Os 15 filmes mexicanos mais populares - Ciência - 2023


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As Filmes mexicanos São o conjunto de produções cinematográficas que compõem o chamado cinema mexicano, e que vêm sendo realizadas por criadores no país. Esses filmes podem ser filmados no México ou no exterior e para serem considerados como tal seu orçamento deve ser majoritariamente de origem mexicana.

Seus primórdios remontam a 1896, quando o primeiro cineasta dos irmãos Lumière chegou ao México para fazer uma exposição perante o presidente Porfirio Díaz. A partir de então, o meio ganhou grande popularidade e se desenvolveu em diferentes mãos ao longo do século.

A princípio, o meio serviu para manter um registro da Revolução Mexicana, ocorrida entre 1910 e 1920. Posteriormente, foram criados encenações e curtas de ficção. É a partir de 1930 que o cinema mexicano deu o salto e as grandes produções de comédias e musicais começaram com alto nível artístico e técnico.


Esse período que coincidiu com a Segunda Guerra Mundial ficou conhecido como a época de ouro do cinema mexicano, pois o meio alcançou popularidade internacional. Seus atores se tornaram estrelas no mundo de língua espanhola e várias de suas obras obtiveram os maiores elogios da indústria global.

Depois de sua era clássica, o cinema mexicano entrou em um período irregular que durou quase 40 anos. Somente no início da década de 1990 é que o cinema nacional se recuperou com trabalhos de qualidade, bem recebidos pela crítica e pelo público.

Os criadores mais conhecidos e celebrados atualmente na mídia em todo o mundo emergem deste período: Alfonso Cuarón, Guillermo del Toro e Alejandro González Iñárritu.

A idade de ouro (1936-1959)

Depois do sucesso dos primeiros filmes mudos, com a chegada do som, o cinema mexicano se especializou em números musicais e comédias. Sua enorme popularidade foi possível em parte pelo fato de que a indústria cinematográfica norte-americana e europeia recebeu um duro golpe durante a Segunda Guerra Mundial, dando espaço aos criadores mexicanos.


A partir dessa época, surgiram ídolos da comédia mexicana como Cantinflas e Tin Tan; ícones do cinema musical como Padro Infante e Jorge Negrete; e as grandes figuras femininas do teatro, como María Félix e Dolores del Río.

Aí está o detalhe (1940). Diretor: Juan Bustillo Oro

É uma comédia de complicações estrelada por Mario Moreno “Cantinflas”. A trama gira em torno de um mal-entendido, onde a cozinheira de uma família rica da Cidade do México pede a seu namorado –Cantinflas– que mate o cachorro louco da casa.

Como o cachorro tem o mesmo nome de um dos pretendentes do patrono, cria-se confusão sobre a morte do cavaleiro e Cantinflas é levado a julgamento, onde o personagem tenta fugir fazendo uso de sua já icônica fala incoerente.

O filme foi amplamente aclamado pelo público e lançou Cantinflas ao estrelato, que daria continuidade ao seu humor característico ao longo de sua carreira.


Maria candelaria (1943). Diretor: Emilio Fernández

O filme é narrado por uma velha artista, que em entrevista é questionada sobre a fotografia de uma misteriosa mulher nua.

É sobre María Candelaria, uma indígena de Xochimilco excluída da sociedade por ser filha de uma prostituta, e como Lorenzo Rafael é o único homem que se atreve a ficar com ela.

Este trabalho renderia ao México sua primeira Palma de Ouro no prestigioso festival de Cannes em 1946.

Nós pobres (1948). Diretor: Ismael Rodríguez

Obra melodramática protagonizada por Pedro Infante que se passa em um bairro pobre da Cidade do México. Ele fala sobre as aventuras das classes populares, especificamente a de Pepe el Toro, que trabalha como carpinteiro e cuida de sua sobrinha.

O filme tem um leve toque cômico e apresenta dois números musicais. Faz parte de uma trilogia popular, que foi seguida por Seu rico (1948) e Pepe o touro (1952).

Os esquecidos (1950). Diretor: Luis Buñuel

Uma das primeiras obras neorrealistas do cinema mexicano. Conta a história de um grupo de crianças de um bairro marginalizado; sobre como devem sobreviver à hostilidade da sociedade, aos maus-tratos aos pais e à violência nas ruas.

O filme recebeu o título de Memória do Mundo pela UNESCO e rendeu a Luis Buñuel o prêmio de melhor diretor no Festival de Cannes.

Anos 60, 70 e 80

Nesse período, o cinema nacional entrou em sua fase mais surreal. Além disso, o número de obras produzidas e sua qualidade seriam irregulares graças aos cortes orçamentários por parte do governo mexicano.

Macario (1960). Diretor: Roberto Gavaldón

Passado na época do vice-reino, Macário conta a história de um homem pobre que, na véspera do Dia dos Mortos, foge para a floresta para comer um peru sozinho. Lá o diabo, Deus e a morte o visitam; o último dá poderes de cura a Macario.

É uma das últimas grandes obras a ter os valores de produção característicos da época de ouro. O filme foi indicado à Palma de Ouro e ao Oscar de melhor filme estrangeiro

O anjo exterminador (1962). Diretor: Luis Buñuel

O filme retrata um grupo de burgueses que se encontram em uma mansão após assistir a uma apresentação de ópera. Por uma razão desconhecida, os hóspedes parecem incapazes de sair do quarto em que se encontram, apesar de não estar obstruído de nenhuma forma.

Com o passar do tempo, sem servidão e após serem aglomerados na sala, a etiqueta se perde e os assistentes passam a se comportar de forma selvagem.

Los Caifanes (1967). Diretor: Juan Ibáñez

Obra psicodélica que começa com um jovem casal da classe alta, que em busca de um lugar para pernoitar encontra um grupo chamado Los Caifanes.

Ao longo do filme, a vida noturna surreal da Cidade do México é mostrada. Possui roteiro original do aclamado escritor mexicano Carlos Fuentes.

A montanha sagrada (1973). Diretor: Alejandro Jodorowsky

Este filme surreal é uma coprodução mexicano-americana. Neste um alquimista reúne um grupo de seres que representam o sistema solar. Estes terão que cumprir alguns ritos e serão enviados à montanha sagrada para dominar o mundo.

O filme criou uma grande expectativa na sociedade artística da época; até personalidades como George Harrison - ex-membro dos Beatles - buscaram um papel de liderança no filme. Com o tempo, ganhou um culto de seguidores.

Veneno para as Fadas (1984). Diretor: Carlos Enrique Taboada

Filme de terror mexicano visto da perspectiva de duas meninas. Uma delas, depois de ouvir as histórias de bruxaria contadas pela cozinheira de sua casa, tenta convencer a amiga de que ela possui esses poderes mágicos.

O filme surge talvez na pior década para o cinema mexicano devido à precariedade no financiamento. Foi durante esse período que diretores e roteiristas tiveram que encontrar maneiras criativas de trabalhar com orçamentos mínimos.

O Novo Cinema Mexicano (1990-2005)

Com a criação do Instituto Mexicano de Cinematografia (IMCINE) em 1983, buscou-se retornar aos trabalhos de qualidade característicos das décadas anteriores e a realização de filmes foi amplamente promovida pelo Conselho Nacional de Cultura e Artes.

Começava uma nova etapa para o cinema mexicano, da qual emergiriam as figuras atuais mais importantes do cinema mexicano: os diretores Guillermo del Toro, Alejandro González Iñárritu e Alfonso Cuarón; os atores Gael García Bernal e Diego Luna; e o premiado diretor de fotografia Emmanuel Lubezki.

Chronos (1993). Diretor: Guillermo del Toro

Primeiro longa do aclamado diretor, Chronos É uma fantástica história de terror. Na história, um artefato criado por um alquimista espanhol no século 16, que proporciona saúde e vida eterna, cai nas mãos de um antiquário dos anos 90, que acidentalmente prova os benefícios do objeto.

O filme recebeu investimento da Universidade de Guadalajara e ganhou o prêmio Ariel da Academia Mexicana de melhor filme, diretor, roteiro e efeitos especiais, entre outros.

Amores Perros (2000). Diretor: Alejandro González Iñárritu

É o primeiro longa-metragem do já famoso diretor mexicano. No filme, devido a um espetacular acidente automobilístico, três histórias de pessoas pertencentes a diferentes classes sociais se entrelaçam; todos eles têm em comum o relacionamento próximo com os cães.

O filme foi indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro e arrecadou dez vezes seu orçamento inicial, tornando-se o quinto filme de maior bilheteria do país.

E sua mãe também (2001). Diretor: Alfonso Cuarón

É uma filme de estrada ou um road movie, onde dois jovens amigos de longa data - um filho rico de um político e um menino de classe média - vão à praia com uma espanhola, que conheceram em um casamento.

O filme tem um narrador onipresente e durante a viagem você poderá apreciar diversos aspectos sociais e culturais mexicanos. O filme fez sucesso de bilheteria, foi indicado ao Oscar de melhor roteiro e ganhou a mesma categoria no Festival de Veneza.

Cinema Mexicano Contemporâneo (2006 - presente)

Na última década, o cinema comercial mexicano quebrou recordes de audiência e, ano após ano, mais filmes mexicanos são feitos. Por sua vez, um jovem grupo de cineastas mexicanos obteve grande sucesso em prestigiosos festivais internacionais, inaugurando uma nova etapa do cinema nacional.

Luz silenciosa (2007). Diretor: Carlos Reygadas

Foi realizado no norte do México, em um assentamento menonita em Chihuahua. Luz silenciosa conta a história de Johan, um membro da comunidade casado com filhos que tem um caso extraconjugal com outra mulher, quebrando assim as regras de sua religião.

A fita é falada principalmente em Plautdietsch, também conhecido como Baixo Alemão Menonita. Foi bem recebido pela crítica internacional e recebeu o Prêmio do Júri do Festival de Cannes 2007.

Depois da lúcia (2012). Diretor: Michel Franco

Após a morte de sua esposa em um acidente de carro, Roberto, um proeminente chef de Puerto Vallarta, muda-se para a Cidade do México com Alejandra, sua filha adolescente. Enquanto ele se ajusta lentamente ao novo emprego, sua filha é intimidada por seus novos colegas de classe.

Alejandra, tentando não preocupar o pai, nunca conta a ele sobre o bullying, que se agrava durante uma viagem escolar. O filme ganhou popularidade graças à sua mensagem de conscientização sobre o assédio moral. Foi bem recebido pela crítica e conquistou o prêmio de melhor filme da seção Um certo respeito em Cannes.

Heli (2013). Diretor: Amat Escalante

Aborda a questão do tráfico de drogas e suas consequências para a sociedade. Heli é um jovem recém-casado que mora com a esposa, o bebê e Estela, sua irmã menor de 13 anos. Estela se apaixona por Beto, um menino que está se preparando para ser militar.

Na tentativa de conseguir dinheiro para fugir com Estela, Beto rouba alguns pacotes apreendidos de cocaína, fazendo com que todos ao seu redor sofram as consequências fatais. O filme ganhou o prêmio Ariel de melhor diretor e foi finalista da Palma de Ouro.

Referências

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