Personalidade Tipo A: características, doenças, tratamento - Ciência - 2023


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Personalidade Tipo A: características, doenças, tratamento - Ciência
Personalidade Tipo A: características, doenças, tratamento - Ciência

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opersonalidade tipo A (PCTA) é a tendência das pessoas a mostrarem ambição, competitividade e envolvimento no trabalho, bem como impaciência, urgência temporária e atitudes hostis. Esses comportamentos seriam observados apenas em situações estressantes ou desafiadoras.

Esse tipo de personalidade foi de Friedman e Rosenman (1959), dois cardiologistas que estudaram a incidência de aspectos psicológicos nas doenças coronárias. Esse padrão é o oposto do padrão de comportamento do tipo B, que são aqueles que estão relaxados, abertos às emoções, tanto positivas quanto negativas, e com alta capacidade adaptativa.

Os aspectos que envolvem a personalidade tipo A ou padrão de comportamento tipo A (PCTA) têm levado a muitas pesquisas sobre os problemas de saúde que pode gerar, especificamente doenças cardiovasculares ou hipertensão.


É um estilo de vida ou comportamento que envolve respostas comportamentais, fisiológicas, cognitivas e emocionais. Em outras palavras, é um conceito que abrange uma infinidade de dimensões, onde a forma de expressão, atitudes e emoções, aspectos motivacionais, comportamentos abertos e aspectos cognitivos tornam-se importantes.

Existem diferenças entre homens e mulheres; enquanto os homens têm componentes de raiva e hostilidade maiores, as mulheres têm mais ansiedade e depressão.

Características de pessoas com personalidade tipo A

Podemos detectar os seguintes componentes desse padrão de personalidade.

Orientação para competitividade e realização

Em relação às estratégias que utilizam para alcançar o sucesso, preferem trabalhar sozinhos em tarefas estressantes, mas nos momentos que antecedem a tarefa preferem estar na companhia de outras pessoas.

São pessoas viciadas em trabalho e perfeccionistas, que procuram impulsivamente o sucesso e a concretização de todos os objetivos e metas que se propõem.


Impaciência e urgência temporária

São pessoas que trabalham em um período menor de tempo, tornando sua tarefa pior se precisam de paciência e agem devagar. Por exemplo, para esses assuntos, o intervalo de 1 minuto passa mais rápido do que para o tipo B.

Essas pessoas não conseguem esperar, se incomodam com tudo o que atrasa ou atrapalha tudo o que têm que fazer, assim como seu progresso.

Hostilidade

São pessoas que reagem de forma mais agressiva quando são incomodadas ou interrompidas durante o trabalho. Sendo mais hostis, eles têm menos apoio social.

Comunicação

Eles falam alto, rápido, enfatizam muito com seus gestos e têm alta tensão nos músculos faciais. Eles parecem estar sempre com pressa e velocidade para os lugares. Eles são altamente motivados para a realização e orientados para o sucesso e ambição.

Embora se concentrem muito no trabalho e negligenciem outras áreas da vida, tendem a ter problemas profissionais e conjugais, além de uma grande incongruência social.


Outros comportamentos

Eles têm fobia de perder tempo, não gostam de esperar, não gostam de situações imprevisíveis que desperdiçam seu tempo. Apresentam muitos comportamentos nervosos, como ficar inquietos, ranger os dentes ou roer as unhas, ficar agitado na maior parte do tempo.

Eles são catastrofistas, não conseguem parar de pensar nos erros cometidos e no futuro.

Saúde

Em relação aos aspectos de saúde, o tipo A tem menos consciência de fadiga ou dor e maior autocontrole.

Por outro lado, eles prestam menos atenção a estímulos irritantes e irrelevantes. Além disso, eles têm problemas de insônia devido a preocupações e pensamentos frustrantes contínuos.

Como funciona o tipo A?

O trabalho assumiu uma importância diferente ao longo do tempo. Atualmente, os conhecimentos, crenças, valores e modelos culturais que o cercam têm influenciado a forma como as pessoas o percebem.

Eles não o veem mais apenas como um meio de sobreviver, mas é visto como um meio de se destacar dos outros, como um meio de desestressar e esquecer os problemas, fugir da realidade ou, pelo contrário, como uma fonte de estresse e preocupações adicionais.

Importância do trabalho

Ao contrário das pessoas com PCTB, o tipo A é aquele que vê o trabalho como uma obrigação e valoriza a posição que ocupa e a promoção que pode alcançar no futuro.

Um dos seus principais objetivos é ganhar um bom salário e realizar atividades variadas. Por outro lado, dão muito menos importância às relações interpessoais.

Existem aspectos do PCTA que podem influenciar positivamente na vida profissional do indivíduo, por exemplo, os motivacionais, porém aqueles relacionados à hostilidade e impaciência podem ter repercussões negativas.

Desempenho

No mundo do trabalho, as disciplinas do tipo A podem se destacar mais, por se tratar de um ambiente onde a pressão física e de tempo é alta, além da competitividade.

Por outro lado, a preocupação com o desempenho e o desejo de sucesso e reconhecimento parecem orientar essas pessoas para maiores conquistas reais.

Além disso, os perfis profissionais que ocupam são os de maior responsabilidade e estatuto.

Relação de padrão de comportamento tipo A e doenças

Existem inúmeros estudos que revelam a relação da PCTA com distúrbios clínicos coronários, sugerindo que esse padrão de personalidade é um preditor de doença coronariana e indicando o componente de hostilidade como o mais prejudicial.

As distorções cognitivas associadas à hostilidade desempenham um papel fundamental na raiva e agressividade desses sujeitos. Também está associada à responsividade fisiológica em conflitos interpessoais e a níveis mais elevados de estresse interpessoal.

Em relação aos mecanismos que vinculam o padrão comportamental à doença coronariana, uma das hipóteses mais difundidas consiste na crença de que esses sujeitos apresentam hiperresponsividade cardiovascular.

O papel dessa história familiar na hipertensão foi amplamente estudado e parece estar associado a vários sintomas. Entre eles:

  • Maiores elevações na pressão arterial sistólica (alta) durante uma série de breves estressores laboratoriais.
  • Aumentos maiores na freqüência cardíaca e pressão arterial diastólica (baixa) em tarefas de prevenção de choque elétrico.
  • Aumento da freqüência cardíaca e pressão arterial diastólica durante tarefas aritméticas.
  • Pressão sistólica mais alta em tarefas de formação de conceito.

Relação do padrão de comportamento tipo A e esporte

O PCTA tem sido estudado especialmente em atletas competitivos. Os agentes psicossociais que exercem maior influência na vida dos jovens são os pais, treinadores e o grupo de pares, especialmente relevantes na adolescência.

Há pesquisas que encontraram relação entre as redes de apoio social do atleta e o grau de estresse percebido.

A prática esportiva não favorece, por si só, o aparecimento de traços de personalidade tipo A em atletas adolescentes, mas a adaptação às demandas da competição esportiva necessita do apoio do meio psicossocial (pais, treinadores, amigos).

Por outro lado, estar exposto a um alto grau de estresse está intimamente relacionado à possibilidade do aparecimento de traços comportamentais do Tipo A.

Isso pode estar relacionado à má adaptação desses sujeitos por apresentarem habilidades de enfrentamento inadequadas, em decorrência da falta de apoio.

Riscos

Atletas com PCTA apresentam recuperação mais lenta de seus índices psicofisiológicos frente ao estresse, mas isso não está relacionado à maior predisposição à doença coronariana, visto que estão em muito bom estado físico e gostam da experiência competitiva.

Segundo alguns autores, o PCTA só está associado ao risco de alterações cardíacas em casos de pobre repertório de enfrentamento.

Por outro lado, viu-se que esses sujeitos tendem a treinar com mais frequência e são mais motivados a treinar de má vontade. Já os pais são mais exigentes e menos positivos na avaliação do desempenho dos filhos.

Tratamento

A intervenção preventiva tanto do padrão de comportamento do tipo A quanto de sua influência na doença coronariana deve incluir orientações que vão desde fatores de risco a fatores emocionais, para gerar maior bem-estar na pessoa.

Cada intervenção dependerá da análise individual de cada pessoa, mas uma intervenção global é sempre necessária para a criação de programas coletivos que incluam os riscos dos indivíduos e grupos em geral.

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O objetivo principal é a redução das estratégias ativas de enfrentamento e sua substituição por técnicas que reduzam a tensão e a ansiedade por meio da modificação dos componentes comportamentais, cognitivos e fisiológicos.

Em relação à competitividade, observou-se como os sujeitos com pontuação elevada nessa dimensão tendem a utilizar um mecanismo de atenção que significaria uma menor percepção dos sintomas.

Indivíduos com alto índice de impaciência-hostilidade apresentam maior ansiedade nos três níveis de resposta (cognitivo, fisiológico e motor), em mais situações e especificamente nas situações de avaliação pessoal e assunção de responsabilidades, situações fóbicas e situações habituais ou cotidianas.

Relaxamento

Os possíveis riscos levam-nos a levar em consideração a necessidade de uma intervenção baseada na prevenção do risco coronariano nesses sujeitos.

Além disso, tendo em vista que, dependendo da situação, as respostas de estímulo à ansiedade são de modalidades diferentes, devem ser utilizadas técnicas cognitivo-comportamentais que se ajustem ao perfil topográfico e funcional dos sujeitos.

Mudanças comportamentais

A utilização de programas que modificam o comportamento dessas pessoas é uma alternativa eficaz para que ocorram mudanças comportamentais e no estilo de vida, reduzindo assim a probabilidade de desenvolverem doença coronariana.

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