Coexistência saudável: como alcançá-la, objetivos, valores necessários - Ciência - 2023


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Coexistência saudável: como alcançá-la, objetivos, valores necessários - Ciência
Coexistência saudável: como alcançá-la, objetivos, valores necessários - Ciência

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o coexistência saudável é um termo que se refere à coexistência pacífica e harmoniosa de indivíduos ou grupos humanos no mesmo espaço. A convivência faz parte das necessidades do ser humano, que é um animal social e requer interação com outros indivíduos para alcançar seu bem-estar integral.

Para Xesus Jares coexistência significa “conviver com base em certas relações sociais e em alguns códigos de valoração, necessariamente subjetivos, no quadro de um contexto social específico”.

Existem vários tipos de coexistência que dependem do contexto ou do grupo com o qual o indivíduo interage. Assim, por exemplo, muitas vezes se fala em convivência social, convivência familiar, convivência escolar, convivência cívica e convivência democrática, que se diferenciam da seguinte forma:


- Social: refere-se à relação harmoniosa que se mantém entre as pessoas, as coisas e o meio ambiente.

- Família: é aquela que se desenvolve entre os membros de uma família, que é o grupo social mais importante de um indivíduo.

- Escola: é aquela que ocorre entre os membros de uma escola, envolvendo professores, funcionários e alunos, e que afeta o desenvolvimento destes.

- Cidadão: é uma responsabilidade que não pode ser delegada e é também uma responsabilidade derivada da sociedade civil que partilha um espaço cívico e que interage com e perante o Estado.

- Democrático: é aquele que respeita os indivíduos independentemente de raça, credo, língua, condição social, nível educacional, cultura ou ideologia.

Como conseguir uma convivência saudável em um ambiente escolar

Aprender a conviver é um dos quatro pilares que a educação deve apoiar, segundo o Relatório à UNESCO da Comissão Internacional de Educação para o Século 21. A aprendizagem da convivência não é exclusividade dos centros educacionais, pois devemos aprendê-la também entre iguais, na família ou na mídia.


A convivência no ambiente escolar é um processo em que todos os membros de uma comunidade educacional aprendem a conviver com os outros, por isso exige respeito, aceitação, compreensão, valorização da diversidade e comunicação eficaz.

No ambiente escolar, a convivência saudável não deve ser entendida apenas como ausência de violência, mas requer o estabelecimento de relações interpessoais e grupais satisfatórias. Este vínculo permitirá gerar um clima de confiança, respeito e apoio mútuo na instituição, favorecerá a existência de relações positivas nesta e também garantirá o seu funcionamento democrático.

Para isso, a formação, a coordenação e o trabalho em equipe de todos os setores da comunidade educacional são considerados elementos essenciais. O objetivo dos programas e protocolos de convivência que surgiram no ambiente educacional é detectar comportamentos inadequados e disruptivos, bem como identificar a competitividade e a individualidade mal administrada, substituindo-as por metodologias cooperativas e inclusivas.


Programas e recursos de prevenção

Dentre os recursos desenvolvidos para a convivência escolar, destacam-se equipes de mediação, salas de convivência, motivação para aprender, entre outros programas que promovem o senso crítico, os valores morais e as habilidades sociais.

Para isso, deve ser garantida a gestão de recursos cognitivos e comportamentais em que conceitos como empatia, comunicação positiva, aprendizagem cooperativa e julgamento moral sejam trabalhados.

A UNESCO e seus Estados membros abordaram o assunto e sugerem promover a coexistência escolar com estratégias sistemáticas em todo o nível escolar. Nesse sentido, recomendam a implementação de ações nos três níveis que a Organização Mundial da Saúde propõe para todas as intervenções psicossociais.

A prevenção primária é indicada para todos os alunos e adultos. O ensino médio é aquele que requer estratégias mais específicas e de grupo para os alunos detectados em risco, como abandono ou reprovação escolar, repetição ou problemas de comportamento.

A prevenção terciária se aplica a alunos de alto risco. São intervenções individuais para problemas comportamentais mais graves ou mesmo problemas de saúde mental. Eles incluem ações individuais dentro e fora da escola, bem como aconselhamento privado diário ou semanal.

metas

Aprender a conviver supõe a conjugação da igualdade e da diferença, pois na diversidade do ser humano somos todos iguais em dignidade e direitos, como proclama a Declaração Universal dos Direitos do Homem.

Por isso, a importância de reconhecer e aceitar a diferença, que pode ser um fator de conflito em qualquer área em que atuamos.

O objetivo primordial da coexistência saudável está na conquista de uma coexistência positiva e democrática em todos os contextos. Significa também conviver com o conflito típico da diversidade e aprender a administrá-lo, a encontrar formas de resolução pacífica.

Outro de seus objetivos é a promoção da tolerância e a prevenção de comportamentos intimidadores, discriminação e violência.

Por fim, a convivência saudável visa promover um estilo de vida responsável no uso de seus recursos sem destruir o meio ambiente. Em outras palavras, que protege e conserva o meio ambiente imediato, garantindo a sobrevivência das gerações futuras.

Características de coexistência saudável

A coexistência saudável envolve uma série de aspectos que a descrevem como um fenômeno social que favorece a integração, o fortalecimento de grupos e comunidades e a saúde emocional individual e coletiva. As características mais emblemáticas que o definem são descritas a seguir:

Educação construtiva

A educação é a ferramenta fundamental para uma convivência saudável. O indivíduo deve ser formado para a paz e a justiça por meio dos valores fundamentais que estão na raiz de seu comportamento.

Isso garante que a sociedade avance para evoluir e fazer do mundo um lugar melhor para se viver.

Troca e interação

A convivência saudável supõe uma dinâmica relacional que fomente a integração pelo conhecimento do outro, o estabelecimento de acordos mútuos e regras claras que se respeitem por convicção. Dessa forma, consegue que cada um seja reconhecido como parte de um todo, e aqueles que o compõem conheçam e defendam seus acordos.

Comunicação efetiva

Em qualquer processo de coexistência, é saudável que a comunicação seja o mais assertiva possível. Além de a mensagem ser clara e direta, é necessário que emocionalmente seus elementos não verbais contribuam para a compreensão ideal.

A ideia é evitar distorções e promover que os elementos verbais e não-verbais se complementem no processo comunicacional.

Desenvolvimento de habilidades sociais

Isso permite que o indivíduo seja consistente, agindo de acordo com suas crenças, sem medo de se expressar ou refutar ideias, buscando sempre uma discussão enriquecedora. Desta forma, você pode definir seus propósitos, identificar e aprimorar suas capacidades, trocar suas idéias e opinar sobre outras, sem gerar conflitos.

Diálogo e mediação

Este aspecto é fundamental para uma convivência saudável, pois é o que permitirá a resolução de conflitos e o estabelecimento de acordos de forma pacífica e concertada. Isso evita a criação de ambientes tóxicos e reativos, mas incentiva a reconciliação.

Participação

Na medida em que o indivíduo se junta aos palcos públicos para treinar e deliberar, estará contribuindo para o desenvolvimento e crescimento saudável das comunidades.

Ao participar ativamente, você inevitavelmente estará promovendo o enriquecimento da população, obtendo informações oportunas e desenvolvendo habilidades sociais.

Corresponsabilidade

Assumir ser parte da solução de conflitos e problemas de forma construtiva fortalece o compromisso de cada membro da sociedade.

Oferecer soluções assertivas e corretas em tempo hábil permite uma liderança positiva com ideias a favor do progresso, visando a busca de espaços mais amáveis ​​e bem-sucedidos.

Valores requeridos

A história nos lembra que qualquer que seja o sistema de valores das diferentes sociedades, ninguém pode demonstrar que é essencialmente dotado de tolerância, assim como ninguém pode ser acusado de intolerância infinita.

Diante do exposto, a recomendação é promover a solidariedade e conviver com os outros sem deixar as próprias convicções serem excludentes.

Neste contexto, o ensino e o exercício dos valores é decisivo, porque é importante compreender que todos são igualmente dignos, mas que existem diferenças e permitem que cada pessoa se distinga pelos seus talentos, convicções e crenças. Essa diferenciação é um fator chave para o enriquecimento das civilizações.

Dentre os valores mais necessários para uma convivência saudável, destacam-se:

- A educação.

- Ética.

- O respeito.

- A tolerância.

- A Justiça.

- A paz.

- A solidariedade.

- A liberdade.

O exercício equilibrado desses valores deve prevalecer sobre o fato individual em um momento crítico e conjuntural da humanidade, a favor de uma visão de convivência pacífica o mais imediata possível.

Regras para uma coexistência saudável

Existe um conjunto de regras que orientam e apoiam uma melhor convivência. O ser humano deve aderir a essas regras de comum acordo, a fim de regular as ações dentro de um sistema de relações interpessoais.

Essas relações são desenvolvidas no dia a dia dos indivíduos nas diferentes áreas em que atuam; Portanto, é essencial aplicar essas regras na vida diária.

Entre os padrões mais comuns estão os seguintes:

- Digne a condição humana.

- Não discrimine.

- Garantir a proteção do meio ambiente.

- Estabelecer comunicações assertivas e eficientes.

- Assuma a responsabilidade por seus próprios erros.

- Buscar soluções eficazes e saudáveis ​​para os conflitos.

- Viva diariamente dentro de um esquema de respeito mútuo.

- Cumprir os compromissos adquiridos voluntariamente.

- Seja proativo e promova a participação de todos.

- Seja paciente.

- Seja tolerante e solidário.

- Exercite os valores aprendidos.

- Educar para o desenvolvimento de competências sociais e afetivas.

Referências

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