Biotecnologia ambiental: história, o que estuda, aplicações - Ciência - 2023
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Contente
- História da biotecnologia ambiental
- O que a biotecnologia ambiental estuda?
- Biotecnologia
- Ecologia
- Formulários
- Biorremediação
- Tratamento de águas residuais
- Agrobiotecnologia
- Biodegradação de materiais
- Referências
o biotecnologia ambiental é uma disciplina que se dedica ao desenvolvimento e utilização de sistemas biológicos para corrigir e resolver problemas de poluição no meio ambiente. Emprega princípios de ciência, tecnologia e engenharia genética para tratar materiais orgânicos e inorgânicos, buscando a melhoria do ambiente natural e visando o desenvolvimento sustentável.
Suas aplicações vão desde a biorremediação e tratamento de efluentes, gases e resíduos tóxicos, até a biodegradação de materiais, agrobiotecnologia, bioenergia, biomineração e controle de pragas e doenças.
Atualmente, sua função mais destacada é a limpeza de pisos, água e ar por meio de processos mais sustentáveis e econômicos.
Por exemplo, diante de um derramamento de óleo no solo, fertilizantes com sulfatos ou nitratos podem ser feitos para promover a reprodução de microrganismos que favorecem a decomposição dessa substância.
Em suma, a biotecnologia ambiental ajuda a natureza a superar situações de desequilíbrio, recuperando ecossistemas que sofreram algum tipo de alteração, na maioria das vezes por ação do próprio homem.
História da biotecnologia ambiental
A biotecnologia está presente na história da humanidade desde a antiguidade, quando diferentes técnicas de manejo de animais e plantações começaram a ser utilizadas para a obtenção de determinados produtos como vinho, cerveja, queijo ou pão.
No século 19, o químico francês Louis Pasteur descobriu que os microrganismos eram a causa da fermentação, trazendo grandes benefícios para a indústria de alimentos e saúde.
Anos depois, o cientista britânico Alexander Fleming observou os efeitos da bactéria penicilina no tratamento de infecções, o que permitiu o desenvolvimento de antibióticos em larga escala.
Em 1953, os cientistas Rosalind Franklin, James D. Watson e Francis Crick, da Universidade de Cambridge, descobriram o DNA e o funcionamento do código genético. Isso gerou um avanço sem precedentes no campo da manipulação molecular, dando origem à biotecnologia moderna.
A modificação e transferência de genes de um organismo para outro permitiu o desenvolvimento de melhores produtos e processos nas áreas de agricultura e medicina.
Com o tempo, e em consequência do impacto negativo da exploração industrial sobre o meio ambiente, essas técnicas passaram a ser utilizadas para solucionar problemas relacionados à poluição, dando origem à biotecnologia ambiental.
O que a biotecnologia ambiental estuda?
Esta disciplina compreende duas grandes áreas de estudo: biotecnologia por um lado e ecologia por outro.
Biotecnologia
É uma ciência que investiga e analisa os organismos vivos para, por meio da tecnologia, aproveitar seus recursos e capacidades para utilizá-los no melhoramento de produtos e outras finalidades.
É utilizado principalmente nas áreas de alimentos, medicina, farmacologia e cuidados com o meio ambiente.
Com seu uso, é possível obter medicamentos mais eficientes, materiais mais resistentes, alimentos mais saudáveis, fontes renováveis de energia e processos industriais menos poluentes.
Ecologia
É a parte da biologia que estuda as relações dos seres vivos entre si e com o ambiente em que vivem. Um de seus principais interesses são as mudanças que os ecossistemas sofrem a partir das atividades realizadas pelo ser humano.
Nesse sentido, há vários anos a ecologia está relacionada aos movimentos políticos e sociais que em todo o mundo lutam pela defesa e cuidado do meio ambiente.
As suas ações visam a preservação e regeneração dos recursos naturais, a proteção da fauna bravia e a redução dos níveis de poluição gerados pelo homem.
Nesse contexto, a biotecnologia ambiental busca encontrar soluções para a perda de biodiversidade, as mudanças climáticas, a disponibilidade de novas fontes renováveis de energia e o desbaste da camada de ozônio, entre outros problemas.
Formulários
Os principais usos dados à biotecnologia ambiental são aqueles relacionados à biorremediação, tratamento de águas residuais, biodegradação de materiais e agrobiotecnologia.
Biorremediação
Este termo se refere ao uso de microrganismos para tratar uma substância ou recuperar as condições ambientais afetadas pela contaminação.
Por exemplo, certas bactérias, fungos e plantas geneticamente modificadas têm a capacidade de absorver e degradar elementos tóxicos do solo, da água ou do ar.
Um dos casos mais conhecidos é o da modificação genética que foi feita na bactéria Deinococcus radiodurans, que tem grande capacidade de resistir à radiação, de absorver os íons de mercúrio e o tolueno presentes nos resíduos nucleares.
Por sua vez, certos fungos têm alta tolerância às concentrações de chumbo e são usados para limpar solos contaminados por esse metal pesado.
Tratamento de águas residuais
A biotecnologia ambiental também pode ser usada para remover poluentes físicos, químicos e biológicos de águas residuais humanas.
Por meio da utilização de plantas aquáticas, microalgas e processos de biodegradação, é possível purificar os resíduos e melhorar sua qualidade.
Agrobiotecnologia
Na agricultura, a biotecnologia ambiental usa organismos vivos ou microorganismos para melhorar as condições das safras e aumentar a produção.
Permite, por exemplo, gerar alimentos com mais vitaminas, minerais e proteínas e plantas mais resistentes ao ataque de insetos, sem a necessidade de utilizar produtos químicos que agridem o meio ambiente.
Além disso, possibilita o reaproveitamento de resíduos ou efluentes agrícolas na produção de energia e biocombustíveis.
Biodegradação de materiais
A biotecnologia ambiental também permite o desenvolvimento de materiais biodegradáveis que se decompõem naturalmente pela ação de agentes biológicos, como animais, fungos e bactérias.
A degradação desses elementos pode ocorrer de duas formas: por organismos que precisam de oxigênio para viver (degradação aeróbia) ou por organismos que não precisam de oxigênio em seu metabolismo (degradação anaeróbia).
Esse tipo de processo contribui para minimizar o nível de resíduos e evita a permanência de poluentes no meio ambiente.
Por outro lado, outras aplicações possíveis da biotecnologia ambiental são aquelas relacionadas ao tratamento de resíduos sólidos e gases, bioenergia e biominação, controle de pragas e doenças, ciclos biogeoquímicos, entre outros.
Referências
- Castillo Rodríguez, Francisco (2005). Biotecnologia ambiental. Editorial Tebar. Madrid. Espanha.
- Bécares, E. (2014). Biotecnologia Ambiental, a Cinderela da Biotecnologia? AmbioSciences. Revista de divulgação científica editada pela Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais da Universidade de León.
- ISEB. Sociedade Internacional de Biotecnologia Ambiental. Disponível em: inecol.edu.mx
- Blanch, Anicet. Biotecnologia ambiental. Aplicações biotecnológicas na melhoria do meio ambiente. Universidade de Barcelona.
- Rittmann, B.E. (2006). Ecologia microbiana para gerenciamento de processos em biotecnologia ambiental. Trends Biotechnol.
- Biotecnologia Ambiental, Wikipedia. Disponível em: Wikipedia.org