortável porque a zona de conforto de alguém pode ser um relacionamento tóxico, um trabalho chato e mal pago ou uma vida sedentária.

É muito provável que as pessoas demonstrem desconforto nesta zona, mas não se atrevem a sair dela.

Por que as pessoas não saem de sua zona segura?

Por falta de confiança em suas próprias habilidades. Algumas pessoas não se veem com recursos suficientes para enfrentar situações não familiares, por isso preferem ficar no "seguro", no previsível, naquele lugar que são capazes de gerir ou controlar.

Como aprenderam quando crianças, é melhor evitar o desconhecido "pelo que pode acontecer".


Então, por que é aconselhável sair da sua zona de conforto?

É a única maneira de adquirir novos conhecimentos e habilidades. Fazer coisas diferentes ou ir a novos lugares pode ser um pouco desconfortável no início. Como quando você pula na piscina pela primeira vez para aprender a nadar. No entanto, é o único lugar onde coisas novas acontecem. É a forma de expandir o mundo e a autorrealização.

Como você começa a se mover para a zona de aprendizagem?

Experimentar. "Faça algo todos os dias que te assuste." É aconselhável deixar de viver tanto no mundo do pensamento e passar para o mundo da ação, que é onde as coisas realmente acontecem.

Não se trata de perder o medo, mas de fazer as coisas apesar dele. Não deixe que o medo tome as rédeas das decisões, sem perder de vista que a zona de conforto é um estado de espírito e não um terreno real.

"Tudo o que você deseja na vida está fora da sua zona de conforto"