A fluoxetina é útil para perda de peso? - Ciência - 2023
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Contente
- Para que é usada a fluoxetina?
- Fluoxetina para perda de peso
- Por que a fluoxetina não é indicada como tratamento para emagrecer?
- Como a fluoxetina atua no corpo?
- Que modificações cerebrais ele realiza?
- Quais são os efeitos da fluoxetina na serotonina?
- Efeitos da fluoxetina-serotonia
- Fluoxetina para depressão
- Por que a fluoxetina é eficaz para a depressão?
- Referências
A fluoxetina pode ser usada para emagrecer, de acordo com uma postulação que surgiu nos últimos anos. É um medicamento que pode causar considerável perda de peso quando consumido regularmente.
Essa postulação tem gerado considerável controvérsia na definição dos efeitos específicos da fluoxetina e no uso adequado dessa droga. Diante da nova “moda” que revelou os efeitos da fluoxetina sobre o peso, muitas pessoas acreditam que a fluoxetina é um medicamento útil para perder peso.
Deixando de lado a utilidade desse medicamento para emagrecer, devemos primeiro levar em consideração o que é a fluoxetina e para que é feita. Para começar, deve ficar claro que a fluoextina não é uma droga projetada para perder peso ou usada para tais fins.
Assim, a fluoxetina, também conhecida como prozac, é um medicamento antidepressivo, portanto, é projetada para tratar transtornos de humor. Mais especificamente, esta droga psicotrópica consiste em um antidepressivo da classe dos inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS).
A fluoxetina foi desenvolvida em 1974 e está em uso desde 1987, o que a torna uma das drogas psicotrópicas mais antigas em uso atualmente.
Para que é usada a fluoxetina?
A fluoextina é um dos psicotrópicos mais amplamente usados e é usado principalmente para tratar transtornos depressivos agudos, ou seja, para tratar a depressão e transtornos relacionados.
É um medicamento eficaz no tratamento de outros transtornos mentais, como bulimias do tipo nervoso, transtornos obsessivo-compulsivos ou alguns transtornos bipolares.
Por outro lado, a fluoxetina pode ser usada ocasionalmente para tratar problemas de alcoolismo, transtorno de déficit de atenção, certos transtornos do sono (especialmente aqueles associados à narcolepsia), enxaquecas, transtorno de estresse pós-traumático, síndrome de tourette, tricotilomania, obesidade e alguns distúrbios sexuais.
Assim, a fluoxetina é, em sua essência, uma droga psicotrópica que permite alterações nos mecanismos cerebrais que controlam o humor e é projetada para intervir em distúrbios psicopatológicos, especialmente aqueles que apresentam componentes afetivos como a depressão.
Com essa breve abordagem dessa droga psicoativa, vemos claramente que a fluoxetina não é uma droga usada para emagrecer, uma vez que não é pensada, feita, desenhada e comercializada para tais fins.
No entanto, esse fato não significa que esse medicamento não possa ter efeitos na regulação do peso corporal e possa ser eficaz para emagrecer.
Para esclarecer dúvidas e analisar com mais clareza a eficácia e praticidade desse medicamento para tais fins, precisamos nos aprofundar um pouco mais em todos os efeitos que a fluoxetina tem no corpo e, mais especificamente, como ela modula a perda de peso. .
Fluoxetina para perda de peso
A fluoxetina foi postulada como um tratamento eficaz para a perda de peso, uma vez que muitas pessoas, ao consumirem esta droga para intervir em transtornos mentais como depressão ou transtorno obsessivo-compulsivo, tiveram perda de peso.
Esse fato se explica principalmente porque, como vimos anteriormente, a serotonina regula as sensações de fome, portanto, ao modificar o funcionamento dessa substância por meio da fluoxetina, pode-se diminuir o apetite.
A serotonina é uma substância inibidora, portanto, em relação à fome, sua principal função é enviar mensagens de saciedade quando o corpo já estiver suficientemente nutrido.
Assim, ao consumir fluoxetina, essa regulação da saciedade é alterada, fazendo com que o cérebro deixe de regular as sensações de fome por meio dos próprios mecanismos do corpo.
Isso se explica porque o corpo, ao ingerir uma quantidade suficiente de alimentos, passa a produzir serotonina para que o cérebro saiba que já está saciado e que não precisa mais comer.
Agora, o que acontece quando a serotonina não é produzida pelos mecanismos do corpo, mas por uma droga que impede sua recaptação, como a fluoxetina?
Por que a fluoxetina não é indicada como tratamento para emagrecer?
Ao consumir fluoexetina para emagrecer, podemos começar a ter sensação de saciedade quando não estamos realmente saciados, ou seja, quando a serotonina produzida pela fluoxetina indica isso e não quando nosso corpo o indica.
Esse fato pode ser perigoso; podemos começar a ter padrões alimentares pouco saudáveis, já que não podemos comer quando nosso corpo realmente carece de certos nutrientes.
Concluiu-se que a fluoxetina pode ser um medicamento eficaz para a perda de peso, pois inibe a fome, mas não é um medicamento adequado para a perda de peso. Na verdade, a perda de peso é um dos efeitos colaterais da fluoxetina e é interpretada como um fenômeno nocivo que o consumo deste medicamento pode produzir.
Assim, a inibição da recaptação da serotonina produzida pela fluoxetina tem como objetivo ser seletiva no aumento do humor e na capacidade de relaxamento e minimizar os efeitos colaterais sobre a fome.
No entanto, as complexidades do cérebro humano não permitem que esta droga não tenha efeitos colaterais, por isso pode afetar a sensação de apetite e saciedade.
Assim, a fluoxetina não pode ser considerada um medicamento adequado e eficaz para emagrecer, principalmente porque os efeitos que causa no apetite não são desejados, nem controlados, nem saudáveis para o indivíduo.
Além disso, deve-se levar em consideração que esse medicamento é utilizado para atingir efeitos específicos em cérebros com necessidades específicas.
Pode ser prejudicial fingir que está melhorando o humor por meio do aumento da serotonina em uma pessoa que já tem um humor ótimo, com níveis adequados de serotonina no cérebro.
Como a fluoxetina atua no corpo?
A fluoxetina, como todos os medicamentos, é administrada com o objetivo de alterar o funcionamento do organismo.
Desta forma, as propriedades químicas que este medicamento possui são ingeridas para que, ao entrarem no organismo, possam realizar alterações nos processos químicos endógenos e atingir uma série de efeitos que permitem suprir as deficiências ou desvios do organismo.
Além disso, deve-se levar em consideração que a fluoxetina é uma droga psicotrópica, de modo que os efeitos que se buscam com o consumo dessa droga são realizados no cérebro.
Assim, a fluoxetina faz alterações principalmente na função cerebral, com o objetivo de fazer as alterações químicas relevantes que são capazes de restaurar o funcionamento ideal das regiões mentais.
Então, vamos ver como essa droga psicoativa é consumida e quais os efeitos que ela tem ao acessar o cérebro das pessoas.
Que modificações cerebrais ele realiza?
A fluoxetina é administrada por via oral e é absorvida pelo trato digestivo.
Embora o corpo tenda a absorver essa droga com muita facilidade, a presença de alimentos no estômago retarda sua absorção. Porém, não altera a extensão da substância, simplesmente retarda o aparecimento de seus efeitos, ou seja, a droga demora mais para chegar ao cérebro.
Uma vez absorvida, a fluoxetina é metabolizada pelo fígado, se liga às proteínas plasmáticas, é distribuída pelo sangue e atinge o cérebro facilmente superando a barreira hematoencefálica.
Quando chega ao cérebro, a fluoxetina começa a fazer uma série de mudanças na função cerebral.
Como comentamos anteriormente, a fluoxetina é um antidepressivo pertencente aos inibidores seletivos da recaptação da serotonina. Isso significa que, ao entrar no cérebro, a principal ação que desempenha é inibir a recaptação da serotonina.
Quais são os efeitos da fluoxetina na serotonina?
A serotonina é uma substância específica do cérebro responsável por realizar um grande número de ações cerebrais. Como a serotonina, há muito mais substâncias distribuídas por todas as regiões do cérebro e cada uma delas executa certas ações.
Essas substâncias realizam suas ações ao passar de um neurônio para outro, ou seja, distribuem-se por diferentes regiões do cérebro.
Esse trânsito de substâncias entre os diferentes neurônios do cérebro é feito por meio de receptores, que são responsáveis pelo transporte de substâncias de um neurônio para outro.
Quando a substância é transportada pelos receptores, eles entram nos neurônios por um mecanismo de recaptação.
Efeitos da fluoxetina-serotonia
A ação da fluoxetina consiste em inibir a recaptação da serotonina, portanto, quando esta substância é transportada para um neurônio, não consegue entrar no interior da célula, pois a fluoxetina a impede.
Isso significa que a serotonina é transportada igualmente, mas não entra no interior do neurônio, por isso fica mais tempo no espaço intersináptico, ou seja, no espaço entre os neurônios.
À medida que o cérebro continua a transportar serotonina de um neurônio para outro, essas substâncias se acumulam no espaço entre os neurônios, proporcionando assim maior estimulação neuronal.
Agora, quais processos mentais a serotonina regula e o que acontece quando a fluoxetina aumenta a atividade dessas substâncias? Bem, a serotonina é uma substância inibitória muito importante no cérebro que executa um grande número de atividades cerebrais, mas as principais são as seguintes:
- Produz melatonina e regula o sono.
- Regula a fome por meio da saciedade.
- Equilibre o desejo sexual.
- Controle a temperatura corporal.
- Controle as sensações de bem-estar.
- Eles controlam a capacidade de concentração.
- Regula a agressividade.
- Regula o estado de relaxamento do corpo.
- Regula o humor.
Como podemos observar, a serotonina regula vários aspectos relacionados ao humor, por isso a fluoxetina, ao inibir a recaptação dessa substância, é um psicotrópico adequado para o tratamento da depressão e outros transtornos afetivos.
Porém, também vemos como a serotonina regula a fome, fato que indicaria que pode ser eficaz em aumentar a sensação de saciedade e auxiliar no processo de emagrecimento.
Fluoxetina para depressão
Antidepressivos inibidores seletivos da recaptação da serotonina começaram a ser usados para tratar a depressão com base em uma descoberta científica muito relevante.
Foi demonstrado que, em muitos casos de depressão, a alteração do humor está diretamente relacionada aos baixos níveis de serotonina no cérebro.
Por que a fluoxetina é eficaz para a depressão?
Pessoas com depressão costumam apresentar déficits na produção dessa substância, por isso o indivíduo não sente os principais efeitos que a serotonina tem em relação ao humor.
A serotonina (que é até conhecida como o hormônio da felicidade) produz sensações de bem-estar, satisfação, otimismo e gratificação, portanto, ter baixos níveis dessa substância pode desenvolver episódios depressivos.
Como a fluoxetina inibe a recaptação da serotonina, essa droga permite aumentar os níveis de serotonina no cérebro e, portanto, recuperar as sensações gratificantes que falta ao deprimido.
Este fato, somado à realização de múltiplos ensaios clínicos que demonstraram a eficácia da fluoxetina no tratamento dos transtornos do humor, a tornaram um psicotrópico eficaz para intervir em casos de depressão.
Referências
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