Como deve ser a relação entre psicólogo e paciente? - Psicologia - 2023
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Contente
- A relação entre o psicólogo e o paciente: principais requisitos
- Uma ajuda profissional
- Transferência e contratransferência
- Nível de diretividade
- Valorizando a linguagem
- Uma alma humana tocando outra alma humana
- Dúvidas sobre a relação terapêutica
- 1. Cliente vs Paciente: o que sou?
- 2. Falta de resposta reconfortante às expressões emocionais
- 3. Quem mais fala sou eu
- 4. Meu psicólogo me diz coisas que não são o que eu o consulto
- 5. A terapia é desagradável para mim
- 6. Mesmo problema, tratamento diferente
- 7. A terapia psicológica não me ajuda
- conclusão
O processo da psicoterapia é, antes de tudo, uma dinâmica que se estabelece entre o psicoterapeuta e o (s) paciente (s).
No entanto, isso não significa que seja simplesmente uma conversa; Para além das palavras do diálogo, há outra coisa: uma relação terapêutica que permite estabelecer algo como uma formação. O psicólogo "treina" o paciente em novas maneiras de se comportar, sentir e pensar.
Contudo... Como deve ser a relação entre psicólogo e paciente? Neste artigo faremos um breve comentário a respeito.
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A relação entre o psicólogo e o paciente: principais requisitos
Embora ainda hoje ir ao psicólogo seja uma ação relativamente inusitada e ainda um pouco estigmatizada para parte da população, felizmente está se tornando cada vez mais frequente que quando uma pessoa sofre de algum tipo de problema psicológico procure ajuda profissional. Por meio da interação, profissional e usuário estabelecem um vínculo para trabalhar.
Esse elo a que se aspira na terapia, às vezes chamado de "rapport", deve ser trabalhado ao longo do tempo para oferecer um serviço ideal.
Nós entendemos por relacionamento terapêutico vínculo profissional que é estabelecido entre terapeuta e paciente e que se destina a tratar um ou mais aspectos ou problemas específicos que prejudicam a qualidade de vida do paciente ou de seu ambiente e que este deseja modificar. Esta relação deve ser sempre baseada no respeito mútuo e, principalmente, centrada na figura do paciente ou usuário.
Se a relação terapêutica for positiva, a obtenção dos resultados é facilitada independente da técnica a ser utilizada, o sujeito não se sente confuso e facilmente compartilha seus pensamentos e emoções com o profissional e promove a disposição para mudanças. Busca criar um clima e um ambiente no qual o paciente possa se sentir protegido.
No nível do terapeuta, é necessário manifestar um certo nível de proximidade em que o sujeito possa vir a se sentir aceito e ouvido. A presença de empatia e cordialidade no profissional também ajuda. Da mesma forma, a autenticidade também é relevante: a capacidade de ser você mesmo e responder honestamente às perguntas que são geradas na consulta. Por fim, vale ressaltar a ausência de julgamento em relação ao paciente, escuta ativa, o interesse pelo outro e a busca pelo seu bem-estar como elementos básicos desta relação.
Uma ajuda profissional
Uma coisa a lembrar: psicólogo é o profissional que está prestando um serviço e cobra por ele. Isso implica que estamos no meio de uma relação profissional, na qual, embora seja inevitável e desejável que apareça certa ligação ou mesmo afeto, não devemos confundir essa ligação com outros tipos de relações. Assim, a relação entre psicólogo e paciente não é nem amizade nem qualquer outro tipo que não seja profissional.
Se for esse o caso, é por um bom motivo: a relação entre as duas pessoas busca que o paciente alcance resolver um problema que você não se vê capaz de resolver sozinho, e requer ajuda profissional na qual o psicólogo deve ser objetivo, a fim de encontrar uma forma de alcançar o bem-estar do paciente. Da mesma forma, uma das partes possui todas as informações sobre a outra, enquanto esta não sabe praticamente nada sobre a outra.
Transferência e contratransferência
Da psicanálise vêm dois dos conceitos mais famosos e, ao mesmo tempo, mais importantes a respeito da relação entre psicólogo e paciente, a saber, os termos transferência e contratransferência.
A transferência refere-se à projeção por parte do paciente dos padrões de comportamento, educação, afeto ou desejo que sentia por outra pessoa na figura do terapeuta. Enquanto a própria transferência É até certo ponto positivo, pois permite externalizar essa informação., a verdade é que levado ao extremo pode levar a pensar na existência de sentimentos fortes que não podem ser retribuídos devido ao tipo de relacionamento que ambas as pessoas mantêm. Em outras palavras, a transferência pode ser considerada como o conjunto de reações que o terapeuta gera no paciente.
A transferência é entendida como um elemento positivo que nos permite trabalhar várias questões que de outra forma não surgiriam. Porém, deve-se reconhecer que a transferência também pode levar ao surgimento de sentimentos excessivamente intensos em relação ao terapeuta, a ponto de se apaixonar ou ódio. Isso deve ser trabalhado na terapia.
Por outro lado, podemos encontrar a contratransferência, ou seja, o * * conjunto de emoções e sentimentos que o paciente pode despertar no terapeuta * *. Embora uma certa contratransferência apareça obviamente na maioria dos processos terapêuticos, o profissional deve ser capaz de identificar essas emoções primeiro e posteriormente agir da maneira mais objetiva possívele, se necessário, deve encaminhar o paciente. Essa contratransferência costuma ser avaliada como negativa, pois limita a objetividade do psicólogo e pode afetar a própria relação terapêutica.
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Nível de diretividade
Um dos elementos a avaliar na relação que existe entre psicólogo e paciente é o nível de diretividade do primeiro na sessão. O psicólogo é um profissional formado durante anos no campo da psique humana e suas alterações, possuindo amplo conhecimento sobre padrões de comportamentoMas isso não significa que ele simplesmente vai nos dizer o que fazer. Haverá momentos em que o psicólogo será mais diretivo e indicará com mais clareza as orientações a serem seguidas na intervenção, enquanto em outros o papel será mais passivo, atuando como um guia que leva o paciente a encontrar suas próprias respostas.
Não existe forma de agir mais válida do que outra a nível universal, mas dependerá do paciente, do seu problema e da sua personalidade, bem como do nível de colaboração entre psicólogo e paciente ou dos objetivos da intervenção. Haverá perfis de pacientes que requerem uma forma ou outra de atuação. Atualmente, é geralmente pretendido promover autonomia do paciente e que ele é capaz de encontrar suas próprias respostas.
Valorizando a linguagem
Outro aspecto a levar em consideração é a linguagem que usamos. Deve-se reconhecer que os psicólogos vão lidar com um grande número de pessoas de origens e níveis educacionais muito diferentes. Por ele é necessário adaptar a linguagem para que seja compreensível pelo paciente, fazendo-o naturalmente.
Da mesma forma, o uso de tecnicismos pode ser algo que reflete conhecimento por parte do profissional, mas devemos lembrar que o paciente está em consulta buscando solucionar um problema e não admirar nosso nível cultural.
Uma alma humana tocando outra alma humana
Embora seja importante deixar claro que a relação do psicólogo com o paciente é um vínculo profissional, dado em um contexto terapêutico e no qual o psicólogo deve ser objetivo, isso não implica em cair no um erro relativamente comum: frieza.
Não é de estranhar que muitos profissionais, principalmente se estão apenas começando, embora isso não seja necessário, mantenham uma atitude um pouco distante e pensem e se expressem apenas em termos de tratamento ou focados no problema. Mas embora a intenção de muitos deles seja fazer uma separação que não confunda o paciente entre o que é relação profissional e pessoal, O distanciamento excessivo torna muito mais difícil para eles se sentirem compreendidos pelo profissional e até mesmo confiar nele.
E é que não devemos perder de vista que a base principal de qualquer bom tratamento, um dos principais elementos de qualquer tipo de terapia, é o estabelecimento de uma boa relação terapêutica.
Sentir-se compreendido e valorizado pelo profissional é algo que já é terapêutico por si só, e deve ser favorecido por ambas as partes. Uma atitude aberta e fechada, que traduz uma aceitação incondicional para com o paciente e uma escuta ativa ao que este comenta e preocupa são, de facto, alguns dos aspectos mais próximos e produtivos para promover uma mudança no paciente. Não esqueçamos também que quem se torna psicólogo Ele faz isso porque quer ajudar os outros a viver suas vidas sem limitações e sem sofrimento excessivo que permite uma vida normal.
Dúvidas sobre a relação terapêutica
Como já se sabe, um grande número de pessoas com diferentes problemas vai à consulta de um psicólogo. O profissional de psicologia tentará responder às demandas que lhe venham a ser competentes, procurando, tanto quanto possível, ser uma ajuda útil para a resolução dos problemas, expressos ou não, para os quais é consultado (referindo-se a outros profissionais se não se considerarem competentes). Porém, dúvidas muitas vezes aparecem em pacientes devido à incompreensão de alguns elementos típico da terapia psicológica.
A seguir veremos uma série de problemas e dúvidas que algumas pessoas tiveram em relação à consulta com um profissional de psicologia.
1. Cliente vs Paciente: o que sou?
Enquanto os psicólogos geralmente tendem a falar das pessoas que os procuram como pacientes, também não é incomum que sejam chamados de clientes ou usuários. Algumas pessoas podem interpretar esse nome como estranho, mas essa pergunta é fácil de explicar. No nível etimológico, o paciente é considerado um sujeito que sofre de uma doença e que requer uma ação externa para resolver seu problema. Nesse procedimento, o sujeito é uma entidade passiva que recebe a solução para seu problema.
Porém, na psicologia os indivíduos que comparecem à consulta terão que fazer uma série de esforços comportamentais e cognitivos se quiserem resolver seus problemas, sendo o psicólogo um guia ou ajuda para atingir esse fim. sempre mantendo o indivíduo um papel ativo em sua recuperação. Por isso, alguns profissionais preferem ligar antes dos pacientes às pessoas que procuram seus clientes ou usuários de consulta.
É apenas uma forma de se referir a quem vem para consulta, e sejam eles chamados de pacientes, clientes ou usuários na prática, os processos e funcionamento da terapia e das sessões serão os mesmos (as principais variações metodológicas são as devidas aos diferentes correntes que existem em psicologia).
2. Falta de resposta reconfortante às expressões emocionais
Esse aspecto, embora possa ser considerado insensibilidade por parte do terapeuta, não precisa ser assim. Tenha em mente que o psicólogo deve tentar ser objetivo e observar a situação à distância Para poder ajudar o paciente da forma mais eficaz, embora seja verdade que o profissional deve estabelecer uma relação de confiança com a pessoa que vem à consulta para que ela possa falar com sinceridade.
Além disso, cortar a expressão emocional do paciente pode ser contraproducente, uma vez que estados emocionais alterados podem permitir que a atenção se concentre no motivo subjacente e despertar a própria compreensão do paciente sobre fenômenos antes ignorados.
Da mesma forma, deve-se levar em consideração que ao longo do dia um profissional de psicologia atende a múltiplos casos de pessoas com problemas muito diversos, por isso deve saber distanciar-se emocionalmente de seus pacientes para que sua vida pessoal e seu próprio psiquismo, além dos de pacientes posteriores, não são afetados.
Porém, é verdade que alguns profissionais procuram levar isso em consideração para que apareçam certa frieza, que por sua vez pode ser contraproducente, pois o paciente não sente que suas emoções são legítimas. Lembre-se de que o psicólogo lida com pessoas.
3. Quem mais fala sou eu
É comum que muitos psicólogos esperem um tempo relativamente longo antes de falar, com alguns silêncios incômodos nas sessões. Esses períodos de silêncio têm como objetivo dar ao paciente tempo para elaborar sua fala e se atreve a expressar idéias que com um período mais curto não se relacionariam. Assim, pretende-se que explore e exponha os pensamentos que lhe vêm à mente a respeito das questões levantadas acima, por mais absurdos que possa parecer. Isso pode refletir conteúdo de grande importância para o tratamento.
Também permitem ao profissional refletir sobre as metodologias mais úteis para aplicar de acordo com as informações que o paciente relata, reestruturando o que ele sabe sobre o indivíduo em questão e conseguindo um conhecimento mais aprofundado do caso.
Também deve ser notado que o nível de diretividade do profissional varia de acordo com a corrente teórica que segue. Apesar disso, é requisito fundamental que o profissional ouça ativamente o que o paciente lhe fala.
4. Meu psicólogo me diz coisas que não são o que eu o consulto
Esta questão aparece em muitos casos como uma das questões que os pacientes / clientes / usuários menos entendem. É comum o paciente explicar um problema a um terapeuta e este o vincula a algo aparentemente secundário ao primeiro.
Nestes casos é possível que o terapeuta tenha considerado que o problema para o qual é consultado se deve a outro fenômeno considerado de menor importância pelo paciente. Deste modo, destina-se a trabalhar na causa subjacente do problema referido, tentando atacar sua possível causa mais diretamente.
5. A terapia é desagradável para mim
Esse aspecto pode ser altamente conflitivo. Muitas pessoas vêm para uma consulta com um problema específico sobre o qual têm um ponto de vista específico. No entanto, as ações que o profissional pode aconselhar podem entrar em conflito com as expectativas que o usuário pode ter, e algumas das proposições adversas que são contrárias aos seus desejos podem resultar.
É necessário ter em mente que embora algumas das recomendações dos profissionais possam ser desagradáveis para o receptor, o terapeuta sempre tentará encontrar o melhor método possível ou aquele que se mostrou mais útil na maioria dos casos. para ajudar a resolver seu problema. Exemplos disso são as terapias como a exposição ao vivo em casos como fobias, que, embora possam suscitar rejeição nos pacientes, têm-se revelado tratamento de escolha com alto índice de sucesso.
6. Mesmo problema, tratamento diferente
Existe um grande número de correntes teóricas na psicologia, variando a abordagem e as técnicas utilizadas (embora geralmente haja um grande ecletismo). O que mais cada pessoa tem uma vida, circunstâncias e até configurações cerebrais diferentes.
Dessa forma, o que para um paciente pode ser um tratamento eficaz desde o primeiro momento, em outros casos pode ser ineficaz e até prejudicial dependendo do caso. O profissional tentará adaptar o tratamento tanto quanto possível às circunstâncias particulares do usuário / cliente / paciente para que seja o mais eficaz possível, sempre levando em consideração quais tratamentos costumam ser mais eficazes e variando a estratégia em caso de não . ser funcional.
7. A terapia psicológica não me ajuda
Muitos pacientes chegam a essa conclusão após algumas sessões de terapia. A verdade é que geralmente leva um certo tempo para que as terapias tenham um efeito consistente. Além disso, lembre-se de que o psicólogo não fará com que os problemas desapareçam. É uma ajuda profissional que nos orienta e facilita a superação de problemas, mas não sem a necessidade do nosso próprio esforço para a mudança.
Porém, se levando tudo isso em consideração e após um período de tempo relevante a terapia não surtir efeito, é imprescindível avisar o psicólogo. Desta forma, o profissional pode tirar as dúvidas que o paciente possa ter a esse respeito, variar a abordagem terapêutica (é preciso lembrar que a configuração de cada psique é diferente e que o que alguns acham útil para superar um problema não é útil para terceiros) ou encaminhe para outro profissional com uma perspectiva diferente do problema que pode ser mais adequada ao caso.
Da mesma forma, deve-se levar em consideração que o profissional deve ser capaz de conhecer os pensamentos e eventos que o paciente experimenta. A ocultação de dados que possam ser úteis para a recuperação do paciente ou cliente pode dificultar ao profissional o desenvolvimento de uma estratégia útil para o tratamento dos problemas referidos na consulta.
Além disso, o cumprimento ou não das tarefas e desafios que o profissional aponta e a generalização para o cotidiano das indicações profissionais (que podem ser de difícil execução), permitirão ao paciente progredir ou não em sua recuperação. , pode haver grandes diferenças na obtenção dos resultados desejados.
conclusão
Ao longo deste artigo, procuramos esclarecer algumas das dúvidas e mal-entendidos que alguns pacientes apresentam em relação aos profissionais de psicologia. A consulta do psicólogo é um espaço de orientação, ajuda e tratamento dos mais diversos problemas. Um bom profissional tentará fazer o que for melhor para o seu paciente e que ele melhore e recupere.
No entanto, isso não significa que em todos os casos as dúvidas dos pacientes sejam por desconhecimento ou mal-entendidos. Como em todas as profissões, existem indivíduos com maior ou menor capacidade no exercício de suas funções, bem como casos de negligência profissional.