Pragmatismo: o que é e o que propõe esta corrente filosófica - Psicologia - 2023


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Pragmatismo: o que é e o que propõe esta corrente filosófica - Psicologia
Pragmatismo: o que é e o que propõe esta corrente filosófica - Psicologia

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O pragmatismo é a postura filosófica que defende que um conhecimento filosófico e científico só pode ser considerado verdadeiro a partir de suas consequências práticas. Essa posição surge em meio à atmosfera cultural e às preocupações metafísicas dos intelectuais americanos do século 19, e atingiu seu auge dentro das correntes filosóficas que reagiram ao positivismo.

Atualmente, o pragmatismo é um conceito amplamente utilizado e difundido não só na filosofia, mas em muitas áreas da vida social, ele ainda começa a ser identificado como uma atitude filosófica, com a qual podemos dizer que seus postulados foram transformados e aplicados de forma de muitas maneiras diferentes.A seguir, faremos uma revisão geral de sua história e de alguns conceitos-chave.

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O que é pragmatismo?

O pragmatismo é um sistema filosófico que surgiu formalmente em 1870 nos Estados Unidos e que, de um modo geral, propõe que somente o conhecimento que tem utilidade prática é válido.


É desenvolvido principalmente sob as propostas de Charles Sanders Peirce (considerado o pai do pragmatismo), William James e mais tarde John Dewey. O pragmatismo também é influenciado pelo conhecimento de Chauncey Wright, bem como pelos postulados da teoria darwiniana e do utilitarismo inglês.

Vindo o século XX, sua influência declinou de uma forma importante. No entanto, ele recuperou popularidade por volta dos anos 1970, graças a autores como Richard Rorty, Hilary Putnam e Robert Brandom; bem como Philip Kitcher e How Price, que foram reconhecidos como os "Novos Pragmáticos".

Alguns conceitos chave

Com o tempo, usamos muitas ferramentas para garantir que possamos nos adaptar ao ambiente e fazer uso de seus elementos (ou seja, sobreviver).

Sem dúvida, muitas dessas ferramentas surgiram da filosofia e da ciência. Precisamente, o pragmatismo sugere que a principal tarefa da filosofia e da ciência deve ser gerar conhecimento que seja prático e útil para esses fins.


Em outras palavras, a máxima do pragmatismo é que as hipóteses devem ser traçadas de acordo com quais seriam suas consequências práticas. Esta sugestão teve repercussões em ideias e conceitos mais específicos, por exemplo, na definição de 'verdade', na forma de definir o ponto de partida da investigação e na compreensão e importância das nossas experiências.

A verdade

O que o pragmatismo faz é deixar de prestar atenção à substância, à essência, à verdade absoluta ou à natureza dos fenômenos, para atender aos seus resultados práticos. Assim, o pensamento científico e filosófico não tem mais o propósito de conhecer verdades metafísicas, mas para gerar as ferramentas necessárias para que possamos aproveitar o que nos rodeia e a ele adaptar-nos de acordo com o que for considerado adequado.

Em outras palavras, o pensamento só é válido quando é útil para garantir a conservação de certos modos de vida, e serve para garantir que teremos as ferramentas necessárias para nos adaptarmos a eles. A filosofia e o conhecimento científico têm um propósito principal: detectar e satisfazer necessidades.


Desta forma, o conteúdo de nossos pensamentos é determinado pela maneira como os usamos. Todos os conceitos que construímos e usamos não são uma representação infalível da verdade, mas os encontramos verdadeiros depois, uma vez que nos serviram para algo.

Em contraste com outras propostas de filosofia (especialmente o ceticismo cartesiano que duvidava da experiência porque se apoiava fundamentalmente no racional), o pragmatismo postula uma ideia de verdade que não é substancial, essencial ou racionalEm vez disso, existe na medida em que é útil para conservar modos de vida; questão que é alcançada através do campo da experiência.

A experiência

O pragmatismo questiona a separação que a filosofia moderna fez entre cognição e experiência. Diz que a experiência é um processo pelo qual obtemos informações que nos ajudam a reconhecer nossas necessidades. Portanto, pragmatismo foi considerado em alguns contextos como uma forma de empirismo.

A experiência é o que nos dá o material para criar conhecimento, mas não porque ela contém informações especiais por si, mas sim porque adquirimos essa informação quando entramos em contato com o mundo exterior (quando interagimos e experimentamos).

Assim, nosso pensamento é construído quando experimentamos coisas que presumimos serem causadas por elementos externos, mas que, na realidade, só fazem sentido quando as percebemos por meio dos nossos sentidos. Quem experimenta não é um agente passivo que só recebe estímulos externos, é antes um agente ativo que os interpreta.

Daqui derivou uma das críticas ao pragmatismo: para alguns, parece manter uma postura cética em relação aos acontecimentos mundiais.

A investigação

Em consonância com os dois conceitos anteriores, o pragmatismo sustenta que o centro das preocupações epistemológicas não deve ser demonstrar como é que o conhecimento ou a verdade absoluta sobre um fenômeno é adquirido.

Em vez disso, essas preocupações devem ser voltadas para a compreensão como podemos criar métodos de pesquisa que ajudem a tornar viável alguma ideia de progresso. A pesquisa é, então, uma atividade comunitária e ativa, e o método da ciência tem um caráter autocorretivo, por exemplo, tem a possibilidade de ser verificado e ponderado.

Disto se segue que o método científico é por excelência o método experimental, e o material é empírico. Da mesma forma, as investigações começam por colocar um problema em uma situação indeterminada, ou seja, a investigação serve para substituir dúvidas por crenças estabelecidas e bem fundamentadas.

O pesquisador é um sujeito que obtém material empírico de intervenções experimentais e coloca as hipóteses de acordo com as consequências que suas próprias ações teriam. Assim, as questões de pesquisa devem ter como objetivo resolver problemas concretos.

A ciência, seus conceitos e teorias, são um instrumento (não são uma transcrição da realidade) e se destinam a atingir um propósito específico: facilitar uma ação.