Súcubo: etimologia, origem histórica, súcubos principais - Ciência - 2023
science
Contente
- Etimologia
- Origem histórica
- Imaginário Judaico-Cristão
- Durante o renascimento: Malleus maleficarum
- Durante o romantismo: a beleza fatal da súcubo e a estética do diabólico
- Súcubo principal
- Abrahel
- A minha
- Xtabay
- Referências
o súcubo -de acordo com o imaginário medieval- é uma figura demoníaca com aparência de mulher, cujo objetivo é seduzir os homens para conduzi-los à perdição. Geralmente, as súcubos são introduzidas na mente humana através de fantasias e sonhos, além disso, geralmente são imagens femininas muito bonitas e sensuais.
As súcubos têm sido relacionadas à paralisia do sono, pois seu mito foi utilizado para explicar esse fenômeno que impossibilita o indivíduo de fazer qualquer movimento durante o período de transição entre o sono e a vigília. Súcubos também têm sido associados a poluições noturnas, que consistem em ejaculações involuntárias produzidas durante o sono.
Portanto, pode-se dizer que súcubos são demônios que se manifestam por meio da mente humana e possuem um caráter profundamente erótico. Essas imagens diabólicas femininas foram registradas desde o início das primeiras civilizações e fizeram parte de diferentes mitologias e crenças ao redor do mundo.
Uma das súcubos mais icônicas foi Lilith, uma figura tirada do folclore judaico que tem suas raízes na antiga Mesopotâmia. Alguns afirmam que Lilith foi a primeira esposa de Adão (antes de Eva), que mais tarde se tornou um demônio que gera filhos com o sêmen derramado pelos homens durante a poluição noturna.
A autora Margarita Torres, em seu texto Demônio e mulher: a marca de satanás e a luta contra ele (2015), estabeleceu que as mulheres têm sido demonizadas desde a antiguidade. Por exemplo, Aristóteles (384-322 aC) considerava as mulheres um ser inferior e imperfeito, enquanto Tertuliano (160-220 dC) acreditava que o corpo feminino era um símbolo do mal.
Todas essas crenças ajudaram a difundir a imagem da mulher perigosa e sensual que pode ser percebida na iconografia e na literatura cristã, onde mostram uma mulher monstruosa e desumanizada, mas com uma beleza sedutora. Segundo alguns autores e psicanalistas, essas entidades diabólicas são a representação de desejos sexuais reprimidos.
Etimologia
"Succubus" é uma variação do termo Súcuba, consistindo em duas palavras: o prefixo sub-, que significa "acima" e o verbo cubare, que se traduz em "deitar".
Consequentemente, a palavra succubus pode ser traduzida como alguém ou algo que está acima de uma pessoa. Em vez disso, os "íncubos" - que também são entidades diabólicas - são aqueles que estão dentro da pessoa.
Por outro lado, a palavra "diabo" vem do grego Diabolos, que significa caluniador e acusador; enquanto a palavra "demônio" vem do termo demônio, que se traduz por "espírito" ou "ser espiritual", porém, com o passar do tempo adquiriu um significado maléfico.
Em conclusão, pode-se estabelecer que uma súcubo é uma espécie de demônio ou demônio, pois é um espírito dedicado à calúnia e ao mal. Além disso, esse espírito aparece nos sonhos dos homens, por isso fica em cima deles enquanto dormem.
Origem histórica
Existem muitas hipóteses sobre o surgimento de súcubos como entidades diabólicas. A versão mais polêmica estabelece que as súcubos surgiram dos filhos que Adam teve após o acasalamento com Lilith; Essa crença é aprovada por alguns místicos judeus, que defendem que essa mulher é mencionada no Antigo Testamento durante o livro do Gênesis.
Imaginário Judaico-Cristão
Embora imagens e histórias semelhantes às da succubus tenham sido encontradas em muitas mitologias, nenhuma foi tão importante e influente quanto a versão judaico-cristã dessa entidade. Por esse motivo, as súcubos foram mais notadas durante a Idade Média.
Na verdade, foram encontrados registros de muitas confissões feitas durante a Inquisição, onde várias pessoas admitiram ter tido encontros com essas figuras. Esse era especialmente o caso em conventos, onde a reclusão fazia com que freiras e padres percebessem imagens sexuais e demoníacas.
Segundo a crença judaico-cristã, os demônios são o oposto dos anjos, portanto são seres negativos cuja essência tem inclinação para a mentira e o sadismo, razão pela qual conseguem ganhar seguidores por meio da tentação.
Da mesma forma, a iconografia cristã ao longo de sua história representou demônios em uma atitude de desordem, razão pela qual eles freqüentemente personificam a anarquia e o caos. No entanto, eles mantêm a mesma hierarquia dos anjos, o que significa que eles retêm sua essência angelical.
Esta característica permite que sejam belos e resplandecentes quando lhes apetece e explica a beleza sobrenatural que é inerente aos súcubos. No entanto, as súcubos nem sempre são apetitosas, pois também podem ter uma aparência assustadora.
Durante o renascimento: Malleus maleficarum
Apesar de a imagem da súcubo ter tido um apogeu maior na Idade Média, durante o Renascimento um manual de inquisidores chamado Malleus maleficarum, publicado em 1486. Neste texto é explicado como o diabo se apresenta e como deve ser combatido.
Além disso, neste trabalho a existência de súcubos e íncubos é admitida; as primeiras estão associadas à morfologia feminina, enquanto as últimas à masculina.
Segundo a autora Margarita Paz, a etimologia dessas palavras remete à postura adotada no ato sexual. Conseqüentemente, os íncubos seduziram mulheres, enquanto as súcubos seduziram homens.
Durante o romantismo: a beleza fatal da súcubo e a estética do diabólico
No desenvolvimento do romantismo (final do século 18 e ao longo do século 19), pinturas e obras literárias inspiradas no imaginário das súcubos e íncubos foram frequentes.
Por exemplo, o escritor Theophile Gautier escreveu uma obra intitulada Os mortos apaixonados (1836), onde é contada a história de um monge que foi seduzido pela beleza destrutiva de uma mulher.
Este religioso, de nome Romualdo, decide dar extrema unção a uma senhora chamada Clarimonda. No entanto, o padre a reanima com um beijo e a mulher se transforma em uma criatura do mal que decide visitá-lo todas as noites.
Desde o início da peça, o sonho desempenha um papel fundamental. Na verdade, muitas vezes o leitor não sabe se Romualdo está sonhando ou se está vivendo a realidade.
Por outro lado, dentro da disciplina pictórica, uma obra intitulada O pesadelo (1790), do pintor Johann Heinrich Füssli. Na pintura, um demônio pousa sobre uma jovem adormecida.
A indumentária transparente da mulher confere à cena um forte caráter erótico, porém, a pintura é arrepiante pelas cores escuras e pelo rosto aterrorizante da entidade diabólica.
Súcubo principal
Litit é a súcubo mais importante da imaginação ocidental. No entanto, outras entidades diabólicas semelhantes existiram ao longo da história:
Abrahel
Abrahel é uma súcubo cuja história começou a ganhar popularidade depois que o autor Nicolás Remy a descreveu em sua obra Demonolatria (1581). Segundo esse texto, Abrahel tem a forma de uma mulher alta com uma silhueta delicada, porém, ela não consegue esconder completamente sua essência demoníaca.
Segundo a lenda, esta entidade conseguiu conquistar um pastor chamado Pierrot, que vivia nas margens do Mosela. Abrahel ofereceu-lhe o corpo em troca da vida do filho do pastor, que ele assassinou com uma maçã envenenada. Pierrot se sentiu mal com suas ações e entrou em desespero.
Portanto, Abrahel decidiu visitar Pierrot novamente, prometendo a ressurreição de seu filho se o pastor concordasse em adorá-la como um deus. Foi isso que o pastor fez, fazendo seu filho voltar à vida, mas com um olhar sombrio.
Depois de um ano, o demônio deixou o corpo do menino, que caiu no chão exalando um fedor terrível. Pierrot teve que enterrar seu filho secretamente.
A minha
Lamia era uma súcubo originária da mitologia greco-romana, caracterizada por ser uma terrível sedutora e assustadora de crianças. Alguns autores consideram que Lamia é um antecedente dos vampiros modernos e é equivalente a Lilith e Xtabay (súcubo maia).
Segundo o historiador Diodorus Siculus (século I aC), antes de ser súcubo Lamia foi uma rainha da Líbia que se apaixonou por Zeus. Hera - esposa de Zeus - sofreu um forte ataque de ciúme e transformou Lamia em um monstro; além disso, ele assassinou seus filhos.
Fisicamente, Lamia tinha cabeça e seios de mulher, porém o resto de seu corpo era semelhante ao de uma cobra.Acredita-se que a etimologia do nome venha do grego lamyrós, que significa "glutão".
A história de Lamia foi inspirada por muitos artistas. Por exemplo, o poeta romântico John Keats escreveu um livro intitulado Lamia e outros poemas.
Xtabay
Xtabay era uma figura mitológica pertencente à cultura maia. Alguns historiadores afirmam que ela era a deusa do suicídio e era casada com o deus da morte.
No entanto, essa criatura era mais conhecida por se apresentar aos homens com o objetivo de enfeitiçá-los para matá-los ou fazê-los se perder na floresta.
Referências
- Augusto, J. (s.f.) Espectros, Incubi e Succubi. Obtido em 7 de novembro de 2019 de uam.mx
- Ayers, M. (2013) Vergonha masculina: da súcubo ao eterno feminino. Obtido em 7 de novembro em content.taylorfrancis.com
- Darnell, J. (2010) Súcubo de uma noite de verão. Recuperado em 7 de novembro de 2019 do Google books.
- Federici, S. (2004) Caliban e a bruxa: mulher, corpo e acumulação original. Obtido em 7 de novembro de 2019 em Traficantes.net
- Levine, P. (1965) A Súcubo. Obtido em 7 de novembro de 2019 em Search.proquest.com
- Núñez, E. (s.f.) O fascínio pelo demônio. Obtido em 7 de novembro de 2019 em Dialnet.net
- Paz, M. (2005) Demônio e mulher: a marca de satanás e a luta contra ele. Obtido em 7 de novembro de 2019 na Universidade de Alcalá.
- S.A. (s.f.) Succubus. Obtido em 7 de novembro de 2019 da Wikipedia: es.wikipedia.org